Com 40 anos de idade recém-completados, Valentino Rossi é uma lenda viva do esporte. O italiano da Yamaha partirá para a sua vigésima temporada na principal categoria do Mundial de Motovelocidade tendo participado de inúmeras mudanças tanto de equipamentos como de pilotos ao longo desses anos. Rossi não está mais em seu auge e está vendo em primeira mão surgir um piloto tão forte como ele havia sido no início dos anos 2000. Marc Márquez tem um estilo agressivo que o fez se destacar desde cedo nas categorias de base até chegar à MotoGP em 2013 e em seu primeiro ano, já ser campeão. Um ano instável em 2015 foi sucedido por mais três títulos. A marca de Márquez é impressionante. Cinco títulos em seis temporadas completas na MotoGP! Quando Rossi chegou ainda no Mundial das 500cc, ele conseguiu a mesma marca, sendo que os cinco títulos foram conquistados de forma consecutiva. Na época se falava quem poderia parar Rossi. Agora a pergunta é: quem irá parar Márquez?
A MotoGP vive um momento tão formidável que não faltam opções para bater o espanhol. Doviziozo na Ducati, Alex Rins na Suzuki, Viñales na Yamaha são apenas alguns que podem destronar Márquez, sem contar os veteranos Rossi e Jorge Lorenzo, agora correndo ao lado de Márquez na Honda. Marc terá um início de ano ainda tateando como está seu recém-operado ombro, que teimava em sair de lugar. O piloto da Honda passou por uma longa recuperação e por isso não forçou muito nos testes de pré-temporada. Fisicamente Márquez está preparado? Começaremos a ver na primeira corrida do ano. O certo é que Márquez não terá mais o já inofensivo Daniel Pedrosa ao seu lado na Repsol Honda. Numa transferência que deu muito o que falar, Jorge Lorenzo partiu para a Honda em 2019 e formará uma dupla explosiva com Márquez. E Lorenzo tem uma longe tradição de manter duplas explosivas dentro dos boxes. Sua relação com Rossi (Yamaha) e Doviziozo (Ducati) foi longe de ser amigável e essa experiência pode ser uma fator à favor de Lorenzo, porém o espanhol sofreu um bobo acidente num teste privado e quebrou a mão, o atrapalhando nesse seu início na Honda. Por sinal, a Honda ainda teve que esperar Cal Cruthlow se recuperar de sua grave fratura no tornozelo na Austrália para montar um panorama para 2019.
Com a Honda tendo seus três pilotos oficiais ainda se recuperando de fraturas, as demais montadoras podem tentar dar o pulo do gato. Ducati é a principal favorita a destronar o duo Honda-Márquez, com Doviziozo agora reinando absoluto dentro da Ducati depois de dois anos tempestuosos ao lado de Lorenzo. Tendo agora o seu amigo Danilo Petrucci ao seu lado na Ducati oficial, Dovi poderá se concentrar mais em combater Márquez e a Honda. Andrea conhece como é ser companheiro de equipe de Lorenzo e o italiano poderá se aproveitar de uma briga interna na Honda para derrotar seus rivais. Outra equipe a ser observada é a Yamaha. Ainda procurando seus dias de glória com Rossi e Lorenzo, a Yamaha sofreu com uma moto instável em 2018. Contratado para ser um anti-Márquez, Maverick Viñales ainda precisa amadurecer psicologicamente para poder enfrentar Márquez, já que velocidade o espanhol já mostrou que tem. Com o abatimento de Viñales com os fracassos da Yamaha, Rossi tomou as rédeas da equipe e mesmo não tendo a velocidade de outrora, ainda consegue ser competitivo contra pilotos que tiraram fotos ao seu lado quando eram criança.
A Suzuki mostrou muita força na pré-temporada com Alex Rins cada vez mais adaptado à MotoGP, mas a fábrica de Hamamatsu parece ainda sofrer com falta de investimento para bater de frente contra Honda e Yamaha. A KTM trouxe Johann Zarco para fortalecer uma equipe que dá passos pequenos demais no asfalto, após dominar o fora de estrada. A falta de ritmo da KTM em ritmo de classificação já faz Zarco pensar se fez mesmo a melhor escolha, enquanto os austríacos esperam que o feedback de Pedrosa como piloto de testes poderá melhorar a moto. A Aprilia teve um ano para esquecer em 2018 e novamente mudou de piloto, trazendo o instável Andrea Iannone para fazer dupla com Aleix Espargaró. Os italianos, cujo dono é o mesmo da Ducati, ainda não emularam na MotoGP o sucesso que tiveram nas categorias de base no começo dos anos 2000 e a chegada de Iannone, muito veloz e louco, pode dar um algo a mais para que a Aprilia finalmente saía das últimas posições. Entre as equipes privadas, destaque para a nova SIC Yamaha, que entrou no lugar da Tech3 (que agora correrá de KTM) e mostrou bom desempenho com Franco Morbidelli e o novato Fabio Quartararo. A LCR dependerá da recuperação de Cruthlow de suas sérias fraturas, mas Nakagami fez um bom papel nos testes.
Como sempre os tempos aferidos nas duas baterias de pré-temporada não indicam muita coisa. Muitos pilotos ainda se recuperando e muito a ser escondido das fábricas. A liderança alternou entre Ducati, Yamaha e Suzuki, com a Honda ficando mais atrás. Porém, Márquez não mostrou todo o seu potencial e em 2018 era comum os pilotos da Honda caírem, enquanto Márquez domava sua moto rumo à vitória. Por isso a pergunta para 2019 é: quem irá parar Marc Márquez?
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