quarta-feira, 28 de julho de 2021

Yannick

 


Ele chegou a ser apontado como o 'Novo Prost' na sua França natal, enquanto avançava nas categorias de base gaulesas. Yannick Dalmas chegou à F1, mas nem de longo ele conseguiu o que dele se esperava, principalmente quando foi acometido de uma rara doença, que lhe atrapalhou bastante. No entanto, Dalmas obteve muito sucesso no Endurance e conseguiu quatro vitórias em Le Mans com quatro marcas diferentes. Completando 60 anos hoje, vamos ver um pouco de sua carreira.

Yannick Dalmas nasceu no dia 28 de julho de 1961 em Le Beausset, na França. Para quem achou o nome da cidade familiar, não se espante o motivo de Dalmas ter se tornado piloto. Alguns anos depois do nascimento de Yannick, um autódromo moderníssimo seria construído ao lado da pequena cidade, ficando pronto no início da década de 1970 o circuito de Paul Ricard. Dalmas ficou simplesmente maravilhado com os carros de corrida e focou seu sonho de se tornar piloto, ainda mais quando venceu uma corrida de kart e recebeu o troféu de ninguém menos de que François Cevert. Porém, como a família Dalmas não tinha muito dinheiro para investir numa carreira cara como o automobilismo, Yannick se voltou ao fora de estrada, começando a correr de motocross quando completou 15 anos, mas um grave acidente três anos depois fez com que o francês desistisse das motos. Ainda sem dinheiro, Dalmas se inscreveu num programa chamado 'A Marlboro procura um piloto', onde a tabaqueira financiaria uma temporada na F-Renault para o vencedor. Mostrando sua tenacidade, Dalmas só conseguiu o prêmio em sua terceira tentativa, em 1982 e no ano seguinte fez uma ótima temporada, conseguindo o terceiro lugar na F-Renault e se tornando campeão francês em 1984.


Fora um ano impressionante e Dalmas chamou a atenção da poderosa Oreca, que tinha a melhor equipe da F3 Francesa na época e Yannick competiria no certame em 1985, praticamente dividindo as vitórias com Pierre-Henri Raphanel, que mais experiente ficou com o título. Assim como acontecera na F-Renault, Dalmas dominou em sua segunda temporada na F3 e foi campeão com sobras em 1986, derrotando na ocasião Jean Alesi, além de vencer a corrida em Mônaco, que servia de preliminar à F1. Todas essas vitórias fazia de Yannick Dalmas a maior promessa francesa na metade da década de 1980. Em 1987 ele se graduaria para a F3000 pela mesma equipe Oreca, conseguindo uma vitória no complicado circuito de Pau e outra em Jarama, quando saiu de 14º no grid. Dalmas ficou em quinto no campeonato, mesmo tendo perdido uma corrida, em virtude de um forte acidente em Vallelunga. Tratado como um piloto extremamente promissor, Dalmas já chamava a atenção da F1 e ainda em 1987 ele foi contratado por Gérard Larrousse para participar das corridas daquele ano pela equipe Lola. Porém, Dalmas não estaria elegível nos pontos e quando chegou em quinto lugar em Adelaide, ele ficou sem os pontos. Isso lhe faria muita falta...


No entanto, as boas exibições de Dalmas no final de 1987 o credenciaram na equipe Lola em 1988. Seria sua chance de se estabelecer na F1 e até mesmo alçar voos maiores na carreira, como era esperado, contudo, nada disso aconteceu. Primeiro o carro da Lola era bastante ruim e nem Dalmas, muito menos seu companheiro de equipe Phillipe Alliot puderam tirar mais do Lola. Apesar de Dalmas ter ficado duas vezes em sétimo, apenas uma posição de marcar ponto, o francês enfrentou algumas desclassificações no grid. Para piorar, Dalmas começou a sentir problemas respiratórios constantes, que acabava lhe atrapalhando nas corridas. No final do ano ele foi diagnosticado com Legionelose, uma rara doença respiratória e de difícil resolução. Dalmas ficou de fora das últimas corridas de 1988, mas estaria de volta em 1989 na Lola, que naquele momento contaria com o apoio da Lamborghini. Ainda se recuperando de sua doença e com a Lola tendo dificuldades em desenvolver os motores italianos, Dalmas simplesmente não conseguiu se classificar para nenhuma corrida em 1989, lembrando que esse ano era extremamente competitivo para as equipes menores se colocarem no grid. Após seis etapas, Dalmas foi substituído por Eric Bernard, mas o francês não ficaria muito tempo sem um carro. Hugues de Chaunac, que fora chefe de Dalmas na F3, havia sido contratado pela AGS como chefe de equipe, trazendo Dalmas para o pequeno time francês no lugar de Joachim Winkelhock. Tendo que fazer a pré-classificação numa equipe ainda menor, Dalmas falhou em todas as tentativas. Apesar disso Dalmas ficaria na AGS em 1990, ao lado de Gabriele Tarquini. O carro era ainda pior, enquanto Yannick ainda não estava totalmente curado de sua doença, fazendo-o se ausentar em Ímola. Dalmas ainda participa de seis corridas, sempre largando nas duas últimas filas. Esse fora praticamente o fim da carreira de Yannick Dalmas na F1, onde faria em 1994 mais duas corridas pela Larrousse. Foram 24 largadas e zero ponto.


Ainda jovem, Yannick Dalmas se vira totalmente para o Endurance e foi nesse tipo de corrida que ele voltou a sentir o gosto das vitórias. Em 1991 ele foi contratado pela Peugeot e ao lado de Derek Warwick, venceria o Mundial de Marcas com três vitórias em 1992. Porém, a terceira vitória seria especial, pois com a adição de Mark Blundell, Dalmas venceria pela primeira vez as 24 Horas de Le Mans. Com o fim do Mundial de Marcas, Dalmas continuaria ligado à Peugeot, mas participando do campeonato francês de turismo, além de participações em Le Mans com a montadora francesa. Em 1994 a Peugeot desiste de Le Mans, abrindo espaço para Dalmas correr pela equipe Joest e vencer em Le Mans pela segunda vez com um Porsche 962, ao lado de Mauro Baldi e Harley Hailwood. Já totalmente recuperado de sua doença e tendo feito duas corridas na F1 naquele período, Dalmas fica tentado a fazer um retorno aos monopostos, mas dessa vez atravessando o Atlântico, na crescente F-Indy. Yannick consegue um teste, mas acaba sofrendo um sério acidente, fazendo-o desistir da ideia da Indy e retornando à Le Mans para uma terceira vitória em 1995, dessa vez com um McLaren GTR-F1, fazendo trio com JJ Lehto e Masanori Sekiya. Já com um nome consolidado dentro do Endurance, Dalmas foi convidado pela BMW em 1998 para ajudar a desenvolver o carro e, principalmente, o motor que estrearia na F1 no ano 2000. O laboratório seria em Le Mans e a quarta vitória de Yannick viria em 1999, ao lado de Pierluigi Martini e Joachim Winkelhock. Yannick Dalmas ainda participaria de algumas edições em Le Mans, até se tornar consultor do WEC e de corridas de Endurance, local onde conseguiu suas maiores alegrias.

Parabéns!

Yannick Dalmas

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