quarta-feira, 7 de julho de 2021

Que pena...

 


Ontem à noite, como acontecera com Fausto Gresini meses atrás, veio o sinal de que as coisas não estavam bem. Foi anunciado, depois desmentido, a morte de Carlos Reutemann. Nessa tarde, a pior das notícias foi confirmada, com o falecimento do argentino. Carlos Alberto Reutemann. Um daqueles ícones sem títulos de F1, mas que ninguém duvidava que ele tinha talento para isso. A carreira de Reutemann, de família com raízes suíças, começou relativamente tarde, se destacando no sempre competitivo automobilismo argentino, fazendo-o se mudar para a Europa no início da década de 1970, indo direto para a F2, onde conseguiu sucesso suficiente, juntamente com o apoio de estatais portenhas, para conseguir um lugar na F1 em 1972, beirando os 30 anos, na famosa equipe Brabham. Logo de cara Reutemann mostrou suas credenciais ao ficar com a pole em sua estreia, algo bastante raro na F1, correndo na frente de sua torcida. Por sinal, a presença de Reutemann no Grande Prêmio da Argentina era garantia de festa, com os hinchas gritando a pleno pulmões: Lole! Lole! Este era o apelido de Reutemann desde a infância em Santa Fé. Reutemann foi um piloto competitivo durante toda a década de 1970, mas como Fernando Alonso, cometeu alguns erros de percurso na carreira que acabaram por lhe atrapalhar a conseguir o sonhado título. Em 1981, ainda considerado como piloto número dois da Williams, bateu de frente com a equipe para ser campeão. Beirando os 40 anos, era sua última chance. Foi uma luta fratricida contra o fogoso Nelson Piquet, decidida na última corrida em Las Vegas a favor do brasileiro. Nelson tinha limpado os pneus do Brabham de Reutemann alguns anos antes em Brasília. Decepcionado com a falta de apoio da Williams, Carlos abandonou a carreira na F1 no comecinho de 1982. Conta-se que para deixar a Williams sem muitas opções de pilotos, no que seria uma pequena vingança, mas acabou sendo um tiro n'água. Como acontecera quando Carlos abandonara a Ferrari em 1979, ele veria Keke Rosberg ser campeão com o carro que abandonara. Após uma passagem interessando nos ralis, Carlos Reutemann se enveredou na política, conseguindo se eleger várias vezes no senado argentino, além de ter sido governador da província de Santa Fé. Não faltou quem dissesse que Reutemann poderia ter sido presidente da Argentina! Nos últimos anos, Reutemann passou a ter problemas de saúde, como um câncer no fígado e nesse ano, foi internado duas vezes com problemas estomacais. Aos 79 anos de idade, a situação do senador argentino piorou nos últimos dias, acabando por nos deixar nessa quarta-feira. Mais um herói da F1 que se vai, além da Argentina ter que se despedir de mais um ídolo esportivo. Uma verdadeira pena...

Nenhum comentário:

Postar um comentário