A temporada 1982 da F1 foi recheada de momentos marcantes e trágicos. Hoje completa-se quarenta anos de um desses momentos.
Na manhã do dia 7 de agosto, Hockenheim amanheceu chovendo, praticamente garantindo a pole conquistada na sexta de Didier Pironi, líder do campeonato e favorito destacado para o título daquele ano. Porém, havia previsão de chuva para o domingo da corrida e muitos pilotos encararam a pista molhada de Hockenheim para acertar seus carros para aquele tipo de piso e no caso de Pironi, ele iria testar vários compostos de chuva para a Goodyear.
Por volta das 10h30, Pironi entrou na reta antes do setor do Estádio e encontrou a Williams Racing de Derek Daly. O piloto da Ferrari pensou que apenas o irlandês estava no local, mas infelizmente havia um terceiro piloto no local. Alain Prost estava ainda mais lento e Daly se move para a direita para ultrapassar a Renault de Prost. Pironi vai para a esquerda ultrapassar a Williams e não vê o carro de Prost, escondido no spray. O choque a 280 km/h foi violentíssimo, com Pironi voando e batendo duas vezes no chão de frente antes do carro parar na entrada do Estádio.
Prost, Cheever e Mansell imediatamente pararam seus carros para socorrer Pironi. Porém, numa cena pouco lembrada, foi Nelson Piquet quem parou seu Brabham e tirou o cinto de segurança de Pironi, que permanecia consciente e sentindo todas as terríveis dores. Piquet percebe que a perna direita de Pironi estava destruída e escutava os gritos desesperados do francês. A situação era tão séria, que pensou-se seriamente em amputar a perna de Pironi ainda na pista, mas o francês estava acordado e não queria essa solução. O professor Syd Watkins em pessoa prometeu que evitaria a todo custo amputar a perna de Pironi, que foi retirado do seu carro depois de trinta minutos e levado ao Hospital Universitário de Heidelberg.
Felizmente Pironi não corria risco de vida, muito pelos reforços que a Ferrari havia feito na dianteira do carro por causa do acidente de Villeneuve meses antes. Pironi passou quatro horas na mesa de cirurgia e sua perna direita foi salva, mas havia uma longa recuperação pela frente para Didier, que terminava ali sua carreira na F1, além do sonho da Ferrari de ser campeã naquele ano.
Prost era considerado um dos melhores pilotos na chuva daquele tempo, mas sua descrição do que viu do acidente foi impressionante. "Senti um choque enorme na traseira do meu carro, então vi a Ferrari em voo planado, dez metros acima de mim. Ele caiu debaixo do meu nariz para então saltar novamente. Eu então freei, mas, com o choque, ele arrancou minha roda traseira direita. Continuei sem controle. A Ferrari passou por cima da minha cabeça pela segunda vez e finalmente caiu no chão. Realmente terrível..." Prost nunca mais seria o mesmo piloto com piso molhado pelo trauma do terrível acidente com Pironi.
E 1982 teve mais uma tragédia para contar no esporte a motor...
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