O campeonato de 2022 deverá ser lembrado pela confirmação do incrível talento de Max Verstappen e o seu amadurecimento, principalmente após a luta fratricida que teve com Hamilton ano passado. Porém, quando se colocar uma lupa no ano de 2022 da F1, poderemos ver também o quanto a Ferrari facilitou a vida de Max por vários motivos. Se semana passada podem-se apontar o dedo para Charles Leclerc, no último domingo o monegasco foi vítima de um erro bisonho dos táticos da Ferrari. Ao contrário do que normalmente ocorre, Budapeste amanheceu com frio e muito vento nesse domingo, tornando o asfalto gelado e clamando por uma borracha aderente. Pois bem, a Ferrari largou atrás do poleman George Russell usando pneus médios, enquanto o inglês tinha os macios. Mais importante, Sainz estava claramente segurando Leclerc e em nenhum momento se solicitou uma necessária troca de posições entre os ferraristas. O problema que esse foi o menor dos erros. Quando começaram as paradas, a Ferrari se estabanou completamente, sempre reagindo aos carros mais próximos de forma atabalhoada. Após o primeiro stint, Leclerc conseguiu ultrapassar Russell e partia para uma vitória que amenizaria o pesadelo do seu erro na França. Porém, mais atrás, Max Verstappen tinha um ritmo fortíssimo com pneus médios e quando esse fez sua segunda parada, a Ferrari se desesperou. Como reagir ao ritmo de Max? Vamos trazer Charles o mais rápido possível, pensou o tático de Maranello. Contudo, havia um sério porém. Leclerc teria que colocar, por obrigatoriedade do regulamento, ou o pneu macio ou o duro para sua teórica última parada. Com metade da corrida para o fim, os macios não aguentariam. A Alpine colocou pneus duros em seus carros para fazer apenas uma parada. Foi um caos, com Alonso e Ocon lutando com a falta de aderência. Era claro que aquele pneu não funcionaria. Mas a Ferrari insistiu e montou pneus duros no carro de Leclerc. Foi constrangedor a forma como Leclerc estava lento, necessitando uma terceira parada que o relegou ao sexto lugar na bandeirada. Na ante-sala do pódio, Hamilton via na TV o sofrimento de Leclerc e perguntou assustado à Russell e Verstappen: ele estava com os duros? A resposta, com risos nos rostos dos jovens pilotos, foi um 'yeah' com um pouco de vergonha alheia. Uma ótima palavra para o que foi a corrida da Ferrari na Hungria e as decisões vindas do pit-wall. Uma vergonha!
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