Apesar de muitos terem colocado Alonso como uma das possibilidades para substituir Vettel na Aston Martin, ninguém esperava que o espanhol saísse da Alpine à essa altura da carreira. Fernando ainda mostra muitos resultados com os franceses, mas quando chegou à equipe no começo do ano, o novo chefe da Otmar Szafnauer não fez muita questão de mostrar preferência em ascender Oscar Piastri na equipe em 2023, correndo ao lado de Esteban Ocon. O que Szafnauer não contava era que Alonso continuasse mostrando sua força e que tem condições de sobras para permanecer na F1. Porém, Piastri é considerado um dos maiores talentos surgidos nas categorias de base e a Alpine não poderia perder o australiano sem sequer o colocar em seu carro. Junto a tudo isso, Alonso é uma marca importante no automobilismo e boa parte dessa história foi escrita dentro da equipe, quando ela se chamava Renault. O impasse estava na mesa. A Alpine queria Alonso e Piastri, mas só havia uma vaga, com o chefão preferindo o novato, mas não se podia simplesmente dispensar uma lenda da equipe. Uma lenda bastante útil, por sinal. Szafnauer teria oferecido uma renovação de um ano, algo que não interessava à Alonso, pois o espanhol sabe que não será em um ano que a Alpine dará um passo grande o suficiente para voltar a lutar por vitórias.
Então surgiu a Aston Martin. Não se sabe ainda se as negociações começaram antes ou depois do anúncio de Vettel, mas Alonso falou nesse final de semana que, se as duas partes quisessem, toda a negociação não dura mais do que dez minutos. Lógico que a negociação de um contrato de F1 não dura isso, mas rapidamente se chegou um acordo para Alonso entrar no lugar de Vettel, exatamente onde o alemão estava. E isso poderá ser um ponto nevrálgico na relação entre Alonso e sua equipe. A Aston Martin nada mais é do que um projeto de Lawrence Stroll para tornar seu filho Lance campeão do mundo. Não falta dinheiro e vontade para Stroll para fazer seu rebento conseguir realizar o sonho da família. O problema é que Lance não tem talento e velocidade o suficiente para tal, mesmo com todo o dinheiro do mundo. Porém, como pai, Lawrence acredita que seu filho pode ser campeão e está fazendo de tudo para isso, colocando a equipe em torno de Lance. E provavelmente por isso a Aston Martin não desabroche, mesmo com todo o investimento de Stroll. Além de tudo isso, sabemos que o comportamento de Alonso dentro de equipes em dificuldades não é das mais amistosas, como provou a McLaren. E a Aston Martin não está na melhor de suas fases.
Dentro da Alpine, o anúncio de Oscar Piastri deve ser iminente e Szafnauer acabou ganhando uma queda de braço difícil, mas os franceses terão um desafio e tanto, pois terão dois pilotos promissores, contudo, ainda com muita coisa a mostrar. E pela primeira vez na F1, Ocon liderará uma equipe. Veremos como ele se comportará. A surpreendente mudança de Alonso deixará muitas dúvidas de como o espanhol lidará com uma equipe que não orbita em torno dele e, pior, focado num piloto vários níveis abaixo dele. Alonso aguentará isso?
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