Normalmente as equipes clientes seguem o crescimento das equipes principais, mas isso não ocorreu dentro do seio da Red Bull, pois se no time principal 2022 foi um ano próximo da perfeição, a equipe júnior teve uma temporada para esquecer. Nem quando se chamava Toro Rosso o time da Red Bull não teve uma classificação tão ruim como na temporada passada, só ficando à frente da Williams no Mundial de Construtores. Para piorar, a razão de ser da Alpha Tauri, que é a maturação de jovens pilotos para servir à Red Bull, não está fazendo efeito nos últimos anos. Se a dureza com que Helmut Marko criou muitos pilotos bons no grid da F1, ele também acabou afastando outros pilotos que se mostraram bons em outras oportunidades de carreira, fazendo com que o programa de jovens pilotos da Red Bull entrasse numa crise sem precedentes. A atual da dupla da Alpha Tauri dá a clara sensação de que se formou por absoluta falta de opção dentro da cantera da Red Bull. Por mais que se mostre veloz, Yuki Tsunoda vai para o seu terceiro ano na marca do pênalti. Mesmo tendo a desculpa dos vários problemas no carro em 2022, Tsunoda ainda erra demais e seu gênio irascível, bem distinto de um nipônico normal, deixa a situação do japonês ainda mais complicada dentro da equipe. Tsunoda tem o apoio da Honda, que sonha em ter um grande piloto japonês e somente por isso Yuki foi escolhido para mais um ano na Alpha Tauri, mas em outros tempos, com bons e jovens pilotos saindo pelo ladrão na Red Bull, Tsunoda já teria sido dispensado sem maiores cerimônias.
Pierre Gasly sempre se sentiu mais à vontade da Alpha Tauri e mostrou resultados bem mais consistentes de quando esteve na equipe máster da Red Bull. No entanto, Gasly se encontrava numa encruzilhada em sua carreira, pois não tinha grandes expectativas de subir para a Red Bull e caso conseguisse se graduar dentro do programa Red Bull, encontraria o mesmo ambiente onde esteve anteriormente, com a equipe totalmente voltada para Max Verstappen. Dono de uma personalidade forte, Gasly chegou a criticar abertamente Marko e sua forma pouco ortodoxa de tratar os jovens pilotos. Mas Gasly era um talento e a Red Bull o segurava enquanto podia, no entanto, um bom contrato com a Alpine fez com que Gasly alçasse seu primeiro voo fora da Red Bull e deixasse a sua amada Alpha Tauri com um belo problema. Como falado anteriormente, o programa de jovens pilotos da Red Bull está mais seco que penico de cego, não restando à Red Bull a opção de olhar para fora do seu programa para encontrar um companheiro para Tsunoda. Como Verstappen manda e desmanda dentro da Red Bull, o neerlandês indicou seu compatriota Nicky de Vries, campeão da F2 e da F-E. E sendo bem justo, De Vries é um baita piloto, como mostrou quando teve que entrar no lugar de Albon, às pressas, quando o tailandês teve uma crise de apendicite. De Vries se tornou um alvo para muitas equipes médias da F1, mas com a ajuda de Max, cavou um lugar dentro da Alpha Tauri, que terá um piloto de fora do programa e experiente (De Vries tem 28 anos) pela primeira vez desde Sebastien Bourdais.
O próprio De Vries já foi piloto de um programa da F1, no caso da McLaren. Depois que tudo por passou na carreira, muito provavelmente o neerlandês não esperava mais estar na F1, mas as circunstâncias colocaram De Vries na Alpha Tauri junto à Tsunoda, que mesmo mais jovem do que Nicky, tem mais experiência de F1 do que o estreante holandês, que por sua parte, tem vasta experiência em outras categorias, onde obteve sucesso. Assim como a matriz, a Alpha Tauri terá um período de espera, antes da Ford chegar em 2026, algo que poderá influenciar bastante a permanência de Tsunoda na equipe, porém, Marko e Franz Tost devem se perguntar antes de dispensar Yuki: Quem iremos colocar no lugar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário