Saído de uma aposentadoria compulsória por pressão da cúpula da Red Bull, Ricciardo sofreu um acidente aparentemente banal em Zandvoort que o tirou das pistas por causa de um pulso fraturado. Foram várias corridas de fora e vendo Liam Lawson o substituir com atuações sólidas na Alpha Tauri, principalmente para um piloto novato e jovem como o neozelandês. Ricciardo retornou em Austin e teve um desempenho sem brilho, mas uma semana depois no México o australiano voltou aos tempos em que era uma das estrelas da F1. Daniel levou seu Alpha Tauri a boas posições em todas as sessões livres e na classificação se manteve entre os dez primeiros com muita facilidade, transformando essa performance num excelente quarto lugar no grid. Ricciardo superava não apenas seu companheiro de equipe Tsunoda, como se colocava à frente de Pérez, o piloto que Daniel estaria substituindo muito em breve. Porém, a corrida no México seria longa e com muita gestão de pneus. Um desafio para um piloto que sofreu de uma decadência muito forte quando saiu da Red Bull em 2018, mas Ricciardo fez uma bela prova, se mantendo entre os primeiros o tempo inteiro, andando próximo de Mercedes e McLaren sem maiores sobressaltos, garantindo o melhor resultado da Alpha Tauri em 2023 com um sétimo lugar. Levando-se em conta os resultados de Pérez e Tsunoda na Cidade do México, Ricciardo pode estar se garantindo ainda mais na F1 em 2024. Daniel pode sonhar com um retorno a uma equipe grande na temporada vindoura, principalmente com exibições como a desse final de semana.
segunda-feira, 30 de outubro de 2023
Figurão(MEX): Sergio Pérez
O que eu vou dizer lá em casa, Pérez? Como diz o icônico narrador Silvio Luiz, o que Pérez dirá para o seu público que lotou o circuito Hermanos Rodríguez para torcer por ele nos três dias de evento para ver Checo se meter num incidente totalmente evitável na primeira curva da corrida e abandonar a prova que tanto se esperava de Sergio. Um acidente que mostra o destempero de um piloto extremamente pressionado por ter um dos melhores carros da história da F1 e não entregar o mínimo esperado por ele. Esse destempero ficou ainda mais claro com o choro de Pérez debaixo do capacete quando chegou aos boxes e percebeu que a sua esperada corrida caseira estava no fim. Sergio Pérez não desaprendeu e nem é o piloto ruim que todos o acusam nesse momento, mas é inegável que sua confiança foi minada por um ambiente totalmente à favor de Verstappen, que bate recordes com uma facilidade desconcertante, enquanto Pérez largava apenas em quinto em sua prova caseira. A tentativa de pular para primeiro (após executar a melhor largada do ano, diga-se) de Pérez foi totalmente desmedida e cobrou um preço alto para um piloto que se vê sem lugar na Red Bull, mesmo com contrato assinado.
domingo, 29 de outubro de 2023
O que eu vou dizer lá em casa, Pérez?
É inegável que a pressão em cima de Pérez cresce na medida em que os resultados esperados não estão sendo apresentados pelo mexicano. A situação ficou ainda mais crítica com o seu pretenso substituto Daniel Ricciardo está fazendo o seu melhor final de semana em anos no México e ter colocado a Alpha Tauri na frente de Pérez. Hoje, Checo Pérez é dos pilotos mais pressionados no grid. A largada no México é bem atípica, com a primeira curva bem distante da linha de largada, proporcionando muito vácuo para quem vem atrás da primeira fila. Era isso que a Ferrari apostava para tentar, pelo menos por alguns instantes, segurar Max Verstappen atrás deles. Contudo, Max efetuou uma largada de almanaque, imediatamente ultrapassando o segundo colocado Sainz e numa manobra dura, colocou por dentro de Leclerc usando um pequeno espaço. Com os pilotos indo mais para dentro, Pérez foi por fora e 'puxado' pelo vácuo dos carros à frente, deu um enorme pulo, se aproximando da primeira curva ao lado de Max e Leclerc. Eram três pilotos chegando juntos na primeira curva. Isso não poderia dar muito bom...
Kevin Magnussen tinha acabado de sair da pista na saída da última curva e logo depois o dinamarquês da Haas viu a suspensão esquerda do seu carro quebrar bem na sequência de curvas rápidas, fazendo com que Kevin batesse com bastante violência no muro. Magnussen saiu grogue do carro e a bandeira vermelha apareceu para consertar o soft-wall que tanto ajudara Kevin a só sair apenas atordoado após tamanha pancada. Verstappen tinha aproveitado que à princípio apenas o Safety-Car tinha aparecido e foi aos pits pela segunda vez, colocando pneus duros, que iria levar até o final. Max saiu na frente de Leclerc, quando a bandeira vermelha apareceu, fazendo com que os pilotos tivessem que largar parado alguns minutos depois. Uma relargada assim sempre é estressante, principalmente quem largava na frente e com alguns pilotos largando com pneus médios, mas Verstappen neutralizou qualquer chance de algo dar errado com outra ótima largada, abrindo imediatamente 2s sobre Leclerc e no final receberia a bandeirada com 16s de vantagem sobre o segundo colocado. Enquanto Pérez quase que se desculpava com a sua equipe, Verstappen batia mais alguns recordes em sua carreira. Foi a vitória de número dezesseis em 2023, fazendo com que esse ano seja a mais vitoriosa de um piloto na história da F1, mas Max ainda igualou-se à Alan Prost como o quarto maior vencedor de corridas da história, algo que será desempatado muito em breve.
sábado, 28 de outubro de 2023
Instabilidade
Dono de um dos menores circuitos do calendário, o lendário Circuito Hermanos Rodríguez não tem mais como característica o asfalto extremamente ondulado, mas a pista curta trouxe alguns problemas para os pilotos, inclusive com cenas de engarrafamento no final do pit-lane. A primeira vítima acabou sendo Lando Norris, que tinha feito um bom final de semana até ali, mas errou em suas duas tentativas no Q1 e ficou na última fila do grid. Fernando Alonso continuou o declínio da Aston Martin com outra desclassificação no Q2, onde o espanhol novamente rodou, repetindo o que já ocorrera nos treinos livres. Enquanto isso, Verstappen se mostrava o grande favorito ao liderar os três treinos livres e sempre se impor quando entrava na pista.
Porém, meio que do nada, a Ferrari surgiu extremamente forte no Q3 e colocou seus dois pilotos na primeira fila, superando Max por menos de um décimo. Correndo em casa, Pérez fez um papel mais digno nesse final de semana, mas ainda assim sai do seu circuito patrício com a pecha do fracasso, já que Daniel Ricciardo, para muitos o seu substituto na Red Bull em 2024, conseguindo sua melhor classificação com a Alpha Tauri e superando Checo, ficando numa ótima quarta posição. Destaque também para a Alfa Romeo ao colocar seus dois carros no Q3, enquanto a Mercedes, após liderar no Q2, ter ficado bem longe dos líderes no Q3. A longa reta dos boxes produz bastante vácuo e a corrida até a primeira curva no México é uma das mais aguardadas do ano, com muitos mudanças podendo acontecer. Sem contar que os pneus serão um fator chave amanhã. Justamente o ponto fraco da Ferrari. E o forte da Red Bull.
segunda-feira, 23 de outubro de 2023
Boa surpresa
Pietro estava correndo no WEC para se manter ativo, mas na Indy a situação é bem distinta, com um monoposto rápido e com reações bem diferentes do que estava acostumado tanto na realidade (WEC) como no virtual (F1). Pietro fez algumas corridas de oval em outros anos na Indy, então a adaptação do neto de Emerson não será tão problemática, já que Fittipaldi está bem acostumado aos circuitos mistos. O porém será interessante ver como a equipe Rahal se comportará no próximo ano. Em 2023 a equipe oscilou bastante, tendo desempenhos pífios nos ovais a ponto de Graham Rahal tenha sido bumpado nas 500 Milhas de Indianápolis, enquanto nos mistos, liderado pelo dinamarquês Christian Lundgaard, a Rahal venceu uma corrida e marcou poles. É esperado um ano mais linear, até pelo bem de Pietro Fittipaldi.
Um fato muito bom é que o Brasil não ficará restrito as 500 Milhas de Indianápolis com o semi-aposentado Helio Castroneves, com Pietro correndo em todas as provas e se mostrar serviço, poderá usar o seu sobrenome famoso para se consolidar na Indy, uma das categorias mais populares no Brasil.
Figura(EUA): Max Verstappen
Novamente o neerlandês mostrou toda a sua magia, mas junto à isso, Max mostrou sua maturidade nesse domingo em Austin. Após vencer com autoridade a Sprint Race, era esperado que Verstappen dominasse também na corrida principal, mesmo o piloto da Red Bull largando em sexto por ter sua volta anulada no Q3. Porém, Max teve problemas de freios desde o início da prova e por isso não pôde imprimir o ritmo esperado. Verstappen tinha planejado junto à sua equipe desde o apagar das luzes vermelhas que ele iria para uma tática de duas paradas, o que era bem nítido devido ao calor nesse domingo no Texas. Contudo, o ritmo abaixo de Verstappen confundiu os táticos das outras equipes, que imaginaram que Verstappen pararia apenas uma vez, mexendo nas estratégias dos seus pilotos, ora diminuindo o ritmo, ora aumentando. Verstappen se manteve no seu plano e mesmo com os problemas nos freios lhe atrapalhando, Max teve a frieza necessária para assumir a ponta e ainda segurar uma Lewis Hamilton bem mais rápido nas voltas finais. Por sinal, Max teve a frieza para se manter atrás do retardatário Zhou na última volta para usar o DRS na reta oposta e terminar qualquer chance de Hamilton. Um truque de mestre para quem completou cinquenta vitórias e muito bem breve, deverá se colocar no pódio dos maiores vencedores da história da F1.
Figurão(EUA): George Russell
Com o intuito de mudar algumas vezes e nem sempre termos os mesmo personagens nessa parte da coluna, variar um pouco faz bem e não colocaremos Sérgio Pérez aqui, até mesmo pela ajuda inesperada que ele teve da FIA na desclassificação de Lewis Hamilton na corrida principal, mas o companheiro de equipe do inglês também fez por merecer estar por aqui. George Russell nem de longe faz uma temporada tão forte como a do ano passado, ficando bem longe de Hamilton na maior parte do tempo, mas em Austin essa diferença foi ainda maior, com George tendo um final de semana bem opaco e cheio de punições por track limits e na Sprint Race, por fazer uma clara ultrapassagem por fora da pista. Enquanto Hamilton subiu ao pódio no sábado e no domingo (depois Lewis seria desclassificado), Russell teve duas corridas bem abaixo, sendo ultrapassado pelo compatriota Lando Norris, na ascendente McLaren no Mundial de Piloto, acabando por aparecer apenas em sétimo no campeonato. Para quem se esperava andar forte e no ritmo de Hamilton, Russell está devendo e em Austin, o devedor foi ainda maior.
domingo, 22 de outubro de 2023
Uma festa cinquentenária
sábado, 21 de outubro de 2023
Tudo com dantes
O dia reservado à Sprint foi bem standard, com praticamente nada acontecendo fora do normal. Se perdeu a pole na sexta por causa dos famigerados track limits, Max não deu chance ao azar no sábado e garantiu a posição de honra para a Sprint, no entanto, mais uma vez Charles Leclerc ficou bastante próximo do representante da Red Bull. Charles poderia ter alguma chance de vitória? Bem, Max afastou por completo qualquer chance ao ferrarista com uma das largadas mais diagonais dos últimos tempos, espremendo Leclerc no limite da pista. Leclerc não quis muita briga e cedeu espaço, o que ocasionou a reação de Hamilton, que pulou para segundo. Com uma Mercedes em evolução e tendo um caso de amor com a bela pista texana, Lewis chegou a ficar meio segundo de Max, mas nada que Verstappen pudesse remediar e despachou o inglês rumo a uma vitória tranquila, numa prova sonolenta em Austin.
Largando com pneus macios, Carlos Sainz proporcionou os melhores momentos da corrida quando foi atacado por Norris, Pérez e Russell, segurando o inglês da Mercedes até o fim, mesmo George tendo sendo punido por ultrapassar Piastri mais por fora do que o regulamentado. A fome da Ferrari por borracha praticamente deixa o pole Leclerc sem chances para amanhã. A Mercedes pode tratar melhor a borracha da Pirelli, mas Verstappen tem um ritmo bem acima e mesmo saindo da terceira fila, deverá passar todos de passagem rumo a mais uma vitória.
domingo, 15 de outubro de 2023
Dia histórico
Em 2022, um jovem paulistano de 18 anos estreava na Moto3 com altas expectativas depois de boas corridas no concorrido certame espanhol. Diogo Moreira começou no Motocross no Brasil, mas se mudou para o asfalto e ainda adolescente foi para a Espanha, a atual meca do motociclismo mundial. Moreira estrearia por uma equipe nova, o que seria uma dificuldade a mais, contudo, o brasileiro fez boas corridas em sua temporada de estreia, perdendo por muito pouco o título de novato do ano. Apesar de muitas equipes fortes de olho em Diogo, de forma surpreendente ele resolveu ficar na mesma equipe e após um início de 2023 bem forte, onde chegou a brigar pela liderança do campeonato, Moreira não manteve o ritmo. Apesar da ambição da MT Helmets MSI, que já garantiu um lugar na Moto2 sonhando com a MotoGP, muitas especulavam um pequeno erro de cálculo na carreira de Moreira e a surpresa foi ainda maior com a notícia da subida de Diogo para a Moto2 em 2024, pela equipe Intaltrans, que já venceu um título, mas não vem numa boa fase. Precipitado?
Ainda não se pode falar em 2024 e se a decisão de Diogo Moreira foi acertada, mas na etapa da Indonésia do Mundial, Diogo Moreira fez história nesse domingo ao vencer a corrida da Moto3, quebrando o longo jejum brasileiro no Mundial, algo bastante comemorado pela própria MotoGP, sabedora do tamanho do mercado brasileiro. No dia em que Jorge Martin, que acabara de tomar a liderança da MotoGP, caiu sozinho e somado a espetacular vitória de Bagnaia tomou um banho de água fria, o Brasil comemora a primeira vitória de Diogo Moreira. Que seja a primeira de muitas!
quinta-feira, 12 de outubro de 2023
Fim de uma era
Contudo, esse mesmo braço que Márquez tanto tirou a diferença acabou quebrado num sórdido acidente em Jerez na abertura da temporada 2020. No desespero para ter Márquez o mais rápido possível, a Honda copatrocinou (junto com Marc, verdade seja dita) um retorno irresponsável que acabou por quase terminar a carreira de Márquez de forma prematura. Enquanto isso, as montadoras europeias foram trabalhando em formas de chegar ao nível de Honda e Yamaha, as eternas campeãs do Mundial desde a década de 1970. A Ducati trouxe a aerodinâmica para a MotoGP, ao mesmo tempo em que pensava fora da caixinha e trazia novos equipamentos eletrônicos que faziam a diferença, enquanto as demais montadoras corriam atrás. Reconhecida pela ótimo motor, a Ducati foi também se caracterizando por dominar o que havia de mais moderno em termos de motos de corrida, enquanto a Honda esperava o retorno de Márquez o mais em forma possível.
Isso só aconteceu nesse ano, após quatro cirurgias no braço direito de Márquez. A Honda pensava que ter o melhor piloto em sua moto resolveria todos os seus problemas, mas a Ducati, atual campeã da MotoGP, mostrou que as coisas mudaram. Sem Márquez para testar e desenvolver as motos, a Honda parecia não confiar plenamente nos demais pilotos, deixando a moto muito instável e o resultado foi que vários pilotos da marca da asa dourada sofreram acidentes graves. Márquez ainda mantém sua mentalidade vencedora, mas com uma moto nitidamente inferior, se forçasse mais um pouco, poderia resultar numa queda a ponto de Marc passar quase um ano sem terminar uma corrida completa (sem contar Sprint). Já tendo trinta anos de idade, Marc Márquez percebeu que a Repsol Honda está tão atrasada frente à Ducati, que simplesmente ele não poderia ser mais campeão pela montadora que apostou nele dez anos atrás lhe oferecendo competitividade infinita, mas que foi perdida. Com o mercado de pilotos pouco promissor, com boa parte dos pilotos de fábrica tendo seus contratos encerrados no final de 2024, Márquez começou a olhar para os times satélites.
A equipe Gresini revelou Bastianini em 2022, contava com Alex Márquez e, principalmente, tinha a Ducati. Marc Márquez ainda tinha contrato com a Honda até o final de 2024, mas preferiu jogar tudo para o alto após o primeiro teste com a Honda versão 2024 e mesmo indo para a menor das equipes satélites da Ducati, Marc preferiu isso a ficar mais um ano morgando na Honda.
Uma decisão que parecia impensável alguns anos atrás, mas estamos vendo o melhor piloto do pelotão sair da equipe de fábrica da maior montadora de motos do mundo para ir para uma pequena equipe satélite. Márquez quer uma Ducati e correu para ela, com o plus de ainda estar correndo ao lado do irmão mais novo. A outrora poderosa Honda lamberá suas feridas e tentará revolucionar sua moto? Do jeito que está, simplesmente a Honda não tem maiores benefícios a oferecer aos principais pilotos disponíveis, fazendo com que a Honda sofra ainda mais em 2024 e nos anos seguintes.
Já Márquez esperar retornar aos bons tempos andando numa moto comprovadamente boa, mesmo numa estrutura menor. Com um ano de contrato, Marc ainda tem fome de querer ir para uma equipe de fábrica, até mesmo para a própria Ducati num futuro próximo. Vamos aguardar se Marc se adaptará a nova moto e mostrará novamente toda a sua magia.
segunda-feira, 9 de outubro de 2023
Figura(CAT): Oscar Piastri
Bem no final de semana em que Max Verstappen conquistou seu merecido e esperado tricampeonato, outro piloto roubou a cena. Oscar Piastri foi disputado quase que à tapa por McLaren e Alpine. Mesmo com vários pilotos à disposição, a McLaren resolveu aposta tudo no jovem australiano e está se provando ser um grande acerto. Nesse momento de crescimento da McLaren, Piastri consegue andar próximo de Lando Norris e no final de semana catari, Piastri conseguiu não apenas superar Norris, muito pelos erros do inglês, como mostrou enorme maturidade em momentos cruciais do difícil final de semana em Losail. Na Sprint Race, Piastri, saindo da pole, teve paciência em esperar os pneus macios de Russell, que o ultrapassara voltas antes, se desgastarem e atacar de volta o inglês da Mercedes, reassumindo a liderança. Mesmo quando Max Verstappen assumiu a segunda posição, Piastri se mostrou impávido, aumentando o ritmo para receber a bandeirada em primeiro, vencendo sua primeira corrida na F1, mesmo que a Sprint não seja válida para as estatísticas. No domingo, largando em sexto, Piastri capitalizou o erro de Hamilton na primeira curva para subir para segundo com a confusão à frente. Numa corrida complicada pelos pneus e pelo forte calor, Piastri fez outra corrida madura e mesmo quando Norris tentou algo nas voltas finais, o australiano respondeu prontamente. Com mais um pódio com o segundo lugar, Piastri se mostrou que a aposta da McLaren está se tornando bem válida.
Figurão(CAT): Lance Stroll
Novamente a briga foi feia para estar nessa parte da coluna. Sergio Pérez fez um esforço enorme para estar aqui, com outro final de semana esdrúxulo e ruim, tanto que novamente brotaram dúvidas novamente se o mexicano irá ficar na Red Bull em 2024, mesmo com o contrato assinado. Porém, Lance Stroll se prontificou no Japão e no Catar ele entrará nessa parte da coluna, com um final de semana que reflete muito bem tanto a fraca pilotagem do canadense, assim como sua personalidade. Já se fala no paddock da F1 que Lawrence Stroll estaria negociando a venda da equipe Aston Martin, pois a razão de viver do time, que é transformar Lance Stroll num campeão mundial de F1, não deverá se realizar, muito pela limitação do jovem. Se com Vettel e suas abelhas Lance ainda conseguiu acompanhar, com Fernando Alonso a situação de Stroll ficou quase que insustentável a ponto de atrapalhar a equipe no Mundial de Construtores, onde a Aston Martin caiu da segunda posição para a quarta, com a ascendente McLaren logo atrás. E o motivo era bem claro. O time verde só pontua de verdade com Alonso, que vai levando a equipe nas costas. Lance Stroll é não apenas limitado, como mostrou nesse final de semana que não quer muito reverter essa situação. Na sua quarta desclassificação no Q1, Stroll foi flagrado empurrando seu coach, segundos após jogar o volante longe. Na entrevista no chamado cercadinho, Stroll deu um show de falta de educação e grosseria, com respostas ríspidas, mas ao contrário de Raikkonen, sem a menor graça. O final de semana de Stroll foi a mediocridade de sempre, onde o canadense mais uma vez ficou fora dos pontos e a Aston Martin vê com preocupação não a falta de motivação de Lance, mas a desmotivação de Lawrence, o que pode definir não apenas os rumos da carreira de Lance, como de toda a equipe.
domingo, 8 de outubro de 2023
Calmaria no caos
A largada foi o ponto que gerou mais discussão. Saindo com pneus macios, Hamilton largou melhor do que Max e Russell, que estavam logo à sua frente. Após um chega pra lá de George, Lewis mergulhou por fora numa manobra bastante otimista, gerando um toque entre os dois pilotos da Mercedes, causando o abandono de Hamilton, enquanto Russell caiu para último por causa de um pneu furado. Houveram reclamações via rádio de ambas as partes, mas Hamilton, para tristeza dos que amam uma treta, viu as imagens e rapidamente assumiu a culpa pelo incidente, pedindo desculpas à equipe e a Russell. Pela segunda corrida consecutiva, a dupla da Mercedes se viu envolvida em incidentes, fazendo com que Toto Wolff, que se recupera de uma cirurgia no joelho, tenha bastante trabalho para apaziguar seus pilotos, mesmo com as desculpas de Lewis. Apesar de tudo isso acontecendo praticamente do seu lado, Verstappen saiu ileso para receber a bandeirada com tranquilidade 57 voltas depois, mas não se pode chamar de uma corrida tranquila. A corrida no Catar, mesmo realizada à noite, transformou a vida dos pilotos num inferno e pela primeira vez em muito tempo, um piloto abandonou por cansaço, no caso, Logan Sargeant. Max Verstappen saiu de sua Red Bull claramente cansado e suando em bicas. Ao seu lado, a jovem dupla da McLaren também se esparramava pelo chão de tão cansados. Tendo suas voltas canceladas na classificação para a corrida. Piastri e Norris largavam em sexto e décimo respectivamente, mas a batida entre as Mercedes abriu um clarão para Piastri, que pulou para segundo quase que imediatamente. Norris ganhou três posições e na enorme sequência de paradas, subiu para terceiro e insinuou um ataque para cima do seu companheiro de equipe nas voltas finais, logo terminado pela McLaren. O time laranja foi de longe o que mais evoluiu em 2023 e a McLaren já se anima pelo quarto lugar no Mundial de Construtores. No Catar, a McLaren foi nitidamente a segunda força da F1 e após mais de dez anos, a McLaren conseguiu dois pódios duplos de forma consecutiva.
No entanto, Lando Norris parece incomodado pelo sucesso de Piastri, que vem caindo nas graças da McLaren e da F1. O novato australiano vem fazendo um ótimo trabalho e vem tomando espaço de Norris, que pareceu bem frustrado por ver Piastri, que chegou esse ano na F1, já vencendo uma corrida (OK, uma Sprint que não conta nas estatísticas) e nesse domingo, foi superado mais uma vez. Porém, se a McLaren marca pontos com seus dois pilotos de foram quase igualitária, na Red Bull a situação fica cada vez mais constrangedora para Pérez. Tendo o carro destruído pela presepada de Ocon na Sprint, Checo largou dos pits, iniciando uma corrida horrorosa do mexicano, onde foi punido nada menos do que três vezes e por muito pouco ficou na zona de pontuação, apenas 1s na frente de Stroll. Ajudado pelo abandono de Hamilton, Pérez permanece na vice-liderança do campeonato, mas as exibições esdrúxulas de Pérez vão se acumulando. Mesmo com contrato assinado para 2024, Pérez deve colocar suas barbas de molho, ainda mais com Liam Lawson fazendo um bom trabalho. Com exceção de hoje...
Russell fechou em quarto, provando que poderia ter feito uma boa prova e ameaçado a dupla da McLaren se não fosse a diarreia mental de Hamilton na primeira curva da prova. A Ferrari teve um abandono ainda antes da largada, quando foi encontrado um vazamento no tanque de combustível de Sainz e o abandono nem largou. Com uma pista com tantos desafios de desgaste de pneus, não foi surpresa ver Leclerc fazer uma corrida discreta rumo ao quinto lugar. Alonso e Leclerc foram prejudicados pelo incidente 'mercediano' na primeira curva e o espanhol ainda saiu da pista, fazendo brigar mais fortemente com a dupla da Alpine, mas Fernando acabou se sobressaindo ao marcar bons pontos com um sexto lugar, diminuindo a diferença para Hamilton. Gasly foi um dos que sofreram com problemas com os polêmicos track limits e saiu da zona de pontuação, o mesmo não acontecendo com Ocon, que foi sétimo, logo à frente da dupla da Alfa Romeo. Com mais pneus novos guardados, Bottas e Zhou fizeram uma ótima corrida e marcaram bons pontos para o time italiano.
Mesmo com tantos problemas no Catar, como o desgaste exagerado dos pneus, zebras piramidais e um calor absurdo, a F1 não viu uma corrida caótica. Com tantas estratégias diferente, as ultrapassagens que ocorreram foi mais por causa da diferença de pneus entre os pilotos. Max Verstappen se manteve impávido na ponta, liderando a corrida com facilidade. Como sempre em 2023.
sábado, 7 de outubro de 2023
É tri!
A corrida curta no Catar já começou com problemas antes mesmo de amanhecer no Oriente Médio. A Pirelli, que está prestes a renovar com a F1, identificou problemas nos pneus após o treino livre na sexta, com potencial de termos cenas desagradáveis, como em Indianápolis em 2005 ou Silverstone em 2013. Medidos foram tomadas, inclusive um treino extra para que os pilotos pudessem se acostumar com novos track limits, que vem enchendo o saco não apenas dos pilotos, mas de todos os fãs da categoria. Na classificação para a Sprint, foi outro show de track limits e quem se deu bem foi a McLaren, com sua dupla na primeira fila, algo que não acontecia a mais de dez anos. Norris errou em sua volta derradeira e Piastri não perdeu a calma para vencer o companheiro de equipe e ficar numa situação privilegiada na largada, onde saiu do lado limpo. Saindo de terceiro, Verstappen também largou mal e quem estava com pneus macios se deu bem largada, com Russell pulando para segundo, trazendo consigo o duo da Ferrari.
Numa prova tão curta, não faltaram incidentes e o Safety-Car apareceu três vezes na corrida. Nas duas primeiras, os novatos Lawson e Sargeant largaram seus carros nas extensas áreas de escape com rodadas solo, sendo que para o americano, isso pode significar mais um passo rumo à fila do desemprego em 2024, com Drugovich de olho, que também assiste Stroll derreter dentro da equipe do próprio pai. Porém, foi a terceira entrada do SC que definiu a fatura de Verstappen, andando apenas em quinto naquele momento. Pérez também não largou bem, mas com os pneus médios, o mexicano vinha crescendo na medida em que a turma dos pneus macios iam perdendo rendimento. Pérez foi bem conservador na briga entre Hulkenberg e Ocon, mas o francês errou feio e bateu em Hulk, levando consigo Pérez, que ficou na área de escape com seu carro pegando fogo. Mesmo sem culpa, essa manobra resume bem um ano muito abaixo de Pérez, que viu Hamilton marcar bons pontos e diminuir sua vantagem no Mundial de Pilotos. Com o abandono de Pérez, Max Verstappen era de fato o campeão de 2023 da F1.
Max ultrapassou a dupla da Ferrari e Russell, mas com Piastri andando muito bem, não teve condição para chegar no australiano, que fez uma prova sublime. Oscar chegou a perder a ponta para Russell, mas com o inglês calçado de pneus macios, George perdeu rendimento a ponto de pedir uma parada para a Mercedes. Piastri ultrapassou Russell com facilidade e quando teve Verstappen em segundo, mesmo Max marcando voltas mais rápidas, Piastri exerceu um ritmo parecido e venceu uma corrida de F1 pela primeira vez. Mesmo que a Sprint não conte...
Max Verstappen fez uma prova cerebral numa noite atípica em Losail, com a pista muito escorregadia e suja da areia do deserto. O neerlandês fez o seu melhor, ultrapassando quatro carros após uma má largada e mesmo com infortúnio de Pérez, Max seria campeão de qualquer forma. Uma vitória na história, onde Verstappen se igual à gênios como Brabham, Stewart, Lauda, Piquet e Senna. Max está na mesa com muitos desses.
segunda-feira, 2 de outubro de 2023
Que pena...
domingo, 1 de outubro de 2023
História: 45 anos do Grande Prêmio Estados Unidos Leste 1978
Grid:
1) Andretti (Lotus) - 1:38.114
2) Reutemann (Ferrari) - 1:39.179
3) Jones (Williams) - 1:39.742
4) Villeneuve (Ferrari) - 1:39.820
5) Lauda (Brabham) - 1:39.892
6) Hunt (McLaren) - 1:39.991
7) Watson (Brabham) - 1:40.000
8) Jarier (Lotus) - 1:40.034
9) Jabouille (Renault) - 1:40.136
10) Laffite (Ligier) - 1:40.228
Chegada:
1) Reutemann
2) Jones
3) Scheckter
4) Jabouille
5) Fittipaldi
6) Tambay
Entregando a rapadura
Em Motegi Jorge Martin esteve simplesmente imparável. Venceu de forma dominante na Sprint no sábado e na tensa corrida desse domingo, quando a chuva deu às caras com força, o espanhol soube usar a cabeça para se manter na ponta e vencer pela terceira vez no ano. Bagnaia largou em segundo, teve problemas em sua moto reserva, quando trocou no momento da chuva, mas ainda beliscou um segundo lugar, bem atrás de Martin. O problema é que essa diferença não se refere no campeonato. De um título quase ganho, a turbulência de Bagnaia e a fase esplendorosa de Martin transformaram um título decidido num certame eletrizante, com apenas três pontos separando o italiano do Jorge. Com Marco Bezzecchi perdendo terreno no Japão, após uma vitória com autoridade na Índia, a disputa parece mesmo restrita aos dois pilotos da Ducati.
Jorge Martin vive a expectativa de ser o franco atirador, o piloto de equipe satélite que em teoria não teria condições de enfrentar os pilotos da equipe de fábrica, porém, não dá para negar o talento e a ótima fase do espanhol nesse momento. Bagnaia já esteve em situações de alto estresse, como no ano passado, quando chegou a ficar mais de noventa pontos atrás de Quartararo antes de virar o campeonato rumo ao título. Ter deixado Martin se aproximar dessa maneira, após ter dominado boa parte do campeonato, deixou Bagnaia numa situação crítica dentro da Ducati. O que pode jogar a favor de Pecco é a política. Mesmo sendo uma Ducati, a Pramac não é a equipe de fábrica e isso pode ser um fator desabonador para Martin. Nesse momento, isso parece ser o que resta para Bagnaia nessa reta final de campeonato.