A corrida curta no Catar já começou com problemas antes mesmo de amanhecer no Oriente Médio. A Pirelli, que está prestes a renovar com a F1, identificou problemas nos pneus após o treino livre na sexta, com potencial de termos cenas desagradáveis, como em Indianápolis em 2005 ou Silverstone em 2013. Medidos foram tomadas, inclusive um treino extra para que os pilotos pudessem se acostumar com novos track limits, que vem enchendo o saco não apenas dos pilotos, mas de todos os fãs da categoria. Na classificação para a Sprint, foi outro show de track limits e quem se deu bem foi a McLaren, com sua dupla na primeira fila, algo que não acontecia a mais de dez anos. Norris errou em sua volta derradeira e Piastri não perdeu a calma para vencer o companheiro de equipe e ficar numa situação privilegiada na largada, onde saiu do lado limpo. Saindo de terceiro, Verstappen também largou mal e quem estava com pneus macios se deu bem largada, com Russell pulando para segundo, trazendo consigo o duo da Ferrari.
Numa prova tão curta, não faltaram incidentes e o Safety-Car apareceu três vezes na corrida. Nas duas primeiras, os novatos Lawson e Sargeant largaram seus carros nas extensas áreas de escape com rodadas solo, sendo que para o americano, isso pode significar mais um passo rumo à fila do desemprego em 2024, com Drugovich de olho, que também assiste Stroll derreter dentro da equipe do próprio pai. Porém, foi a terceira entrada do SC que definiu a fatura de Verstappen, andando apenas em quinto naquele momento. Pérez também não largou bem, mas com os pneus médios, o mexicano vinha crescendo na medida em que a turma dos pneus macios iam perdendo rendimento. Pérez foi bem conservador na briga entre Hulkenberg e Ocon, mas o francês errou feio e bateu em Hulk, levando consigo Pérez, que ficou na área de escape com seu carro pegando fogo. Mesmo sem culpa, essa manobra resume bem um ano muito abaixo de Pérez, que viu Hamilton marcar bons pontos e diminuir sua vantagem no Mundial de Pilotos. Com o abandono de Pérez, Max Verstappen era de fato o campeão de 2023 da F1.
Max ultrapassou a dupla da Ferrari e Russell, mas com Piastri andando muito bem, não teve condição para chegar no australiano, que fez uma prova sublime. Oscar chegou a perder a ponta para Russell, mas com o inglês calçado de pneus macios, George perdeu rendimento a ponto de pedir uma parada para a Mercedes. Piastri ultrapassou Russell com facilidade e quando teve Verstappen em segundo, mesmo Max marcando voltas mais rápidas, Piastri exerceu um ritmo parecido e venceu uma corrida de F1 pela primeira vez. Mesmo que a Sprint não conte...
Max Verstappen fez uma prova cerebral numa noite atípica em Losail, com a pista muito escorregadia e suja da areia do deserto. O neerlandês fez o seu melhor, ultrapassando quatro carros após uma má largada e mesmo com infortúnio de Pérez, Max seria campeão de qualquer forma. Uma vitória na história, onde Verstappen se igual à gênios como Brabham, Stewart, Lauda, Piquet e Senna. Max está na mesa com muitos desses.
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