quinta-feira, 31 de maio de 2007

Espanha x Inglaterra

Após o Grande Prêmio de Mônaco, a imprensa inglesa ficou uma arara com Ron Dennis por uma suposta ordem de equipe que teria prejudicado Lewis Hamilton. O novo queridinho da Inglaterra estava com o carro bem mais pesado do que Alonso e pararia apenas uma vez, ante a estratégia de duas visitas aos boxes do atual bicampeão mundial. Como Hamilton estava próximo de Alonso, o inglês tinha a sua primeira vitória nas mãos, mas Ron entrou no rádio e mudou a estratégia do seu pupilo e acabou com a festa britânica. Todos os jornais ingleses da segunda-feira reclamaram bastante da atitude mclariana e colocaram Ron Dennis na cruz. Só se esqueceram de que se não fosse Mr. Dennis, Hamilton talvez nem estivesse na F1 agora...

Vendo a vitória do seu heroí nacional sendo maculada no principal palco da F1, a armada espanhola resolveu contra-atacar. O jornal "Ás", principal veículo de imprensa esportivo espanhol, disse que não apenas Hamilton desespeitou uma ordem de Ron Dennis durante a corrida do último domingo, como também teria estragado a corrida de Alonso. Mas a corrida do Canadá, daqui a 10 dias! A McLaren teria combinado com seus pilotos para que economizassem o motor, uma nova versão da Mercedes. O Ás disse que Hamilton jogou a decisão da McLaren às favas e foi com tudo para cima de Alonso, com o novo (e frágil) motor a toda potência. Alonso se viu ameaçado e também teve que usar toda a potência do seu novo V8. Resultado? O "Ás" disse que os motores não estão nas melhores da condições e Hamilton foi acusado pela Mercedes de desobedecer ordens de equipe...

A imprensa inglesa não demorou a se vingar. Hoje, com montagem e tudo, saiu um boato de jornais ingleses de que Hamilton estaria descontente na McLaren e que iria para a Ferrari. Motivo: baixo salário e subjugação espanhola orquestrada por Ron Dennis.

Resumo da ópera: uma grande guerra de palavras sem sentido, que pode prejudicar o ambiente da McLaren e derrubar os protagonistas desta história, principalmente Hamilton, que se dentro do olho do furacão ufanista da mídia inglesa, que quer porque quer ver um súdito da rainha como campeão. E sabe o que acho nesta história toda? Quando Hamilton soube que teria sua estratégia mudada, resolveu andar muito para mostrar a McLaren que ele era o vencedor moral da corrida. Alonso quis dar a resposta e os dois começaram a se arriscar demais, colocando uma fácil dobradinha em risco. Então a McLaren, de forma inteligente, pediu aos dois calma e que chegassem naquela ordem ao fim da corrida. Só isso! Não precisava de tanto alvoroço assim..

terça-feira, 29 de maio de 2007

Figura(Mon): McLaren

Parece que a McLaren resolveu homenagear os vinte anos da primeira vitória de Ayrton Senna e dominou a corrida em Mônaco da mesma maneira que o brasileiro fazia nos tempos áureos da parceria entre a equipe inglesa e o brasileiro. Estava claro que o menor entre-eixos da McLaren seria uma vantagem no travado circuito de rua monagasco, mas a maneira como a McLaren dominou chegou as raias da humilhação!

Alonso e Hamilton lideraram todos os treinos livres da sexta-feira e só mesmo a chuva poderia atrapalhar a equipe prateada. E como só choveu no treino livre de sábado, a McLaren continuou dominando a seu bel-prazer na Classificação, com Alonso na frente de Hamilton por muito pouco. Com a dobradinha no grid garantida, Ron Dennis só se preocupou com a primeira curva e Hamilton fez o favor de fechar Massa enquando Alonso contornava tranquilamente a Saint-Devote. A partir daí, Alonso e Hamilton deram um tchauzinho para Massa e andaram em média 1s mais rápido do que o brasileiro, só tendo o trabalho de ultrapassar retardatários, realizar seus pit-stops e não errarem. Mesmo com a polêmica da troca de estratégia de Hamilton para favorecer Alonso, o domínio da McLaren foi evidente e o único carro na mesma volta era a Ferrari de Massa. E mesmo assim, com mais de um minuto de desvantagem!

Nem nos melhores sonhos de Ron Dennis e sua trupe, eles poderiam imaginar ter seus dois pilotos empatados na ponta do campeonato e com vinte pontos de vantagem no Mundial de Construtores antes da metade do campeonato. Agora só resta saber se esse massacre visto em Mônaco é apenas passageiro ou será algo rotineiro daqui para frente.

Figurão(Mon): Kimi Raikkonen

Foi preciso três corridas de aparente normalidade para que o velho Kimi Raikkonen voltasse à cena. Contratado para substituir Michael Schumacher, Kimi tinha tudo para transformar os ótimos resultados jogados fora na McLaren em um esperado título na Ferrari, mas após um excelente início de temporada, as coisas começaram a dar errado para o etílico finlandês. Em Barcelona, Kimi teve seu momento "McLaren/05" quando o fio do alternador se soltou e acabou com sua corrida e se distanciando dos ponteiros do campeonato. Em Monte Carlo, uma pista que publicamente gosta e até já venceu, Kimi tinha a chance de dar a volta por cima. Que desilusão!

Nos treinos livres estava dominando Felipe Massa com larga vantagem e pela primeira vez no ano tinha chance de derrotar seu companheiro de equipe em condições iguais, mesmo com a McLaren disparada lá na frente. Na Classificação, o começo do fim. Durante a segunda parte da Classificação Kimi bateu no guard-rail no segundo esse da piscina e enquanto se arrastava para os boxes com a suspensão quebrada, imitou seu antecessor ao estacionar seu carro na saída da Rascasse e atrapalhar... Felipe Massa! Por muito pouco Kimi provocava um acidente bisonho e tiraria de sua equipe as já parcas condições de vencer. Largando em décimo sexto, Raikkonen ficou a maior parte da corrida empacado atrás da sofrível Honda do ainda mais sofrível Jenson Button. E mesmo com uma Ferrari em mão não colocou de lado uma única vez! Esperou placidamente a sua única parada e quando saiu dos boxes, ficou atrás da Williams de Alex Wurz. E novamente se acomodou atrás do austríaco e levou seu carro a um péssimo oitavo lugar.

Agora com quinze pontos atrás dos líderes, o esperado título mundial de Kimi já deve ser um projeto para o ano que vem, mas o maior problema não é esse. Massa já está dez pontos na frente de Raikkonen e com a falta de gana que o finlandês vem demonstrando, não será nada difícil para a Ferrari colocar Raikkonen como segundo piloto.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Ganhei meu dia!

Faço esse blog com muito carinho, mas também na base da raça, pois muitas vezes meu tempo é um pouco corrido. Mesmo não estando trabalhando, tô estudando para um futuro melhor para mim. Comecei a dar meus pitacos no www.gptotal.com.br , no espaço que esse site sempre dá para seus leitores. Para quem não conhece (acho difícil alguém que goste de automobilismo não conhecer o site, mas tem sempre alguém novo por aí), o GPTotal fala de F1 de um modo diferente, não se baseando em notícias, mas sim em história e crônicas. Eduardo Côrrea e Luiz Alberto Pandini, de quem espero poder chamar de amigos, são meus gurus dentro do automobilismo e é em dedicação a eles e as pessoas que vem visitar meu blog que tento fazer o meu melhor para escrever sobre o que nós amamos: o automobilismo. Mesmo sem ter muito tempo, fui ver alguns comentários que o pessoal havia deixado e vi que o Panda tinha comentado aqui no meu blog e para minha surpresa o meu espaço estava lá no blog dele!

http://www.pandinigp.blogspot.com/

Mesmo com a desilusão de sábado, quando fiquei espremido entre as 19000 pessoas que viram o Ceará ser humilhado dentro de casa, isso foi a melhor notícia que eu poderia receber nesses dias. Junto com gente como Franklin Martins, Flávio Gomes e entre outras feras, o meu nome estava lá. Me sinto orgulhoso e gostaria de agradecer do fundo do meu coração ao Panda. Agora, é continuar escrevendo e achar tempo para falar mais e mais sobre corridas!

A chuva veio no local errado




Na sexta-feira escrevi sobre os aspectos que unem e ao mesmo tempo separam Mônaco de Indianápolis. Após assistir as duas corridas, me lembrei de outra: a chuva. Enquanto que no principado a chuva é bem-vinda, pois transforma uma provável procissão à alta velocidade em uma loteria sobre muita chuva, em Indiana a chuva simplesmente acaba a corrida! No sábado, a metereologia indicava chuva em Monte Carlo e sol em Indianápolis. Ocorreu o contrário...

Se em Mônaco a procissão realmente ocorreu debaixo de um sol de rachar e das ordens de equipe "by Ron Dennis", em Indianápolis a chuva foi protagonista mais uma vez em quase cem anos de corrida. A chuva apareceu primeiro quando a largada foi atrasada em uma hora para o secamento total da pista. Quando Mary Hulman pronunciou as palavras mais famosas do automobilismo (Senhoras e senhores, liguem seus motores!), o motor do pole Hélio Castroneves simplesmente não ligou. O vencedor de 2001 e 2002 parece ter usado toda sua sorte nas suas conquistas, pois desde então tudo aconteceu com Helinho em Indianápolis.

Depois de quase repetir o papelão de Roberto Guerrero quinze anos atrás, Castroneves conseguiu largar na pole e então passou a disputar a liderança de forma feroz com o segundo colocado do grid Tony Kanaan. Os dois brazucas deram show na Brickyard, seguidos de perto por Sam Hornish Jr., o perigoso vencedor das 500 Milhas do ano passado. A primeira bandeira amarela causada por um acidente acabou com o passeio de Roberto Moreno por Indianápolis nesses últimos quinze dias. Moreno bateu de leve, mas acabou sendo levado para o hospital com dores nas costas, terminando mais uma de suas várias aventuras pelo automobilismo mundial.

Já nesse altura da corrida os carros da Andretti-Green mostravam estar muito bem acertados e Tony Kanaan já não tinha mais Hélio Castroneves no seu encalço, pois a Penske teve um problema na mangueira de reabastecimento e o brasileiro ficou literalmente na mão. A equipe Ganassi não tinha um desempenho excelente das corridas anteriores e Hornish fazia uma corrida mais de espera. Dos cinco pilotos da Andretti-Green, o piloto que menos se destacava era Dario Franchitti, ficando atrás até mesmo da Danica Patrick, que a TV constantemente mostrava brigando pela décima posição...

O tempo carrancudo de Indianápolis não dava trégua e um radar que o Luciano do Valle falava direto mostrava que uma chuva forte se aproximava rapidamente do autódromo. Se fossem completadas 101 das 200 voltas programadas, a corrida seria encerrada e sabendo disso, pilotos e equipes começaram a se preocupar com esse novo limite. Faltando poucas voltas para a volta 101, uma bandeira amarela apareceu com Marco Andretti em primeiro, seguido por Kanaan e a Danica. Na relargada, já com 109 voltas, Kanaan ultrapassou Andrettizinho na curva 1 e assumiu a liderança só para Phil Giebler estampar o muro de Indianápolis e causar mais uma bandeira amarela e a chuva cair com força. Bandeira vermelha.

Tony Kanaan traduziu bem esse momento: "Se eu fosse americano, a corrida já teria terminado." A chuva forte que caía sobre a Capital Mundial do Esporte a Motor praticamente determinaria o fim da corrida, mas como Tony é brasileiro... Nesse momento, fui para o computador para ter mais informações e passei então a ver a cobertura que o www.grandepremio.com.br dava ao monótono Grande Prêmio de Mônaco. Lá pelas tantas vi que a corrida tinha recomeçado! Fui para a TV, mas já tinha perdido mais de 30 voltas. Que ódio!

Nesse momento a corrida estava em bandeira amarela, com Kanaan ainda em primeiro. O Luciano contava as milhas para uma tempestade - "que poderia se transformar em tornado!" - iria chegar ao autódromo. Então Kanaan foi aos boxes... Franchitti assumiu a liderança e tudo parecia perdido. E ficou ainda mais perdido quando Kanaan tocou no carro de Jacques Lazier e rodou. Por sorte, Tony entrou nos boxes para trocar seu pneu furado, mas sua corrida estava praticamente terminada. A esperança brasileira estava em cima de Hélio Castroneves, que a esse altua estava em terceiro, mas na última relargada da corrida, Marco Andretti mostrou que ele realmente é filho do Michael. Numa manobra totalmente louca, ele tocou em Dan Wheldon no meio da reta oposta e saiu capotando. Pelas graças do Nosso Senhor Jesus Cristo, por pouco Mario Andretti perderia seu neto, pois o carro, acho eu, do Scott Sharp ia acertando o carro do Marco capotado, de frente. Se Sharp não freasse forte, ele acertaria Andretti bem no seu cockpit. Nesse momento, a tempestade desabou sobre Indianápolis e com 163 voltas completadas e o dia já raiando, a bandeirada foi dada com Dario Franchitti em primeiro, seguido por Scott Dixon da Ganassi e Helio Castroneves. Vítor Meiraandou bem e levou seu problemático Panther a lugares que nem mesmo o brasiliense esperava.

A esposa do Franchitti, a gata Ashley Judd, dançava na chuva e abraçava até os comissários da pista (será que Indianápolis está com uma vaguinha?) com um vestido pra lá de atiçante. Após Jim Clark, Franchitti se tornou o segundo escocês a vencer as 500 Milhas. Mesmo fumando numa quenga, Kanaan teve a ombridade de dar os parabéns ao amigo, que bebia seu leite debaixo de uma garagem, tamanha era a chuva. Com certeza, chuva e Indianápolis não combinam!

domingo, 27 de maio de 2007

Passeio no principado


A previsão era de chuva para Mônaco e isso deveria acabar um pouco com o domínio exercido pela McLaren no final de semana e também dar uma sacudida na chatice que virou as corridas nesse ano de 2007. Porém, um sol bonito às margens do mediterrâneo fez com que a corrida transcorresse sem surpresas e numa chatice só. Como era esperado, a McLaren passeou aos olhos do príncipe Albert II e a definição do vencedor foi mesmo na largada, por sinal, repetindo as quatro corridas anteriores. A única preocupação da McLaren foi estabelecer a dobradinha ainda na largada e por isso Hamilton deu uma guinada para a direita no intuito de fechar Massa, enquanto Alonso largava tranquilamente e passou a primeira curva na frente seguido por Hamilton e Massa numa fila. Daí em diante, foi só fazer os dois pit-stops planejados com calma e eficiência e não errar. A McLaren foi perfeita nos boxes e Alonso nunca erra. Resultado? Alonso em primeiro, seguido de perto por Hamilton. Por sinal, os quatro primeiros colocados no grid chegaram nas mesmíssimas posições no final da corrida. Ou seja, a previsão de chuva era mais torcida do que uma constatação.

Hoje o domínio da equipe de Ron Dennis foi tamanha que somente Massa completou as 78 voltas e mesmo assim mais de um minuto atrás! Nem na época áurea da Ferrari foi conseguido um massacre parecido e mesmo assim. Alonso pôs menos combustível na Classificação para conseguir a pole e na corrida logo despachou Hamilton e Massa. Hamilton estava mais pesado e por isso Massa pôde acompanhar o inglês no começo da corrida. Quando os retardatários apareceram, o nível de amadurecimento de Hamilton ficou evidente quando ele encostou em Alonso e despachou Massa. Porém, Ron Dennis não queria que um dos seus carros estivesse envolvido numa briga (e provavelmente num acidente) e tudo estava sobre controle. Após duas corridas apagadas, Alonso voltou a sorrir e a vencer, assumindo a co-liderança do Mundial ao lado de Hamilton, que mais uma vez ficou em segundo, porém, Alonso está em primeiro isolado por ter duas vitórias contra nenhuma de Lewis. Durante o pódio, ficou mais evidente que Hamilton começa a ficar incomodado em não conseguir sua primeira vitória, tanto que ele forçou demais em algumas partes da corrida, mas Hamilton é um piloto especial e a esperada primeira vitória virá logo.

Massa ficou em terceiro e era o máximo que ele poderia fazer. Cinco pontos atrás dos pilotos da McLaren, Felipe sabe que Monte Carlo é um corrida atípica e que normalmente não favorece a Ferrari, tanto que a última vitória vermelha no principado foi em 2001. Como a passagem pela América do Norte será mais favorável à Ferrari, Massa andou com o campeonato em mente e marcou pontos importantes numa pista em que levou 1s por volta de Alonso e Hamilton. Raikkonen largou bem, ultrapassou Speed e... ficou atrás de Button por várias e várias voltas, sem muita vontade e gana de pelo menos colocar de lado do inglês. No final, o oitavo lugar e o pontinho serviram para amenizar os danos, que podem ser irreparáveis, em sua passagem pela Ferrari. Os tifosi gostam de pilotos agressivos e com gana, e Raikkonen não vem demonstrando nem e nem outra coisa desde que chegou à Ferrari e é por essas e outras que a decisão da Ferrari a favor de Massa não deve demorar.

Ao contrário das expectativas, Fisichella levou sua Renault ao quarto lugar. Quem esperava uma manobra de Briatore para colocar seu carro mais à frente unicamente para aparecer, se enganou redondamente e Fisichella mostrou porque é um especialista em Mônaco. Mesmo levando uma volta, o italiano não foi ameaçado em nenhum momento pelo quinto colocado, seja ele quem fosse, e sem carro para atacar Massa, correu sozinho durante toda a tarde para conquistar o melhor resultado do ano da Renault. Enquanto isso, Kovalainen não pode fazer muita coisa largando lá de trás e se serve de alívio, pelo menos ficou à frente de Coulthard. A BMW encheu o tanque dos seus carros na Classificação para fazer apenas uma parada, mas isso acabou sendo um tiro n’água, pois largando mais atrás, Kubica e Heidfeld não tiveram como atacar Fisichella e os dois ficaram em quinto e sexto. Essa estratégia acabou interferindo decisivamente na corrida de Kubica, pois o polonês estava entre os mais rápidos no final de semana e comprovou isso na corrida. Pela primeira vez no ano, Kubica superou Heidfeld na pista e isso pode ser uma motivação extra para ele.

A Williams pontuou novamente, mas talvez com um piloto que não esperava. Largando mais atrás, Wurz chegou em sétimo, acossado por Raikkonen no final, e marcou seus primeiros pontos no campeonato. Após levar tanta porrada de Rosberg, finamente Wurz fez uma corrida consistente e superou seu jovem companheiro de equipe. Rosberg estava leve na Classificação e ter perdido a quinta posição para Heidfeld na largada foi fundamental para a queda de rendimento durante a corrida. Seguro por um carro mais pesado, Rosberg terminou num distante décimo segundo lugar. As Hondas estavam com pinta novamente de marcar pontos pela primeira vez no ano, mas mais vez, só ficou na vontade mesmo. Graças a uma estratégia otimista demais de duas paradas, Barrichello e Button ficaram em décimo e décimo primeiro no final da corrida.

Speed foi a grata revelação da corrida ao ficar em nono e próximo a Raikkonen! Largando logo atrás do finlandês, Speed acompanhou a Ferrari em toda a corrida e com uma estratégia de parar só uma vez, por pouco não marcou pontos para a Toro Rosso. E como Liuzzi estampou o guard-rail logo no começo da corrida, isso pode ser fundamental para a continuidade do americano na F1 ano que vem, pois se eu fosse o Berger e tivesse que demitir apenas um dos seus pilotos, este seria Liuzzi. A Red Bull só apareceu quando Mark Webber abandonou ainda no começo da corrida com problemas de câmbio. E mais uma vez o australiano abandona quando estava nos pontos. Coulthard não pode fazer muito largando no pelotão de trás. A Toyota foi uma verdadeira tragédia, pois Trulli largou mal, perdendo muitas posições, e Ralf Schumacher completou a primeira volta em último! No final, Trulli superou Ralf Schumacher e conseguiu a “honrosa” décima quinta posição! A Super Aguri voltou a rotina do passado e fechou os que terminaram, pois ambas as Spyker abandonaram, mas novamente o destaque ficar para Adrian Sutil, que estava na frente de Davidson quando bateu no guard-rail. Será mais um alemão a dar trabalho?

Com mais uma vitória, Alonso colocou fim a sua má fase e deu uma pequena lição no seu companheiro de equipe: é preciso marcar pontos para brigar pelo título, mas é preciso ganhar corridas para vencer o campeonato. O abraço de Massa e Alonso, antes de subirem ao pódio, deve acabar com o princípio de inimizade entre os dois, mas os dois sabem que em Montreal e Indianápolis será diferente.

sábado, 26 de maio de 2007

Mais uma do Pé de gelo

Quando Kimi Raikkonen saiu da McLaren no final do ano passado, ele alfinetou a escuderia de Ron Dennis e disse que foi para a Ferrari por que a equipe italiana construía carros indestrutíveis. O azar de Raikkonen não passava de incompentência da McLaren, bradou Kimi nas estrelinhas. Após a Classificação de Mônaco, Ron Dennis deve estar dando risadas pelo ótimo desempenho de sua equipe, pela confiabilidade adquirida e o azar de Raikkonen. Após quebrar em Barcelona, Kimi tinha a maior chance de derrotar Massa numa pista em que o brasileiro notoriamente não vai bem, mas a sorte não é e até agora nunca foi aliada de Raikkonen. Durante a segunda parte da Classificação, Kimi acertou o guard-rail na segunda perna dos esses da Piscina e destruiu suas esperanças na corrida e de subjugar Massa e para quem chegou para ocupar o lugar de Schumacher, Raikkonen deve ser colocado como segundo piloto de Massa. E logo!

O sábado em Monte Carlo foi diferente e pela primeira vez no ano a metereologia acertou na previsão e realmente choveu hoje, mas a sessão mais afetada foi o treino livre donde viu Adrian Sutil colocar seu nome no mercado de forma definitiva ao colocar a anêmica Spyker no topo da tabela dos tempos. Foi debaixo de chuva? Foi. É duvidoso? Não. Se fosse em outro circuito essa marca do jovem alemão seria mais do que suspeita, mas em Monte Carlo, ainda mais na chuva, todas as glórias para Sutil! A Classificação começou com pista seca, mas um ceú carrancudo fazia que uma leve garoa caísse sobre o principado e complicasse a vida dos pilotos. A McLaren dominou toda a sessão, mas houve algumas surpresas. Alonso usou a sorte para ficar com a pole, pois Hamilton vinha mais rápido do que o espanhol em todos os treinos e na última tentativa dos dois, Lewis foi atrapalhado por Webber, enquando Fernando marcava a pole, a primeira do espanhol pela McLaren e a seguida consecutiva em Mônaco. A McLaren vem mostrando que o menor entre-eixos do seu carro está caindo como uma luva para as apertadas ruas de Monte Carlo e seus dois pilotos são os maiores favoritos para a corrida.

Felipe Massa tirou um verdadeiro coelho da cartola ao ficar num próximo terceiro lugar com uma Ferrari claramente inferior à McLaren. Mesmo pouco à vontade no circuito de rua, Massa fez uma última volta sensacional e quase tirou a McLaren de Hamilton da primeira fila e largaria pela segunda vez consecutiva ao lado de Alonso. A partir de Massa, três surpresas consecutivas. A BMW, terceira força do campeonato, seguiu a receita da Ferrari e fez um carro com entre-eixos maior do que o normal e com isso sofreu nas curvas fechadas. Heidfeld e Kubica irão largar na quarta fila, atrás de Fisichella, Rosberg e Webber. Ainda em Barcelona a Renault deu uma recuperada, mas um problema na bomba de combustível arruinou a corrida de Fisichella e Kovalainen, porém num circuito que gosta muito, Fisichella colocou a equipe francesa em quarto e se não fosse a besteira de Coulthard, Kovalainen tinha tudo para estar entre os dez primeiros. Nico Rosberg vem dando prosseguimento a sua boa fase e colocou sua Williams em quinto, numa pista que a equipe de Grove andou muito bem ano passado. Porém, Wurz continua decepcionando e acabou ficando em décimo primeiro, sendo degolado ainda na Q2. Mark Webber corroborou com a notável evolução da Red Bull e ficou em sexto e se não fosse a punição de Coulthard, as Red Bulls teriam os dois carros na Super Pole. Agora só resta saber o que Webber irá fazer na corrida, pois na Classificação estão todos cansados de ver suas capacidades.

E quem evoluiu foi a Honda. De rabeira do grid, a equipe nipônica conseguiu colocar seus dois carros na Super Pole! Tá certo que Rubinho e Button fecharam a Q3, mas não deixa de ser um alento para a equipe, que fez um capacete ultra-moderno para Barrichello, mas não conseguem sair da pindáiba de resultados que vem enfrentando. Vitantonio Liuzzi surpreendeu hoje e chegou a ser quinto no final da primeira parte da Classificação e por muito pouco não subiu para a Super Pole. Realmente essa Red... quer dizer, essa Toro Rosso vem evoluindo como nunca! Trulli vem fazendo sua parte e colocou a Toyota em décimo quarto, uma posição nada agradável para o orçamento que a equipe tem, mas era que o italiano podia fazer. Mas o que Ralf vem fazendo é totalmente inacreditável! Ele conseguiu ficar atrás de uma Spyker! É por essas e outras que já falam de DTM para Ralf, apesar dele negar veementemente. Outro que andou muito atrás do companheiro foi Sato, que não apenas levou tempo do Davidson como ficou com o pior tempo da Classificação, já que Albers teve problemas e nem participou da sessão. Porém, para calar a boca das pessoas que diziam que Sutil só andou bem por causa da chuva, não é que o alemãozinho conseguiu a melhor posição da Spyker? À frente do decadente Ralf Schumacher e do motivado Takuma Sato, Sutil fez a festa da sua pequena equipe e com certeza haverá equipes atrás dele daqui pra frente.

Bom, após a raiva de agora à tarde, ainda conseguir escrever isso tudo já é demais, mas para amanhã, o que dá para esperar é o domínio da McLaren, com a vitória sendo decidida entre seus pilotos ainda na largada, com Felipe Massa conseguindo o lugar mais baixo do pódio. Porém, se chover, pode apagar o que falei acima e esperar de tudo para amanhã.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Um dia especial

No próximo domingo, haverá corrida de tudo quanto é jeito no mundo inteiro. Até corrida aqui no Eusébio vai ter. Porém, o último domingo do mês de maio está reservado para duas das maiores corridas do mundo: as 500 Milhas de Indianápolis e o Grande Prêmio de Mônaco. Essas duas corridas se destacam principalmente pelo antagonismo. Enquanto que no evento americano a pole só serve para tirar foto, a corrida às margens do Mediterrâneo a pole vale trocentos por cento para se conseguir o topo do pódio no domingo. Ainda mais na atual F1. Enquanto em Indianápolis se chega facilmente aos 360 km/h (para se ter idéia, com essa velocidade você atravessa um campo de futebol em 1s!), Monte Carlo tem a menor velocidade da F1. Porém, Indy e Mônaco tem uma coisa em comum: o glamour! Vencer tanto cá como lá do Atlântico marca a carreira de qualquer piloto e nem sempre os grandes campeões marcaram seus nomes nessas duas corridas míticas, porém muitos pilotos menos dotados de talento já venceram essas corridas, como Buddy Rice (Indianápolis/04) e Jarno Trulli (Mônaco/04) só para ficar nos mais recentes.

O melhor dessa história (e o que não falta é história em ambos os eventos) é que um brasileiro pode estar nas capas de jornal de todo mundo na próxima segunda. Em Indianápolis, Hélio Castroneves e Tony Kanaan fizeram uma dobradinha brasileira no Grid de domingo e mesmo a posição de largada não sendo muito importante no super-oval, os dois são favoritos destacados para ganhar 1 milhão de dólares e Castroneves já bebeu o leite no victory lane duas vezes (duas cagadas, mas vá lá...), enquanto Tony já chegou em segundo e bateu na trave outras oportunidades. Enquanto na F1, Massa tenta manter a boa fase atual e partir para a terceira vitória consecutiva em 2007. Se conseguir isso, Massa irá lembrar Ayrton Senna duas vezes. Inicialmente, será o primeiro brasileiro a vencer em Monte Carlo desde Senna e pela primeira vez desde o falecido tricampeão, um brasileiro vence três provas seguidas na F1. Contudo, Massa terá que enfrentar a superioridade das McLarens e de Kimi Raikkonen em Monte Carlo e de sua pouca feição pelo autodrómo de rua encrustado ao lado dos cassinos e prédios de Monte Carlo.

Porém, ainda teremos a corrida da GP2 como preliminar da F1 em Mônaco, a corrida mais longa da NASCAR, a IPS, preliminar da IRL também em Indianápolis e a corrida da World Series em Monte Carlo. Ufa! Tirando o jogo do Vozão amanhã, esse final de semana será de ver corridas, tomara que emocionantes e históricas.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Ele errou!

Foi preciso quatro finais de semana de Grande Prêmio e uma sessão e meio de treinos livres para o novato Lewis Hamilton errar. Mesmo com um aproveitamento de 100% em Monte Carlo, Hamilton errou na freada da Saint-Devote, com pouco mais de uma hora da segunda sessão de treinos livres desta quinta-feira. Será que isso afetará a moral do atual líder do campeonato de pilotos? Acho que não, mas com certeza Alonso terá alguma vantagem psicológica para a corrida de domingo. Como era esperado, as McLaren andaram bem melhor que as Ferraris no principado graças a sua menor distância entre-eixos, ajudando o carro prateado a desafior melhor as estreitas e fechadas curvas de Monte Carlo.

Alonso ficou com o melhor tempo do dia, mas há um porém. Durante toda a segunda sessão (não assisti a primeira por mótivos óbvios) Hamilton ponteou os treinos, seja com pneus moles ou duros. Quando Hamilton bateu, Alonso já estava em primeiro, mas Lewis tinha tudo para melhorar e quiçá superar o tempo do seu companheiro de equipe. Com menos tempo de pista, talvez Alonso tenha alguma vantagem em cima de Hamilton para a Classificação no sábado, que até definiu quem venceu no domingo. Contudo, em Barcelona a McLaren também dominou o primeiro dia de treinos e a Ferrari foi superior nos dias seguintes, mas a grande distância vem sendo uma desvantagem considerável para a Ferrari. Raikkonen foi segundo, pouco menos de três décimos mais lento que Alonso e se não me engano, superou Massa pela primeira vez desde o Grande Prêmio da Austrália. O finlandês sempre andou bem em Monte Carlo, ao contrário de Massa, que costuma pastar no principado. Felipe esteve longe de brigar pela ponta dos treinos e ficou apenas em sexto, meio segundo mais lento que Raikkonen. A presença de Michael Schumacher pode influenciar alguma coisa na performance de Massa, assim como aconteceu em Barcelona, mas Massa terá que desafiar seu pouco gosto por Mônaco.

Entre Massa e os três primeiros colocados (apesar do erro, Hamilton ainda foi terceiro), ficou os dois eternos pilotos italianos da F1. Fisichella ficou em quinto com a Renault, numa pista que era esperado que a equipe francesa se desse bem, enquanto Trulli ficou em quarto com a Toyota, mas a equipe nipo-alemã gosta muito de aparecer em treino e essa posição seja ilusória. Bem diferente destinos tiveram os companheiros de equipe de Fisichella e Trulli, com Kovalainen em décimo-sétimo e Ralf em vigésimo. A performance de Kovalainen pode ser perdoada pela falta de experiência do finlandês, que como mostrou em Melbourne, não gosta muito de circuito de rua, mas a performance de Ralf Schumacher é totalmente imperdoável! O alemão, que já foi pole em Mônaco, ficou a 2s5 atrás de Trulli e ainda bateu no finalzinho do treino. Dessa maneira, será difícil ver Schumacher no grid em 2008.

Outra disparidade de performance aconteceu na BMW, com Kubica dando um verdadeiro banho em cima de Heidfeld. O carro da equipe alemã tem um entre-eixos maior do que o normal e a queda de desempenho era até esperada, mas a décima quarta posição de Heidfeld foi totalmente inacreditável, principalmente por ele ter levado 0s6 de Kubica, que chegou a liderar a sessão por algum tempo quando colocou os pneus moles antes dos outros. Na Williams, novamente Rosberg(oitavo) ficou bem à frente de Wurz(décimo-quinto), aos olhos do orgulho papai Keke, que assistia os treinos nos esses da piscina e agora a Williams espera repetir o bom desempenho do ano passado, quando Mark Webber disputou palmo a palmo a liderança da corrida até quebrar. E falando em Webber, ele e Coulthard completaram os dez primeiros, demonstrando a boa fase da Red Bull. Só resta agora que os carros azuis chegem ao fim!

O aniversariante de ontem Rubens Barrichello mais uma vez superou Jenson Button na disputa dentro da Honda, mas com certeza Rubinho queria de presente um carro bem melhor que o atual. Barrichello, que não queria bater o recorde de 256 Gps de Riccardo Patrese, já começou as contas para conseguir esse feito: julho de 2008. Só resta saber se até lá ele ainda estará na F1...

terça-feira, 22 de maio de 2007

DTM, WTC...

Neste final de semana, os melhores campeonatos de turismo tiveram corrida este final de semana. Sinceramente fiquei decepcionado com a organização do circuito em Lausiritzring na corrida do DTM. A corrida teve alguns incidentes em que o safety-car tinha que entrar na pista e de forma inacreditável houve uma demora imperdoável para o Merecedão entrar. Em certo momento, somente uma bandeira amarela avisava os pilotos que uma picape tentava retirar um Audi estava estampado na barreira de pneus. E isso com os carros passando a centímetros da picape! Essa desorganização foi digna da nossa querida Stock. Falando em Mercedes, a marca dominou e colocou cinco carros entre os seis primeiros e Mika Hakkinen marcou seus primeiros pontos do ano com uma vitória incontestável, construída na largada quando saiu sem segundo atrás do seu companhero de equipe Bruno Spengler e o finlandês não teve pudor em frear e colocar seu jovem companheiro lá na grama. Antes que alguém reclame, os carros de turismo tem rodas cobertas para isso. Tocar faz parte da corrida, mas sempre de forma racional. O segundo colocado Paul di Resta assumiu a liderança do campeonato e não deixa de ser surpresa, pois o escocês é estreante e normalmente o DTM requer um período maior de adaptação, mas Di Resta, que é parente do Dario Franchitti, só precisou de duas corridas para assumir a liderança e assim como Lewis Hamilton na F1, Di Resta ainda não venceu.

Falando em Franchitti, esse final de semana também marcou a quarta fase de Classificação das 500 Milhas de Indianápolis. E de forma surpreendente, Roberto Moreno, de 48 anos, ressurgiu do nada e colocou seu carro no grid das 500 Milhas. Moreno substituiu o machucado Stephan Gregoire e irá largar em trigésimo primeiro, mas com certeza será o piloto com menos chances de vencer domingo.

No WRC, Marcus Grönholm venceu o Rally da Itália com tranqüilidade, mas a cara do finlandês depois do último estágio mostrava que essa vitória não foi totalmente merecida. Grönholm só venceu porque Sebastien Loeb sofreu um acidente no terceiro dia de competições quando liderava com muita folga. O francês caiu dentro de um fosso e de forma até surpreendente, pois a marca de Loeb é de não errar quando ele lidera, ainda mais no último dia. Com esses resultados, Grönholm assumiu a liderança do campeonato com oito pontos de vantagem para Loeb, mas Loeb tem boas chances de se recuperar, pois suas quatro vitórias seguidas antes da Itália mostram que ele pode ser tetracampeão esse ano. Mudando um pouco de assunto, esse Rally da Itália sendo realizado na Sicília é uma porcaria. Era muito melhor quando era realizado em San Remo, naquelas pistas estreitas e rápidas de asfalto e a emoção era muito maior. Na ilha siciliana, a pista é de terra e muito lenta, fora que os carros vivem quebrando e batendo, como provou Loeb.

Já o WTCC... alguém viu? A SporTV compra os campeonatos para não passar e isso me deixa muito puto, pois fiquei super feliz quando a Bandsports chegou aqui em casa justamente pelo DTM e pelo WTCC, mas vem a SporTV e estraga tudo. E o pior é que eles ficam comparando com a Stock, dizendo que o WTCC é muito pior e tal e tal... Fala sério! Se for para esculhambar e não passar, que deixe onde estava e fique só passando a Stock, pois prefiro mil vezes mais o DTM e o WTCC do que a Stock.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

O haviano voador




Quem nunca na vida pensou em passar as férias no Havaí? Praia, sol, tranqüilidade e muita gente bonita. Isso é tudo que se pensa quando o nome da ilhas americanas do Pacífico são mencionadase e afinal, quem seria louco de sair deste paraíso na Terra? Somente um louco com muita adrenalina na veia! Danny Ongais participou de apenas quatro Grandes Prêmios de F1, mas com certeza é uma lenda do automobilismo americano. Com muita versatilidade, Ongais tem seu nome muito ligado as 500 Milhas de Indianápolis. Muitas vitórias? Ao contrário. Seus acidentes impressionantes assustaram a muita gente e mesmo saindo (com muita sorte) com vida, Ongais ainda reservou uma pequena surpresa no final da carreira. Completando 65 anos, vamos dar uma olhadinha na carreira desse americano que andou de tudo, até de F1!

Nascido no dia 21 de Maio de 1942 em Honolulu, logo após a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, Daniel Ongais, conhecido depois como Danny, teve como característica ter andado de tudo desde cedo. Em 1957, ainda com 14 anos, Ongais iniciou sua carreira nas pistas em cima de uma moto, ainda no Havaí. Com 17 anos Ongais já era um motociclista respeitado e aos poucos partia para as quatro rodas, ao mesmo tempo em que servia ao exército americano no pelotão de pára-quedismo. No Havaí existia um campeonato de dragster local e logo Ongais estava envolvido e no ano seguinte Ongais já vencia o campeonato da ilha e o prêmio de melhor piloto da ilha. Em 1962, Danny foi para o continente com outro haviano desconhecido chamado Roland Leong que inscreveu o dragster dele para participar um campeonato da NHRA (National Hot Rods Association). Ongais se mudou para a Califórnia e começou a trabalhar como mecânico numa empresa que fazia chassis de Dragsters, cujo dono era o ex-piloto de dragster Jim Nelson, que deixou Ongais correr em seu carro e superá-lo. Ongais começou a vencer campeonatos da categoria e praticamente construía e acertava seu carro e logo ele se tornou o principal piloto de dragster dos Estados Unidos, se tornando um mito da NHRA.

Sua carreira de sucesso nos dragsters continuou até 1974, quando ele resolveu tentar a carreira no automobilismo propriamente dito (sinceramente, correr 402m para mim não automobilismo de verdade) e logo de cara, Ongais conseguiu 12 vitórias em 15 corridas no campeonato SCCA de carros-esporte à bordo de um Lola T300. Foi assim que sugiu o apelido de "On-Gas", um trocadilho com seu sobrenome e a forma agressiva que agia nas pistas. O chefão da empresa Interscope, Ted Field, viu em Ongais um talento, meio que envelhecido, e o pôs na sua equipe de F5000 e em 1976 ele conseguiu ficar em quinto lugar no campeonato. Já com 35 anos, Ongais viu sua carreira nos monopostos aflorecer e Ted Field montou uma equipe para ele correr o campeonato da Fórmula Indy e mesmo com a idade um pouco avançada, Ongais foi o estreante do ano, com uma vitória em Michigan e uma boa estréia em Indianápolis.

Ainda em 77 Ted Field passou a namorar com a F1 e quando o circo aportou na América do Norte para as corridas nos Estados Unidos e no Canadá, Field comprou um Penske PC4 para Ongais estrear na categoria máxima do automobilismo mundial. Ele estreou em Watkins Glen (EUA), onde abandonou após um acidente no começo da corrida, mas em Mosport Park Ongais chegou em sétimo, quase marcando um ponto, mesmo que três voltas atrás do vencedor Jody Scheckter. Field e Ongais ficaram animados com esse bom resultado e em 1978 Field comprou um Ensign de 1977 e os resultados não foram nada animadores. Depois das corridas sul-americanas, Field comprou um Shadow modelo 1978, mas o carro não era bom e Ongais sofreu para conseguir se classificar para as corridas e por mais que andasse forte, ele não conseguiu. Sua breve passagem pela F1 terminou em Zandvoort, quando Ongais e Field fizeram uma última tentativa para largar e não conseguiram. A última corrida de Ongais foi mesmo em Jacarapaguá no Grande Prêmio do Brasil de 1978.

Com essa decepção, Ongais resolveu voltar suas atenções para a Fórmula Indy e as corridas da IMSA, o campeonato americano de esporte-protótipos. Ongais venceu uma corrida em Mosport na F-Indy e em 1979 ele conseguiu seu maior feito no automobilismo: venceu as 24 Horas de Daytona ao lado de Ted Field e Hurley Haywood à bordo de um Porsche 935. Ongais participou algumas vezes das 24 Horas de Le Mans, sempre ao lado de Ted Field, mas ele não obteve muito sucesso. De volta à Indianápolis, ele conseguiu um bom quarto lugar na primeira vez que viu a bandeirada. Para 1980, Field resolveu entrar num novo programa que teria um chassi construído com dinheiro dele e projetado por Roman Slobodjnskj e Ongais teve a seu dispor um novíssimo motor Porsche flat-6 turbo, mas os alemães desistiram no final do ano por que o motor foi um verdadeira fracasso, por sinal, o primeiro erro da montadora alemã em terras ianques. No ano seguinte, Field projetou um carro muito feio, que ficou conhecido como "Batmobile". Porém foi nesse carro que Ongais quase morreu. Durante as 500 Milhas de Indianápolis, a suspensão do seu carro quebrou na volta 64 e seu carro foi de frente na curva 3. O acidente foi impressionante e destruiu completamente o carro. Danny Ongais foi levado para o hospital em estado crítico, com várias fraturas nos braços, pernas e hemorragias internas. Ele ficou na UTI por uma semana, mas ele se recuperou e em 1982 ele já estava de volta à pista com mesmo carro que quase o matou.


Contudo Ongais já não era o mesmo e ele tinha 40 primaveras nas costas. Ele continuou na F-Indy durante 1983-87, mas sem muito sucesso. Ainda em 1987, novamente Indianápolis quase tirou a vida de Ongais. Durante a Classificação Ongais perdeu o controle do seu carro na saída da curva 2 e capotou seu carro, se arrastando por toda reta oposta. Danny sofreu uma concussão e ficou de fora das 500 Milhas e todo mundo pensou que ele finalmente abandonaria as corridas. Porém, em 1988 ele surpreendeu ao competir nas 24 Horas de Le Mans à bordo de um Nissan. Depois de mais um abandono, Ongais se retirou das corridas. Mas não definitivamente. Depois de oito anos sem correr e com 54 anos de idade, Ongais foi chamado de volta à Indianápolis em 1996, mas a ocasião não era das melhores. O pole-position Scott Brayton sofreu um acidente fatal num treino livre e a equipe Menard tirou Ongais da aposentadoria para substituir Brayton.


Como em Indianápolis quem classifica é o carro, não o piloto, Ongais não precisou se qualificar para estar no grid, mas teria que largar em último. A largada foi emocionante, com uma série de homenagens à Brayton e Ongais só saiu com o carro amarelo de Brayton depois que todos já estavam no meio da volta de apresentação. Mesmo totalmente enferrujado, Ongais foi sétimo, três voltas atrás do vencedor Buddy Lazier. Como se bebesse a água da fonte da juventude, Ongais voltou à Indianápolis em 1998 num Dallara-Aurora, porém, o havaiano não estava muito rápido (344 km/h de média) e ainda sofreu mais acidente para a conta em Brickyard. Porém, esse foi o último acidente da carreira de Ongais. Danny "On-gas" ainda apareceu num evento da Gram-am em 2002 e essa foi sua última aparição como piloto. Com 60 anos, ele resolveu parar com as corridas e hoje está devidamente aposentado e com a certeza de ser o principal nome do esporte havaiano na história. Seja correndo de dragster, seja correndo de moto no Havaí, sendo vencendo as 24 horas de Daytone e até mesmo freando forte na curva Sul de Jacarepaguá com um F1, hoje Ongais deve estar aproveitando a vida mansa que sua terra tão se identifica. Porém, mesmo sem vencer em Indianápolis, seu nome está arraigado na corridas em Brickyard.


Parabéns Danny Ongais!
8w.forix.com/mrh

domingo, 20 de maio de 2007

A dança da chuva






Acordar em pleno domingo de manhã para assistir o Mundial de Motovelocidade tem os seus riscos. A SporTV pode mudar a programação e nos fazer engolir um Campeonato de Ginástica Artística (argh!) ou então as corridas serem muito chatas e era isso que estava acontecendo hoje de manhã. As corridas das 125 e das 250 não foram um primor de emoção e como normalmente a MotoGP é a menos emocionante, as perspectivas não eram das melhores. Porém, o tempo estava muito nublado antes da corrida...

Todo o paddock da MotoGP olhava para o céu carrancudo que pairava sobre o mítico autodrómo de Le Mans-Bugatti. Quando os pilotos estavam a ponto de sair dos boxes, uma garoa fina começou a cair no asfalto francês e os mais de 74.000 torcedores começaram a se agasalhar. Mesmo com a ameaça de chuva e o piso escorregadio, nenhum piloto arriscou colocar pneus de chuva, mas as equipes deixaram as motos reservas prontas para a eventualidade dos pilotos terem que fazer a troca de motos durante a corrida. O pole Colin Edwards larga muito mal e quem completou a problemática primeira curva na ponta Casey Stoner, que tinha largado em segundo. O coitado do Edwards teve problemas a corrida toda e acabou entre os últimos. Porém, a honra da Yamaha foi salva por Valentino Rossi, que saiu do segunda fila para o segundo posto e ainda na primeira volta ultrapassou Stoner. A pista estava claramente escorregadia e os pilotos tomavam muito cuidado.

De forma espetacular, quem largou muito bem foi Alexandre Barros, que pulou para quarto e pressionava Melandri, que estava em terceiro. A partir de então a corrida teve momentos sublimes de emoção, técnica e coragem. A pista estava cada vez mais impraticável, mas os pilotos não ligavam para isso e trocaram de posições como trocavam de roupa e todos estavam a centímestros uns dos outros. Uma troca frenética de posições, mas Valentino se mantia na ponta. Atrás de Rossi, Stoner, Melandri, Barros, Checa, Elias, Hayden... todos brigavam e trocavam de posição a cada curva e a diferença do primeiro para o décimo era de quatro segundos! Então, a corrida começou a ver uma dupla surpresa caseira. Primeiro, Sylvain Guintoli, numa Yamaha com pneus Dunlop, começou a escalar o pelotão com uma velocidade espantosa. O francês dava show na sua moto pouca preparada e logo subiu terceiro, porém outro francês foi ainda mais espetacular. Randy de Puniet, com uma Kawasaki(!), estava completamente possuído e foi para cima de quem viesse pela frente, inclusive, ultrapassou Melandri e Rossi por fora! Não demorou muito para Guintoli e De Puniet liderarem o Grande Prêmio de casa para delírio da torcida francesa.

Porém, a chuva aumentava cada vez mais e não demorou para os primeiros acidentes acontecerem. Rossi parecia um pouco incomodado na chuva, mas o problema é que seus pneus Michelin começaram a criar problemas para o italiano. Na freada da reta oposta na volta 7, Rossi errou e acabou trancando o pelotão, particularmente Barros, que ficou sem ter para onde ir. Stoner e Pedrosa (que vinha como um foguete!) passaram por Rossi, mas o italiano fechou novamente Barros e então Carlos Checa tentou se aproveitar para fazer uma ultrapassagem dupla e acabou no chão. Barros passou a milímetros da moto de Checa. Hopkins e Pedrosa ultrapassaram Guintoli e o deixaram a mercê de Rossi, que tinha acabado de ultrapassar Stoner, que vinha com muito cuidado até então. Na freada de reta oposta, Guintoli fechou a porta de Rossi, mas na retomada a moto deu uma chicotada e ejetou o francês, numa imagem espetacular. Porém o mais impressionante foi ver Guintoli pegar sua moto e voltar à corrida! Rossi teve que cortar a chicane para não bater e perdeu algumas posições. Nesse momento, a chuva estava forte e os pilotos quase não paravam quietos em cima das motos. Elias foi para o chão na última curva e então o pecado aconteceu: Randy de Puniet caiu e abandonou a corrida em sua casa, para desespero da torcida, que duas voltas antes tinha o próprio De Puniet e Guintoli na frente e agora eles estava fora da briga pela vitória. O pobre De Puniet ficou caído algum tempo na brita lamentando o erro.

Na volta 10, os primeiros pilotos foram para aos boxes trocar suas motos. Melandri, Hopkins, Pedrosa, Stoner e Rossi foram os últimos a irem aos pits. Eles eram os cinco primeiros colocados nesse momento e quando foram juntos aos boxes, todos os pilotos tinham trocado de moto. Quando eles voltaram à pista, uma surpresa: o primeiro colocado era Chris Vermeulen. O australiano foi um dos primeiros a trocar de moto e usou seu talento debaixo de chuva para abrir vantagem e quando todos pararam de uma vez, ele estava em primeiro. Para melhorar as coisas para a Suzuki, John Hopkins foi o mais rápido na hora de trocar de moto e estava em segundo. A Suzuki estava fazendo uma improvável dobradinha!

Com as motos já trocadas e a chuva muito forte nesse momento, alguns pilotos começaram a perder rendimento. Hopkins estava derrapando demais e numa freada passou reto e caiu para oitavo. Barros era outro que não repetia sua atuação antes da troca e estava atrás do seu companheiro de equipe, Alex Hofmann, em décimo. Os onze primeiros, fechando com Loris Capirossi, ainda estavam muito próximos e a corrida ainda teria mais emoções. Na volta 14 a ordem era:

Vermeulen -> Melandri -> Rossi -> Stoner -> Hayden -> Hofmann -> Pedrosa -> Hopkins -> Barros -> Capirossi

Lá na frente, Vermeulen e Melandri começaram a despachar Rossi e brigavam pela primeira posição. Vendo seu principal rival pelo campeonato com dificuldades, Stoner começou a atacar Rossi e numa ultrapassagem sem muitos riscos na reta dos boxes, pulou para terceiro na volta 17. Rossi estava novamente com problemas nos seus pneus. Atrás do italiano, Pedrosa, que reconhece não gostar muito de chuva, brigava com Alex Hofmann e seu companheiro de equipe Hayden, enquanto Hopkins e Barros ficavam para trás. Enquanto isso lá na frente, a diferença entre Vermeulen e Melandri não era superior a 1s e a tensão aumentou quando eles começaram a encontrar retardatários. O australiano escorregava demais, enquanto Melandri tinha uma tocada mais segura. Quando a dupla foi colocar uma volta no recuperado Guintoli, o francês não viu Melandri e segurou o italiano nas curvas anteriores a reta dos boxes. Vermeulen então superou Fonsi Nieto e Makoto Tamada e agora tinha dois retardatários entre ele e Melandri. Não demorou muito para Hayden encostar em Rossi, trazendo consigo Pedrosa e Hofmann. Na volta 23 o atual campeão mundial ultrapassou Rossi. Pedrosa conseguiu uma ultrapassagem dupla sobre Hofmann e Rossi na volta 25 e subiu para quinto, logo atrás de Hayden e durante essa volta Hofmann também deixou Rossi para trás.

Quando a corrida caminhava para seu final e a chuva já tinha se transformado em dilúvio, Hayden sofreu um sério acidente na freada da reta oposta na antepenúltima volta, destruindo sua moto e a perspectiva do melhor resultado do americano neste ano. Rossi ganhava uma posição e diminuía o prejuízo para Stoner. No final, com 3s de vantagem para Melandri, Vermeulen fez a última volta nas pontas dos dedos e cruzou a linha de chegada em uma roda, dando a primeira vitória para Suzuki na era das motos quatro tempos e a primeira desde 2001, com Sete Gibernau em Valencia (também na chuva...). Melandri conseguiu uma tranqüila segunda posição e o mais líder do que nunca Casey Stoner completou um pódio todo da Bridgestone. Com o acidente do seu companheiro de equipe, Pedrosa cruzou em quarto lugar, o primeiro com pneus Michelin e Alex Hofmann conseguiu seu melhor resultado na carreira, comemorando como se fosse uma vitória. De forma esquisita, Barros não completou a corrida, abandonando na última volta, mas ele não se achou na pista muito molhada de Le Mans. Com esse resultado, Stoner abriu 21 pontos para Rossi e deu uma respostas para os críticos que diziam que ele só vencia em pistas com grandes retas. Debaixo de chuva e numa pista travada, Stoner não venceu, mas superou com folga Valentino Rossi.

Já nas 250, Jorge Lorenzo mostra que tem uma coisa em comum a Valentino Rossi: as comemorações engraçadas. Largando na pole, Lorenzo partiu muito bem e parecia que dispararia na corrida e venceria com autoridade. Porém, Lorenzo está muito mais maduro do que aquele piloto do ano passado, quando tinha a melhor moto e quase perdeu o campeonato. Ele manteve o ritmo mesmo quando outros adversários o ameaçou durante a corrida. Atrás de Lorenzo, aparecia Álvaro Bautista, que tinha pulado de quinto para segundo. O espanhol da Aspar Martínez pressionou bastante Lorenzo, mas Jorge permaneceu calmo. Atrás de Lorenzo e Bautista vinha Thomas Lüthi, Hector Barbera, Julian Simon, Alex de Angelis e Andrea Doviziozo. Se aproveitando do melhor equilíbrio de sua Honda frente a maior potência das Aprilias, Doviziozo partiu para cima dos adversários e fez três ultrapassagens na segunda volta, sendo que ele ultrapassou Simon e Lüthi em duas curvas seguidas!

Lüthi tinha problemas em sua moto e acabou errando, passando reto numa curva, abandonando logo depois. Enquanto Lorenzo e Bautista brigavam, Barberá foi alcançado por Doviziozo e dos dois fizeram a rápida primeira curva lado a lado, mas Dovi freou mais dentro na chicane e tomou o terceiro lugar de Barberá. Bautista dava sinais de afobação atrás de Lorenzo e na freada para a reta oposta, Bautista entrou forte demais na curva e para não bater em Lorenzo saiu reto e caiu para décimo nono. Ele se recuperaria e terminou a corrida em oitavo. Na quinta volta Lorenzo agora tinha agora o velhor rival Doviziozo para se preocupar. Barberá acompanhava Doviziozo, mas Alex de Angelis começava a forçar o ritmo e ultrapassou Barberá. Logo, Lorenzo, Doviziozo e De Angelis brigavam pela ponta da corrida. Na volta 8 Doviziozo usou uma das suas freadas dentro da curva para deixar Lorenzo para trás e duas voltas depois foi a vez de De Angelis ultrapassar Lorenzo. Parecia que Lorenzo sentia as dores de sua fratura no pé, mas ele acompanhava de perto os dois ponteiros. Na volta 14, De Angelis usou a potência de seu Aprilia e ultrapassou Doviziozo na reta dos boxes, assumindo a primeira posição, posto que só conseguiu uma única vez em mais de 100 GPs. O samarinês parecia faminto por uma vitória, mas nem as vitórias em seguida tirava a fome de Lorenzo. Ele partiu com tudo para cima de Doviziozo e numa errada do espanhol, os dois trombaram feio, mas tiveram talento para segurarem a moto! Lorenzo foi para cima de De Angelis e a ultrapassagem era questão de tempo, mas o samarinês errou e deu o primeiro posto para Lorenzo. Doviziozo partiu com tudo para cima de De Angelis e os dois brigaram nas voltas finais de forma espetacular, mas isso deu espaço para Lorenzo. Doviziozo levou a melhor na disputa com De Angelis e tentou um bote final em Lorenzo, mas já era tarde demais. Lorenzo venceu a quarta em cinco corridas e sua comemoração foi impagável. No meio da pista apareceu um clone de Lorenzo, que inclusive queria subir na moto dele! Com essa vitória, Lorenzo caminha a passos largos para o bicampeonato e nesse semana testará a Yamaha de Colin Edwards e deve substituir o americano na MotoGP em 2008. Doviziozo faz o que pode, mas com Lorenzo e sua Aprilia, o máximo que ele aspira é mesmo o segundo lugar, o mesmo posto que ocupa no campeonato. Como a Honda não acerta nem na MotoGP, Dovi terá muito trabalho daqui em diante. De Angelis conseguiu mais um pódio, seguido por Barberá e Julian Simon. Um dos destaques da corrida foi a briga pela sexta posição, e como não caiu, ficou para Marco Simoncelli, superando Mika Kallio da claudicante KTM. Mesmo recuperado do seu gravíssimo acidente, Roberto Locatelli foi vetado de correr em Le Mans, mas ele estará de volta em Mugello, sua corrida em casa.

Na primeira corrida do dia, se revelou o piloto mais azarado do esporte a motor mundial. E ele não se chama Kimi Raikkonen. O coitado do Mattia Pasini conseguiu quatro poles em cinco corridas, liderou todo os testes de inverno e era favorito ao título, mas agora tem apenas seis pontos para contar. Largando mais uma vez na pole, Pasini queria jogar a uruca para lá e disparou na ponta, seguido por Tomoyoshi Koyama da KTM e Bradley Smith, a revelação inglesa da Honda. Koyama serviu como tampão para Pasini e segurava Smith e os demais pilotos. A surpresa da corrida era a atuação de Sérgio Gadea. Patinho feio da equipe mais forte da categoria, a Aspar Martínez, Gadea estava em terceiro à frente dos seus companheiro de equipe Gabor Talmacsi e Hector Faubel, que brigavam para se manter no pelotão da frente. Quando Smith deixou Koyama para trás, foi como se abrisse uma porteira, pois Gadea e o líder do campeonato Lukas Pesek fizeram o mesmo. Logo Gadea ultrapassou Smith e partiu para cima de Pasini. Mesmo com uma moto mais rápido na reta, Gadea não conseguia a ultrapassagem em cima de Pasini, pois o italiano freava no limite. Atrás deles, Smith segurava Pesek, que não estava muito preocupado em atacar Smith de cara e o inglês estava mais do que contente com a terceira posição, pois sua melhor colocação era um oitavo lugar e um lugar no pódio era tudo que ele queria. Pasini e Gadea trocaram algumas vezes de posição até Pasini diminuir e encostar a moto faltando quatro voltas para o fim. Era mais um triste fim para Pasini. Ele já está tão acostumado aos abandonos que quando chegou aos boxes, ele mais consolava os mecânicos do que reclamava. O abandono de Pasini animou Pesek, que ultrapassou Smith, mas não teve como alcançar Gadea, que venceu pela primeira vez na carreira. Pesek aumentou sua diferença no campeonato, pois Talmacsi teve que suar sangue para ficar em quarto, frente aos ataques de Julian Olive e Pablo Nieto, enquanto Hector Faubel, que chegou a ficar em oitavo, teve que se contentar com a sexta posição.

sábado, 19 de maio de 2007

Em Le Mans, um ianque deu as caras!

A grande marca do agora ex-presidente da França Jacques Chirac foi sua política não alinhada aos Estados Unidos, porém neste sábado em Le Mans, a casa do esporte motor francês, o americano Colin Edwards surpreendeu ao colocar sua Yamaha na pole, a primeira do texano, porém, a maior aposta da Yamaha, o heptacampeão Valentino Rossi ficou apenas em quarto e longe de brigar pela ponta nos treinos de Classificação. E para piorar as coisas para Valentino, Casey Stoner larga amanhã na segunda posição, menos de um décimo mais lento que Edwards. Mesmo com a moto mais rápida do pelotão, Stoner não vem conseguindo muitas poles neste ano, mas a primeira fila vem sendo seu habitat natural. Contudo, começo a desconfiar que o desempenho de Stoner é o principal motivo do bom momento da Ducati, pois o ex-primeiro piloto da equipe, Loris Capirossi, amargou uma décima-quinta posição.Em terceiro apareceu a primeira Honda, de Carlos Checa e isso mostra como a marca japonesa vem pagando mico não apenas na F1. O time de Checa, a LCR, é a equipe "patinho feio" do esquadrão Honda e isso mostra como a equipe oficial está realmente mal. A atual campeão Hayden foi sétimo e Pedrosa foi apenas décimo. Do jeito que vai, a Honda dificilmente disputará o título e Pedrosa ficará na berlinda, pois o espanhol foi o escolhido pela Honda como piloto principal (inclusive na construção da moto) e até agora o pequenino Dani vem decepcionando. A Suzuki colocou John Hopkins em quinto, demonstrando a evolução da moto e do piloto americano. Barros foi décimo-terceiro depois de conseguir ser décimo ontem, mas ao menos o brasileiro superou seu companheiro de equipe e Capirossi, na equipe principal.

Nas 250cc, Lorenzo mostrou que além de rápido, também é meio doido, pois mesmo com um dedo do pé quebrado, foi pole hoje meio segundo na frente do segundo colocado, o inofensivo Julian Simon. Lorenzo caiu ontem no primeiro treino Classificatório, mas não se abalou e ontem mesmo ficou em segundo para hoje ir para o lugar acostumado a ficar: em primeiro. Simon vem evoluindo, mas ainda não tem condições de enfrentar Lorenzo, enquanto Barberá tenta se recuperar das besteiras que vem fazendo desde o ano passado e ficou em terceiro. O principal adversário de Lorenzo, Andrea Doviziozo, ficou apenas em oitavo e a Honda parece não aprender e com isso o talento de Doviziozo vem sendo suplantado por pilotos piores do que ele, como o desastrado Marco Simoncelli. O bom desse Grande Prêmio da França é a volta do companheiro de Simoncelli. Após sofrer um gravíssimo acidente, Roberto Locatelli voltou às pistas nesse fim de semana e mesmo sendo o último do grid, é bom ver Locatelli de volta.

Já na categoria júnior, o azarado Mattia Pasini conseguiu mais uma pole no ano. Só nos resta saber o que Pasini irá fazer nas corridas, pois até agora Pasini vem sendo uma negação. O destaque dos treinos ficou por conta do desempenho do inglês Bradley Smith, de apenas 16 anos, que ficoum segundo, mas meio segundo atrás de Pasini. O inglês é a grande esperança inglesa no Mundial de Motovelocidade e depois de um ano de aprendizado em 2006, Smith começa a dar resultados. Tomoyoshi Koyama começa a mostrar uma leve melhora da KTM e ficou em terceiro no grid, à frente do primeiro dos favoritos ao título, Hector Faubel. O líder do campeonato Lukas Pesek ficou logo atrás e Gabor Talmacsi foi oitavo.

Agora, é acordar às 6 da matina amnhã e ver se Stoner confirmará a boa fase, se Lorenzo continuará dominando apesar das dores e se Pasini irá exorcizar o azar.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

O outro alemão

Antes de aparecer na F1, os pilotos tem que passar por algumas categorias e mostrar talento para se chegar à categoria máxima do automobilismo. Heinz-Harald Frentzen fez toda essa escadinha e com todo seu virtuosismo, se tornou a maior esperança alemã no final dos anos 80. Na época, a Alemanha (ainda Ocidental) estava carente de grandes pilotos na F1 e ainda estava traumatizada com a morte de Stefan Bellof, até então sua maior esperança. Frentzen tinha tudo para ser o primeiro piloto de ponta alemão desde Wolfgang von Trips no começo dos anos 60. Inclusive, Frentzen era considerado mais rápido do que um tal de Michael Schumacher, seu rival desde os tempos de kart. Porém, Frentzen fez algumas escolhas em sua carreira que o fez demorar um pouco demais a chegar à F1 e quando chegou lá, e encontrou Schumacher um piloto já consolidado, Frentzen mostrou muita velocidade, porém há quem afirme que ele era muito discreto, que não tinha ousadia e que lhe faltou aquela determinação que produz resultados inesperados. Frentzen venceu corridas e disputou timidamente um título mundial, mas isso foi pouco para tanto talento. No dia em que o papa João Paulo II faria 87 anos, Frentzen se torna hoje um quarentão e agora vamos acompanhar a carreira desse alemão que diziam ser melhor do que Schumacher.

Heinz-Harald Frentzen nasceu no dia 18 de maio de 1967 em Mönchengladbach. Em 1980, o pai dele - Harald Frentzen - queria comprar um carro para a madastra do pequeno Heinz-Harald, mas o Seu Harald mudou de idéia e comprou um kart para o filho de 13 anos. Harald ficou com a função de mecânico e chefe de time e assim pai e filho competiram no Campeonato alemão Junior de Kart de 1980. No fim da segunda temporada em 1981 ele ganhou Campeonato Alemão Júnior de Kart. Foi neste ano que ele conheceu Michael Schumacher e competiu com ele pelo campeonato. Em 1984 ele foi vice-campeão alemão de Kart. Em 1986, com 18 anos HH (escrever Heinz-Harald toda vida ninguém merece né?) subiu para a Formula Ford 2000 com um carro comprado pelo pai e novamente Seu Harald era chefe de equipe e mecânico. Para não ter que levar carão quando chegar em casa, Heinz-Harald Frentzen teve ter muito cuidado com o carro dele nas corridas e foi nessa época que ele também aprendeu a mexer nos acertos dos carros. Além disso, Frentzen trabalhava com o pai na companhia da família, uma agência funerária. A vida do Frentzen não era fácil, mas ele foi vice-campeão da Fórmula Ford Alemã em 1987 sem participar de todas as corridas.

Com essa boa atuação na F-Ford, Frentzen foi contratado pela equipe do ex-piloto de F1 Jochen Mass e sobe para a Fórmula Opel alemã em 1988. E ele não decepcionou! Frentzen foi campeão alemão de F-Opel nesse mesmo ano! Juntamente com o campeonato alemão, Frentzen disputou o europeu de F-Opel e terminou o ano em sexto lugar no campeonato. Já nessa época, Frentzen se tornou muito popular entre a imprensa alemã e já era tratado com uma futura estrela na F1. Bernie Ecclestone queria ter um piloto alemão na Fórmula Um , assim a ONS (Comitê de Automobilismo Nacional alemão) decidiu apoiar Frentzen e Michael Schumacher. O problema era que apenas um motorista poderia chegar à Fórmula Um.

Assim a ONS decidiu dar a possibilidade para um dos dois testar um carro de Fórmula Um para aquele que primeiro conseguisse uma vitória em uma corrida de Fórmula 3 alemã em 1989. Numa corrida em Zeltweg Heinz-Harald Frentzen notou a ambição de Michael Schumacher de conseguir este teste. Ele se enroscou com Schumacher e Frentzen acabou fora da pista e depois desse incidente Schumacher ganhou a corrida, mas Schummy acabou ficando sem o teste na F1. A partir deste momento, as relações dos dois não seriam mais as mesmas e ficaria pior no final do ano. Karl Wendlinger foi o campeão da Fórmula 3 alemã por um ponto e Heinz-Harald Frentzen foi vice empatado com Michael Schumacher. Para aumentar a briga FrentzenxSchumacher, a namorada de Frentzen no começo do ano se chamava Corinna, e hoje ela atende por Sra. Schumacher. Frentzen e Schumacher passaram a se odiar!

Mesmo sabendo dessa briga fora da pista, a Mercedes contratou ainda em 1989 Schumacher, Frentzen e Wendlinger para participarem do Campeonato de Esporte-Protótipo no Grupo C na equipe Sauber. Cada um dos três pegou um piloto experiente (Jochen Mass, Mauro Baldi e Jean-Louis Schlesser) para serem seus instrutores. Isso acabou sendo uma grande escola para os três, pois aprenderam a se comportar num carro de mais de 800 cavalos de potência!

Do triunvirato de novatos, Frentzen era conhecido por ser o mais rápido, quem consumia menos gasolina e desgastava menos pneu do que Schumacher e Wendlinger. Após conseguir um segundo lugar juntamente com Jochen Mass em Donington Park, Frentzen partiu para a Fórmula 3000 em 1990. Foi então que Frentzen cometeu a primeira escolha errada em sua carreira. Seu patrocinador pessoal, a Camel, tinha lhe prometido um lugar na F1 se ele conseguisse bons resultados na F-3000 e por isso ele deixou a equipe Mercedes Junior Team. Frentzen assinou contrato com a equipe de Eddie Jordan e logo de cara o alemão marcou o melhor tempo entre 33 pilotos na F-3000 nos treinos de inverno. Entretanto o carro teve muitos problemas e Heinz-Harald Frentzen raramente viu a bandeira quadriculada. Para completar, no final do ano Eddie Jordan deixou o Campeonato de F-3000 e entrou na Fórmula Um em 1991. Assim Frentzen teve que procurar uma equipe nova e se juntou à equipe Vortex. Porém, a Vortex estava com o chassi menos competitivo da temporada da F-3000, a Lola, e Frentzen completou apenas duas corridas, tendo um quinto lugar como melhor resultado. Mesmo com esse péssimo resultado, a Camel lhe ajudou a conseguir dois testes na F1, na Tyrrell e na Brabham. Porém, ele ainda teria outra decepção. Frentzen, antes considerado o melhor piloto jovem alemão, teve que assistir seu desafeto Schumacher estrear primeiro na F1. Frentzen ficou tão decepcionado que ele abandonou momentâneamente o automobilismo e passou a ajudar seu pai nos negócios da família.

Após cinco meses de inatividade, Frentzen foi chamado para correr as 24 Horas de Le Mans de 1992 com um Lola privado. O carro era lento, seu parceiro era ruim, mas chuveu muito durante a corrida. O resultado era que Frentzen era 5s mais rápido que os fantásticos carros da Peugeot quando a chuva era mais forte. Quando a pista secou, a Peugeot dominou, Frentzen foi décimo-quarto, mas seu nome estava novamente no mercado. Graças a essa atuação, Frentzen foi convidado a correr na F-3000 Japonesa na equipe Nova. No final de 1992 a March convidou Frentzen para ocupar o cockpit de seu carro no Grande Prêmio do Japão, e o alemão teve sorte em recusar tamanha cadeira elétrica! Em 1993, Frentzen ficou mais um ano no Japão onde conheceu um dos seus maiores amigos dentro do automobilismo: Roland Ratzenberger. Frentzen continuou na F-3000 Japonesa e conseguiu sua primeira vitória no oriente, mas o alemão não conseguiu muito destaque no campeonato, mais conheceu outro piloto que se tornou muito amigo: Eddie Irvine.

Na sua estada no Japão, Frentzen testou um carro da Tyrrell com motor Mugen e pneus Bridgestone. Ele andou aproximadamente 20.000 quilômetros durante os testes e pôde ganhar um pouco de experiência. Naquele momento a Fórmula 3000 japonesa era mais semelhante a Fórmula Um em termos de tecnologia do que a F3000 européia e Frentzen aprendeu muito nessa época. No começo de agosto de 1993 Peter Sauber convidou Frentzen para testar o Sauber-Ilmor no circuito de Mugello. Embora Frentzen sofresse um acidente, Peter Sauber sabia que HH ainda era o piloto que ele conheceu no Mundial de Esporte-Protótipos. Frentzen foi mais rápido que Wendlinger e acabou assinando contrato com a Sauber para finalmente estrear na F1 em 1994.

Na primeira corrida no circuito de Interlagos Heinz-Harald Frentzen se qualificou em 5º lugar no Sauber-Mercedes dele. Ele foi o melhor novato na Fórmula Um desde Carlos Reutemann em 1972! Mas infelizmente ele rodou na volta 16 da corrida por um motivo inusitado. A garrafa de água dele jorrou água dentro do capacete e HH não enxergava a pista durante alguns segundos e acabou fora dela. Mas na segunda corrida em Aida, ele usou seu conhecimento da pista e terminou na 5ª posição. Então veio Ímola... Em Mônaco, Frentzen sofreu outro choque. Seu companheiro de equipe Wendlinger sofreu um sério acidente e ficou em coma e a Sauber não correu no principado.

Frentzen terminou a primeira temporada da F1 com sete pontos na décima terceira posição. Depois da corrida de Mônaco, Frentzen foi procurado por Frank Williams para correr para ele no lugar de Senna. Não precisa dizer que Senna era o ídolo de Frentzen e ocupar o lugar dele foi demais para HH. Isso sem contar a gratidão que Frentzen sentia por Peter Sauber, que o ajudou muito na época da Mercedes e por ter o colocado na F1. O que teria sido de Frentzen se ele tivesse aceitado a proposta de Frank? Ninguém sabe. Após perder o amigo Ratzenberger, o ídolo Senna e ver Wendlinger quase morrer, Frentzen teve que se acostumar a política. No final de 1994, a Mercedes se mudou para a McLaren e a Sauber teve que se contentar com o velho motor Ford. A segunda temporada foi um pouco melhor para Frentzen. No começo do ano a Sauber-Ford perdia 4.5s por volta para Williams e Benetton, mas a Sauber trabalhou muito e essa defasagem caiu para 1.5s no final do ano. Frentzen se aproveitou disso e conseguiu 15 pontos e foi nono no campeonato. Em Monza, Frentzen pisou no pódio pela primeira vez. Para 1996, Frentzen contava com o apoio que a Ford dava para a Sauber, porém, com a confirmação da saída da montadora americana da equipe para ajudar Jackie Stewart a construir sua escuderia, Frentzen ficou várias vezes na mão graças ao fraco motor que tinha. Em Mônaco, Frentzen produziu uma cena pastelão quando entrou nos boxes uma volta antes do final da corrida e no final da temporada só tinha sete pontos para contar.

Mesmo com os parcos resultados, Frank Williams ainda não tinha esquecido Frentzen e no final de 1996, ele foi contratado para substituir o então campeão mundial Damon Hill. Era a grande chance de Frentzen. Numa equipe grande, ele poderia mostrar toda sua velocidade e poderia fazer o que ele sempre esperou desde que entrou na F1: disputar um título mundial com Michael Schumacher. Contudo, o que poderia ser um contrato de sonho, se tornou um pesadelo para Frentzen em mais uma atitude equivocada em sua carreira. A temporada 1997 começou mal para Frentzen, quando ele teve problemas para se acostumar com a organização da equipe e com acerto do carro, que estava ao gosto de Hill. Particularmente, Frentzen não se dava muito bem com o sócio da equipe Williams, Patrick Head. Em Ímola, a Williams deixou que Frentzen acertasse seu carro do que jeito dele. Resultado: a primeira vitória de Frentzen na F1. Foi uma vitória com gostinho especial, pois Frentzen derrotou Schumacher na pista e soltou uma frase para lá de curiosa na entrevista pós corrida. "Estou muito emocionado. É como óleo na minha alma." Óleo na minha alma?

Aproveitando a boa fase, Frentzen conseguiu sua primeira pole na carreira (novamente derrotando Schumacher) em Mônaco, mas a corrida foi um desastre, pois a Williams errou na escolha dos pneus. Em Magny-Cours que ele terminou na 2ª posição depois de um duelo emocionante com Michael Schumacher no molhado. Ambos ficaram fora da pista com pneus slicks quando a chuva começou. Após cinco pódios seguidos, Frentzen chegou à última corrida em Jerez com a missão de ajudar Jacques Villeneuve a ser campeão. Na Classificação Villeneuve, Schumacher e Frentzen fizeram exatamente o mesmo tempo, mas na corrida Frentzen fez uma corrida tática e ajudou Villeneuve a conquistar seu único título. Com a desclassificação de Schumacher do campeonato, Frentzen se tornou vice-campeão de F1.

Mesmo com o vice, Frentzen esperava mais para 1998, mas o carro da Williams não melhorou muito comparado ao modelo 1997 e o motor Supertec era muito fraco comparado aos Mercedes e Ferrari. Fora que a McLaren construiu um ótimo carro e a equipe de Ron Dennis dominou a temporada. Frentzen superou Villeneuve na primeira metade do campeonato, mas no outono de 1998, Frank Williams deixou claro que ele não precisaria dos serviços de Heinz-Harald Frentzen para a temporada 1999. Porém, Frentzen se juntou a sua antiga equipe na F3000: a Jordan. Esse não foi um erro na carreira de Frentzen. Mesmo tendo Damon Hill como companheiro de equipe, o inglês já estava quase aposentado e Frentzen teria toda a atenção da equipe amarela, que era a que mais crescia na época. Frentzen havia decepcionado na Williams e precisava mostrar que ainda era o piloto que um dia foi considerado mais rápido do que Schumacher.

Com McLaren e Ferrari dominando o campeonato, Frentzen se preocupou em marcar pontos nas primeiras corridas. A Jordan fez um carro bom e confiável e o motor Mugen Honda não devia nada com relação a Mercedes e Ferrari. O começo do ano foi marcado pelos erros de Hakkinen e a pouca confiabilidade da McLaren. Logo na estréia, as McLarens e Schumacher quebraram e Irvine venceu, com Frentzen logo atrás. Até o Grande Prêmio de Mônaco, Frentzen sempre chegava entre os quatro primeiros colocados, até sofrer o pior acidente na F1. No Grande Prêmio do Canadá, o disco de freio da Jordan de Frentzen explodiu e o alemão bateu muito forte de frente no muro. Frentzen quebrou a rótula direita e teve uma concussão cerebral. Apesar do susto, o melhor ainda estava por vir.

Em Magny-Cours, a chuva foi a protagonista da corrida e Frentzen usou uma estratégia diferente da Jordan para vencer pela segunda vez na carreira. Foi uma belíssima corrida e Frentzen andou muito nesse dia. O velho desafeto Schumacher quebrou a perna em Silverstone e um milagre parecia estar se materializando. Em Monza, Frentzen estava em segundo quando Hakkinen, muito mais rápido do que ele, rodou sozinho e Frentzen capitalizou o erro e venceu pela segunda vez na temporada, entrando na briga pelo título! Em Nürburgring, Frentzen conseguiu a pole, mas um problema elétrico atrapalhou seus anseios e praticamente ficou de fora da disputa pelo título. Até a última corrida no Japão, Frentzen não pôde mais acompanhar nem Ferrari, nem McLaren, mas acabou na terceira posição do campeonato. Tinha sido uma grande temporada para Frentzen com a admiração pública recuperada e uma condução sem qualquer erro durante as corridas. Ele simplesmente era a revelação do ano. Foi a melhor temporada de Frentzen e da Jordan.

De forma análoga, 1999 foi o ápice e também o começo do declínio para Frentzen. Mesmo continuando na Jordan, a equipe tinha trazido Jarno Trulli para o lugar do aposentado Damon Hill. Trulli era jovem e muito rápido. Rápido demais para Frentzen. Com 33 anos, HH já não era mais um garoto e suas perspectivas de chegar a uma equipe grande e ser campeão caía, na medida que o ano 2000 foi péssimo em comparação ao ano anterior. Mesmo conseguindo dois terceiros lugares (no Brasil e nos Estados Unidos), Frentzen foi superado várias vezes por Trulli, raramente chegava ao fim das corridas e ainda foi envolvido num acidente fatal. Um ano depois da bela vitória em Monza, Frentzen se chocou com a Ferrari de Barrichello na Variante Bassa na primeira volta, envolcendo vários pilotos. Uma roda voadora acabou atingindo um bombeiro italiano, o matando horas depois. Frentzen foi considerado o culpado pelo acidente.

Para 2001, a Jordan tinha um carro mais confiável, mas ainda longe do nível de 1999. O engenheiro do carro de Frentzen, Sam Michael, se transferiu para a Williams e isso foi um golpe para a moral de Frentzen, que sofreu um sério acidente em Mônaco que o deixou de fora do Grande Prêmio do Canadá daquele ano, mas como desgraça pouca é bobagem, o pior estava por vir. Em Junho, Eddie Jordan anunciou a renovação do contrato de Frentzen para 2002, mas dois meses depois, o mesmo Eddie Jordan veio a público para dizer que Frentzen estava... despedido! A F1 ficou chocada com a atitude de Jordan, demitindo o piloto que lhe deu mais alegrias por fax, mas se soube depois que Jordan precisava demitir um dos seus pilotos para agradar a Honda e colocar um piloto japonês no ano seguinte, que acabou sendo Takuma Sato. Por que Frentzen foi o escolhido? Dizem que os engenheiros não gostavam muito das reclamações de HH e passaram a boicotá-lo...

Frentzen ficou de fora justamente do Grande Prêmio da Alemanha, causando vários protestos da torcida alemã contra a Jordan. Na corrida seguinte, Alain Prost convidou Frentzen para as corridas seguintes, mas o carro era ruim de doer. Frentzen pouco fez para melhorar a situação da equipe e o único bom momento na equipe francesa foi um quarto lugar na Classificação, debaixo de chuva, em Spa. Frentzen gostaria de continuar trabalhando com Prost em 2002. Gostaria. Pois a equipe fechou suas portas no final do ano. A carreira do alemão caminhava para uma aposentadoria forçada quando ele foi convidado por Tom Walkinshaw para correr na Arrows em 2002. Frentzen sabia das dificuldades que iria enfrentar, mas o carro não era de todo ruim e o alemão conseguia se destacar no pelotão de trás, sendo mais rápido que equipes de fábrica como Toyota e Jaguar. HH conseguiu dois ótimos sextos lugares na Espanha e em Mônaco, sendo que no principado teve que segurar a Ferrari de Rubens Barrichello no final da corrida, que antes de encostar no câmbio da Arrows, estava 3s mais rápido do que ele.

Porém, a crise estava para estourar. A Arrows estava em plenas dificuldades financeiras e não treinou na sexta-feira do GP da Inglaterra por falta de pagamento dos motores Cosworth. Na França, o papelão. Não tendo como pagar a Cosworth para correr no domingo, a Arrows manda Frentzen e Enrique Bernoldi andarem devagar para não se Classificarem. A ida para a Arrows foi outro erro e Frentzen se despediria da equipe na Alemanha, quando a equipe fechou as portas definitivamente. A carreira de Frentzen na F1 parecia terminada, mas HH ainda padrinhos fortes. Sua amizade com Peter Sauber e alguns patrocinadores alemães o valeu uma temporada em 2003 no lugar do então novato Felipe Massa. Mesmo marcando alguns pontos, Frentzen fez uma temporada discreta pela Sauber, mas uma surpresa estava por vir. Com a saída da F1 já confirmada, Frentzen se aproveitou da confusa corrida em Indianápolis e do desempenho dos pneus Bridgestone na chuva para arrancar um pódio em sua penúltima corrida na F1. Ao lado do velho rival Schumacher, Frentzen mandava beijinhos do pódio e encerrava seu ciclo na F1.

Voltando à Alemanha, Frentzen partiu para as corridas de turismo. Ele acertou com a Opel no Campeonato Alemão de Turismo (DTM). Correndo contra a veha parceira, a Mercedes, Frentzen esteve longe de se destacar no melhor campeonato de turismo do mundo e não venceu nenhuma corrida. Depois que a Opel se retirou do DTM no final de 2005, Frentzen foi para a Audi em 2006. Ele terminaria em 3º na primeira corrida da temporada em Hockenheim e novamente na 8ª corrida da temporada em Barcelona. Frentzen terminou a temporada em 7º e deixou a equipe declarando que ele não tinha "nenhum apoio da equipe." Já com 39 anos, Frentzen resolveu pendurar as sapatilhas e foi curtir sua esposa, Tanja, a das duas filhas, Lea a Sarah. Mesmo quarentão, Frentzen deve ser lembrar com muita saudade das disputas que teve com Schumacher na F3 ou então dos tempos em que a Jordan lhe dava todo o apoio e quase realizou o seu sonho: ser campeão Mundial de F1. Mesmo tendo um vice como melhor resultado na F1, Frentzen é até hoje lembrado como um piloto rápido e pode bater no peito: já fui considerado mais rápido do que Schumacher!

Parabéns
Heinz-Harald Frentzen

Dados:

terça-feira, 15 de maio de 2007

Figura(ESP): Super Aguri

De piada do grid a equipe preparada para marcar pontos! Em pouco mais de um ano, a Super Aguri saiu da eterna última fila para a metade de cima do pelotão, inclusive ficando uma vez na super pole na Austrália. Porém, o ápice da equipe foi em Barcelona. Já na sexta-feira, Anthony Davidson mostrou que seus dias de piloto de testes ainda está presente e ficou em sexto no geral, mostrando o potencial do carro. Na Classificação no sábado, alguns problemas atrapalharam a equipe e jogaram Sato e Davidson em posições um pouco abaixo do que eles realmente poderiam fazer, mas na corrida, o carro da Super Aguri foi constante e juntamente com a corrida sem erros de Takuma Sato, a equipe de Aguri Suzuki marcou seus primeiros pontos em sua curta história na Fórmula 1. E Sato ainda teve que segurar no braço as investidas desesperadas de Fisichella, na Renault, nas voltas finais. Ou seja, esse ponto foi conseguido na pista, sem ajuda da sorte ou de abandonos!

Não resta dúvidas de que a Super Aguri foi a equipe que mais cresceu do ano passado para cá, mesmo com as polêmicas com as outras equipes sobre o seu chassi (apesar de todo mundo saber que o carro da SAG não passa de um Honda 2006 modificado) e dos problemas operacionais que toda equipe iniciante e pequena sofre. De agora em diante, a Aguri partirá para vôos maiores e tentará ficar na zona de pontos em mais oportunidades. E superar a equipe-matriz!

Figurão(ESP): Montadoras japonesas

Há certas frases que o tempo faz questão de desmentir. Uma delas é "O dinheiro traz felicidade." Na F1 o dinheiro é importante, mas não traz obrigatoriamente títulos. Honda e Toyota estão mostrando de A à Z como NÃO se faz uma gestão de equipe dentro da F1. Essas duas montadoras investem rios de ienes, constróem fábricas somente para suas equipes e os resultados são os que vemos aí.

A Toyota já é um caso sério. Fora 2005, a equipe nunca fez nada demais na F1 aspesar de ter o maior orçamento e o pior é que já foi feito de tudo na curta história da Toyota e nada deu certo. Em Barcelona, a equipe nipônica começou o final de semana com problemas de aderência e seus pilotos estiverem longe de se destacar, mas no sábado Trulli salvou a honra da equipe ao ficar em sexto no grid, mas tudo acabou em lágrimas quando o italiano deixou o motor morrer e largou nos boxes. Ralf, que deve estar pensando em seguir o caminho do irmão, foi acertado ainda na primeira volta e caiu para a última posição. Para completar todas as infelicidades, os seus dois pilotos abandonaram com o mesmo problema: bomba de combustível. Se serve de alívio para a Toyota, a situação da Honda nesse ano é ainda pior. Depois de terminar a temporada passada muito bem, a Honda entrou numa crise sem fim e está levando consigo seus dois pilotos, que em Barcelona se tocaram, acabando com a corrida de Button. Barrichello vinha com chances de pontuar (e o pior é que a Honda estava comemorando esse fato), mas o ritmo do carro era tão ruim que acabou fracassando. Mais um motivo para os japoneses ficarem ainda mais desesperados? A Super Aguri marcou seu primeiro ponto na história com um... Honda 2006! Ou seja, isso mostra a incompetência dos técnicos atuais, que vêem o carro do ano passado derrotar de forma inapelável o carro desse ano.

Sendo Barcelona a pista mais "rodada", a temporada 2007 deverá ser muito dura para Honda e Toyota, mas ao menos elas estão brigando juntinhas pelas metade de baixo do pelotão.

domingo, 13 de maio de 2007

Saí da frente Alonso!



Assim como aconteceu nas corridas anteriores, a etapa espanhola foi decidida na disputa da primeira curva. Mas desta vez houve um algo a mais. Não resta dúvidas que Massa conseguiu a vitória nos primeiros metros do GP da Espanha, porém, o chega pra lá que o brasileiro deu em Alonso significou mais do que a vitória. Se Alonso ultrapassa Massa ali, o brasileiro podia até mesmo recuperar a posição depois durante as paradas, mas estaria desmoralizado. Com Felipe colocando Fernando para comer areia, ele obteve respeito não apenas do espanhol, mas de toda a F1. A corrida foi na Espanha? Tinha 167.000 pessoas no autódromo? Que se lixe! Massa deu um bico nos dois títulos do Alonso e partiu para uma tranqüila vitória e encosta de vez na dupla da McLaren, que insiste em pontear o campeonato.

Sabendo que a corrida seria cortada às 10 horas para a Globo passar a missa do papa, resolvi não gravar a corrida, atitude que me arrependeria depois. Assisti a última meia da corrida pelo rádio e com o auxílio do www.grandepremio.com.br, pela narração do Luís Fernando Ramos e da equipe do site e pelo "live timing" do site oficial da Fórmula 1, também disponibilizado pro grandepremio. Depois da missa, a Globo resolveu passar a última meia hora praticamente na íntegra e fiquei puto por não ter gravado as duas partes, que seria muito mais interessante do que gravar a insossa reprise que a Sportv passa de noite. Porém, a corrida não foi das mais agradáveis de se assistir.

Fiquei decepcionado com a colocação da chicane antes da reta dos boxes. Sinceramente tinha muitas esperanças de que a corrida seria melhor com a diminuição da velocidade da última curva, mas já na corrida da GP2 deu para ver de que nada adiantaria e que teríamos mais uma procissão no domingo, talvez uma forma da F1 homenagear Nossa Senhora, pois aqui em Fortaleza haverá uma grande procissão em graças a Nossa Virgem Maria, Mãe do Senhor e que também é dia dela hoje.

Após a largada, Massa não teve muito com que se preocupar, mas ainda levou um susto. No seu primeiro reabastecimento, ficou claro que o mecânico da Ferrari deixou vazar um pouco de gasolina na mangueira e um pouco de fogo ardeu na carenagem vermelha da Ferrari. Talvez Massa nem viu, mas lembrou muito o incidente de Schumacher na Áustria em 2003, mas desta vez com proporções menores. O controle de Massa sobre Hamilton foi tal, que ele variava muito seu tempo de volta, já que sabia que o inglesinho não o ameaçaria muito. E Lewis agora é líder! Sem vencer, mas com muita constância, o novato sensação vem mostrando a que veio e lidera o campeonato, quebrando mais um recorde. Porém, quebrar recordes parece não ser mais nenhuma novidade na breve carreira de Hamilton na F1. Agora só tá faltando mesmo a vitória para coroar essa temporada de sonho, adjetivo do próprio Hamilton.

Depois de sair da pista e cair para quarto, Alonso teve um desempenho muito parecido do Bahrein. Mesmo correndo em casa, o espanhol foi burocrático e levou seu carro ao pódio, mas parecia não ter muita condição de atacar Hamilton, chegando a ficar 20s atrás do seu companheiro de equipe. Como era de se esperar, Alonso reclamou muito de Massa depois da corrida, mas com certeza ele faria a mesma coisa e agora terá muito cuidado com Felipe nas largdas. Dentro do seio da McLaren, o clima não deve estar as mil maravilhas, pois além da Ferrari ter um carro muito bom e que do jeito que vai, não irá perder o título, a McLaren vem se mostrando impotente ante o domínio vermelho e agora Ron Dennis deve estar perguntando para si mesmo: Para que trazer Alonso a peso de ouro se temos Hamilton? Será muito difícil explicar uma jogada de equipe daqui em diante, pois Hamilton não apenas é líder, como também vem andando melhor do que Alonso.

Raikkonen mostrou hoje a sua maior característica: o azar! Depois de três corridas andando sem grandes problemas, o finlandês quebrou ainda no começo e viu os líderes se distanciarem um pouco. Para piorar as coisas para Kimi, Felipe tinha um ritmo muito mais forte do que o seu e dificilmente alcançaria o ritmo do seu companheiro de equipe. Raikkonen está com um problema parecido com o de Alonso. O finlandês chegou à Ferrari como sucessor de Schumacher, mas vê Massa dominar o campeonato e se Kimi não reagir logo, será posto como segundo piloto sem perdão pela Ferrari.

Atrás das duas grandes, a BMW foi a melhor do resto. Se a expectativa da equipe alemã era de alcançar Ferrari e McLaren ainda esse ano, é melhor eles pensarem em outro objetivo, pois Kubica esteve longe da McLaren de Alonso, mas ao menos o polaco andou bem e marcou pontos pela segunda corrida consecutiva. Já Heidfeld teve muito azar. Primeiro com a sua parada inicial, onde tinha chances de superar Kubica e acabou em último graças a problemas na roda dianteira direita. E quando vinha se recuperando, o câmbio tedesco disse "bye, bye" e o alemão ficou na mão. Pelo menos Heidfeld ainda está em quinto no campeonato. Coulthard levou a Red Bull até o final e marcou os primeiros pontos da equipe austríaca no ano. Tudo muito bom, tudo muito bonito. Porém, a equipe segue com os problemas dos carros de Adrian Newey: muita velocidade e pouca confiabilidade. Webber teve problemas ainda no começo e Coulthard teve que suar sangue no final para segurar sua posição quando perdeu a terceira marcha. Quando a Red Bull melhorar sua confiabilidade, com certeza a equipe terá que ser observada com mais cuidado.

Rosberg vem mostrando por que é um dos destaques deste ano, ao levar a Williams ao sexto lugar. Numa corrida sem erros, o alemão marcou mais pontos num ano em que ele vem mostrando que o gene Rosberg está no seu sangue e dificilmente ficará na Williams em 2008 se manter esse ritmo. E se manter esse ritmo, Wurz também dificilmente fica na F1 em 2008. O austríaco bateu na primeira volta e até agora sua volta à F1 vem sendo uma grande desilusão. Kovalainen superou Fisichella com sobras e as dúvidas sobre as suas capacidades vão se esvaindo a medida em que o finlandês vem mostrando serviço no horroroso carro da Renault. Porém, quem fez a maior festa foi Takuma Sato e a Super Aguri. A equipe japonesa, com o carro da Honda 2006, levou Sato a marcar pontos pela primeira vez desde 2005 e se tornou a terceira equipe japonesa a marcar pontos na história da F1. Sem dúvidas, foi um grande resultado para Sato, Aguri Suzuki e cia.

Já as outras equipes japonesas... a Toyota tinha até uma boa expectativa ao colocar Trulli em sexto, mas a maionese começou a desandar quando o italiano deixou o motor morrer. Ainda na primeira volta, Ralf foi atingido por Wurz e no final do dia, tanto Trulli como Ralf não completaram a corrida. Já a Honda teve que pagar o mico do ano ao ver a Super Aguri marcar pontos primeiro do que ela e com o carro Honda 2006! Se desgraça pouca fosse o suficiente, Button e Barrichello bateram quando o inglês saía dos boxes e os dois perderam muito rendimento despois desse incidente, com Button tendo que trocar o bico e Barrichello se arrastar e perder a chance de pontuar pela primeira vez no ano, o que parecia bem plausível no começo da corrida, mas o péssimo desempenho da Honda não deixou.

Com a entrada da F1 na Europa, o campeonato está mais sensacional do que nunca, porém, ainda não houve uma corrida boa. A melhorzinha foi a do Bahrein, mas sendo ainda muito bondoso. Mas enquanto Massa tiver na frente, ninguém irá ligar para a chatice das corridas. E Massa vem se consolidando como principal candidato ao título, pois seu desempenho vem crescendo a cada dia, enquanto seus rivais mais perigosos vem caindo pelas tabelas. Tanto, que o líder da temporada é o novato Hamilton. Essa é uma chance que Massa não deve desperdiçar e trazer o título para o Brasil depois de muitos anos.