Antigamente, os pilotos ganhavam pouco e por isso, corriam muito mais para poderem se sustentar. No automobilismo pós-guerra, as corridas aconteciam aos montes em várias categorias e é nessa época que surge Roy Salvadori. O piloto inglês de família italiana correu de F1, F2, Carros esportes, GT e carros de turismo em todas as marcas e equipes possíveis: Aston Martin, (onde durante oito anos foi o piloto oficial), Cooper, Lotus, Ferrari, Lola, Connaught, Maserati, Vanwall, Tommy Atkins, John Coombs, Ecurie Ecosse, Border Reivers, Briggs Cunningham, Gilby Engineering e Maranello Concessionaires. Ou seja, onde havia uma corrida, Salvadori estava lá, seja em Le Mans, seja em Goodwood. Uma das características de Salvadori foi de fazer mais de uma corrida com vários carros diferentes. No encontro Pascual de Goodwood em 1955, Salvadori venceu a corrida de F1 em uma Maserati 250F, a corrida de F2 à bordo de um Connaught e a corrida de Esportes-protótipos num Aston Martin. Além disso ele foi segundo nas outras duas corridas das quais ele participou naquele dia.
Nascido em Dovercourt, Essex, na Inglaterra, em 12 de maio de 1922, de pais italianos, Roy Francesco Salvadori começou sua longa carreira em 1947 com um Alfa Romeo B - P3 na Fórmula Libre, no perigoso circuito de Chimay na Bélgica. E logo de cara chegou em quinto! Logo ele passou a disputar corridas de Grande Prêmio pela equipe de Sidney Greene com carros Maserati, mas Salvadori não conseguiu resultados muito animadores, já que Alfa Romeo e a récem-criada Ferrari estava dominando nos anos anteriores a criação da F1. Porém, Salvadori conseguia boas posições em corridas menores e estabeleceu seu nome como um dos principais pilotos ingleses a se destacar nos GPs pós-guerra. Em 1951 Salvadori sofreu seu pior acidente em Silverstone à bordo de um Frazer-Nash num esporte-protótipo, na curva Stowe, e isso causou sérios trumatismos, principalmente na cabeça. Curiosamente, quatro anos depois Salvadori sofreria um grave acidente na mesma curva Stowe, desta vez no GP Daily Express de F1, num Maserati 250F.
Recuperado de seu acidente, Salvadori conseguiu quatro vitórias no mesmo Frazer-Nash que quase o matou em corridas de esportes-protótipo na Inglaterra. O inglês estreou no Mundial de F1 em 1952 no GP da Inglaterra numa Ferrari 500 da obscura equipe G Caprara. Ele largou em décimo-nono e terminou num bom oitavo lugar. Por causa do regulamento daquela época, a F1 estava correndo com a carros de F2 e com esse carro, Salvadori venceu a corrida de F2 do Joe Fry Memorial Trophy, em Castle Combe. Em 1953 Salvadori se juntou à equipe oficial da Connaught e disputou cinco corridas pela equipe. E foram cinco abandonos. A equipe, que tinha participação de um tal de Bernie Ecclestone, era muito ruim e normalmente ocupava as últimas posições e raramente completava as corridas, como Salvadori sentiu na própria pele. Porém, o ano de 53 não foi perdido para Salvadori. Ele venceu a Madgwick Cup, em Goodwood, e chegou em segundo lugar na Lavant Cup, em Goodwood, no International Trophy, em Silverstone, no Crystal Palace Trophy e no Newcastle Journal Trophy, com o Connaught A. No Mundial de Marcas foi o segundo colocado nos 1000 Km de Nurburgring, com um Jaguar C.
Em 1954 Roy voltou a andar num carro GP da Maserati da equipe de Sydney Greene. A Gilby Engineering tinha no seu box o mítico Maserati 250F, mas o carro funcionava muito melhor nas mãos da equipe de fábrica e Salvadori não pode fazer muito, a não ser abandonar as três corridas que disputou. Novamente, Salvadori fez seu nome em outras categorias vencendo o Curtiss Trophy, em Snetterton, e chegou em segundo lugar na Lavant Cup, em Goodwood, na BARC Race, em Goodwood e no August Trophy, em Crystal Palace, com a Maserati 250 F. Participou de quatro corridas no Mundial de Marcas, com um Aston Martin DB-3 S, sem conseguir terminá-las. Na categoria esporte venceu quatro corridas com uma Maserati A6 GCS, três com um Jaguar C e uma com um Aston Martin DB-2, na Inglaterra. Venceu ainda duas corridas de Fórmula Livre em Snetterton, com a Maserati 250 F. Até 1956, Salvadori disputou somente mais quatro corridas na F1, sempre com a Gilby Engineering, sempre com a Maserati 250F, e só conseguiu completar o GP da Itália de 56, numa modesta décima primeira posição. Porém, seu desempenho fora da F1 era espetacular. Venceu quatro corridas da categoria esporte na Inglaterra em 1955, com um Aston Martin DB-3 S e uma com um Cooper T-39. Em provas de Fórmula Libre, venceu, com a Maserati 250 F, duas corridas em Snetterton, e com o Connaught A, três corridas, em Goodwood, Charterhall e Ibsley. No ano seguinte, venceu quatro corridas de Fórmula 2, com um Cooper T-41 de fábrica, em Silverstone, Brands Hatch, Goodwood e Oulton Park. Foi o quarto colocado nas 12 Horas de Sebring, com um Aston Martin DB-3 S. Venceu quatro corridas para carros esporte com o Aston Martin e três com um Cooper T-39, na Inglaterra.
Apesar de todas essas vitórias, Salvadori ainda não tinha se destacado na F1. O inglês tinha muita influência dentro das equipes inglesas e muitas vezes foi convidado para fazer algumas corridas, onde as equipes usavam a experiência de Roy para desenvolver os carros. A BRM colocou Salvadori para correr no GP de Mônaco de 1957 e a Vanwall pôs Roy no cockpit do seu carro no GP da França de 1957. Salvadori marcou seus primeiros pontos no GP da Inglaterra daquele mesmo ano num Cooper (o terceiro carro de Salvadori em menos de um ano!) e Roy começa um longo relacionamento com a equipe de John Cooper. Pela primeira vez na carreira, Salvadori estava numa equipe de fábrica minimamente competitiva e em 1958 ele fez sua melhor temporada na F1. Com 15 pontos, Salvadori ficou em quarto lugar no campeonato conseguindo um terceiro lugar no GP da Inglaterra e um segundo lugar no GP da Alemanha. Ele ainda foi o segundo colocado no International Trophy, em Silverstone. Chegou em segundo lugar no Tourist Trophy, com um Aston Martin DBR-1.
Já nessa época Salvadori mantinha relações muito próximas com a Aston Martin, onde disputava o Mundial de Esporte-Protótipos. A montadora dirigida por David Brown resolveu investir num carro de F1 junto com o lendário chefe de equipe John Wyer. Salvadori foi o escolhido, junto com Carroll Shelby, para serem os pilotos da nova equipe Aston Martin. Infelizmente, a Aston Martin não pôde conciliar com muita eficiência a convivência de duas categorias tão fortes como a F1 e o Mundial de Esporte-Protótipos e Salvadori sacrificou dois anos tentando desenvolver o carro de F1, porém, houve momento felizes, quando Salvadori ficou em segundo lugar no grid do GP da Inglaterra de 1959, com o mesmo tempo do pole Jack Brabham. Ele terminou em sexto lugar, mesma posição do GP de Portugal. Em 1960, ele chegou em terceiro lugar nas 24 Horas de Le Mans, com um Aston Martin DBR-1 da Equipe Border Reivers. Venceu cinco corridas da categoria esporte na Inglaterra, quatro com um Cooper T-61 e uma com um Jaguar - E Type.
Já próximo das 400 largadas na carreira, Salvadori mostrava sinais de cansaço. Com o abandono da Aston Martin da F1, ele partiu para a equipe Yeoman Credit Racing Team, onde novamente andou com um Cooper. Ele conseguiu dois sextos lugares (Inglaterra e Itália) e quase venceu o Grande Prêmio dos Estados Unidos, onde abandonou com o motor quebrado quando estava em segundo, logo atrás do vencedor Innes Ireland. Em 1962, a Yeoman Credit Racing Team trocou a Cooper pela Lola e Salvadori abandonou a sua carreira de piloto na F1 na África do Sul com mais um abandono. Por sinal, Salvadori não completou uma única corrida em 1962. Em provas extra-campeonato ele foi o segundo colocado em Goodwood, Crystal Palace e Karlskoga. Foi o quarto colocado nas 24 Horas de Le Mans, com um Jaguar - E Type. A partir de 1963 Salvadori passou a se dedicar unicamente nos carros esportes chegando em terceiro lugar no Tourist Trophy, com um Jaguar - E da equipe C.T.Atkins. Venceu seis corridas na Inglaterra, com um Cooper T-61. Venceu as 3 Horas de Monza, com um Aston Martin DBR-2. Foi segundo colocado nas 6 Horas de Brands Hatch, com um Jaguar Mk-2.
Em 1964 ele disputou as 24 Horas de Le Mans com um Ford GT-40, abandonando com problemas no câmbio. Foi segundo colocado em Silverstone, com um Cooper T-61 e na Coppa Intereuropa, em Monza, com uma Ferrari 250 LM. Disputou suas últimas corridas em 1965, com um Cooper T-61 esporte, passando, no ano seguinte, a exercer a função de Diretor Esportivo da Equipe Cooper até o final de 1967, retirando-se então das atividades ligadas ao automobilismo. Após a mau-sucedida empreitada com a Cooper-Maserati, Salvadori se mudou para Mônaco e hoje curte seu aniversário de número 85 curtindo sua aposentadoria, contando histórias para os meros mortais que não tiveram a oportunidade de vê-lo correr na F1, F2, GT, Carros Esportes...
Parabéns, Roy Salvadori!
Fontes: www.statsf1.com
www.f1gp.com.br
www.grandprix.com
www.f1db.com
Nascido em Dovercourt, Essex, na Inglaterra, em 12 de maio de 1922, de pais italianos, Roy Francesco Salvadori começou sua longa carreira em 1947 com um Alfa Romeo B - P3 na Fórmula Libre, no perigoso circuito de Chimay na Bélgica. E logo de cara chegou em quinto! Logo ele passou a disputar corridas de Grande Prêmio pela equipe de Sidney Greene com carros Maserati, mas Salvadori não conseguiu resultados muito animadores, já que Alfa Romeo e a récem-criada Ferrari estava dominando nos anos anteriores a criação da F1. Porém, Salvadori conseguia boas posições em corridas menores e estabeleceu seu nome como um dos principais pilotos ingleses a se destacar nos GPs pós-guerra. Em 1951 Salvadori sofreu seu pior acidente em Silverstone à bordo de um Frazer-Nash num esporte-protótipo, na curva Stowe, e isso causou sérios trumatismos, principalmente na cabeça. Curiosamente, quatro anos depois Salvadori sofreria um grave acidente na mesma curva Stowe, desta vez no GP Daily Express de F1, num Maserati 250F.
Recuperado de seu acidente, Salvadori conseguiu quatro vitórias no mesmo Frazer-Nash que quase o matou em corridas de esportes-protótipo na Inglaterra. O inglês estreou no Mundial de F1 em 1952 no GP da Inglaterra numa Ferrari 500 da obscura equipe G Caprara. Ele largou em décimo-nono e terminou num bom oitavo lugar. Por causa do regulamento daquela época, a F1 estava correndo com a carros de F2 e com esse carro, Salvadori venceu a corrida de F2 do Joe Fry Memorial Trophy, em Castle Combe. Em 1953 Salvadori se juntou à equipe oficial da Connaught e disputou cinco corridas pela equipe. E foram cinco abandonos. A equipe, que tinha participação de um tal de Bernie Ecclestone, era muito ruim e normalmente ocupava as últimas posições e raramente completava as corridas, como Salvadori sentiu na própria pele. Porém, o ano de 53 não foi perdido para Salvadori. Ele venceu a Madgwick Cup, em Goodwood, e chegou em segundo lugar na Lavant Cup, em Goodwood, no International Trophy, em Silverstone, no Crystal Palace Trophy e no Newcastle Journal Trophy, com o Connaught A. No Mundial de Marcas foi o segundo colocado nos 1000 Km de Nurburgring, com um Jaguar C.
Em 1954 Roy voltou a andar num carro GP da Maserati da equipe de Sydney Greene. A Gilby Engineering tinha no seu box o mítico Maserati 250F, mas o carro funcionava muito melhor nas mãos da equipe de fábrica e Salvadori não pode fazer muito, a não ser abandonar as três corridas que disputou. Novamente, Salvadori fez seu nome em outras categorias vencendo o Curtiss Trophy, em Snetterton, e chegou em segundo lugar na Lavant Cup, em Goodwood, na BARC Race, em Goodwood e no August Trophy, em Crystal Palace, com a Maserati 250 F. Participou de quatro corridas no Mundial de Marcas, com um Aston Martin DB-3 S, sem conseguir terminá-las. Na categoria esporte venceu quatro corridas com uma Maserati A6 GCS, três com um Jaguar C e uma com um Aston Martin DB-2, na Inglaterra. Venceu ainda duas corridas de Fórmula Livre em Snetterton, com a Maserati 250 F. Até 1956, Salvadori disputou somente mais quatro corridas na F1, sempre com a Gilby Engineering, sempre com a Maserati 250F, e só conseguiu completar o GP da Itália de 56, numa modesta décima primeira posição. Porém, seu desempenho fora da F1 era espetacular. Venceu quatro corridas da categoria esporte na Inglaterra em 1955, com um Aston Martin DB-3 S e uma com um Cooper T-39. Em provas de Fórmula Libre, venceu, com a Maserati 250 F, duas corridas em Snetterton, e com o Connaught A, três corridas, em Goodwood, Charterhall e Ibsley. No ano seguinte, venceu quatro corridas de Fórmula 2, com um Cooper T-41 de fábrica, em Silverstone, Brands Hatch, Goodwood e Oulton Park. Foi o quarto colocado nas 12 Horas de Sebring, com um Aston Martin DB-3 S. Venceu quatro corridas para carros esporte com o Aston Martin e três com um Cooper T-39, na Inglaterra.
Apesar de todas essas vitórias, Salvadori ainda não tinha se destacado na F1. O inglês tinha muita influência dentro das equipes inglesas e muitas vezes foi convidado para fazer algumas corridas, onde as equipes usavam a experiência de Roy para desenvolver os carros. A BRM colocou Salvadori para correr no GP de Mônaco de 1957 e a Vanwall pôs Roy no cockpit do seu carro no GP da França de 1957. Salvadori marcou seus primeiros pontos no GP da Inglaterra daquele mesmo ano num Cooper (o terceiro carro de Salvadori em menos de um ano!) e Roy começa um longo relacionamento com a equipe de John Cooper. Pela primeira vez na carreira, Salvadori estava numa equipe de fábrica minimamente competitiva e em 1958 ele fez sua melhor temporada na F1. Com 15 pontos, Salvadori ficou em quarto lugar no campeonato conseguindo um terceiro lugar no GP da Inglaterra e um segundo lugar no GP da Alemanha. Ele ainda foi o segundo colocado no International Trophy, em Silverstone. Chegou em segundo lugar no Tourist Trophy, com um Aston Martin DBR-1.
Já nessa época Salvadori mantinha relações muito próximas com a Aston Martin, onde disputava o Mundial de Esporte-Protótipos. A montadora dirigida por David Brown resolveu investir num carro de F1 junto com o lendário chefe de equipe John Wyer. Salvadori foi o escolhido, junto com Carroll Shelby, para serem os pilotos da nova equipe Aston Martin. Infelizmente, a Aston Martin não pôde conciliar com muita eficiência a convivência de duas categorias tão fortes como a F1 e o Mundial de Esporte-Protótipos e Salvadori sacrificou dois anos tentando desenvolver o carro de F1, porém, houve momento felizes, quando Salvadori ficou em segundo lugar no grid do GP da Inglaterra de 1959, com o mesmo tempo do pole Jack Brabham. Ele terminou em sexto lugar, mesma posição do GP de Portugal. Em 1960, ele chegou em terceiro lugar nas 24 Horas de Le Mans, com um Aston Martin DBR-1 da Equipe Border Reivers. Venceu cinco corridas da categoria esporte na Inglaterra, quatro com um Cooper T-61 e uma com um Jaguar - E Type.
Já próximo das 400 largadas na carreira, Salvadori mostrava sinais de cansaço. Com o abandono da Aston Martin da F1, ele partiu para a equipe Yeoman Credit Racing Team, onde novamente andou com um Cooper. Ele conseguiu dois sextos lugares (Inglaterra e Itália) e quase venceu o Grande Prêmio dos Estados Unidos, onde abandonou com o motor quebrado quando estava em segundo, logo atrás do vencedor Innes Ireland. Em 1962, a Yeoman Credit Racing Team trocou a Cooper pela Lola e Salvadori abandonou a sua carreira de piloto na F1 na África do Sul com mais um abandono. Por sinal, Salvadori não completou uma única corrida em 1962. Em provas extra-campeonato ele foi o segundo colocado em Goodwood, Crystal Palace e Karlskoga. Foi o quarto colocado nas 24 Horas de Le Mans, com um Jaguar - E Type. A partir de 1963 Salvadori passou a se dedicar unicamente nos carros esportes chegando em terceiro lugar no Tourist Trophy, com um Jaguar - E da equipe C.T.Atkins. Venceu seis corridas na Inglaterra, com um Cooper T-61. Venceu as 3 Horas de Monza, com um Aston Martin DBR-2. Foi segundo colocado nas 6 Horas de Brands Hatch, com um Jaguar Mk-2.
Em 1964 ele disputou as 24 Horas de Le Mans com um Ford GT-40, abandonando com problemas no câmbio. Foi segundo colocado em Silverstone, com um Cooper T-61 e na Coppa Intereuropa, em Monza, com uma Ferrari 250 LM. Disputou suas últimas corridas em 1965, com um Cooper T-61 esporte, passando, no ano seguinte, a exercer a função de Diretor Esportivo da Equipe Cooper até o final de 1967, retirando-se então das atividades ligadas ao automobilismo. Após a mau-sucedida empreitada com a Cooper-Maserati, Salvadori se mudou para Mônaco e hoje curte seu aniversário de número 85 curtindo sua aposentadoria, contando histórias para os meros mortais que não tiveram a oportunidade de vê-lo correr na F1, F2, GT, Carros Esportes...
Parabéns, Roy Salvadori!
Fontes: www.statsf1.com
www.f1gp.com.br
www.grandprix.com
www.f1db.com
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