A etapa da China de MotoGP foi uma cópia em papel carbono da primeira etapa do campeonato no Catar. Num circuito com retas enormes, o motor da Ducati superou o equilíbrio da Yamaha e Casey Stoner, numa forma exuberante, derrotou mais uma vez Valentino Rossi. Assim como no Oriente Médio, Rossi conseguia ultrapassar o australiano no miolo da pista, mas quando se aproximavam da reta oposta, Stoner despejava potência e dava uma tchauzinho para Rossi e chegava para a fortíssima freada da primeira curva com duas motos de vantagem para o italiano. Com a terceira vitória em quatro corridas, Stoner é mais líder do que nunca!
Com a corrida das 125cc começando à uma da manhã, fiquei esperando chegar essa hora para programar o vídeo e colocar no EP e assim o meu insuperável vídeo gravar as corridas madrugada adentro. Enquanto isso, quando a chuva deixou, assisti ao excelente filme "A queda", sobre as últimas horas de Hitler. Como adoro Segunda Guerra Mundial, assisti com gosto até a hora de programar o vídeo. Acordei cedo para assistir o DTM e depois a Stock e voltei a fita (o vídeo fez um barulho horrível, tomara que ele não me desaponte) e assisti as três corridas. A 125cc tinha o azarado Mattia Pasini na pole e com a esperança de que dias melhores virão. O italiano manteve a ponta na largada seguido pela promessa inglesa Bradley Smith (que até agora não fez porra nenhuma) da Repsol Honda. A partir de então começou a batalha de Xangai, parte I. A primeira parte da corrida tinha um grupo de cinco pilotos na ponta, com Pasini, Faubel, Talmacsi, Pesek e o vencedor da última prova Simone Corsi. Os cinco trocaram de posição a toda hora, com destaque para as freadas de Pasini no final da reta oposta, que chegava a cair para terceiro no meio da reta e chegar em primeiro depois da freada! Com essas trocas de posição, um segundo grupo, também com cinco pilotos, começou a se aproximar do grupo da frente. Sergio Gadea, Bradley Smith, Esteve Rabat(Repsol Honda), Tomoyoshi Koyama(KTM) e Ranseder(KTM) encostaram nos primeiros e a metade final da corrida teve uma disputa palmo a palmo entre dez pilotos. De repente, Rabat, com sua anêmica Honda, começou a ultrapassar todo mundo e apareceu em primeiro faltando cinco voltas. Na enorme reta oposta, isso era uma surpresa, fora que o espanhol de 17 anos tinha um oitavo lugar como melhor resultado. Gadea, patinho feio na equipe Martinez, também foi para cima e ficou em segundo, seguido por Corsi. O pódio seria formado apenas por zebras! Porém, em quarto, muito discreto, vinha Lukas Pesek. O tcheco, que nunca havia vencido na carreira, foi para cima dos seus adversários e na última volta tinha uma bela vantagem na liderança. Faubel ainda se recuperou e tentou ir para cima da Derbi de Pesek, mas o tcheco comemorou (e muito) sua primeira vitória nas 125cc. Rabat se manteve em terceiro e depois da corrida parecia não acreditar muito no que tinha acontecido. Com Talmacsi chegando em quarto, Pesek assumiu a liderança por apenas dois pontos, enquanto Faubel vem logo atrás em terceiro, apenas quatro pontos atrás. Sem dúvida um campeonato empolgante irá se desenrolar na categoria mirim do Mundial de Motovelocidade. Ah! Pasini marcou seus primeiros pontos no campeonato, em décimo...
Quando vi a primeira fila das 250cc, pensei que não teria para ninguém na China. Lorenzo estava na pole, seguido por Barberá (numa equipe pequena da Aprilia), Mika Kallio (estreando nas 250 na KTM) e Julian Simon (também estreando nas 250cc e também sofrendo na Honda). Os principais adversários de Lorenzo estava da segunda fila para trás. Infelizmente não estava errado. Lorenzo só vacilou na largada e na segunda volta, quando errou a freada da reta oposta. Com uma moto sobrando, saiu da quinta para a primeira posição com velocidade espantosa e venceu com um pé nas costas. Doviziozo ainda liderou por alguns momentos graças ao seu talento, mas ele não foi capaz de segurar o melhor piloto na pista. Álvaro Bautista largou mal e terminou a primeira volta em décimo segundo. Com a moto mais rápida na reta oposta, o espanhol atropelou quem viu pela frente e não tomou conhecimento nem do seu experiente companheiro de equipe e nem de Doviziozo. Por sinal, a última volta foi marcada pela disputa entre Bautista e Doviziozo, com o italiano ultrapassando o espanhol durante a última volta, mas Bautista deu o troco numa manobra brusca e que quase derrubou Doviziozo, que chiou no final da corrida. Lorenzo venceu e pelo menos ele é criativo nas suas comemorações, mas por causa de sua arrogância, criou vários inimigos e mesmo dentro da Espanha, ele não é muito querido, tanto que muita gente torce por Bautista. Porém, mesmo com a melhor moto, Lorenzo é um bom piloto e deve estrear na MotoGP já em 2008 e o título das 250cc já está praticamente no papo.
Na MotoGP, a expectativa era sobre o desempenho de Rossi, que colocou quase 1s em cima de todo mundo e ainda quebrou o recorde da pista. Mesmo largando mal, Rossi reassumiu a primeira posição, mas já tinha Casey Stoner em segundo. Na reta dos boxes, Stoner ultrapassou Rossi e foi embora. Atrás deles, John Hopkins levava sua Suzuki para frente e tentava seu primeiro pódio no Mundial. Ele deixou a decepcionante Honda de Pedrosa e Melandri para trás e foi para cima da disputa pela primeira posição. Stoner parecia um pouco inseguro e fazia freadas agressivas e de lado, enquanto Rossi tinha uma moto mais equilibrada e Hopkins se aproximava. Porém, quando Rossi passava Stoner, levava o troco na reta oposta. Num certo momento, Rossi se afobou e chegou a sair da pista e ficou em terceiro, mas logo deixou Hopkins para trás. Contudo, não pode fazer nada com relação a Stoner e assistiu o australiano vencer a terceira corrida em quatro na temporada e dar uma disparada no campeonato. Hopkins chegou num sólido terceiro lugar e depois de ter papado aquela modelo do guarda-chuva na Turquia, o americano melhorou bastante.
A corrida da China mostrou que o campeonato desse ano será decidido pelos pneus, como na F1 nos anos anteriores. A Bridgestone dominou e só o talento de Rossi pode colocar a Michelin em terceiro. A Honda vem sendo a grande decepção do ano e sinceramente não me lembro de cabeça quando foi a última vez que a marca japonesa ficou de fora do pódio na MotoGP. Pedrosa foi quarto e Hayden foi décimo segundo. Porém, o americando foi envolvido num acidente na primeira curva, que fez Toni Elias abandonar a corrida e Alex Barros parar a moto para não atingir a máquina caída de Elias. Barros perdeu uma enormidade de tempo e não houve tempo suficiente para chegar numa posição melhor do que a décima quarta posição que ele conseguiu, ultrapassando Kenny Roberts na última volta. Foi uma pena, pois seu limitado companheiro de equipe Alex Hofmann chegou em nono e com certeza Barros superaria o alemão. Agora, a categoria parte para Le Mans e como não notícias de grande retas, a corrida deverá ser mais equilibrada, ajudando a causa de Rossi. Porém, Stoner está numa fase sensacional, muito mais maduro do que Rolling Stoner dos anos anteriores.
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