Quando Ronnie Peterson sofreu seu acidente fatal na largada do Grande Prêmio da Itália de 1978 em Monza, o tradicional circuito italiano passou a ser considerado um dos piores do calendário da F1, com várias pessoas querendo seu banimento. Em 1980, Monza foi substituído por Ímola, mas os tifosi fizeram pressão, junto com a Ferrari e Monza retornou ao calendário da F1 em 1981, mas Ímola havia deixado uma boa impressão e para agradar os italianos, foi criado o Grande Prêmio de San Marino, pequena república encravada no meio da Itália. Após o ‘invento’ da suspensão hidropneumática por parte de Gordon Murray no começo da temporada, todas as equipes resolveram copiar o sistema e num piscar de olhos as várias reclamações das demais equipes contra a Brabham cessaram. Quem não estava nada satisfeito era Colin Chapman, que viu seu invento, o chassi-duplo sendo proibido e tendo que construir um novo carro para poder correr àquela temporada, tirando a Lotus da corrida em Ímola para mais testes na Inglaterra do novo modelo 87.
Se a Ferrari já se sentia a vontade em Monza, imagine num circuito chamado Autodromo Enzo e Dino Ferrari. Gilles Villeneuve colocou sete décimos em todo mundo e conquistaria sua segunda (e última) pole na carreira, enquanto era seguido pela Williams de Carlos Reutemann, cada vez mais decidido em ser campeão em 1981, mesmo contra a vontade da equipe, que ainda apoiava Alan Jones, mesmo o australiano mais lento após seu título. Mais atrás, a novidade desta corrida, a nova equipe Toleman, não conseguiu tempo para se classificar, como era esperado, mas o jovem italiano Michele Alboreto, que correria pela primeira vez na F1 com a Tyrrell, partiria em 17º, duas posições à frente de Eddie Cheever, seu vizinho de box.
Grid:
1) Villeneuve(Ferrari) – 1:34.523
2) Reutemann(Williams) – 1:35.229
3) Arnoux(Renault) – 1:35.281
4) Prost(Renault) – 1:35.579
5) Piquet(Brabham) – 1:35.733
6) Pironi(Ferrari) – 1:35.868
7) Watson(McLaren) – 1:36.241
8) Jones(Williams) – 1:36.280
9) Patrese(Arrows) – 1:36.390
10) Laffite(Ligier) – 1:36.477
O dia 2 de maio de 1981 amanheceu chovendo em Ímola, numa clara diferença com relação a prova em Monza, sempre realizada com o sol de outono italiano. Porém, para complicar a vida dos pilotos, a chuva tinha cessado no momento da largada e mais uma vez em 1981, os pilotos teriam que escolher os pneus certos se quisessem conseguir uma boa posição na corrida. Todos os pilotos largaram com pneus de chuva e os dois representantes da primeira fila saíram muito bem na luz verde, com Villeneuve e Reutemann vindo lado a lado na entrada da Tamburello. Mais atrás, Piquet ultrapassa uma das Renaults, enquanto Pironi queima claramente a largada, pulando para 3º. Piquet fica encaixotado atrás de Villeneuve na rápida curva Tamburello e Pironi aproveita para ultrapassar o brasileiro e Reutemann usando a potência do motor turbo da Ferrari, assumindo o 2º posto antes da curva Tosa, fazendo uma dobradinha para a Ferrari, deixando a torcida italiana delirando.
Durante a primeira volta, Piquet se atrasa e cai para 9º, enquanto Jones pula para 4º, partindo em perseguição a Reutemann. Mais atrás, o argentino Miguel Angel Guerra tem um enrosco com o chileno Eliseo Salazar na Tosa e Guerra acaba levando a pior, tendo quebrado uma perna e ficando alguns minutos preso dentro do seu carro. Tentando manter o status de primeiro piloto dentro da equipe Williams, Jones parte ao ataque em cima de Reutemann, mas o argentino resiste e acaba entortando a asa dianteira do companheiro de equipe. Jones vai aos boxes e não seria mais um fator na briga pela ponta da corrida. A pista secava a olhos vistos e um pit-stop na hora certa seria crucial para o andamento da prova. Ainda na décima volta, a Ferrari chama Villeneuve para os boxes para colocar os pneus slicks. Para incrível azar do canadense, assim que sai dos pits, a chuva volta a cair forte e todo o esforço de Villeneuve em liderar a corrida no início seria em vão.
Com tudo isso, Pironi assumia a liderança da corrida, seguido por Patrese e Piquet. Reutemann fazia uma corrida cuidadosa depois do toque em Jones e parecia concentrado unicamente em marcar pontos. A diferença entre os três primeiros não era grande, com Piquet partindo para cima de Patrese, mas o italiano não tinha a torcida dos tifosi naquele dia. Longe disso. Todos rezavam para que Pironi (leia-se Ferrari) vencesse a prova. As preces não pareciam ter sido ouvidas, pois depois de várias tentativas, Nelson Piquet ultrapassa Patrese na volta 22 e parte para cima de Pironi. As posições ficam estáticas por muito tempo, com Pironi-Piquet-Patrese andando próximos, mas sem atacar um ao outro. Por volta do giro de número 40, os líderes se aproximam do retardatário Patrick Tambay, da Theodore. O francês abre docilmente para Pironi, mas dificulta a vida de Piquet de forma escancarada. Nesse momento, o francês da Ferrari parecia ter problemas com seus pneus de chuva e a presença de Tambay acabaria por estragar os planos da Ferrari em médio prazo, pois Patrese começava a se aproximar de Piquet. Imediatamente após deixar Tambay para trás, Piquet iniciou o ataque em cima de Pironi, com Patrese logo atrás.
Os três ‘Ps’ andavam juntos, numa emocionante briga pela ponta da corrida, Piquet tentava ultrapassar Pironi em todos os lugares possíveis, enquanto Patrese observava tudo de perto, sendo que Tambay estava colado na traseira do italiano de forma surpreendente. Na volta 46, Piquet finalmente ultrapassa Pironi na Variante Alta e começava a abrir vantagem, enquanto o ferrarista segurava Patrese. A luta entre Patrese e Pironi dura apenas duas voltas, com o italiano ultrapassando a Ferrari na Variante Baixa. Até Tambay tira uma casquinha da Ferrari lenta com os pneus totalmente acabados. Fazendo uma corrida de espera, Reutemann se aproxima lentamente de Pironi e faltando dez voltas assegura seu lugar no pódio. Piquet diria mais tarde que essa prova em Ímola seria um de suas melhores e a vitória lhe garante o 2º lugar no campeonato, apenas três pontos atrás de Reutemann. Era a certeza que o campeonato seria decidido entre esses dois pilotos sul-americanos.
Chegada:
1) Piquet
2) Patrese
3) Reutemann
4) Rebaque
5) Pironi
6) De Cesaris
Se a Ferrari já se sentia a vontade em Monza, imagine num circuito chamado Autodromo Enzo e Dino Ferrari. Gilles Villeneuve colocou sete décimos em todo mundo e conquistaria sua segunda (e última) pole na carreira, enquanto era seguido pela Williams de Carlos Reutemann, cada vez mais decidido em ser campeão em 1981, mesmo contra a vontade da equipe, que ainda apoiava Alan Jones, mesmo o australiano mais lento após seu título. Mais atrás, a novidade desta corrida, a nova equipe Toleman, não conseguiu tempo para se classificar, como era esperado, mas o jovem italiano Michele Alboreto, que correria pela primeira vez na F1 com a Tyrrell, partiria em 17º, duas posições à frente de Eddie Cheever, seu vizinho de box.
Grid:
1) Villeneuve(Ferrari) – 1:34.523
2) Reutemann(Williams) – 1:35.229
3) Arnoux(Renault) – 1:35.281
4) Prost(Renault) – 1:35.579
5) Piquet(Brabham) – 1:35.733
6) Pironi(Ferrari) – 1:35.868
7) Watson(McLaren) – 1:36.241
8) Jones(Williams) – 1:36.280
9) Patrese(Arrows) – 1:36.390
10) Laffite(Ligier) – 1:36.477
O dia 2 de maio de 1981 amanheceu chovendo em Ímola, numa clara diferença com relação a prova em Monza, sempre realizada com o sol de outono italiano. Porém, para complicar a vida dos pilotos, a chuva tinha cessado no momento da largada e mais uma vez em 1981, os pilotos teriam que escolher os pneus certos se quisessem conseguir uma boa posição na corrida. Todos os pilotos largaram com pneus de chuva e os dois representantes da primeira fila saíram muito bem na luz verde, com Villeneuve e Reutemann vindo lado a lado na entrada da Tamburello. Mais atrás, Piquet ultrapassa uma das Renaults, enquanto Pironi queima claramente a largada, pulando para 3º. Piquet fica encaixotado atrás de Villeneuve na rápida curva Tamburello e Pironi aproveita para ultrapassar o brasileiro e Reutemann usando a potência do motor turbo da Ferrari, assumindo o 2º posto antes da curva Tosa, fazendo uma dobradinha para a Ferrari, deixando a torcida italiana delirando.
Durante a primeira volta, Piquet se atrasa e cai para 9º, enquanto Jones pula para 4º, partindo em perseguição a Reutemann. Mais atrás, o argentino Miguel Angel Guerra tem um enrosco com o chileno Eliseo Salazar na Tosa e Guerra acaba levando a pior, tendo quebrado uma perna e ficando alguns minutos preso dentro do seu carro. Tentando manter o status de primeiro piloto dentro da equipe Williams, Jones parte ao ataque em cima de Reutemann, mas o argentino resiste e acaba entortando a asa dianteira do companheiro de equipe. Jones vai aos boxes e não seria mais um fator na briga pela ponta da corrida. A pista secava a olhos vistos e um pit-stop na hora certa seria crucial para o andamento da prova. Ainda na décima volta, a Ferrari chama Villeneuve para os boxes para colocar os pneus slicks. Para incrível azar do canadense, assim que sai dos pits, a chuva volta a cair forte e todo o esforço de Villeneuve em liderar a corrida no início seria em vão.
Com tudo isso, Pironi assumia a liderança da corrida, seguido por Patrese e Piquet. Reutemann fazia uma corrida cuidadosa depois do toque em Jones e parecia concentrado unicamente em marcar pontos. A diferença entre os três primeiros não era grande, com Piquet partindo para cima de Patrese, mas o italiano não tinha a torcida dos tifosi naquele dia. Longe disso. Todos rezavam para que Pironi (leia-se Ferrari) vencesse a prova. As preces não pareciam ter sido ouvidas, pois depois de várias tentativas, Nelson Piquet ultrapassa Patrese na volta 22 e parte para cima de Pironi. As posições ficam estáticas por muito tempo, com Pironi-Piquet-Patrese andando próximos, mas sem atacar um ao outro. Por volta do giro de número 40, os líderes se aproximam do retardatário Patrick Tambay, da Theodore. O francês abre docilmente para Pironi, mas dificulta a vida de Piquet de forma escancarada. Nesse momento, o francês da Ferrari parecia ter problemas com seus pneus de chuva e a presença de Tambay acabaria por estragar os planos da Ferrari em médio prazo, pois Patrese começava a se aproximar de Piquet. Imediatamente após deixar Tambay para trás, Piquet iniciou o ataque em cima de Pironi, com Patrese logo atrás.
Os três ‘Ps’ andavam juntos, numa emocionante briga pela ponta da corrida, Piquet tentava ultrapassar Pironi em todos os lugares possíveis, enquanto Patrese observava tudo de perto, sendo que Tambay estava colado na traseira do italiano de forma surpreendente. Na volta 46, Piquet finalmente ultrapassa Pironi na Variante Alta e começava a abrir vantagem, enquanto o ferrarista segurava Patrese. A luta entre Patrese e Pironi dura apenas duas voltas, com o italiano ultrapassando a Ferrari na Variante Baixa. Até Tambay tira uma casquinha da Ferrari lenta com os pneus totalmente acabados. Fazendo uma corrida de espera, Reutemann se aproxima lentamente de Pironi e faltando dez voltas assegura seu lugar no pódio. Piquet diria mais tarde que essa prova em Ímola seria um de suas melhores e a vitória lhe garante o 2º lugar no campeonato, apenas três pontos atrás de Reutemann. Era a certeza que o campeonato seria decidido entre esses dois pilotos sul-americanos.
Chegada:
1) Piquet
2) Patrese
3) Reutemann
4) Rebaque
5) Pironi
6) De Cesaris
Faaaaaaaaaaaaaaaaaala JC. Sou eu Lamartine - Lembra de mim? Pois é de vez em quando estou passando por aqui e recomendo o seu blog a todos os viciados em automobilismo como eu. Minha nossa esse bicho lembra de cada coisa.... Excelente descrição, pq a coesão. Kkkkkkkkkkkkkkk Continue assim e vamos para a TURQUIA - espero ver o MASSA EM 2012 na Red Bull.
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