sábado, 28 de maio de 2011

Susto e confusão

Quando ocorre um acidente onde os comissários de pista estendem enormes panos para que não vejamos o resgate do piloto, nosso coração fica bem mais apertado do que numa ultrapassagem bem feita ou uma bela batalha na pista. Desde 1994 a F1 não vê uma tragédia e essa geração não está acostumada com os temíveis anos pré-Ímola/94. Não vou mentir que não me exaltei muito enquanto Sergio Pérez era resgatado. Meio que sabia que ele não teria nada demais, como foi exatamente o que ocorreu. Tudo não passou apenas de um susto em Monte Carlo, mesmo que o local do acidente de Pérez nos faça relembrar do mesmo ano de 1994, quando Karl Wendlinger nunca mais foi o piloto promissor que era após bater no final da reta do túnel.


Fora os memomentos de tensão, os treinos ocorreram de forma normal e o resultado, idem. Sebastian Vettel ficou com a pole, a quinta em seis corridas, mas o alemão teve um sorte digna de campeão que provavelmente será no final do ano. O piloto da Red Bull não liderou nenhum treino e mesmo com um ótimo tempo, a pole estava indo para as mãos de Hamilton, Button ou, forçando um pouco mais a barra, Alonso. Depois da crise nesta semana que custou o emprego do diretor-técnico Aldo Costa, a Ferrari deu uma respirada com o bom desempenho de Alonso, diminuindo um pouco a tensão. Felipe Massa, mesmo em seus bons tempos nunca andou bem em Mônaco, foi mais do mesmo, ficando bem atrás de Alonso. A McLaren foi a grande derrotada pela bandeira vermelha causada pelo acidente de Pérez. Hamilton se preparava para abrir sua volta rápida e era favorito à pole, enquanto Button também tinha jeito que ficaria bem mais perto de Vettel. Se Button ainda ficou com a primeira fila, Hamilton foi ainda situação pior, com o inglês tendo seu tempo anulado por ter cortado uma chicane e largará apenas em 9º, péssima posição numa pista estreita como Monte Carlo.


Nico Rosberg teve seu desempenho atrapalhado por um acidente no treino livre pela manhã e foi superado por Schumacher, que também se beneficiou da confusão do Q3 e largará na melhor posição do ano. Por sinal, Rosberg bateu praticamente no mesmo local de Perez, que vinha bem, ao superar Kobayashi. Dono de quatro vitórias em Monte Carlo, Maldonado superou mais uma vez Barrichello, que se mostra cada dia mais abatido e desmotivado, apesar de dizer o contrário. Ano passado pelo menos superava seu companheiro de equipe. 2011 nem isso... Péssimo resultado para a Renault, que pode perder o motor Renault, e ótimo para a Lotus, que ficou com esse nome e quase foi para o Q2 por forças próprias.


A corrida amanhã tende ser igual ao dos anos anteriores, pois ultrapassar em Mônaco sempre será difícil mesmo com todos os subterfúrgios possíveis e imaginários. Largada e estratégia, que deverá ser de racionais duas paradas, serão mais esseciais do que nunca amanhã, com Vettel tendo uma boa vantagem. Só espero que não haja sustos como o de hoje.

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