O circuito de Belle Island, em Detroit, nos proporciona um belo visual, talvez um dos mais bonitos de circuitos de rua, mas como em todo traçado urbano, ultrapassagens são complicadas e uma aposta errada pode ser fatal. Helio Castroneves era o dono da corrida, mas uma má posição sua última parada praticamente entregou a vitória para o seu companheiro de equipe Will Power, que chegou a se envolver em um acidente no começo da prova, trazendo consigo Graham Rahal e Tony Kanaan, em seu primeiro pódio pela Ganassi.
Como dito anteriormente, o poleman Helio Castroneves dominava a primeira corrida de Detroit a seu bel-prazer, não sendo incomodado por James Hinchcliffe, segundo no grid, mas que só chegou à sua posição original quando Mike Conway bateu no muro e Jackie Hawksworth teve um disco de freio explodido. Porém, como é comum nas corridas da Indy, a estratégia de paradas é essencial e surpresas podem acontecer. Nas últimas posições, Will Power se envolve num incidente com Simon Pagenaud e o francês abandona, trazendo consigo a primeira bandeira amarela do dia. Power e os demais pilotos que estavam na rabeira da corrida, incluindo aí o vencedor das 500 Milhas semana passada, Ryan Hunter-Reay, procuraram os pits para sair da janela normal dos pits e começar a embaralhar as estratégias.
Outro fator estratégico era o péssimo rendimento do pneu mole, com tarja vermelha, e por isso os pilotos lutavam para se livrar rapidamente deste composto para terem condições de fazer uma prova decente com os pneus duros. Numa bandeira amarela longa provocada por Josef Newgarden, já na metade final da corrida, alguns pilotos procuraram os pits para encher o tanque e não parar mais. Outros estavam em posições intermediárias, pois tinham feito sua segunda parada poucas voltas antes, este grupo liderado por Will Power. Os líderes preferiram ficar na pista mais um pouco e Castroneves estava à frente deles. Quando a bandeira verde foi dada, Helio ficou na ponta até o momento de sua parada final, seguido por Hinchcliffe e Dixon, este colocando pneus moles e praticamente saindo da disputa pela liderança da corrida. O problema foi que Helio voltou à pista atrás de Carlos Muñoz, último piloto do grupo que tinha parado na bandeira amarela e economizava combustível para ir até o fim. Mesmo tendo um carro até 3s mais rápido, Castroneves não conseguiu a ultrapassagem decisiva, enquanto Power, Rahal e Kanaan faziam voltas rápidas para abrir vantagem sobre o piloto da Penske.
A estratégia de Power funciona perfeitamente e o australiano sai de sua terceira e última parada com ampla vantagem sobre Rahal e, mais importante, Helio Castroneves. Hinchcliffe era outro piloto frustrado pela tática errada e numa tentativa de ultrapassagem para lá de otimista, o canadense fez Aleshin rodar e trazer a última bandeira amarela. Briscoe liderava a prova quando a bandeira verde foi mostrada à dez voltas para o fim, mas claramente não tinha combustível para completar a prova, enquanto Power teria que segurar o ímpeto de Rahal, que já tinha feito várias ultrapassagens durante a corrida. Power foi esperto, não se envolvendo numa batalha com Briscoe na bandeira verde e após segurar Rahal, ultrapassou Briscoe poucas voltas depois, colocando o australiano entre ele e Rahal. Quando o piloto da Ganassi fez seu pit nas últimas voltas, Power controlou bem a aproximação de Rahal e garantiu uma vitória que caiu dos céus... ou mesmo da estratégia.
Kanaan ainda tem sérios problemas nesse seu começo de vida na Ganassi, mas esse terceiro lugar, que se valeu bastante da estratégia, pode lhe dar a motivação que falta para conseguir melhorar seus resultados. Porém, o piloto mais frustrado do dia foi Helio, pois o quinto lugar tirado à fórceps não era o resultado que refletiu seu bom carro no dia de hoje. Porém, o piloto da Penske não tem muito do que lamentar, pois amanhã tem a segunda corrida em Detroit e os pilotos podem rever suas estratégias e faze-las funcionar amanhã.