Cinco provas. Cinco vitórias, sendo quatro com dobradinha. E o melhor do resto a longínquos 40s de distância. Essa vem sendo a temporada da Mercedes e em Barcelona, pista onde os melhores carros aparecem mais, os prateados promoveram mais um massacre sobre os rivais e Lewis Hamilton se igualou novamente a grandes na história ao conseguir a quarta vitória consecutiva e partir rumo a um título que promete ser disputado palmo a palmo com Nico Rosberg e é nessa esperança que a F1 se agarra para não termos uma temporada maçante. Com a Mercedes a léguas de distância na frente das demais, a cúpula da equipe liberou seus pilotos para brigarem entre si e mesmo não tendo as trocas de posição no Bahrein, novamente Hamilton e Rosberg protagonizaram uma corrida forte e altamente técnica, com uma pitada de emoção no final.
Como é notório em sua história, as dificuldades de ultrapassagem deram o tom do Grande Prêmio da Espanha em Barcelona. Houve disputas em todas as posições, mas se não fosse a ajuda do DRS e da diferença entre os pneus, dificilmente as poucas ultrapassagens ocorreriam. Largando muito forte, os dois carros da Mercedes trataram de despachar os rivais no início da prova para se concentrarem um no outro. O ritmo da Mercedes era 1s, ou mais, melhor do que a Red Bull, a segunda força do campeonato. Rivais devidamente despachados, Hamilton e Rosberg passaram a protagonizar um pega na pista e na estratégia. Largando com pneus iguais, Rosberg novamente tentou a manobra do Bahrein e colocou um pneu diferente de Hamilton em sua primeira parada para tentar o bote no último stint. E foi o que aconteceu. Com pneus macios, Rosberg se aproximou perigosamente de Hamilton, com pneus duros, nas voltas finais, mas ficou a sensação que Nico chegou para valer no companheiro de equipe um pouco tarde demais e com isso Hamilton pode comemorar, de forma até mesmo contida, sua quarta vitória no ano e a liderança do campeonato. A cara de Nico Rosberg no pré-pódio e no pódio demonstrava frustração em não conseguir conter Hamilton mesmo tendo coisas a seu favor em determinados momentos. Contudo, com a Mercedes confortável na ponta, a F1 verá uma disputa pelo título sendo decidida unicamente entre Hamilton e Rosberg.
A Red Bull foi a segunda força do final de semana, mesmo que algumas pessoas esperassem que estivessem mais próximos da Mercedes. Se não for desclassificado por qualquer motivo, finalmente Daniel Ricciardo comemorará seu primeiro pódio e não acabará com seu farto sorriso no final do dia. O australiano largou mal mais uma vez (mal oceânico?) e perseguiu Valtteri Bottas antes da primeira parada, mas ao antecipar seu primeiro pit, Ricciardo passou a voar e quando Bottas fez sua parada, a vantagem de Daniel era superior a 10s, a ponto do australiano controlar os seus pneus e manter a estratégia de duas paradas. Ao contrário do que fez Vettel, talvez o maior destaque da corrida depois dos pilotos da Mercedes. Mesmo com as notórias dificuldades de ultrapassagem em Barcelona, Vettel saiu de 15º no grid para quarto na corrida se utilizando de uma inteligente estratégia de três paradas da Red Bull e de ultrapassagens cirúrgicas, onde não se envolveu em polêmicos ou toques desnecessários. Se estavam à procura de saber como se sairia Vettel em situações desconfortáveis, o alemão vem dando a resposta com provas como essa. Se era apontada como rival da Mercedes no começo do ano, a Williams ao menos começa a andar num ritmo mais decente. Bottas largou bem, mas não foi páreo para o ritmo dos dois carros da Red Bull, mas o quinto posto significa pontos preciosos para a Williams, que subiu para quinto no Mundial de Construtores, mesmo não contando com os pontos de Felipe Massa. O diferencial de um grande campeão (Vettel) e um bom piloto (Massa) se vê em situações como a de hoje. Perdendo tempo atrás das Ferraris, Massa mudou a estratégia para três paradas, mas para fazer funcionar esse tipo de tática, é preciso andar forte. E Felipe pecou nesse momento, acabando a prova numa melancólica 13º posição.
Fernando Alonso teve que suar a camisa desta vez para superar Kimi Raikkonen, com o espanhol apelando para a estratégia de três paradas e só conseguindo ultrapassar, na marra, o companheiro de equipe nas voltas finais. Porém, a Ferrari já deve estar pensando em 2015, pois hoje ficou praticamente a uma volta da Mercedes. A Lotus finalmente marcou pontos com Romain Grosjean depois de inúmeras dificuldades, mas o que não muda é Pastor Maldonado, mais uma vez punido por toques em adversários. Numa pista onde a aerodinâmica é mais importante que a força do motor, a Force India não repetiu as boas apresentações das corridas anteriores e fechou a zona de pontuação, com Pérez à frente de Hulkenberg. Em franca decadência, a McLaren novamente terminou com seus dois carros, mas fora dos pontos. Hoje, o time de Ron Dennis é o pior cliente da Mercedes e hoje deve estar rezando para que acabe logo 2014 e a parceria com a Honda comece. Kvyat brigou com as duas McLarens, mas novamente ficou fora dos pontos, enquanto Vergne abandonou de novo, com o francês ficando atrás de Kvyat, ficando em situação crítica na Toro Rosso. A Sauber só foi vista com Gutierrrez sendo ultrapassado após o mexicano ter feito uma boa largada e nada mais. Sutil correu? As pequenas fizeram seu papel de dar passagem aos líderes, enquanto Kobayashi foi o segundo abandono do dia quando ficou sem freios. De novo...
E as respostas de como funcionariam as novas regras já aparecem em tons mais claros agora. Não houve um grande número de abandonos em nenhuma prova. O domínio da Red Bull acabou para iniciar outro ainda mais forte, mas com a vantagem da Mercedes, em situação cômoda frente ao resto, deixar seus dois pilotos brigarem por vitórias e em consequência, pelo título. Enquanto isso, as demais somente batem palmas para Mercedes, Hamilton e Rosberg,
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