terça-feira, 22 de maio de 2018

História: 40 anos do Grande Prêmio da Bélgica de 1978

A F1 aportava em Zolder para a sua etapa belga com algumas novidades entre as equipes, como o novo carro da Wolf, mas a maior novidade estava nos boxes da Lotus. O esperado modelo 79 faria sua estreia na Bélgica, numa clara evolução do já revolucionário modelo 78. Após longos estudos no túnel de vento, o Lotus 79 utilizaria ao máximo o efeito-solo, algo que as demais equipes da F1 já estudavam, mas que Colin Chapman e sua equipe de engenheiros elevou ao máximo com o novo carro. O Lotus 79 era de uma fluidez inédita e quando o carro foi apresentado ao paddock da F1, imediatamente ficou claro que Chapman tinha proporcionado uma nova revolução na F1. Porém, apenas o primeiro piloto Mario Andretti teria a novidade em mãos, enquanto Ronnie Peterson teria que se conformar com o Lotus 78.

Se a beleza do carro já impressionara a todos, restava ver o comportamento do novo bólido na pista. E os indicativos de que Chapman havia revolucionado a F1 estavam mesmo certos, para desespero da concorrência. Com extrema facilidade, Andretti marcou a pole com quase 1s de vantagem sobre a Ferrari de Carlos Reutemann, seguido por Lauda, Villeneuve, Scheckter e Hunt, com o campeão de 1976 já levando quase 2s do pole. A evolução de novo modelo da Lotus era tamanha que Peterson ficou a 1.72s do seu companheiro de equipe com o carro antigo da Lotus. 

Grid:
1) Andretti (Lotus) - 1:20.90
2) Reutemann (Ferrari) - 1:21.69
3) Lauda (Brabham) - 1:21.70
4) Villeneuve (Ferrari) - 1:21.77
5) Scheckter (Wolf) - 1:22.12
6) Hunt (McLaren) - 1:22.50
7) Peterson (Lotus) - 1:22.62
8) Patrese (Arrows) - 1:23.25
9) Watson (Brabham) - 1:23.26
10) Jabouille (Renault) - 1:23.58

O dia 21 de maio de 1978 amanheceu nublado em Zolder, mas a pista estaria seca na corrida, para alívio dos pilotos, lembrando a tumultuada corrida do ano anterior, onde a chuva causou várias surpresas e abandonos em Zolder. Vendo o tamanho da diferença da Lotus 79 para os demais, a Ferrari resolveu arriscar e montou pneus Michelin macios no carro de Villeneuve, para observar se o canadense conseguiria andar no ritmo de Andretti. A largada foi muito confusa na prova de 40 anos atrás. Andretti largou sem maiores problemas, mas Reutemann patinou muito e isso causou muita confusão no pelotão intermediário. Scheckter toca em Lauda que sai da pista, enquanto Patrese bate em Hunt, fazendo o inglês rodar e atingir o Brabham de Lauda, provocando o abandono de ambos. Mais atrás Emerson Fittipaldi bateu em Ickx e abandonou imediatamente, enquanto Didier Pironi bateu na traseira de Patrick Depailler, mas para sorte de Ken Tyrrell, a batida foi em baixa velocidade e os dois carros continuaram na prova.

Andretti imediatamente abre uma diferença de 4s sobre Villeneuve, mas o canadense era incapaz de atacar a Lotus, mesmo com pneus mais macios. Scheckter e Peterson brigavam pelo terceiro lugar. Na décima volta finalmente Peterson consegue ultrapassar Scheckter na freada na primeira curva, mas o sueco já estava muito atrasado com relação aos líderes. Com problemas de motor, Scheckter perde várias posições até ir aos boxes para averiguar um problema no seu motor Cosworth. Patrese assumia a quarta posição 7s atrás de Peterson, porém o italiano era acossado pelo ascendente Reutemann, após a má largada do argentino, mas antes que Reutemann atacasse o piloto da Arrows, Patrese entrou nos boxes na volta 31 com a suspensão quebrada e era o fim de mais uma boa corrida do jovem italiano. Após abrir uma boa diferença sobre Villeneuve no começo da prova, Andretti sustentava a mesma vantagem de 4s sobre o canadense, mas quando os retardatários começaram a aparecer, Andretti usou sua maior experiência para ir ganhando terreno em cima de Villeneuve. Porém, a corrida de Villeneuve se complica na volta 40 quando o pneu dianteiro esquerdo da Ferrari sofreu um furo e o canadense teve que ir aos boxes. A aposta da Ferrari nos pneus moles só durou até a metade da corrida. A Ferrari realiza um rápido pit-stop e Gilles retorna à corrida em sexto, entre as Tyrrells de Depailler e Pironi, mas já tendo levado uma volta de Mario Andretti.

Contando com mais de 30s de vantagem sobre o seu companheiro de equipe, Mario Andretti passa a administrar a corrida. O americano deixa Villeneuve passa-lo para o canadense recuperar uma volta e logo depois Gilles ultrapassa Patrick Depailler para ser quinto. Os primeiros colocados ficam espalhados na pista, com o terceiro colocado Reutemann 10s atrás de Peterson e Laffite 9s atrás de Reutemann, em quarto. Nas voltas finais o desgaste dos pneus passa a ser um problema para os pilotos. Peterson entra nos boxes para trocar seus pneus na volta 57 e volta à pista em quarto, colado em Laffite. Com pneus novos, Peterson não tem trabalho em ultrapassar Laffite e parte para cima de Reutemann. Peterson marca a volta mais rápida da corrida e faltando três voltas para o final, o sueco executa a ultrapassagem na chicane para completar a dobradinha da Lotus. Com pneus totalmente desgastados, Reutemann anda teria que enfrentar a pressão de Laffite. Na última volta, Laffite forçou passagem na chicane e foi fechado por Reutemann, fazendo Laffite sair da pista. Reutemann manteve o terceiro lugar, enquanto Villeneuve marcava seus primeiros pontos na F1 com o quarto lugar. Mesmo abandonando, Laffite ainda marcou os pontos com o quinto lugar, enquanto Pironi levou seu Tyrrell ao sexto lugar ao aproveitar os abandonos de Depailler e Bruno Giacomelli mais cedo. A vitória de Mario Andretti provava a inacreditável superioridade do Lotus 79 sobre o resto do pelotão. Embora Gilles Villeneuve fosse capaz de acompanhar o ritmo da Lotus de Andretti em parte da corrida, isso aconteceu apenas graças aos pneus macios do canadense, que acabaram se desgastando no meio da prova. Com um carro revolucionário nas mãos, Mario Andretti não apenas liderava o campeonato como se tornava o grande favorito ao título de 1978.

Chegada:
1) Andretti
2) Peterson
3) Reutemann
4) Villeneuve
5) Laffite
6) Pironi 

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