terça-feira, 29 de maio de 2018

História: 30 anos do Grande Prêmio do México de 1988

Apesar de todo o entusiasmo do público mexicano com a corrida de F1 no circuito Hermanos Rodríguez, o público diminuía ano a ano desde a volta do GP do México em 1986, fazendo com que Bernie Ecclestone cobrasse mais e mais dos organizadores locais. Essa história é bem conhecida e vem de longe. A McLaren-Honda era a grande favorita e eles teriam menos adversários para se preocupar com a altitude da Cidade do México afetando os motores aspirados, como o Judd da Williams. 

Durante o segundo treino livre do sábado, Philippe Alliot sofreu um violento acidente na entrada da reta dos boxes e mesmo tendo seu Lola destruído após uma série de capotagens, Alliot estava ileso. Senna alcançou sua quarta pole consecutiva em 1988 e a vigésima de sua carreira. Ele ficou à frente de Prost por seis décimos, mas Alain estava focando principalmente no acerto para a corrida. Com as melhorias do motor Ferrari, Berger se aproximou da pole, mas ainda com seis décimos de déficit. A Lotus-Honda progredia ligeiramente, com Piquet a um segundo e meio da pole, enquanto Nakajima conseguia a melhor qualificação de sua carreira. Nannini era o melhor colocado com motores aspirados, ficando a três segundos e dois décimos da pole. A Williams sofreu terrivelmente com sua suspensão reativa, que se recusava ostensivamente a funcionar. Mansell ocupava o décimo quinto lugar e Patrese era décimo sétimo. Esta era a pior classificação das máquinas de Didcot em muito tempo.

Grid:
1) Senna (McLaren) - 1:17.468
2) Prost (McLaren) - 1:18.097
3) Berger (Ferrari) - 1:18.120
4) Piquet (Lotus) - 1:18.946
5) Alboreto (Ferrari) - 1:19.626
6) Nakajima (Lotus) - 1:20.275
7) Cheever (Arrows) - 1:20.451
8) Nannini (Benetton) - 1:20.740
9) Warwick (Arrows) - 1:20.775
10) Capelli (March) - 1:21.952

O dia 29 de maio de 1988 amanheceu quente na Cidade do México, com um sol entre nuvens, mas sem chances de chuva. Os pilotos tentavam acertar seus carros prevendo uma corrida sem paradas, algo que a Goodyear prometera antes da prova. Apesar da simpatia, a organização do GP do México deixava muito a desejar e um rastro de pó químico ainda podia ser visto pelo acidente de Allion na véspera. Na primeira largada, Nannini e Alliot ficaram parados no grid, cancelando o procedimento e fazendo a corrida ter uma volta a menos, com Nannini ainda na sua posição de origem, enquanto Alliot largaria em último. Na largada que valeu, Senna saiu de suas características e largou muito mal, sendo ultrapassado por Prost e Piquet, enquanto Nakajima brigava com as duas Ferraris.

Sem querer muito tempo em sua briga particular com Prost, Senna ultrapassa Piquet na entrada da curva Peraltada na primeira volta, fazendo a esperada dobradinha da McLaren. O ritmo da McLaren com relação ao resto era avassalador, quase humilhante. Já na terceira volta Piquet tinha 8s de desvantagem para Prost, enquanto Senna ficava apenas 2s atrás do seu companheiro de equipe. Berger encosta em Piquet e chega a ultrapassar o brasileiro na quinta volta, mas logo em seguida leva o troco. Quatro voltas depois, na freada da reta dos boxes, Berger assume o terceiro lugar, com Alboreto aparecendo 4s depois de Piquet. Berger abria rapidamente de Piquet, mas o austríaco da Ferrari pouco pôde fazer sobre as McLarens, que andavam separadas por poucos segundos, numa corrida estática. Na volta 28 a boa corrida de Nakajima, que corria em quinto, termina com o motor quebrado, enquanto a Williams já empacotava suas coisas para a corrida seguinte em Detroit, com seus dois carros tendo o motor quebrado com uma diferença de quatro voltas, onde nem Mansell ou Patrese figuraram entre os seis primeiros que marcavam pontos trinta anos atrás. Uma corrida para esquecer para a Williams, então bicampeã mundial de Construtores.

A diferença entre Prost e Senna flutuava entre 5 e 10s, de acordo como os dois alcançavam os retardatários. Berger vinha apenas 15s atrás de Prost, mas o austríaco teve que abrandar seu ritmo por causa do consumo de combustível. Soube-se depois da corrida que um sensor defeituoso no computador de bordo de Berger deu a informação errada para o austríaco. Piquet via a aproximação de Alboreto, mas o italiano estava com problemas de pneus, além de ser o último na mesma volta dos líderes. O quinto colocado Warwick já vinha uma volta atrás de Prost. Enquanto tentava escapar de Alboreto, Piquet viu seu motor Honda quebrar na volta 60, bem no momento em que a dupla se preparava para tomar uma volta de Prost, que marcara a volta mais rápida da corrida, superando o tempo de 1987. Numa corrida sonolenta, Alain Prost venceu a terceira corrida de 1988 à frente de Senna. Berger terminou em terceiro, sendo o único piloto a terminar na mesma volta da McLaren-Honda. Alboreto foi quarto à frente das Arrows de Warwick e Cheever. Os Benettons de Nannini (que chorava no rádio com câimbras no final da prova) e Boutsen eram sétimo e oitavo, mostrando a hierarquia da F1 naquele momento, faltando apenas a Lotus, que sofreram com motores quebrados. Esta 31ª vitória teve um gosto particular para Alain Prost, uma vez que era a primeira vitória na América do Norte, além de ter conseguido manter Ayrton Senna a uma distância segura por toda a corrida. Com a McLaren-Honda muito superior aos demais, a briga era particular entre eles e toda vitória contava.

Chegada:
1) Prost
2) Senna
3) Berger
4) Alboreto
5) Warwick
6) Cheever

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