segunda-feira, 2 de abril de 2007

Um homem de sorte











Dias desses vinha pensando em como Hélio Castroneves tem sorte nessa vida. Nunca conquistou um título sequer na carreira, mas desde o ano 2000 ele está na Penske, umas das equipes mais tradicionais do mundo e com certeza a melhor equipe fora da F1. Nos últimos sete anos, Helinho teve dois companheiros de equipe. Levou pau dos dois. Apesar das vitórias em Indianápolis (a segunda vitória em 2002 foi de uma sorte inacreditável), o brasileiro sempre era superado pelos companheiros de equipe e perdeu vários campeonatos desde então. Mesmo assim, o exigente Roger Penske nem sequer cogita a saída do brasileiro de sua equipe. Contudo, neste domingo Castroneves mostrou porque ainda resiste na equipe ao vencer a corrida em St. Petersburg quase que de ponta a ponta.

Largando da pole, Hélio não teve vida fácil e passou a corrida inteirinha pressionado, primeiro por Marco Andretti e na maior parte do tempo por Scott Dixon. Dixon, por sinal, passou a corrida inteira colado no câmbio de Castroneves, mas sequer colocou de lado, demonstrando porque não foi chamado para ir para a F1 quando teve oportunidade. Kanaan foi terceiro depois fazer uma boa corrida de recuperação após tentar uma ultrapassagem kamikase em cima do companheiro de equipe Dario Franchitti ainda na primeira volta e estragar a corrida de ambos. O escocês também fez uma corrida de recuperação e terminou em quinto, logo atrás de Marco Andretti.

A Andretti-Green ficou em terceiro, quarto, quinto e... nono! Precisa dizer quem foi nono? Ganhou um doce para quem disse Danica Patrick. Apesar de bonita e simpática, Danica vem dando todos os sinais de que não passa apenas de um golpe de marketing bem feito, que usou a sua beleza para entrar na IRL e chamar patrocinadores para si e sua equipe. Quando ela surgiu em 2005, o seu então chefe de equipe Bobby Rahal preferiu colocá-la como primeiro piloto da equipe, deixando Vitor Meira sair da equipe e colocando Buddy Rice numa obscura posição dentro da equipe. Correndo praticamente sozinha, Danica não fez nada e a Rahal-Letterman ainda sofre com os maus resultados. Esse ano, com três pilotos muito bons dentro da equipe, Danica vem apanhando feio. Dentro da pista, lógico.

A grande decepção do final de semana foi sem dúvida o vencedor da primeira etapa Dan Wheldon. Largando em décimo-quarto, o inglês, que começou a carreira correndo em mistos, pagou o mico de ficar atrás até da Danica, enquanto seu companheiro de equipe Dixon brigava pela ponta. É por essas e outras que Wheldon teve que ir para os Estados Unidos, pois na Europa, aonde estão os realmente bons, ele está anos-luz atrás. Ao contrário do seu compatriota, Darren Manning mostrou toda sus experiência em mistos e colocou o carro de A.J. Foyt em quarto lugar na maior parte da corrida, um local onde os carros do velho Foyt não freqüentam, mas uma rodada acabou com o conto de fadas de Manning e Foyt.



Hornish até que surpreendeu, pois não é segredo nenhum que o americano está mais a vontade em ovais do que em mistos. Em determinado momento da corrida, Hornish estava num sólido terceiro lugar, andando de forma consistente, mas aí seus problemas no misto apareceram e ele teve problemas de freios e caiu para sétimo. Vitor Meira teve problemas de câmbio, que foi trocado de forma surpreendente rápida, mas acabou lá atrás.

Com essa vitória, Castroneves subiu para segundo no campeonato, enquanto Dixon assumiu a lidernça do certame na base da regularidade. No mais, o que me surpreendeu foi a notícia que o otimo Teo José deu durante a transmissão. O competente narrador disse que Hélio Castroneves e Tony Kanaan não apenas não se falam, como não se gostam. Ninguém sabe o que aconteceu para isso acontecer, mas que foi uma surpresa, isso foi. Sempre achei Kannan melhor, mais técnico e agressivo, enquanto Castroneves, onde deixei bem explícito no começo do texto, acho um verdadeira enrolão, tipo Gerhard Berger. Aquela comemoração de subir alambrado está tão manjada que o Hélio parece mais constrangido do que feliz em fazer a macacada. Os dois estão longe do nível de polêmica de Senna e Piquet, mas uma rivalidade entre dois brasileiros podem trazer vários benefícios para ambos os pilotos. Mas como vemos na briga entre Senna e Piquet, irá trazer uma confusão danada, principalmente entre os torcedores.


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