A falta de carisma de um e a falta de graça de outro faz com que a disputa para ver quem será o campeão de 2016 seja um pouco agridoce. Nico Rosberg (sem carisma) está correndo com o regulamento debaixo do braço, pois nas duas corridas que restam, o alemão nem precisa ser segundo colocado em todas, algo que com o carro que tem, facilita ainda mais a vida de Rosberg. Tudo o que Lewis Hamilton (sem graça) tem que fazer é vencer as corridas que restam e simplesmente secar seu rival. Na classificação de hoje, Hamilton fez seu papel e estará em primeiro amanhã à tarde, mas terá ao seu lado Nico Rosberg. Também em seu papel para conseguir seu primeiro título.
Após algum tempo, a chuva voltou a assustar a F1 em Interlagos, mas na classificação ficou só no susto mesmo e a Mercedes ficou com mais uma dobradinha. Hamilton dominou na sexta, Rosberg liderou no terceiro treino livre, mas o inglês virou o jogo na classificação, sendo mais rápido do que o companheiro de equipe nas três partes da classificação, mas sempre com os dois pilotos da Mercedes muito próximos. O time comandado por Toto Wolff e Niki Lauda fez de tudo para que Rosberg e Hamilton disputassem na pista com as condições mais idênticas possíveis, resumidamente, que seja tudo decidido na pista. Porém, há uma espécie de falta de sal em ambos os pilotos que faz a decisão de 2016 um pouco non-sense, apesar do claro favoritismo de Hamilton na corrida e de Rosberg no campeonato. Na briga pelo resto, Kimi Raikkonen foi um surpreendente terceiro colocado, enquanto os brasileiros não fizeram valer o fator casa, ficando ambos abaixo das expectativas.
Num GP Brasil cheio de anúncios, a situação de Felipe Nasr não é das melhores, com o brasiliense mais uma vez tomando tempo de Marcus Ericsson e, pior, largando em último na frente de sua torcida e seus patrocinadores. Vinte anos atrás, Nasr seria uma espécie de Ricardo Rosset, que entrou e saiu da F1 sem ser notado. Mas a carência de brasileiros na F1 faz com que todos procurem qualidades em Nasr, mesmo os resultados não mostrando exatamente uma bela passagem do brasileiro na F1, num 2016 terrível para Felipe. Renault (Palmer), Force India (Ocon) e Haas (Magnussen) anunciaram seus pilotos nesse final de semana, com isso sobraram para Nasr as vagas na Sauber (onde está) e na Manor, os fecha-grid da F1 e que dificilmente irão mudar esse status em 2017. A Sauber ainda se recupera da crise econômica que passou e incrivelmente manterá Monisha Katelborn, responsável pela bancarrota da equipe, mesmo com a compra da escuderia por um grupo de investimento. Já a Manor tem uma ligação cada vez maior com a Mercedes, no qual Nasr não tem o mínimo contato. O futuro do Brasil na F1 é sombrio. Massa ficou de fora do Q3, mas ainda foi aplaudido pela torcida. Nos próximos tempos, a comparação com Rubens Barrichello e Felipe Massa aumentará bastante, mas o segundo tem uma boa vantagem no quesito aposentadoria. Enquanto Massa foi homenageado por toda a F1, passando até mesmo pela torcida que tanto o criticou em alguns momentos, Barrichello foi praticamente enxotado da F1 e por alguns anos, ainda tentou voltar forçando a barra.
Assim como Spa, Interlagos conta com a instabilidade climática para animar sua corrida e a expectativa para amanhã é de chuva. Quem ganha com isso é Hamilton, que hoje fez sua 60° pole na carreira, pois além de melhor piloto, fará com que Rosberg saía de sua zona de conforto, pois em condições normais, o alemão não teria muito trabalho para ficar com o título em corridas até mesmo burocráticas. Por isso, nessa disputa particular sem muitos arroubos de emoção, Nico Rosberg terá que olhar muito para o lado da represa amanhã...
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