Trinta e seis anos depois de realizar o seu sonho de ter uma equipe na F1, Ron Dennis encerrou seu vínculo com a McLaren ontem, numa decisão já esperada por todos. Quando chegou à F1 em 1980 como dono de equipe, o jovem Dennis, de 33 anos, era conhecido por seu vanguardismo e sua gestão com mão de ferro na McLaren. Não demorou muito para que a McLaren, que apenas claudicava desde o título de James Hunt em 1976, se tornasse uma potência em toda a década de 1980, com cinco títulos de pilotos, além de viver de perto a intensa rivalidade entre Senna e Prost. Quando chegou a década de 1990 e a McLaren perdeu o seu reinado para a Williams, Dennis foi esperto o suficiente para assinar um contrato excepcional com a Mercedes e garantir outro período de domínio na virada do século, até Schumacher e a Ferrari massacrar todo mundo. Por ironia do destino, o vanguardista Dennis parecia perder seu toque de Midas na medida em que as equipes de F1 deixaram de ser oficinas hi-tech para se tornarem grandes corporações, onde milhões de euros jorram todo ano na equipe, se quiser ser competitiva. Prestes a completar 70 anos, Ron Dennis se tornava obsoleto. A McLaren viu a Mercedes comprar uma equipe para si. Conseguir uma parceria superdimensionada com a Honda e até o momento fracassada. Perder patrocinadores. A ainda gigante McLaren percebeu que o seu grande arquiteto precisava sair de cena para poder continuar grande. E Ron Dennis, com sua arrogância e antipatia, saiu pela porta de trás da equipe que ajudou a se tornar a gigante que é hoje.
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