domingo, 11 de março de 2018

Se acostumando

A Indy estreou uma nova Era hoje com os novos kits universais, onde Chevrolet e Honda só se preocuparão com os motores, enquanto a Dallara não construirá somente os chassis, mas também toda a aerodinâmica do novo carro, que ficou bem mais bonito em comparação ao anterior. Como todo recomeço, a Indy viu muitas surpresas e um domínio da Honda, algo que era até esperado, pois os japoneses já tinham o melhor motor desde o ano passado, mas sofriam com seu kit aerodinâmico. E falando em aerodinâmica, os pilotos sofreram para se acostumar com um novo carro com bem menos downforce do que o anterior. Houve muitas rodadas e com isso, bandeiras amarelas em profusão, truncando bastante a primeira metade da corrida em Saint Petersburg.

Se nos treinos houve chuva, o sol imperou na Flórida e com isso esperava-se que a turma de Penske e Chip Ganassi fosse para a frente. Ledo engano. O melhor piloto Penske no grid, Will Power, rodou bisonhamente ainda na segunda curva da corrida, enquanto o trio de novatos dominaram a primeira parte da corrida. Jordan King e Matheus Leist foram caindo, mas o canadense Robert Wickens teimosamente permanecia na ponta da corrida. Para quem não conhecia Wickens, o canadense da Smith Peterson tem um carreira premiada em categorias de base na Europa, incluindo um vice-campeonato da GP3 e o título na World Series em 2011, onde conseguiu ser piloto de testes da Marussia na F1, além de atrair a atenção da Mercedes, que o deixou sobre sua asa durante vários anos, colocando Wickens no DTM, mas nunca lhe dando uma chance na F1, mesmo o canadense sendo um talento puro.

Com 28 anos de idade, Robert Wickens está longe de ser um novato no automobilismo e nesses anos todos correndo no DTM, não perdeu a mão nos monopostos. Em sua estreia na Indy, Wickens deu um show e liderou a maior parte da prova. Seu rival de hoje era um antigo conhecido seu. Contemporâneo dos tempos da GP3, Alexander Rossi ficava sempre num perigoso segundo lugar. Enquanto isso, Sebastien Bourdais, que venceu ano passado, dava o pulo do gato ao fazer uma parada mais cedo e se colocar num bom terceiro lugar nas voltas finais, mas como economizava combustível, o francês mais se defendia de Graham Rahal do que atacava os líderes. 

Mesmo com uma Era nova, a Indy não muda uma coisa: as bandeiras amarelas. E foram elas que decidiram a corrida no final. Rossi havia errado e estava já 3,5s atrás de Wickens quando veio a primeira bandeira amarela nas voltas finais. O canadense relargou bem, mas veio outra bandeira amarela e Wickens se viu atacado por Rossi, que tentou de tudo na curva um. Não deu certo e o inevitável toque destruiu a corrida de Wickens, que bateu no muro e sua bela estreia terminou ali. Rossi quase bateu, mas perdeu posições para Bourdais e Rahal.

Numa corrida estratégica, Bourdais voltava a vencer após seu terrível acidente em Indianápolis pela pequena Dale Coyne com uma grande dose de sorte. O veterano francês ainda tem bastante lenha para queimar, mas com 39 anos de idade, dificilmente uma equipe grande irá contrata-lo. Porém, as equipes grandes foram coadjuvantes em Saint Petersburg. O melhor carro da Penske (e também da Chevrolet) foi com o atual campeão Josef Newgarden num discreto sétimo lugar, com Power logo atrás. Pagenaud teve uma parada ruim em sua primeira visita aos boxes e terminou num opaco 13º lugar. Scott Dixon esteve irreconhecível, batendo um Takuma Sato numa tentativa de ultrapassagem para lá de otimista e ainda assim o piloto da Ganassi salvou um sexto lugar. Tony Kanaan rodou nas primeiras voltas e nunca ameaçou brigar por alguma coisa, o mesmo acontecendo com Penske e Chip Ganassi.

Nesse primeiro momento, a Indy mostrou um equilíbrio enorme, onde das equipes tradicionais, apenas a Andretti andou bem, porém foi um piloto da Andretti (Rossi) que estragou o dia do melhor piloto da corrida, o novato Robert Wickens. Sebastien Bourdais não tinha nada com isso e voltou a vencer. 

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