Até os minutos finais do Q3, a F1 tinha uma boa esperança que 2018 seria uma apertada briga à três entre Mercedes, Ferrari e Red Bull. Hamilton, Vettel e Verstappen estavam separados por pouco mais de um décimo de segundo quando a segunda tentativa dos líderes começou. Um dos segredos da Mercedes ter um ritmo tão avassalador na classificação nos anos anteriores é um mapa de motor que debita uma potência absurda, dando uma vantagem para os pilotos da equipe prateada, lembrando um pouco os anos 1980, quando os pilotos colocavam pressão máxima no turbo e os carros passavam dos 1.000 cavalos. Provavelmente o motor Mercedes de Hamilton também passe dos 1.000 cavalos, mas a diferença para os demais que Hamilton impôs na sua segunda tentativa mostra que esse mapa ainda faz uma grande diferença a favor da Mercedes.
O primeiro treino oficial não responde a todas as perguntas, mas ficam claras alguns posicionamentos para 2018. A Sauber terá a companhia de Toro Rosso e Williams na luta para ver quem será a última colocada no final do ano. O motor Honda evoluiu claramente em 2018 no quesito confiabilidade, mas a potência ainda fica bastante no devedor, enquanto a Williams nem parece ter um carro tão ruim. O problema são os pilotos mesmo, com Stroll pelo menos indo ao Q2, enquanto o novato Sirotkin tomou quatro décimos de segundo. A Force India precisará que mude muita coisa se quiser repetir as posições conquistadas no Mundial de Construtores nos dois últimos anos, com Ocon e Pérez fora do Q3 com relativa folga e com o time hindu sem muita margem de melhora por falta de investimento, dificilmente eles conseguirão lutar com Renault, Haas e McLaren, as equipes melhores colocadas no pelotão intermediário.
Mesmo ficando como o pior cliente da Renault no grid, a McLaren mostrou um resultado decente a ponto de Alonso não ter saído do carro cuspindo maribondo ao ficar em 11º. O espanhol errou em sua melhor volta e ele sabe que tem mais vindo de uma equipe como a McLaren. A Haas confirmou sua enorme evolução e foi para o Q3 com os seus dois carros, com Magnussen sendo o melhor do resto. Já há quem acuse que a Haas é uma cópia fiel da Ferrari 2017. A Renault demonstrou que um piloto de verdade pode fazer uma diferença real, com a dispensa do horrível Jolyon Palmer e a contratação de Carlos Sainz, que está fazendo Nico Hulkenberg suar sangue para lutar para ser o melhor do resto com Haas e McLaren.
A classificação mostrou muito equilíbrio entre as três equipes top da F1 até Hamilton conseguir sua excepcional pole no Q3, com um tempo seis décimos mais rápido do que a Ferrari de Raikkonen. Bottas queimou seu filme ao bater forte no começo do Q3 e com isso sairá no pelotão intermediário, mas Hamilton dá claras mostras de que não precisa de ajuda. Com esse desempenho assombroso, fica a pergunta para ser respondida amanhã. O real desempenho da Mercedes foi o visto no Q1, Q2 e começo do Q3, brigando palmo a palmo com Ferrari e Red Bull, ou o bendito mapa de classificação que fez toda a diferença? Veremos amanhã.
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