No dia em que a MotoGP se prepara para a abertura da temporada 2018, a Yamaha anunciou que Valentino Rossi renovou contrato com a equipe por mais dois anos. Até 2020, quando terá 41 anos de idade, Rossi estará competindo em alto nível contra os melhores pilotos do mundo e provavelmente conseguirá algumas vitórias nesse meio tempo.
Quando 2020 terminar, Rossi estará completando sua 25º temporada no Mundial de Motovelocidade, sendo 21 na categoria rainha. Se não é um recorde, é uma marca expressiva no esporte de alto nível. Rossi passou por vários tipos de motos e regulamentos. Sua geração se aposentou há vários anos e a posterior (Lorenzo, Pedrosa e Doviziozo) já passaram dos 30 anos de idade. Pedrosa já está em sua 13º temporada na Honda e está cheio de cabelos brancos. A nova geração, capitaneada por Marc Márquez, cresceu vendo os feitos de Rossi e não demorará a ter pilotos no mesmo grid do lendário italiano que poderiam, sem forçar demais a barra, ter a idade de um filho de Vale.
A temporada 2018 que se inicia no Catar começa com a marca do equilíbrio, algo que se vê na MotoGP há vários anos e por isso sempre digo que estamos no meio da terceira Era de ouro do Mundial de Motovelocidade. Ao contrário da F1 (mesmo que de forma exagerada), não há toques de saudosismo na MotoGP, pois se sabe que as corridas e campeonatos atuais são de altíssimo nível.
Márquez tentará o pentacampeonato na MotoGP e para isso contará com a mesma arma que o fez conquistar os títulos anteriores: o poderio da Honda. A pré-temporada não foi brilhante para a Honda, mas há quem diga que muito foi escondido do verdadeiro potencial da marca japonesa e tendo como companheiro de equipe o quase ex-piloto em atividade Daniel Pedrosa, Márquez será a ponta de lança da Honda em mais essa temporada. A Ducati foi a maior rival da Honda em 2017. O que já foi surpreendente, mas a surpresa maior foi o fato de Doviziozo ter brigado, algumas vezes palmo a palmo, com Márquez pelo título. Piloto discreto em toda a sua carreira, o ano passado foi um marco para o italiano e bem mais valorizado, já é tratado como favorito em 2018, enquanto Lorenzo ainda procura obter mais espaço dentro da Ducati, mesmo tendo um dos maiores salários da MotoGP.
A Yamaha viveu um ano de altos e baixos, demonstrando a falta de maturidade de Maverick Viñales nos momentos mais críticos do ano, quando o jovem espanhol aparentou um certo desespero quando a Yamaha não estava bem em determinadas pistas ou momentos do final de semana. Quando tudo corria bem, Viñales venceu corridas e mostrou muita velocidade, mas se quiser ser o rival de Márquez no futuro, Maverick precisa evoluir muito, mas ainda há muito tempo para o espanhol. Rossi não tem a mesma velocidade do seu apogeu há muitos anos, mas o italiano ainda tem carisma o suficiente para mostrar um belo serviço com a Yamaha, que o idolatra, o mesmo acontecendo com o resto da MotoGP.
A KTM tentará dar um passo à frente, mesmo tendo mantido Bradley Smith, numa situação muito parecida da Honda ter renovado com Pedrosa. A Aprilia sofreu na pré-temporada, o contrário acontecendo com a Suzuki. Depois de um 2017 desapontador, a Suzuki conseguiu belos resultados na pré-temporada, fazendo a equipe sonhar em ter os bons momentos quando tinha no seu plantel Maverick Viñales. O problema é a juventude de Alex Rins e o destempero de Iannone. Após um belo trabalho em 2017, Zarco terá muitos olhos em cima dele, pois se ele repetir o que fez em seu ano de estreia, a satélite Tech 3 ficará pequena demais para o francês.
Espera-se outro ano de muitas corridas emocionantes e um campeonato decidido na prova final, algo que vem normalmente acontecendo com a MotoGP. Com várias motos competitivas e pilotos de gabarito, 2018 tende a ser espetacular igual aos outros anos. Com a cara do eterno Valentino Rossi.
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