Após uma volta espetacular no sábado, Lewis Hamilton confirmou a sua pilotagem suprema com uma vitória segura e sólida num Grande Prêmio de Cingapura longe de empolgar, principalmente na luta pelas primeiras posições. Em outra corrida em que a Ferrari colocou os pés pelas mãos, Vettel perdeu a vantagem da bela ultrapassagem que fez em Verstappen na primeira volta quando a Ferrari o chamou cedo demais para os pits e o alemão ficou preso atrás de Pérez, fazendo com que Max voltasse ligeiramente na frente da Ferrari do alemão. Somente essa troca aconteceu entre os seis primeiros durante toda a corrida.
A corrida de hoje ficou longe da empolgação que houve em Monza. A volta que deu a pole para Hamilton o deixou tão forte, que nem mesmo o teórico favoritismo da Ferrari o ameaçou nas quase duas horas de corrida. Lewis tinha tudo tão sob controle, que no momento em que foi atrapalhado pela luta entre Grosjean e Sirotkin, o inglês permaneceu atrás dos dois retardatários e se livrou de Verstappen rapidinho logo depois. A vitória de hoje foi a confirmação do nível superior em que Hamilton se encontra hoje. Cada vez mais maduro, Lewis Hamilton mostra uma pilotagem acima dos seus rivais. Verstappen foi outro que fez acima do esperado com uma corrida sólida e sem erros. O holandês não se assustou quando foi ultrapassado por Vettel na primeira volta e acompanhou o alemão nas primeiras voltas sem muito esforço. Quando a Ferrari pisou no tomate, Max foi decisivo na saída dos pits para ficar na frente de Vettel e conseguir uma boa segunda colocação, deixando a vida de Vettel ainda mais complicada. A linguagem corporal de Vettel no pódio mostrava alguém perdido e sem saber como liderar sua equipe até o final de 2018 ou até mesmo em 2019, quando ganhará a companhia de Leclerc. O alemão não teve ajuda da Ferrari na tática, assim como o desempenho dos italianos decepcionou. Vettel simplesmente não tinha ritmo para atacar Hamilton e por isso a Ferrari tentou fazer algo diferente, mas que acabou custando a segunda posição de Sebastian e mais pontos perdidos para Hamilton. Agora, são quarenta pontos de desvantagem faltando seis corridas para o fim do campeonato.
O trio de segundos pilotos das equipes principais chegaram juntos, mas quase um minuto atrás do vencedor. A diferença de Hamilton e Bottas foi exemplificada na corrida de hoje, enquanto Raikkonen tem posturas irritantes em certos momentos, principalmente quando precisa ultrapassar alguém. Ricciardo, de saída da Red Bull e já de fora de algumas reuniões técnicas, apenas espera o ano terminar. O ritmo da corrida foi tão baixo que Kevin Magnussen conseguiu a volta mais rápida da corrida mesmo chegando nas últimas posições, mas nem isso fez com que os pilotos das equipes médias encostassem no top-3. O sétimo colocado Fernando Alonso fez uma corrida grandiosa, mas 50s atrás de Ricciardo com sua cambaleante McLaren. A Renault vibrou com seus dois carros na zona de pontuação, enquanto a Haas ficou de fora e ainda viu Grosjean aprontar quando ignorou as bandeiras azuis. Porém, o desastrado do dia foi mesmo Sérgio Pérez. O mexicano já pode ser encarado como um piloto experiente, mas viveu seu dia de novato-pagante em uma corrida onde tocou em seu companheiro de equipe logo na terceira curva da corrida, fazendo-o bater e depois se meteu numa batalha com Sergey Sirotkin em que reclamava das manobras do russo (que não fez nada demais) e depois bateu no piloto da Williams aparentemente de propósito. Uma recaída de Pérez, mas que mostra bem o motivo dele não ter conseguido um ótimo cockpit, mesmo tendo velocidade para tal.
A corrida de hoje não foi das mais empolgantes, mas Hamilton deu o suspiro para conseguir o seu quinto título em breve. O piloto da Mercedes hoje não tem o mesmo carro dominante de outrora, mas vem se consolidando como um dos grandes da história com uma pilotagem bem superior aos seus adversários e ganhando uma confiança tal, que mexeu com a cabeça com outro tetracampeão, Vettel. Não se pode afirmar categoricamente que Lewis Hamilton ruma para ser o maior da história, como afirmou hoje Reginaldo Leme, mas o inglês já está ombro a ombro com as grandes lendas da F1.
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