Em meados da década passada, a FIA fez uma pesquisa com torcedores da F1 de todo mundo perguntando algo bem simples: o que vocês querem? A resposta foi também bastante simples: queremos mais ultrapassagens. Por causa disso surgiu o DRS. As ultrapassagens aumentaram, mas a reclamação continuou, pois agora as ultrapassagens se tornaram tão fáceis, que era banal deixar um adversário ao apertar apenas um botão. Os fãs queriam (e ainda querem) disputas reais de posição, briga por cada palmo de pista e uma batalha para ver quem ganha um posto na corrida. A FIA ainda não alcançou a equação necessária, mas dois multi-campeões resolveram ajudar a FIA nesse final de semana. Sebastian Vettel e Lewis Hamilton faziam uma corrida próxima em Montreal, onde mesmo tendo o DRS a seu favor, Hamilton não conseguia ultrapassar Vettel, que corria no limite para segurar seu rival. Tão no limite que na volta 48 ele saiu da pista no apertado circuito Gilles Villeneuve. Vettel saiu pela grama, voltou à pista bem na frente de Hamilton e permaneceu na ponta. Tudo certo? Não para a FIA. Numa decisão no mínimo polêmica, a entidade puniu Vettel por 5s causando a maior discórdia na F1 desde o nefasto Grande Prêmio da Áustria de 2002, quando a Ferrari deu uma banana para a F1 e decidiu quem iria ganhar a corrida. De uma certa forma, a FIA e sua discutível decisão decidiu a prova deste domingo. Hamilton não atacou mais Vettel, se permitindo apenas seguir a Ferrari e não deixa-lo abrir mais de 5s. Vettel reclamou muito, mas não havia muito mais o que fazer. Num momento em que a F1 busca mais e mais fãs, principalmente entre os jovens, a FIA deu um belo tiro no pé ao mudar o vencedor, deixando irritados todos que estavam nas arquibancadas no circuito e milhões de fãs que assistiam, alguns prometendo não mais assistir F1. Se a FIA seguiu ao pé da letra as regras, faltou aos seus comissários um mínimo de bom senso, resultando numa controvérsia desnecessária e um desgaste que a F1 não precisava passar.
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