Jorge Lorenzo. Um piloto que dentro das pistas não há muitos questionamentos, afinal, são cinco títulos nas costas, sendo três na MotoGP. Sua atitude fora das pistas que o atrapalha um pouco e sua imensa rivalidade com Valentino Rossi, piloto extremamente carismático e lenda viva, fez de Lorenzo um personagem bastante antipatizado. Desde que saiu da sua zona de conforto na Yamaha, Lorenzo apenas viu sua sólida carreira começar a receber os primeiros senões. A sua passagem pela Ducati foi turbulenta, onde a adaptação com a Ducati demorou muito mais do que o esperado e ainda teve problemas de relacionamento com Andrea Doviziozo, solidificando a imagem de que Lorenzo não é um piloto de equipe.
Justamente quando conquistava sua primeiras vitórias pela Ducati, ao mesmo tempo em que tornava o clima dentro da equipe muito ruim por causa dos seus problemas com Doviziozo, Lorenzo conseguiu um contrato com a Repsol Honda, equipe melhor financiada da MotoGP e dominadora nos últimos anos. A expectativa era imensa, principalmente com Jorge vindo de um 2018 com muitas vitórias e a sensação que o velho Lorenzo estava de volta. O que o espanhol não sabia ou fingia não saber era que a Honda parece só funcionar com talento hiper agressivo de Marc Márquez. Considerada indomável pelos demais pilotos, Lorenzo passou a ter grandes dificuldades de adaptação com a nova moto, ainda maiores que nos tempos de Ducati. Toda semana era uma explicação que ficava com cara de desculpa, já que seu companheiro de equipe Márquez ia vencendo corridas consecutivas, enquanto Lorenzo mal conseguia um top-10. Após outra corrida desapontadora em Mugello, Lorenzo foi ao Japão. Especulações surgiram de todos os lados. Lorenzo teria exigido uma nova moto mais ao seu estilo ou até mesmo começado negociações para rescindir o seu contrato com a Honda.
Lorenzo chegou à Barcelona mais confiante após sua passagem enigmático no Oriente. Contudo, o cenário na Catalunha parecia idêntico ao resto da temporada, com Márquez na primeira fila e Lorenzo apenas na quarta. Veio a largada na prova de hoje. Lorenzo consegue sua melhor saída no ano e estava na quarta posição. À sua frente, Doviziozo pulara de quinto para primeiro, mas já era atacado por Márquez e Viñales. Atrás de Jorge, Rossi estava sob controle em quinto. Então, ainda na segunda volta, Lorenzo enxergou uma chance de fazer sua melhor corrida no ano na frente dos seus compatriotas, fazendo valer a longa viagem ao Japão, não importando o seu significado. Enquanto Márquez tomava a ponta de Doviziozo na curva 10, Lorenzo tentou a mesma manobra, inclusive imitando Márquez na forma como freou dentro. A diferença é que Márquez corre com a Honda desde 2013, enquanto Lorenzo está apenas na sexta corrida com uma moto reconhecidamente selvagem. O que aconteceu depois pode ter mudado o campeonato de 2019, além das definições sobre o que Lorenzo conquistou até agora em dezessete temporadas no Mundial de Motovelocidade.
Saindo de frente e indo ao chão, Lorenzo primeiro derrubou Doviziozo, levando consigo Viñales. Rossi saiu da pista para não bater, mas acabou colhido pela moto de Viñales. Resultado: quatro abandonos ainda na segunda volta e vitória tranquila de Marc Márquez, que começa a desgarrar no campeonato. Claro que Lorenzo já se desculpou e queria que seu erro só envolvesse a sua queda, mas a verdade é que seu afobamento ainda na segunda volta destruiu a corrida de três adversários, além da própria corrida em si, sem contar o campeonato desse ano.
Com seus principais rivais do final de semana fora da corrida, Márquez agradeceu por ter se livrado da bobagem do seu companheiro de equipe para vencer com extrema folga, enquanto o restante do pódio foi disputado por coadjuvantes, o que animou uma corrida que já estava num anti-clímax total. Vindo de vitória em Mugello, Petrucci segurou como pôde Alex Rins e Fabio Quartararo, mas a Ducati não estava com um bom acerto. Contudo o que derrotou Danilo foi o açodamento de Rins, que chegou a bater em Petrucci numa disputa de posição antes de vazar a curva um e perder várias posições. Dono da pole, Quartararo aproveitou esse incidente e conseguir seu primeiro pódio na MotoGP, enquanto Petrucci salvou um pódio para a Ducati.
Para Márquez, restou 'agradecer' Lorenzo pela presepada. Com Doviziozo fora e Rins fora do pódio, Márquez começa a disparar no campeonato e mostrar um pouco a cara de um campeonato dominado por ele, que além de muito competente, ainda mostrou ter a sorte dos grandes campeões. Para Lorenzo, as desculpas não serão suficientes para sombrear a besteira que fez hoje em Barcelona e a impressão de que seu tempo já passou.
João, na verdade o Rossi bateu foi na moto caída do Lorenzo quando tentava se desviar do estrago monumental que o espartano causou na manobra desastrada que causou.
ResponderExcluirAgora, o que o Lorenzo fez foi coisa digna de Andrea Iannone. Lorenzo aperfeiçoou a manobra do Crazy Joe, produzindo um strike que levou 3 pesos-pesados junto com ele.
ResponderExcluirE a FIM nem esboçou uma ameaça de investigar o incidente, já na do Smith, ela não titubeou em colocar já sob investigação... Fosse outro, ela já obrigaria o trapalhão na etapa seguinte em Assen a largar lá de Roterdã, como se trata de um figurão da MotoGP(e de quebra espanhol como o manda-chuva da categoria), vão assar é uma pizza pra lá de mal-cheirosa.