Após a classificação de ontem em Indianápolis, Will Power falava em tentar fazer um início de campeonato forte e do cuidado que teria que ter com alguns pilotos, incluindo Scott Dixon, mesmo o neozelandês largando apenas em sétimo. Duas horas após a largada, Power amargava uma vigésima posição depois de dominar o primeiro stint da corrida, enquanto Dixon saía vencedor, conseguindo a sua segunda vitória consecutiva, mantendo o 100% no campeonato. Todas essas mudanças vieram de uma espetacular corrida no circuito misto de Indianápolis? Muito pelo contrário! A corrida foi morna na maior parte, mas a estratégia de Dixon, somada a uma bandeira amarela na hora certa mudou todo o panorama da segunda etapa da Indy.
Quando a largada foi dada em Indianápolis, Power era o favorito a vencer, até mesmo pela companhia que ele tinha no primeiro pelotão. O inglês Jack Harvey surpreendia com a segunda colocação no grid, enquanto os americanos Graham Rahal e Colton Herta, que poucos fizeram no Texas um mês atrás, apenas comboiavam Power. Os grandes papões da Indy, junto com Power, pareciam ter problemas. Dixon largava apenas em sétimo, Newgarden estava no meio do pelotão, enquanto Simon Pagenaud, vencedor em 2019 no misto da Indy, largava apenas em vigésimo e parecia não ter carro para uma corrida de recuperação. Após a primeira rodada de paradas Power ainda liderava tranquilo, enquanto Newgarden e Dixon já perseguiam a distância o australiano da Penske. Um dos fatores que sempre animaram as corridas da Indy foram as bandeiras amarelas, principalmente em momentos inesperados, que sempre bagunçaram o status quo da prova.
O novato Oliver Askew bateu de forma bisonha na última curva, trazendo o pano amarelo. Isso foi o sinal para muitos pilotos mudarem sua estratégia, como foi o caso de Power, que antecipou sua parada e se viu no meio do pelotão, enquanto Rahal tentava parar o mínimo possível e assumia a liderança. Enquanto isso, Dixon usava a experiência da Ganassi para ter a melhor estratégia possível, que aliada a sua grande pilotagem, rapidamente colocou o neozelandês em primeiro, com ampla vantagem para Rahal. Pagenaud estava sem carro para uma corrida de recuperação? Pois o francês da Penske aproveitou a bandeira amarela para subir o pelotão e não apenas fechar o pódio, como pressionar Rahal nas últimas voltas. O promissor Colton Herta foi o piloto mais regular desse sábado, sempre permanecendo no pelotão da frente para terminar em quarto e salvar o dia da equipe Andretti. Ryan Hunter-Reay fez uma prova opaca, enquanto Alexander Rossi abandonou pela segunda corrida consecutiva. Num campeonato curto como o de 2020, isso poderá ser fatal nas chances do principal piloto da Andretti na sua luta pelo título.
Josef Newgarden escolheu a mesma tática de Power e mesmo perdendo posições ainda salvou um top-10, ao contrário do australiano, que não apenas perdeu ritmo, como ainda deixou seu Penske morrer na saída do seu último pit-stop. De dominador dos treinos, Power quase tomou uma volta na corrida. Dixon usou sua conhecida astúcia para vencer uma prova em que nem participou no Fast-Six ontem, mas quando viu a oportunidade, a agarrou para dominar a corrida e rumar ao hexacampeonato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário