sábado, 4 de julho de 2020

Nem tão novo normal

Voltando a fevereiro desse ano. Quando o Coronavírus já assustava, mas nem pensávamos que faria o estrago que fez no mundo, a F1 saía dos testes de pré-temporada um pouco assustada com o domínio da Mercedes, que se já não bastasse todo o domínio dos últimos anos, ainda trazia a novidade do DAS, um novo sistema integrado na direção que mudava a cambagem dos carros durante a corrida. Para quem espalha que a Mercedes está saindo da F1, isso só demonstra o apetite dos alemães. Cinco meses depois a F1 retorna com a expectativa de um 'novo normal', mas os tempos não mostraram nada de tão anormal, a não ser nos procedimentos de segurança. A Mercedes matou a pau toda a concorrência, que em 2020 deverá se restringir a Red Bull de Max Verstappen, mas a única novidade desse sábado foi Valtteri Bottas ter superado Hamilton por milésimos na tarde austríaca.

A relação de força para esse ano sofreu algumas sutis alterações. A Williams não está tão abaixo das demais no meio do pelotão, ficando bem próximo de Haas e Alfa Romeo. A Alpha Tauri ficou no mesmo patamar da antiga Toro Rosso, mas houve uma subida de degrau de algumas equipes. E a grande descida da Ferrari. Enquanto McLaren, Racing Point e até mesmo a Renault estão claramente acima do que mostravam em 2019, a Ferrari entrou numa perigosa espiral descendente, onde seus carros sofreram para passar ao Q3, com Vettel ficando pelo caminho. Uma situação que chama atenção e conhecendo o modus operandi ferrarista, Mattia Binotto já deve colocar seu currículo na Catho em algumas semanas. Como esperado a Racing Point, copiando descaradamente a Mercedes, colocou seus dois pilotos em boas posição, enquanto a McLaren continuava seu bom desenvolvimento com Lando Norris separando os dois carros da Red Bull, num final de semana opaco de Alexander Albon, sem conseguir ficar próximo de Verstappen em nenhum momento. Outro piloto que ficou bem atrás do companheiro de equipe foi Esteban Ocon, superado com folga por Daniel Ricciardo na Renault, que fez um trabalho ok, mesmo com tantas crises antes do campeonato começar.

A disputa polarizada apenas entre os pilotos da Mercedes tinha como lógico favorito Lewis Hamilton, mas o inglês foi surpreendido por Bottas, que ainda errou em sua última tentativa, mas sua primeira volta rápida no Q3 foi suficiente para bater o recorde de Spielberg e ficar com a pole. Bottas é um piloto rápido e confiável, mas seria ele capaz de emular Nico Rosberg? Pelo o que mostrou até agora, não. Isso poderia dar uma animada num campeonato que já se desenha para a Mercedes e até mesmo para Hamilton. Amanhã Verstappen será o único dos dez primeiros que largará com pneus médios, mas pela diferença que a Mercedes impôs sobre as rivais, isso não deverá fazer tanta diferença. É ainda a primeira corrida de um campeonato anormal, mas será preciso muito esforço para a Mercedes perder a corrida amanhã e os títulos de 2020.

5 comentários:

  1. Fala como se fosse fácil derrotar o Max Verstappen, nem mesmo o Ricciardo tinha facilidade com ele.


    Além disso, o Albon terminou em 3° no Q2. (NA FRENTE DO VERSTAPPEN)

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  2. Concordo contigo que superar Verstappen é extremamente complicado, mas Albon pareceu estar sempre mais de um degrau abaixo do holandês e isso não acontecia com Ricciardo

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  3. Ótima análise!
    A não ser que ocorram mudanças drásticas no decorrer da temporada, me parece que este treino classificatório reflete o que virá ao longo de 2020. Mercedes na frente com sobras, Red Bull em segundo na força do Verstappen e Racing "Mercedes" Point e McLaren brigando por pódios. Se a Ferrari não ajeitar essa porcaria de carro, vai brigar com a Renault no meio do pelotão com a AlphaTauri assistindo de camarote. No fundão, Haas, Alfa Romeo e Williams brigam para não ser o fona, sendo que Russell agora tem condições de pelo menos passar para o Q2 e quem sabe pontuar com alguma frequência. Esse Latifi é uma vergonha.

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    1. Entendo seu ponto vista, mas eu não gosto de gente criticando um piloto que está começando sua carreira na F1, principalmente alguém que mau estreou na categoria e está no pior carro do grid.

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    2. Mas eu não sou esse tipo de gente. Ano passado em momento algum critiquei George Russell, um estreante no pior carro do grid.
      Quando eu falo isso de Latifi, uso como base sua carreira pregressa, sem grandes resultados expressivos, e sua chegada a F1 bancada pelo seu pai, atualmente o principal patrocinador da Williams após a saída da Rokit. Também, baseado no treino de ontem e na corrida de hoje, percebe-se que Latifi sempre fica quase um segundo atrás do penúltimo colocado e que não tem a menor condição de acompanhar Russell, que conseguiu enfim correr na frente de mais gente.

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