Nas semanas anteriores ao Grande Prêmio da França de 1995, a grande estrela e principal chamariz para a corrida gaulesa era Jean Alesi, que tinha vencido pela primeira vez na F1 em Montreal, mas o francês não estava numa situação confortável dentro de sua equipe. Com seu contrato prestes a vencer, Alesi negociava com a Ferrari uma extensão para 1996, mas os italianos pensavam diferente. Tendo Niki Lauda como aliado, Luca di Montezemolo tentava a contratação de Michael Schumacher, a grande estrela da época. Porém, Michael estava em seu auge, enquanto a Ferrari patinava. Por isso, Montezemolo garantiu carta branca da Fiat para trazer o alemão, não importasse o preço. Com isso, Alesi e Berger estavam escanteados dentro da Ferrari. Correndo em casa a Renault trazia um novo motor para Williams e Benetton, enquanto a Ligier comemorava seu 300º GP.
A sessão de classificação na sexta foi dominada pela Williams, com Schumacher se queixando de problemas de equilíbrio do seu Benetton. No sábado o alemão melhorou seu acerto e entrou na briga pela pole, que acabou ganha por Damon Hill, derrotando Schumacher por dois décimos. Era a terceira pole consecutiva de Hill em Magny Cours. Herbert na outra Benetton saiu da pista no sábado e teve que contentar com a décima posição, enquanto Alesi ficava era o primeiro piloto que não tinha o motor Renault nas suas costas. Também usando uma versão mais potente em casa, Barrichello aproveitou o novo motor Peugeot para ser quinto, superando o primeiro piloto da equipe da casa, Olivier Panis da Ligier, que obtinha seu melhor grid no ano.
Grid:
1) Hill (Williams) - 1:17.225
2) Schumacher (Benetton) - 1:17.512
3) Coulthard (Benetton) - 1:17.925
4) Alesi (Ferrari) - 1:18.761
5) Barrichello (Jordan) - 1:18.810
6) Panis (Ligier) - 1:19.047
7) Berger (Ferrari) - 1:19.051
8) Hakkinen (McLaren) - 1:19.238
9) Brundle (Ligier) - 1:19.384
10) Herbert (Benetton) - 1:19.555
O dia 2 de julho de 1995 amanheceu com chuva na região de Nevers, fazendo que o aquecimento ocorresse com pista molhada, garantindo que Jean Alesi se sobressaísse e liderasse o warmup, à frente de Coulthard e Barrichello. Quando a hora da largada se aproximava, o asfalto secou e a largada aconteceria com todos usando pneus slick, mesmo com o tempo ainda nublado. Nos boxes, os CEOs de Renault e Peugeot prestigiavam as equipes que usavam seus motores, enquanto a torcida francesa lotava as arquibancadas para ver outro duelo entre Hill e Schumacher. Pelo menos num primeiro instante Hill levou a melhor ao largar melhor, enquanto Schumacher patinava e quase perdia sua posição para Coulthard. Muito criticado por suas largadas diagonais, Michael não teve muito pudor em fechar Coulthard, que com a manobra acabou ultrapassado por Rubens Barrichello.
Schumacher pressionava Hill pela primeira posição, enquanto Barrichello atrasava claramente Coulthard, que tinha Panis também colado. Na terceira volta Alesi tentou ultrapassar Herbert no hairpin Adelaide e acabou tocando no inglês. Berger vinha logo atrás e teve que desviar do incidente. Quem ganhou com tudo isso foi Martin Brundle, que ganhou três posições, enquanto Herbert teve que abandonar no local. As boas largadas de Barrichello e Panis foram banidas quando ficou claro que ambos queimaram o sinal verde, fazendo com que eles fossem punidos com um stop-and-go de 10s e perdessem várias posições. Mesmo sozinho no momento, Coulthard tinha um carro desequilibrado e era alcançado por Brundle. Schumacher tentava pressionar Hill, quando ambos chegaram nos retardatários, mas o inglês se mantinha impávido na frente. Na volta 19 Schumacher faz sua parada e bem nesse instante, Hill encontrou muito tráfego, perdendo muito tempo atrás da Minardi de Martini. Isso se provaria decisivo. Damon pararia na volta 22, a mesma em que Schumacher marcava a melhor volta no momento. O resultado era previsível. Schumacher assumia a ponta com alguma vantagem sobre Hill. Para piorar as coisas para a Williams, Coulthard também perdeu tempo e saiu da primeira rodada de parada atrás de Brundle.
Outro incidente ocorreu quando a mangueira de reabastecimento de Berger demorou a funcionar, fazendo o austríaco perder muito terreno frente aos rivais. Schumacher abria muito sobre Hill, enquanto Brundle não tinha problemas em segurar Coulthard, com Alesi e Barrichello fechando os seis primeiros. Pouco depois da marca da metade da corrida, o céu ficou mais escuro e alguns pingos molhavam as câmeras, mas a pista permaneceu seca e ninguém mudou sua estratégia. Os pilotos realizaram a segunda rodada de paradas sem problemas e as posições eram as mesmas. Uma das poucas brigas na pista era pela sétima posição, com Hakkinen evitando os ataques de Panis. Faltando quinze voltas para o fim, o ritmo alucinante de Schumacher se pagou com uma terceira parada programada, mas o alemão ainda retornou à pista em primeiro. Brundle repetiu a tática do alemão e perdeu seu lugar no pódio, porém nas últimas voltas partiu para cima do escocês. Mesmo com um carro desequilibrado, Coulthard não teve maiores problemas para segurar Brundle, que era 1s mais rápido. Se alguém imagina que antigamente era fácil ultrapassar na F1, sempre é bom perceber que não era bem assim. Michael Schumacher vencia pela quarta vez em 1995, com os dois pilotos da Williams completando o pódio. Mesmo colado em Coulthard, Brundle teve que se contentar com a quarta posição, ainda que fossem os primeiros pontos do inglês em 1995. Alesi e Barrichello fecharam os que marcaram pontos em corridas bem solitárias. Não deixava de ser uma corrida decepcionante para Alesi, após sua famosa vitória na quinzena anterior. Mais uma vez Michael Schumacher usou bem a estratégia para derrotar um cada vez mais abatido Damon Hill. O alemão liderava o campeonato e mesmo apenas onze pontos na frente de Hill, o momento era todo de Schumacher.
Chegada:
1) Schumacher
2) Hill
3) Coulthard
4) Brundle
5) Alesi
6) Barrichello
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