domingo, 18 de abril de 2021

Rumo à liderança

 


Quando o tempo de Francesco Bagnaia foi cancelado de forma, no mínimo, polêmica no sábado, Fabio Quartararo começava a pavimentar o seu caminho rumo à liderança do campeonato de 2021 ao herdar a pole e ficar numa bela situação na corrida. Como normalmente acontece, o piloto da Yamaha não dominou a corrida de ponta a ponta, tendo que lutar até chegar a ponta e trocar melhor voltas com Alex Rins até o espanhol da Suzuki cair. Quartararo ainda se aproveitou da queda do compatriota Zarco para assumir de vez a liderança do campeonato com a segunda vitória consecutiva e se destacar como um dos favoritos ao título.

Com um dispositivo de largada praticamente imbatível, a Ducati de Zarco disparou na frente e o francês, então líder do campeonato, liderou as primeiras voltas da prova. Quartararo despencou para sexto, enquanto seu companheiro de equipe Maverick Viñales foi ainda pior, caindo para último e lutando apenas para pontuar em outra corrida horrorosa do espanhol, numa prova da sua falta de consistência. Porém, Quartararo se manteve no pelotão dianteiro, que tinham oito pilotos no belíssimo circuito de Portimão. Quando Zarco perdeu a ponta da corrida, Quartararo já tinha ultrapassado Márquez e as duas Suzukis para assumir a liderança da corrida, mas o francês não teve sossego, com Alex Rins se mantendo colado na Yamaha de Fabio. Tendo perdido o título para o companheiro de equipe ano passado, Rins segue pressionado para tentar tomar as rédeas da Suzuki. Provavelmente por isso o espanhol pressionou o que podia. E o que não podia. Já no final da prova Rins caiu e tornou a vida de Quartararo ainda mais fácil rumo à bandeirada e a vitória, que com a queda de Zarco uma volta depois do incidente de Rins, deixou Fabio na liderança do campeonato.

Por causa de sua injusta punição largando em 11º, Bagnaia fez uma ótima corrida de recuperação, assumindo a segunda posição no final da prova e mostrando que, se largasse na pole, teríamos uma ótima briga entre o italiano da Ducati e Quartararo. Já Jack Miller... Considerado por muitos como o sucessor de Casey Stoner na Ducati, Miller mais lembra os tempos em que Stoner era conhecido como 'Rolling Stoner', por causa de suas quedas contínuas. O atual campeã Mir subiu ao pódio na mesma toada do ano passado, mas ele precisa de resultados melhores para defender seu título. 

Como falado mais cedo, Marc Márquez largou para o Grande Prêmio de Portugal com sua Repsol Honda, após nove meses de uma recuperação complicada e cheia de problemas. Máquez conseguiu um lugar na segunda fila, largou muito bem e pensou-se em determinado momento que o espanhol faria um retorno triunfal à MotoGP. Não foi o caso. Antes da largada Márquez falou que sentiu muitas dores no braço direito avariado e até colocou em dúvida se conseguiria terminar a corrida. Após perder posições em sequência até a décima posição, Márquez foi subindo de posição com os abandonos na sua frente e terminou num discreto sétimo lugar. Contudo, Marc foi o melhor piloto da Honda e não estava tão distante assim do esperado top-5 em termos de tempo. Com um ritmo decente até o fim, Márquez deverá evoluir durante o ano, mas o título parece difícil para o espanhol da Honda. Falando em antigos campeões, Valentino Rossi vai fazendo um início de temporada tenebroso. O piloto da Yamaha só não era o pior piloto da marca por causa da largada horrorosa de Viñales, mas já era alcançado pelo espanhol quando caiu sozinho, fora do top-10. Já contando com 42 anos de idade, Rossi corre o sério risco de ser aposentado, ao se tornar uma pálida sombra do que já foi.

Com a vitória em Portugal, Quartararo não apenas se garantiu na ponta do campeonato, como se tornou o favorito, mas o francês esteve numa situação parecida ano passado e murchou de forma inacreditável a ponto de terminar o campeonato num obscuro sexto lugar. Resta saber se Fabio Quartararo conseguirá manter o ritmo até o fim.

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