sexta-feira, 2 de abril de 2021

História: 15 anos do Grande Prêmio da Austrália de 2006

 


Normalmente Melbourne abre as temporadas de F1 desde que estreou em 1996, mas em 2006, justamente no seu décimo aniversário na F1, isso não aconteceu por causa dos Jogos da Comunidade Britânica e por isso os australianos teriam sua popular corrida já no mês de abril, como a terceira etapa de 2006. A corrida na Malásia tinha mostrado que para uma equipe lutar por vitórias e pelo campeonato em 2006, o motor teria que ser confiável, já que sete pilotos tiveram motores quebrados em Sepang, algo que já ocasionava punições quinze anos atrás. Motores à parte, as duas primeiras corridas de 2006 mostravam a Renault na frente, com a Honda um pouco atrás. A Ferrari não foi tão forte na Malásia como no Bahrein e o mesmo se aplicava à McLaren, embora Kimi tenha saído da corrida cedo. 

A classificação realmente mostrou Renault e Honda liderando a F1 naquele início de temporada, com Jenson Button suplantando a dupla da Renault, contudo, quem dividiria a primeira fila com o inglês não seria o atual campeão Alonso, mas o vencedor da corrida anterior, Giancarlo Fisichella. Rubens Barrichello decepcionava ao ficar ainda no Q1 e reclamando abertamente do carro, o mesmo que tinha ficado com a pole. A Ferrari manteve o mau ritmo de Sepang e não foram para o Q3, incluindo Felipe Massa batendo no treino, já colocando um pouco de pressão no brasileiro. Com a Ferrari sofrendo, a McLaren assumiu o bastão de terceira força, com BMW e Toyota se colocando entre os dez primeiros, porém Villeneuve foi punido por uma troca de motor, enquanto Mark Webber fazia bem o papel de anfitrião ao ficar no top-10.

Grid:

1) Button (Honda) - 1:25.229

2) Fisichella (Renault) - 1:25.635

3) Alonso (Renault) - 1:25.778

4) Raikkonen (McLaren) - 1:25.822

5) Montoya (McLaren) - 1:25.976

6) R.Schumacher (Toyota) - 1:26.612

7) Webber (Williams) - 1:26.937

8) Heidfeld (BMW) - 1:27.579

9) Trulli (Toyota) - 1:26.327

10) M.Schumacher (Ferrari) - 1:26.718


O dia 2 de abril de 2006 amanheceu com clima ameno e nublado em Melbourne, bem diferente do clima das primeiras corridas daquela temporada na F1, o que poderia influenciar decisivamente o acerto dos carros. Com o clima mais frio, os motores poderiam ser poupados, ao mesmo tempo que aquecer os pneus poderia ser um problema. Numa cena grotesca para um piloto de ponta da F1, Juan Pablo Montoya acabou rodando durante a volta de apresentação, com os pneus gelados, fazendo o  colombiano largar em último. Em teoria. Montoya acabaria salvo por Fisichella, que deixou o motor morrer, cancelando aquela largada e fazendo Juan Pablo largar em sua posição original, enquanto era Fisichella que largaria no fim do grid. Após um início tão bom de temporada, esse contratempo foi um tremendo balde água fria para o italiano. Porém, os problemas no começo daquela corrida australiana não terminariam ali. Na largada, Felipe Massa ficaria no meio de um sanduíche entre Klien e Rosberg, batendo sua Ferrari no muro. Final de corrida para Massa e para Rosberg. Felipe não teria sorte em Melbourne. Durante a primeira volta Trulli tentou ultrapassar Coulthard e acabou no cascalho, trazendo o safety-car de volta à pista. Seria o primeiro de vários!


A pista permanecia gelada e Fisichella chegou a rodar durante a intervenção do SC. Na relargada, Alonso faria uma manobra clássica em cima de Button, aquecendo seus pneus de forma a deixa-lo no ponto de ultrapassar a Honda de Jenson bem na medida do possível, quando as ultrapassagens eram permitidas. Quando Alonso ainda pegava gosto pela liderança, Klien bateu forte na sétima volta, ainda por causa do incidente da largada e trouxe o Safety-Car pela segunda vez. Na segunda relargada Raikkonen ultrapassou Button, enquanto os pilotos ainda ziguezagueavam para aquecer seus pneus. Alonso já abria 5s em cima de Raikkonen, que tinha o mesmo gap em cima de Button, que segurava atrás de si Montoya, Webber e Ralf Schumacher. A primeira rodada de paradas começou na volta 18 e quando Webber postergou sua parada, ele chegou a assumir a ponta da corrida, mas na volta seguinte pararia seu Williams com problemas de transmissão. Webber teria um carma parecido com Barrichello e Villeneuve: eles nunca se davam bem correndo em casa.


Ao fim das paradas, Button perdia muito terreno e caía para quinto, com Montoya subindo ao lugar mais baixo do pódio. Quando os pilotos se preparavam para a segunda rodada de paradas, Michael Schumacher, que estava apenas em sexto, perdeu o controle de sua Ferrari na última curva e bateu no muro. O SC aparecia pela terceira vez e todos se aproveitam para fazer suas paradas finais. Heidfeld arriscou ao ficar na pista e apareceu em segundo, enquanto Alonso relargava na ponta e com uma tremenda vantagem, já que entre ele e Heidfeld haviam dois retardatários, sem contar que o alemão da BMW não tinha ritmo para estar naquela posição. Quando finalmente Raikkonen assumiu o segundo lugar, o Safety-car apareceu pela quarta vez, quando Liuzzi bateu no muro numa disputa pelo oitavo lugar com Coulthard. Faltando dez voltas para o fim, Montoya vinha perseguindo Ralf Schumacher para retomar o terceiro lugar e no mesmo lugar de Schumacher, ele saiu da pista, mas segurou seu McLaren. Porém, um dispositivo eletrônico desligou o motor Mercedes e o dia do colombiano terminava com dois erros no mesmo lugar, além de sua moral dentro da McLaren entrando em parafuso. Button vinha num regular quinto lugar, perseguido de perto por Fisichella quando seu motor estourou de forma espetacular bem na última volta, garantindo alguns pontos para o piloto da Renault. Porém, a equipe francesa tinha mais o que comemorar. Alonso conseguia um início de campeonato espetacular, com duas vitórias e um segundo lugar em três corridas, se tornando favorito destacado ao título daquele ano. Com a Ferrari claudicando, nada parecia deter Fernando Alonso e a Renault. Mas havia uns amortecedores pelo meio do caminho...

Chegada:

1) Alonso

2) Raikkonen

3) R.Schumacher

4) Heidfeld

5) Fisichella

6) Villeneuve

7) Barrichello

8) Coulthard

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