Quando o jovem espanhol Jorge Martin marcou sua surpreendente pole ontem no Catar em sua Pramac Ducati, muitos no paddock sugeriram que Martin não aguentaria muito tempo e o próprio espanhol falou que um top-6 era mais do que suficiente nesse domingo. Porém, Martin mostrou-se um novo talento espanhol e liderou a corrida inteira, porém, sucumbiu a força da Yamaha em Doha e ainda foi superado pelo seu companheiro de equipe na última volta. Quartararo voltou a vencer na MotoGP, além de garantir sua primeira vitória na Yamaha oficial, enquanto Johan Zarco subiu para segundo para completar a dobradinha francesa no Oriente Médio.
O artificial circuito catari que abrigou a segunda corrida consecutiva da MotoGP viu uma prova bem parecida com as acirradas disputas da Moto3, com um pelotão bem compacto até o final, mas havia um script a ser seguido. As Ducatis liderariam até quando os pneus aguentassem, rechaçando qualquer ataque na longa reta do circuito, enquanto as duplas de Yamaha e Suzuki atacariam na metade final da corrida, mas sofrendo para não levar o troco das motos italianas na reta. A dupla da Pramac Ducati se manteve nas duas primeiras posições na largada e foram assim até as voltas finais, com Jorge Martin nem parecendo estar em sua segunda corrida na MotoGP tamanho a sua segurança no guidão de sua Pramac Ducati. Com Zarco servindo como um escudo para o espanhol, Martin mostrou que a fonte espanhola de jovens pilotos parece inesgotável, como ficou provado com o adolescente Pedro Acosta, vencedor na Moto3 em sua segunda corrida no mundial, com apenas 16 anos.
Contudo a corrida não viu ninguém desgarrando e a proximidade entre as motos causou alguns incidentes perigosos, com os dois encontrões entre Jack Miller e Joan Mir, acabando pior para o segundo, que ao contrário da semana passada, acabou bem longe da briga pelo pódio. A dupla da Yamaha ficou no final do primeiro pelotão, preferindo resguardar o equipamento para o ataque final. Quartararo e Viñales, vencedor semana passada, foram escalando o pelotão até chegarem nas duas Ducatis da ponta. Porém, foi Quartarato a se destacar, ultrapassando o compatriota Zarco no começo da volta para ter a certeza de que não levaria o troco na reta, usando o mesmo expediente contra Martin, garantindo a vantagem necessária para vencer e entrar de vez na luta pelo título. Cansado de ficar como fiel escudeiro do seu companheiro de equipe, Zarco ultrapassou Martin na última volta para assumir a ponta do campeonato.
Claro que o predomínio da equipe satélite da Ducati não pegou muito bem para os pilotos da equipe oficial, principalmente para Miller, que havia dominado a pré-temporada na mesma pista e não foi ao pódio em nenhuma das primeiras duas corridas do campeonato. Ao contrário ocorre com a Yamaha. Se os pilotos de fábrica ponteiam o campeonato com duas vitórias em duas corridas, os pilotos da equipe satélite sofrem. Atual vice-campeão Franco Morbidelli em nenhum momento ficou no top-10 na corrida, enquanto Valentino Rossi fez um final de semana horroroso, onde amargou a penúltima posição no grid e ficou fora da zona de pontuação a corrida inteira. Muito, muito triste ver um gigante do esporte como Rossi passar por uma situação como a de agora.
No final de dois finais de semana, a MotoGP não viu ninguém disparar no campeonato, o que pode se tornar bem perigoso para os atuais líderes com a volta iminente de Marc Márquez. O circuito de Losail viu duas belas corridas e com a Yamaha dando a sensação que estará bem forte em 2021. Será o suficiente para segurar Márquez?
Infelizmente o Rossi já está em final de carreira e não se mostra condição de bater de frente com a nova geração, quase que a mesma situação do Vettel na F1
ResponderExcluirE é um porre esse domínio espanhol no Mundial. Nem nos tempos que a Itália dominava que víamos as coisas serem tão chatas como agora na MotoGP mesmo com todas as disputas.
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