Ele poderia ter tido uma carreira bem interessante e longa no automobilismo, com boas passagens nas categorias de base antes de chegar na F1, mas Corrado Fabi acabou tendo que abandonar tudo com apenas 23 anos de idade, não por causa de um acidente grave, mas por causa de um evento triste e trágico em sua família.
Corrado Fabi nasceu no dia 12 de abril de 1961 em Milão e sempre esteve ligado aos esportes, como seu irmão seis anos mais velho, Teodorico, mais conhecido como Teo. Enquanto Teo chegou a participar de provas de esqui como brasileiro (os avós Fabi eram brasileiros) antes de se mudar para o automobilismo, rapidamente Corrado começou a competir nos karts, com apenas 12 anos. Filho de um piloto de turismo na Itália, Corrado teve todo o apoio em sua empreitada e foi um dos principais pilotos de kart da Itália nos anos 1970. Assim que completou 18 anos, Corrado se mudou para os monopostos e assim como ocorre com famílias com vários irmãos, quando o mais jovem usa as roupas do mais velho, Corrado começou na F3 usando o carro que fora usado por Teo. E o mais jovem dos Fabi não decepcionou, conseguindo vitórias logo de cara e disputando o título italiano com outra estrela ascendente do país da bota: Michele Alboreto.
Em 1980 Corrado Fabi faria um segundo ano na F3, participando também do forte campeonato europeu, onde conquistou duas vitórias e terminou o certame continental em terceiro. Com um forte currículo e correndo no vácuo do irmão mais velho, que começava a mostrar serviço, Corrado se gradua à F2 correndo na equipe oficial da March. Sua estreia foi promissora, conquistando uma vitória em Mugello (pista em que Corrado sempre andava muito bem) e acabando o campeonato em quinto lugar. Ainda em 1981 Corrado teria o primeiro contato com a equipe que ficaria marcado na F1, a Brabham, onde fez um teste no final daquele ano. Mais experiente na F2, Fabi fica um segundo ano na categoria na mesma equipe March e conquistou o campeonato numa disputa apertada com seu companheiro de equipe Johnny Cecotto, com cinco vitórias e apenas um ponto de vantagem sobre o venezuelano. Fabi ganhava a fama de que poderia ser uma estrela na F1 em breve. Porém, da categoria principal, veio somente um convite da equipe Osella, uma das piores da F1. Sem muitas opções, Corrado Fabi assina com a equipe italiana para 1983, mas o italiano fecharia o grid na maioria do tempo e nem quando a Osella recebeu o motor Alfa Romeo turbo as coisas melhoraram, com Corrado só vendo a bandeirada duas vezes, com um décimo lugar como melhor resultado na Áustria.
Para 1984 a Brabham procurava um piloto para secundar Nelson Piquet e como o time era patrocinado pela Parmalat, havia quase que uma obrigatoriedade de que um italiano fosse contratado. Teo Fabi já havia feito uma boa temporada na Indy, mas aceitou o convite para fazer um teste ao lado de outros compatriotas na Brabham. Incluindo Corrado. Teo Fabi fica com a vaga, mas ele ainda tinha um contrato com a equipe Forsythe nos Estados Unidos e os americanos fizeram questão que Teo cumprisse sua parte. Com essa complicação, Corrado acabou se dando bem com Teo Fabi costurando um acordo em que só correria na F1 quando não houvessem conflitos de datas com a Indy, com seu irmão mais novo assumindo seu lugar no segundo carro da Brabham. Foi uma ótima oportunidade para o italiano de 23 anos de idade, porém, naquele ano a Brabham teve vários problemas de confiabilidade e não tinha o mesmo carro que dera o bicampeonato para Piquet no ano anterior. Corrado Fabi não marcou pontos em nenhuma das três vezes em que correu pela Brabham, mesmo conseguindo um sétimo lugar em Dallas, numa prova reconhecida como uma das mais difíceis da história da F1.
Finalmente Teo Fabi havia conseguido se livrar do seu contrato na Indy e passaria a se focar na F1 no segundo semestre de 1984, porém, Corrado não ficaria na mão e cruzaria o Atlântico para substituir o irmão mais velho na Indy, chegando a conquistar um sexto lugar no oval de Phoenix. Corrado Fabi ainda tinha um vínculo com a Brabham e poderia assumir o lugar de Teo, que se mudou para a Toleman em 1985. Contudo, tudo veio a um fim abrupto no final de 1984, com a morte do patriarca Fabi poucos dias antes da corrida final de 1984. Claro que os irmãos Fabi não compareceram à Estoril, mas naquele momento, apenas Teo Fabi tinha um contrato para 1985. Corrado resolveu tomar uma decisão drástica: aos 23 anos de idade, ele encerraria sua carreira no automobilismo para assumir o lugar do pai nos negócios da família. Corrado Fabi ainda seria convidado para participar da temporada de 1987 da F3000 na equipe de um amigo, mas após tantos anos sem correr, ele acabou ficando de fora do grid em todas as corridas e saiu das pistas definitivamente. Muitos consideravam Corrado Fabi o mais talentoso dos irmãos Fabi e poderia ter continuado sua carreira por muitos anos ainda, como fez Teo Fabi, mas preferiu olhar para a família, numa bela atitude altruísta.
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