Não faltaram candidatos a estar nessa parte da coluna em Sochi. Hamilton construiu sua vitória com a experiência adquirida em quinze anos de F1. Max Verstappen saiu da vigésima posição rumo a um incrível segundo lugar, se aproveitando de uma estratégia certeira da Red Bull, além de diminuir bastante o prejuízo pela troca de motor em seu carro. Porém, colocar aqui os dois protagonistas da temporada 2021 pode parecer chover (literalmente) no molhado. Mais do que Lewis ou Max, a grande estrela do final de semana acabou sendo Lando Norris. O jovem prodígio da McLaren vem mostrando uma evolução tamanha, que até mesmo Daniel Ricciardo, trazido a peso de ouro para liderar a equipe, está obscurecido com a velocidade e talento de Norris. Mesmo não sendo terceiro no campeonato ou conquistando tantos pódios, não resta dúvidas de que Lando é terceiro melhor piloto do pelotão em 2021 e mais uma vez ele se sobressaiu nesse final de semana. Claro que em condições normais Norris não seria o pole, mas ele colocou os pneus certos no momento exato para conseguir sua primeira pole na F1, mas na corrida Lando foi ainda mais impressionante. Fazendo uma largada prosaica, Norris acabou perdendo a ponta para Carlos Sainz (outro destaque positivo, ao lado de Charles Leclerc), mas o piloto da McLaren não desanimou e em poucas voltas ultrapassou o espanhol e dominou o restante da corrida com a categoria de um veterano. Lando viu a aproximação de Hamilton nas últimas voltas, mas em nenhum momento parecia que esmoreceria frente ao compatriota mais experiente e tarimbado. Enquanto era perseguido por Hamilton, Norris marcou a volta mais rápida da corrida. Estava tudo sob controle. Mas veio a chuva. Parar ou não parar? Hoje é fácil criticar Lando por ter escolhido ficar tanto tempo na pista cada vez mais escorregadia, mas Norris lutou pela primeira vitória e arriscou numa aposta que poderia lhe transformar em um novo vencedor de F1. Infelizmente a aposta não se pagou, Norris saiu da pista e terminou a corrida num infeliz sétimo lugar. Porém, fica a certeza de que o dia de Norris chegará. E logo!
segunda-feira, 27 de setembro de 2021
Figurão(RUS): Valtteri Bottas
Ao ficar apenas na sétima posição na confusa classificação em Sochi, Bottas teve sua missão modificada pela Mercedes para a corrida do domingo: ele iria marcar Max Verstappen no final do pelotão. A Red Bull sempre soube que a Mercedes reina absoluta no circuito de rua improvisado em Sochi e por isso resolveu troca o motor de Verstappen, fazendo-o largar em último. Sem a presença de Max nas primeiras filas, a Mercedes pensou em colocar Bottas no final do pelotão e eventualmente bloquear a esperada corrida de recuperação do neerlandês. Tudo certo, mas como diria Garrincha, faltou combinar com os russos. Ou com o holandês. Bottas ficou na frente de Verstappen nas primeiras voltas, mas tomou uma ultrapassagem desmoralizante do piloto da Red Bull, que continuou sua corrida de recuperação, enquanto Bottas, que sempre andou bem em Sochi, ficou empacado no meio do pelotão e antes da chuva que mexeu em todo o pelotão, estava fora dos pontos, com Max Verstappen mais 15s na sua frente e marcando pontos. A mesma chuva que colocou Max em segundo diminuiu o vexame de Bottas e o fez terminar em quinto com uma parada na hora certa para o finlandês. Assim como foi na hora certa a saída de Bottas da Mercedes. Apesar de ainda estar em terceiro no Mundial de Pilotos, ou seja, superando com folga o segundo piloto da Red Bull, Sergio Pérez, essa não foi a primeira vez em que Bottas falhou em ajudar a Mercedes e Hamilton em 2021.
domingo, 26 de setembro de 2021
O outro Alex
Aquilo chamou a atenção de Chip Ganassi. O velho chefe de equipe via seu time ser carregado nas costas pela lenda Scott Dixon, enquanto o outro carro parecia parar de funcionar nas mãos de qualquer piloto desde que Dario Franchitti se aposentou em 2013 por causa de um sério acidente. Palou seria mais um na longa lista de piloto que correram com o carro número dez e fracassaram? Pela primeira vez numa equipe forte e com uma certa tranquilidade, Alex Palou passou a utilizar seu talento para imitar Alex Zanardi. Porém, se Zanardi tinha uma pilotagem exuberante, Palou exibiu um jeito de guiar diferente, usando a consistência e a solidez para não apenas andar no mesmo ritmo de Dixon, como fazer uma temporada incrível apenas em sua segunda temporada na Indy. O espanhol mostrou suas armas com a vitória em Barber, sua primeira na Indy e logo assumindo a ponta do campeonato. Aos 24 anos de idade, Palou mostrou uma tenacidade de um veterano. Normalmente Palou sempre conseguia um lugar entre o top-10, além de quase ter vencido as 500 Milhas de Indianápolis. Quando era o principal favorito ao título, Palou sofreu um duro golpe com um abandono duplo no misto de Indianápolis e em Gateway. O espanhol iria entregar os pontos? Nada disso! Indo para três pistas que não conhecia, mas extremamente tradicionais na Indy, Palou mostrou que ele é feito de um material diferente. Em Portland, Palou largou na pole, saiu da pista na primeira volta, mudou a estratégia rumo a sua terceira vitória. Em Laguna Seca, uma pilotagem cerebral o fez terminar em segundo e chegar em Long Beach com a mão na taça.
A tarefa de Palou não era exatamente das mais difíceis e ficaram ainda mais tranquilas quando Ed Jones teve uma diarreia mental e bateu em Pato O'Ward no famoso grampo da última curva em Long Beach ainda nas primeiras voltas. O mexicano caiu para as últimas posições, mas o toque havia sido fatal e não demorou muito para que o semi-eixo do carro de O'Ward quebrasse. Não era dia da McLaren, definitivamente. Palou estava logo atrás do incidente e chegou a ter o carro acertado por Ryan Hunter-Reay, em sua última corrida pela Andretti após uma longa carreira na equipe. Porém, o espanhol ficava ainda mais próximo do título. Josef Newgarden tinha chances retóricas, mas o americano estava no lugar certo se algo acontecesse com Palou. Para o americano da Penske, só a vitória interessava, mas o tricampeonato só viria se Palou terminasse abaixo da vigésima quarta posição. Para um piloto tão sólido e inteligente como o espanhol, isso beirava o impossível. Sem contar que Newgarden não contava com a agressividade de outro jovem piloto.
Vindo de vitória na semana passada em Laguna Seca, Colton Herta errou na classificação após dominar os treinos livres e largara apenas em décimo quarto. O americano da Andretti foi ultrapassando quem via pela frente até tomar a ponta de Newgarden e dominar o resto da prova. Herta foi o grande destaque desse final de campeonato, com corridas dominantes, mas o americano ainda resta controlar seu ímpeto e melhorar a consistência. Talvez dos jovens pilotos da Indy, Herta seja o mais veloz.
Porém, um campeão precisa mais do que apenas velocidade. Alex Palou fez uma prova conservadora e sem correr nenhum risco rumo ao quarto lugar que lhe garantia com folgas o seu primeiro título na carreira. Tendo crescido vendo Fernando Alonso tornar o automobilismo popular na Espanha, Palou é um dos primeiros frutos da Alonsomania. Se o espanhol vai repetir a manobra do seu xará e retornar com pompa para a Europa? Difícil dizer, mas Palou provou que tem o talento e solidez necessária de um campeão. Pato O'Ward é outro dos jovens top-guns da Indy e correndo por uma equipe em acensão como a McLaren, o mexicano tem tudo para evoluir cada vez mais, sem contar que sua equipe está investindo cada vez mais em estrutura. A Penske ainda se salvou com Newgarden, mas seus demais pilotos sofreram com a irregularidade e até mesmo com fogo amigo. Scott McLaughin se tornou o novato do ano, mas esteve longe de brilhar, Will Power foi mais lembrado pelas presepadas do que sua velocidade natural e Simon Pagenaud está de saída da equipe, indo para a Meyer Schanck ao lado de Helio Castroneves, que mais uma vez mostrou ainda ter alguma velocidade em classificação, mas nenhuma consistência em ritmo de corrida. Claro, sem contar em Indianápolis, onde é um verdadeiro fenômeno. A Andretti foi outra que se salvou com apenas um piloto, no caso Herta. Os demais pilotos decepcionaram de forma retumbante, mas a equipe ainda confia em Alexander Rossi, enquanto dispensou os veteranos e cansados Hunter-Reay e James Hinchcliffe. Porém, a equipe não ficará mais nova com a mudança, pois um dos substitutos será Romain Grosjean. O francês fez um excelente ano de estreia, com corridas impressionantes recheadas de ultrapassagens agressivas. Sem se preocupar com as punições comuns da F1, Grosjean chamou a atenção de todos e em 2022 estará na forte equipe Andretti.
Como acontecera em 1996 quando apostou de forma arriscada em Alex Zanardi, Chip Ganassi sabe que fez outra aposta certeira em Palou. Com 41 anos de idade, Scott Dixon não será eterno e em algum momento o neozelandês irá parar de nos surpreender com sua pilotagem precisa e cerebral, com vários títulos e recordes. Após vários tiros n'água, parece que o velho Chip encontrou alguém que possa ser o principal piloto da equipe num futuro próximo. Marcus Ericsson conseguiu duas vitórias surpreendentes em 2021, mas muito baseado nas ótimas táticas da equipe. Dixon fez um ano abaixo dos seus altos padrões, enquanto Jimmie Johnson está apenas se divertindo na Indy. Já Alex Palou é o presente e o futuro da Ganassi na Indy. Ele não é espetacular quanto o outro Alex, mas o espanhol tem tudo que um campeão precisa.
Vitória hoje. Azar no geral
Olhando como foi a corrida, a chuva no final e comemorando sua centésima vitória, Lewis Hamilton deveria estar celebrando bastante, porém, colocando o emocional de lado, o inglês deve ter olhado para o seu lado direito no pódio e após fazer contas rápidas, ter percebido que o melhor mesmo era que a chuva não tivesse caído e ele estaria comemorando com Lando a primeira vitória do conterrâneo. Antes da chuva Hamilton estava abrindo onze pontos para Verstappen no campeonato, mas com todo o caos pluviométrico em Sochi, a diferença é de apenas dois pontos num final de semana onde a Red Bull trocou o motor de Verstappen e o holandês largou em último. Porém, a centésima vitória de Lewis Hamilton na F1 é certamente um marco histórico. Mesmo com os números inflados com um domínio gigantesco da Mercedes nos últimos anos, Hamilton tem seus méritos e a corrida de hoje foi um exemplo de sua enorme bagagem acumulada em quinze temporadas de F1. Lewis novamente largou mal, mas não se afobou e até perdeu mais posições na primeira volta. Largando com pneus médios, Hamilton ficou empacado atrás de carros nitidamente mais lentos, mas em nenhum momento fez um ataque incisivo, apenas esperando que os carros à sua frente visitassem os pits e ele tivesse pista livre. Foi nesse momento que ele viu a aproximação incrível de Verstappen, mas Lewis fez sua parada e com pneus duros e finalmente pista livre, se tornou o piloto mais rápido na caça à Lando Norris, líder da corrida desde a ultrapassagem sobre Carlos Sainz ainda nas primeiras voltas. Hamilton encostou em Norris, ensaiou alguns ataques, mas vendo que Norris tinha um bom ritmo com sua McLaren da mesma forma como em Monza, parecia conformado com o segundo lugar, quando veio a chuva e tudo mudou. Hamilton contou com a teimosia de Lando em permanecer na pista, mas qual campeão é azarado? Afinal, os grandes campeões fazem sua própria sorte e hoje Hamilton construiu sua centésima vitória desde a primeira volta e ainda foi bafejado pela sorte.
sábado, 25 de setembro de 2021
Aleatoriedade
Com direito a raios e tempestade, parecia que hoje seria outro dia com reclamações de fãs mais exaltados de que a F1 não corre em pista molhada. A corrida da F2 foi adiada e parecia que a F1 treinaria somente no domingo, quando há previsão de tempo bom. No entanto a chuva foi embora e a classificação da F1 aconteceu sem maiores dramas em sua maior parte. Na polêmica regra de trocas demais de motores fazendo que pilotos percam posições, Max Verstappen sequer se deu o trabalho de treinar. Deu um shakedown, recolheu o carro e torcerá para que complete uma corrida de recuperação no domingo. O mesmo acontecendo com Leclerc e Latifi. Tenho uma ideia de que seria muito mais inteligente pensando na parte esportiva em que tirar pontos do Mundial de Construtores a cada troca a mais de motor, mas como a Liberty ou a FIA dificilmente lerá isso, temos que nos conformar com essas bizarrices do líder do campeonato largando de último. Um dos motivos da quarta e proibida troca do motor de Max foi o desempenho da Mercedes. Mesmo com piso molhado era esperado uma dobradinha dos carros negros, provavelmente com Sergio Pérez beliscando um terceiro lugar para perturbar a turma da Mercedes. Isso, na teoria.
Todos os pilotos usaram os pneus intermediários até a metade do Q3, quando George Russell, onipresente no Q3, pediu para a Williams preparar os pneus slicks. O começo do inglês foi lento, mas a pista tinha um claro trilho seco, significando uma romaria para os pits. Até então líder com folga, Hamilton também foi aos boxes colocar pneus slicks e acabou batendo bisonhamente na entrada dos pits, trazendo o caos para a Mercedes. Ninguém esperava trocar o bico de Lewis, que ficou muito tempo esperando o bico novo e nisso, chegou Bottas, em segundo. Isso atrasou definitivamente os dois pilotos da Mercedes, que não tiveram tempo de aquecer seus pneus de forma correta e não melhoraram seus tempos.
Enquanto isso, Sainz aparecia com parciais roxas e o espanhol, até então discreto nesse final de semana, marcou a pole provisória, mas logo atrás Lando Norris cravou a pole definitiva, fazendo a alegria da McLaren pelo segundo final de semana de corrida seguido. Com tempo para aquecer os pneus, Russell ainda teve tempo para tirar Hamilton, que rodou em sua tentativa, das entrevistas dos top3.
Com tamanha surpresa, houve cenas de júbilo com Norris e Russell, com Sainz mais pragmático. Bottas e Pérez também não melhoraram seus tempos com pneus slicks, caindo várias posições, aumentando a derrota da Mercedes, que esperava uma primeira fila e teve que se contentar com P4 e P7. Mesmo sem treinar, Max ainda teve motivos para sorrir. Norris vibrou como nunca, assim como os fãs da F1, que viram outro resultado maluco nessa temporada inesquecível de 2021.
quinta-feira, 23 de setembro de 2021
Que pena...
domingo, 19 de setembro de 2021
Seguindo a tradição da família
A corrida no belíssimo e tradicional circuito de Laguna Seca ocorreu quase sempre em bandeira verdade, pois a única bandeira amarela aconteceu no início da corrida e foi bem rápida. Alexander Rossi teve uma privação de sentidos e quase bateu no seu companheiro de equipe Colton Herta, sendo que Rossi foi a única vítima da sua afobação. Quando a bandeira verde reapareceu, a corrida se desenvolveu sem nenhum incidente, facilitando a vida de Colton Herta. Não foi a primeira vez que Colton dominou uma corrida em 2021, mas houve o caso de Nashville, quando Herta era claramente o piloto mais rápido do dia, mas teve azar numa bandeira amarela e acabou no muro. Hoje Colton imprimiu um ritmo forte e liderou 91 das 95 voltas. Colton também teve a sorte de que quem mais o ameaçou estava pensando mais no campeonato. Após a presepada de Rossi, Will Power assumiu a segunda posição, mas logo o australiano entrou nos boxes com problemas de motor, elevando Alex Palou ao segundo lugar. O jovem espanhol da Ganassi correu pensando unicamente no campeonato, não se preocupando muito em atacar Herta, que em troca não deu chances à Palou.
O único momento em que os dois primeiros colocados estiveram próximos foi quando Herta ficou preso atrás de um bolo de retardatários e mesmo assim, Palou não forçou nenhuma barra, pois sabia que estava amealhando importantes pontos no campeonato. Numa corrida onde o desgaste de pneus foi bastante acentuado, Pato O'Ward se perdeu na estratégia e ficou bastante longe da luta pela vitória, que nessa altura era o único resultado que lhe interessava. Pior atuação teve Scott Dixon. O hexacampeão esteve irreconhecível hoje e pecou justamente numa de suas melhores qualidades, que é a administração de corridas. Dixon quase levou uma volta hoje e ainda se envolveu num toque involuntário com Sato, saindo definitivamente da luta pelo título desse ano. Newgarden largou em 17º, arriscou numa heterodoxa estratégia de quatro paradas que acabou lhe colocando no top-10 no final, mas o americano da Penske tem chances apenas retóricas de conquistar o tricampeonato. Basta Palou largar semana que vem em Long Beach para que Josef saía do páreo.
No último stint da corrida, Romain Grosjean tomou conta do show. A sua equipe sempre esticava as paradas, fazendo com que Grosjean liderasse brevemente enquanto permanecia na pista. Porém, a tática se pagou na última parada, quando Grosjean colocou os pneus macios com poucas voltas para o fim e como a pista estava bem emborrachada, o desgaste não seria tão acentuado. Grosjean foi para cima de quem via pela frente, passando por fora ou por dentro, num ritmo alucinante do francês. Tão alucinante que quase pôs tudo a perder quando foi colocar uma volta em Jimmie Johnson na mítica curva Saca-Rolha.
Grosjean subiu para o terceiro lugar, tirando pontos importantes de Pato O'Ward, que teve que se conformar com o quarto lugar. Palou teve que aumentar o ritmo para não ser importunado por Grosjean, mas o segundo lugar conquistado em Laguna Seca foi bastante valioso para o espanhol, que chegará à última corrida da temporada com uma mão e meia na taça.
Pegando gosto
A corrida em Misano teve a ameça da chuva que caiu na sexta e no sábado, mas a prova aconteceu com pista seca para a alegria de Bagnaia. Empolgado por sua vitória semana passada na Espanha, Pecco ficou com a pole correndo em casa no Circuito Marco Simoncelli e liderou a corrida desde a largada, não dando chances aos rivais desde a curva um. Porém, a dupla da Ducati resolveu escolher os pneus macios na traseira e isso acabou sendo um fator de suspense no final da corrida. Correndo pensando no campeonato, Quartararo se alojou na terceira posição e com pneus médios, primeiro atacou Jack Miller e partiu para cima de Bagnaia, abrindo a última volta três décimos atrás do italiano. Mesmo com a boa forma de Bagnaia e sua empolgação com a vitória semana passada, Fabio em nenhum momento arriscou uma manobra mais brusca que poderia significar um zero ponto. Ele tentou provocar um erro de Bagnaia, mas o italiano já tinha mostrado em sua luta contra Márquez que desconcentra-lo não é uma das missões mais fáceis e segurou o rojão nas últimas voltas para uma segunda vitória consecutiva.
O grande destaque individual da corrida ficou mesmo para Enea Bastianini. O jovem italiano atual campeão da Moto2 corre com uma Ducati de 2019 e mesmo com essa defasagem, conseguiu ir para o Q2 no sábado e usando o conhecimento da pista, foi escalando o pelotão rumo ao pódio, incluindo aí uma embaraçosa ultrapassagem em cima de Miller, dono de uma novíssima e avançada Ducati 2021. Bastianini é mais um protegido de Rossi e com o primeiro pódio, pode almejar voos maiores em 2022. Miller ainda se viu envolvido numa briga forte contra Márquez e Mir, caindo para sexto na última volta. Num dia com algumas estreias, Doviziozo chegou em último com a Yamaha da Petronas, ainda se entendendo com a moto, enquanto Franco Morbidelli debutava com a Yamaha oficial fora dos pontos e ainda fora de ritmo de corrida. Morbidelli chegou atrás de Rossi, que se despediu das pistas italianas com uma MotoGP.
Mesmo derrotado hoje, Quartararo segue rumo ao título, pois o francês da Yamaha ainda tem uma boa vantagem sobre o ascendente Bagnaia no campeonato, podendo garantir o seu primeiro título nas próximas corridas. Mostrando bastante solidez nesse ano, Fabio vê a reação de Bagnaia com tranquilidade de que está com uma mão na taça.
terça-feira, 14 de setembro de 2021
Ano das despedidas
segunda-feira, 13 de setembro de 2021
Figura(ITA): McLaren
Ano passado Pierre Gasly deu uma vitória surpreendente para a Alpha Tauri numa corrida imprevisível e emocionante, onde a sorte bafejou Gasly para o deixar na posição correta para vencer. Antes do começo das atividades em Monza, ninguém poderia imaginar numa vitória da McLaren na pista italiana, mas no final do domingo a equipe capitaneada por Zak Brown venceu a corrida de ponta a ponta com Ricciardo, com Lando Norris completando a dobradinha e Daniel Ricciardo marcando a melhor volta da corrida. Um súbito e surpreendente aumento de desempenho? Em condições plenas de normalidade, a vitória ficaria ou com Mercedes ou Red Bull, mas a McLaren se mostrou mais próxima do que o normal das gigantes de 2021 e a equipe teve méritos em deixar Daniel Ricciardo e Lando Norris numa ótima posição para segurar os ataques de Hamilton, Verstappen e Pérez, além de manter um ritmo forte que permitiu Ricciardo chutar a má fase rumo a vitória e Lando Norris conquistar seu melhor resultado na F1 completando uma inesquecível dobradinha em Monza. Lembrando a situação da McLaren cinco anos atrás, essa vitória é um prêmio pelo ótimo trabalho efetuado por Brown e Andreas Seidl, levando a McLaren ao alto do pódio novamente.
Figurão(ITA): Alpha Tauri
Um ano depois da corrida de sonho em Monza, a Alpha Tauri viveu um verdadeiro pesadelo na pista italiana, que pode ser considerada a corrida de casa para o time, pois a Alpha Tauri ainda é sediada em Faenza. Na sexta-feira Pierre Gasly deu mostras do potencial do carro e que continua em sua ótima fase, ao se colocar nas três primeiras fila da Sprint Race, porém, o final de semana da equipe começou a desandar justamente na mini-corrida de sábado. Gasly largou de forma convencional e estava colado em Ricciardo quando acertou de leve o australiano na primeira chicane. Correndo em quinto e na frente de Hamilton, Gasly poderia fazer uma ótima prova, mas o leve toque se mostrou maior do que o esperado e a asa dianteira do francês quebrou, entrou debaixo do carro e Gasly saiu da pista em alta velocidade, batendo forte e garantindo a última posição. Metros depois Tsunoda quebrou sua asa dianteira e foi aos boxes trocar a peça, o deixando nas últimas posições na Sprint Race, deixando o japonês nas últimas posições do grid no domingo. Isso, se Tsunoda largasse. O japonês apontou problemas ainda na volta de alinhamento e após uma breve verificação, o carro de Tsunoda foi levado para os boxes e de lá não saiu mais. A corrida de Gasly foi bastante curta, com problemas em seu carro aparecendo cedo e na quinta volta o francês já encostava seu Alpha Tauri para abandonar. Após cinco voltas e a Alpha Tauri já se preparava para a rápida viagem para casa e uma enorme decepção na bagagem.
domingo, 12 de setembro de 2021
Força de Palou
A corrida em Portland começou com o tradicional acidente na apertada primeira curva, onde vários carros se envolveram num acidente, dentre eles Romain Grosjean e Helio Castroneves. Inicialmente Pato O'Ward, líder do campeonato e que pagou para que a corrida de hoje e as duas subsequentes que decidirão o campeonato fossem transmitidas ao vivo no México na TV aberta, parecia que continuaria a festa da McLaren nesse domingo, ao assumir a liderança da prova. Com apenas um teste em Portland antes desse final de semana, Palou mostrou suas credenciais ao dominar o final de semana e ficar com a pole, mas acabou errando na primeira curva, o mesmo acontecendo com Dixon, fazendo ambos caírem várias posições, mas fazendo a Ganassi mudar de estratégia. E de tática, a equipe Ganassi é mestre.
Enquanto correu com pneus macios, O'Ward fez uma boa corrida, mas quando mexicano da McLaren colocou os duros, Pato perdeu muito rendimento e deixou de ser um fator na corrida. Graham Rahal, quatro anos sem vitória, liderou boa parte da corrida e tinha a pinta que venceria, mas uma bandeira amarela fora de hora atrapalhou o americano e foi essa intervenção que fez crescer a dupla da Ganassi. Primeiro Palou deu um undercut em Dixon e o neozelandês ainda foi surpreendido com uma belíssima ultrapassagem de Alexander Rossi. Palou estava para ser atacado por Rossi, quando o americano da Andretti saiu da pista e deixou a vida do espanhol ainda mais tranquila no fim rumo a bandeirada e a terceira vitória em 2021.
Junto com a corrida ruim de O'Ward, apenas em décimo quarto, Palou reassumiu a liderança do campeonato, mesmo que Dixon e Josef Newgarden, que saiu de décimo oitavo no grid para quinto na bandeirada, ainda sejam ameaças reais para o espanhol. Porém, com a vitória de hoje, Palou estará com bastante moral para as duas corridas finais.
Dobradinha feliz
A Red Bull teve que abortar a parada de Max quando percebeu que pararia na mesma volta de Ricciardo, mas isso não valeu de nada quando a Red Bull, considerada a equipe mais rápida da F1, fez um péssimo pit-stop. Enquanto isso na pista, finalmente Hamilton ultrapassava Norris e a corrida parecia se encaminhar para o inglês, lembrando que a Mercedes tinha sido a equipe mais rápida do final de semana italiano. Porém, os deuses da velocidade nos pregou outra peça. Hamilton parou logo em seguida e mesmo não sendo um pit-stop perfeito, o inglês voltou entre Norris e Verstappen na entrada da apertada curva um. Talvez lembrando o lance da primeira curva, Hamilton jogou seu carro para o mais próximo possível do apex da curva um, deixando pouco espaço para Verstappen, normalmente com mais ação por ter acelerado desde a curva Alboreto, antiga Parabolica. Claro que Max não se portaria de forma sossegada com o comportamento de Hamilton e também jogou duro dentro da Variante del Rettifilo, resultado em mais um toque entre os dois e o final de prova para os dois líderes do campeonato.
Mais uma vez Hamilton e Verstappen se veem num lance polêmico de corrida, sendo que dessa vez ambos se deram mal, mas tudo poderia ser ainda pior. E trágico! O carro de Verstappen caiu em cima do cockpit de Hamilton e foi claro que o inglês foi salvo pelo Halo, que fez seu trabalho. O aparato pode ser feio, mas já dá para dizer que está se pagando. O Red Bull de Max cairia com todo o seu peso em cima da cabeça de Hamilton, com resultados potencialmente trágicos se não fosse o Halo.
Correndo em casa, a Ferrari se recuperou do vexame que foi a corrida do ano passado com um quarto lugar próximo dos líderes para Leclerc, porém, os italianos viram a McLaren disparar na disputa pelo terceiro lugar no Mundial de Construtores. Stroll deu um toque em Vettel na primeira volta, mas como é filho do chefe, não deverá receber nem uma reprimenda e ainda conseguiu um sétimo lugar, na frente de Alonso. No dia em que Bottas fez uma ótima corrida e subiu ao pódio após largar em último, Russell foi lá e também brilhou com um nono lugar com a Williams, com Ocon fechando a zona de pontos. Giovinazzi conseguiu uma ótima largada, chegou a brigar com a dupla da Ferrari, mas um toque com Sainz acabou com o sonho do italiano marcar pontos e a Alfa ficou zerada. Um ano depois do sonho que foi a vitória de Gasly em Monza, a Alpha Tauri teve um dia para esquecer com seus dois pilotos abandonando antes da quinta volta. Já no confuso reino da Haas, Gunther Steiner terá mais uma tensa conversa com seus dois pilotos, que se tocaram de novo na corrida.
A primeira de Pecco
A corrida de hoje foi um mano a mano entre Bagnaia e Márquez, com ambos dominando a corrida inteira, mesmo que sempre com o italiano na frente. A impressão que se passava era que Márquez estava apenas esperando o momento para dar o bote certeiro e vencer em Aragón, pista que sempre andou muito bem. Contudo, as voltas foram passando e Bagnaia se mantinha sólido na ponta, aumentando a ansiedade de Márquez, que começava a efetuar ataques, prontamente defendidos por Bagnaia. Foram um total de sete trocos em toda a corrida e em todos eles, Bagnaia se comportou muito bem, mostrando sua pilotagem cerebral e não se importar em ter uma lenda atrás dele. Pecco rechaçou um último ataque desesperado de Márquez na última volta que lhe deu espaço para vencer pela primeira vez na MotoGP e garantir bons pontos num dia em que Fabio Quartararo foi muito mal e terminou numa opaca oitava posição. O francês já tinha avisado que Aragón não era uma pista boa para ele e no domingo isso se comprovou.
Na volta de desaceleração, era nítido que Márquez sentia o braço direito ferido pelo acidente do ano passado. A vida de um esportista pode mudar de uma hora para outra. Até Jerez no ano passado, Marc Márquez parecia imbatível, transbordando em confiança. Após seu acidente, o espanhol multi-campeão vai sobrevivendo com alguns lampejos de sua genialidade, limitada pelo seu grave ferimento, mas que felizmente Márquez começa a se manter no primeiro pelotão de forma constante, apesar do seu braço direito, porém, ainda muito longe do nível Marc Márquez de antes de Jerez. Outra lenda que está mal é Rossi. De aposentadoria confirmada, o italiano chegou a frequentar a última posição e não conseguiu ultrapassar Viñales, que estreou na Aprilia nesse domingo ainda tateando uma moto muito diferente do que estava acostumado.
A primeira vitória de Bagnaia pode lhe dar a confiança necessária para enfrentar Quartararo, que nesse domingo teve uma recaída gigantesca e teve um dia que lembrou os da sua derrocada no ano passado. Fabio ainda tem uma boa vantagem no campeonato, mas não pode baixar a guarda, com a possível subida de Pecco.
sábado, 11 de setembro de 2021
Ganhou, mas não levou
Como aconteceu no experimento em Silverstone, a Sprint Race não foi das corridas mais animadas, pois pilotos e equipes sabem que os pontos são conquistados no domingo e não adianta ser agressivo numa mini-corrida. O momento de grande tensão se deu na largada e foi ali que o plano da Mercedes para esse final de semana foi por água abaixo. Hamilton e Bottas chegariam lado a lado, fechando o caminho de Verstappen, e o inglês emergiria em primeiro para ganhar a pole e mais três pontos no campeonato. Isso seria o mundo perfeito idealizado por Toto Wolff, mas deu tudo errado e Bottas chegou sozinho na primeira curva e a partir daí não viu mais ninguém à sua frente rumo a vitória, aos três pontos e a vigésima posição amanhã. Hamilton foi engolido por Verstappen, a dupla da McLaren e Gasly, mas o francês acabou tocando de leve em Ricciardo, quebrando sua asa dianteira e saindo reto no Curvão, num acidente potencialmente perigoso, mas onde Gasly só lamentará ter que sair da última fila amanhã. Para piorar o dia de Alpha Tauri, Tsunoda bateu em Kubica, também quebrou a asa dianteira e largará das últimas posições amanhã. De resto, foi uma corrida com poucas emoções, onde Hamilton sequer fez um ataque mais incisivo em cima de Norris.
Isso posto, Max Verstappen foi o grande vencedor do dia, pois aumentou em dois pontos a sua vantagem sobre Hamilton no campeonato e terá os dois carros da McLaren amanhã entre ele e seu rival no grid. Ricciardo mostrou seu bom histórico em Monza e pela primeira vez em três anos sairá da primeira fila. A Mercedes mostrou um ritmo melhor de corrida e nada impede de Hamilton ir para cima amanhã, mas Lewis terá que mostrar muito mais gana amanhã do que hoje para ter Max na alça de mira logo, ou será tarde demais para um ataque, podendo ocasionar uma vitória de Max num palco favorável à Mercedes, o que seria muito ruim para as aspirações de Hamilton no campeonato.
terça-feira, 7 de setembro de 2021
Anúncios nada secretos
Piloto fiel à Toto Wolff desde que entrou na Williams quase dez anos atrás, Bottas foi ficando na Mercedes por se mostrar um excelente segundo piloto, mas o tempo do nórdico já tinha passado faz algum tempo, mas Wolff recompensou a fidelidade de Bottas ao só anunciar a sua saída da Mercedes quando achou um lugar para ele na F1 a partir de 2022. A escolha da Alfa Romeo não é da mais óbvias pela relação que a Alfa tem com a Ferrari, mas Wollf tem ótima relação com Frederic Vasseur, chefe da equipe da Alfa, e convenceu o amigo a abrigar Bottas. Numa das coisas do destino, quando Mika Hakkinen se aposentou, ele foi substituído por Raikkonen na McLaren e vinte anos depois é a vez de Kimi sair de cena e no seu lugar entrar um compatriota seu.
A chegada de George Russell na Mercedes poderia ter acontecido um ano antes, pois mesmo com o lobby da imprensa inglesa para colocar o jovem piloto na equipe mais poderosa da F1, Russell vinha fazendo por onde entrar numa equipe de ponta. Wolff poderá ter a sensação que Mattia Binotto teve em 2019 na Ferrari, quando trocou um confiável segundo piloto (Raikkonen) para colocar um piloto ascendente (Leclerc) ao lado de um Prima Donna (Vettel). O resultado não foi dos mais tranquilos, com Leclerc e Vettel se metendo em encrencas nos dois anos em que tiveram juntos e a Ferrari não tendo tato para segurar seus pupilos. A expectativa que fica é saber como será o aproche de Russell numa Mercedes reinada por Lewis Hamilton desde 2016, quando Nico Rosberg abandonou a equipe de forma repentina.
Se para Vettel a chegada de Leclerc na equipe foi danoso a ponto do alemão sair pelas portas do fundo da Ferrari, Hamilton terá o desafio de não ter destino semelhante e enfrentar um piloto jovem e faminto, que terá como primeiro e óbvio alvo, o principal piloto da equipe, no caso Hamilton. Tratado como o futuro da Mercedes, até pela grande diferença de idade, George Russell será um piloto a ser observado no momento em que a F1 verá sua aguardada revolução do regulamento. Assim como todos ficarão de olho como Hamilton se comportará frente a um companheiro de equipe diferente dos que teve na carreira.
Além dessas trocas, a Alpha Tauri anunciou que manterá Gasly e Tsunoda ano que vem, sobrando poucas vagas para 2022. Assim como na movimentação da Mercedes, algo que todos esperavam, porém, Gasly já começa a se impacientar em não ter seu valor reconhecido por Helmut Marko, cego (sem trocadilhos) em sua corujice para com Max Verstappen. Da mesma forma que chegou à F1 pelas mãos da Red Bull, Gasly está empacado por causa da empresa dos energéticos. Até quando ele aguentará?
segunda-feira, 6 de setembro de 2021
Figura(HOL): Max Verstappen
Não poderia ser outro! Desde os tempos de Nigel Mansell e Ayrton Senna não se via uma conexão tão forte entre piloto e torcida nacional como foi visto em Zandvoort com Max Verstappen. O neerlandês literalmente levantou a torcida e, por que não, um país inteiro com sua vitória categórica em sua casa, na volta de Zandvoort à F1 depois de 36 anos. Porém, nunca o circuito a beira da praia viu uma corrida tão festiva.
Figurão(HOL): Sergio Pérez
Ele foi escolhido pelo público como o piloto do dia, mas Sergio Pérez esteve longe, muito longe de cumprir o que dele se espera quando foi contratado pela Red Bull. Vendo os seguidos insucessos de Gasly e Albon, a Red Bull esperava que Pérez fosse um bom escudeiro de Max Verstappen, fazendo dupla com o piloto principal da equipe nas brigas com a Mercedes, que normalmente coloca dois carros na disputa. Sera uma disputa mais igual com a rival alemã. Outro ponto era que Pérez marcasse importantes pontos no Mundial de Construtores para a Red Bull, pois não raro Verstappen marcava até mesmo 75% dos pontos da equipe no ano, não dando chances à Red Bull superar a Mercedes nesse campeonato. Isso posto, Pérez fracassou de forma retumbante nesse final de semana na Holanda. Em nenhum momento Checo esteve perto de Verstappen e com o mesmo carro do pole, Pérez ficou na décima sexta posição no Q1, sendo eliminado de forma vexatória. Largando tão de trás foi a deixa para a Red Bull trocar peças da unidade de potência do mexicano e Pérez largou dos boxes. Logo no início ele estragou seus pneus duros numa tentativa de ultrapassagem em cima de Mazepin, fazendo Pérez fazer uma parada prematura. Depois disso Sergio efetuou belas ultrapassagens rumo ao oitavo lugar. Enquanto isso, Verstappen teve que lhe dar com os dois carros da Mercedes sozinho, derrotando-os de forma incrível. Mesmo perdendo a corrida, a Mercedes tinha dois carros no pódio e abria uma boa diferença no Mundial de Construtores. Afinal, a equipe tedesca marcou bons pontos com dois carros, enquanto a Red Bull só o fez com um carro. Já que Pérez não conseguiu andar sequer perto de Verstappen, deixando-o só e sem marcar bons pontos. Desde que renovou contrato, Pérez está devendo.
domingo, 5 de setembro de 2021
Tudo preparado
sábado, 4 de setembro de 2021
Primeiro ato
Com praticamente o mesmo traçado e algumas melhorias de estrutura, a Holanda voltava a receber a F1 com muito entusiasmo, principalmente para torcer por Verstappen. Um circuito Old School agradou a todos, mesmo que as pequenas áreas de escape com grama e brita tenham provocado seis bandeiras vermelhas até o momento no final de semana. Outro fator que chamou atenção foi a demora em resolver os problemas que teoricamente seriam simples, podendo ocasionar uma corrida truncada amanhã. Isso tudo não diminuiu o vexame de Pérez ficar ainda no Q1, mesmo que a diferença entre os pilotos tenha sido incrivelmente pequena, vitimando também Vettel. Desde que renovou seu contrato Pérez não vem se apresentando bem. O Q2 foi marcado por duas saídas de pista dos pilotos da Williams e com menos tempo, a vítima da vez foi Lando Norris, pela primeira vez fora do Q3 em 2021.
Até o momento Verstappen vinha aumentando a festa da torcida com um domínio nos treinos, principalmente com pneus macios, usados por todos os pilotos no Q2, pois com as diferenças pequenas, ninguém queria arriscar. A Mercedes chegou a ficar seis décimos atrás de Max, mas Hamilton fez a diferença e ficou meros 38 milésimos atrás de Verstappen, que se não tivesse melhorado seu ótimo tempo em sua segunda tentativa, ele teria perdido a pole. Mesmo largando em segundo, pelo menos Hamilton terá a companhia de Bottas, enquanto Pérez sairá das últimas posições amanhã. Gasly fez um ótimo trabalho ao superar a dupla da Ferrari. Giovinazzi, que estaria a ponto de ser dispensado pela Alfa, conseguiu seu melhor resultado na F1 com um sétimo lugar, enquanto Raikkonen será substituído por Kubica ao ter seu teste de Covid dando positivo.
Zandvoort se mostrou um circuito estreito e as ultrapassagens não será nada fáceis, fazendo da classificação de hoje extremamente importante. Ponto para Max. Não resta dúvidas que a festa amanhã será grande, principalmente se Max Verstappen confirmar o favoritismo e vencer na frente dos seus fanáticos fãs.
quinta-feira, 2 de setembro de 2021
História: 20 anos do Grande Prêmio da Bélgica de 2001
Juan Pablo Montoya conquistou sua segunda pole position na F1 em uma sessão de qualificação emocionante, que foi disputada sob condições mistas graças ao clima sempre instável na floresta das Ardenas. Seu companheiro de equipe Ralf Schumacher foi o segundo na frente de Michael Schumacher (que ainda não conseguira a pole em Spa até aquele momento) e um surpreendente Heinz Harald Frentzen em quarto com o Prost. Rubens Barrichello era apenas quinto na frente de outra surpresa, Jacques Villeneuve na BAR. A McLaren fracassou de forma retumbante na classificação embaralhada, enquanto alguns pilotos conseguiram suas melhores classificações no ano, como foi o caso de Fisichella na claudicante Benetton.
Grid:
1) Montoya (Williams) - 1:52.072
2) R.Schumacher (Williams) - 1:52.959
3) M.Schumacher (Ferrari) - 1:54.685
4) Frentzen (Prost) - 1:55.233
5) Barrichello (Ferrari) - 1:56.116
6) Villeneuve (BAR) - 1:57.038
7) Hakkinen (McLaren) - 1:57.043
8) Fisichella (Benetton) - 1:57.668
9) Coulthard (McLaren) - 1:58.008
10) De la Rosa (Jaguar) - 1:58.519
Chegada:
1) M.Schumacher
2) Coulthard
3) Fisichella
4) Hakkinen
5) Barrichello
6) Alesi
quarta-feira, 1 de setembro de 2021
Hei Hei
Kimi Raikkonen teve uma carreira logicamente muito longa na F1, com vários altos e baixos. Piloto extremamente talentoso, o finlandês rapidamente se tornou uma estrela mesmo estreando na categoria máxima do automobilismo após apenas 23 corridas de F-Renault. Kimi era mesmo diferente, mas isso ficava claro na pista. Raikkonen foi uma das estrelas da era pós-Schumacher, ganhando seu único título no primeiro ano após a aposentadoria do lendário alemão. Raikkonen tinha uma pilotagem explosiva em sua passagem na McLaren e nos primeiros anos da Ferrari, mas alguns indícios mostravam que Kimi não seria um gigante da F1. Sua vida extra-pista era completamente vida loca e ao conquistar seu título em 2007, Raikkonen se entregou ainda mais às farras, com direito a muita bebedeira.
Isso fez com que Kimi abandonasse a F1 pela primeira vez quando tinha apenas 30 anos, mostrando uma falta de motivação impressionante para alguém tão novo e com tanto potencial. Os anos sabáticos de Kimi foram completados com aventuras nos ralis e até mesmo na Nascar, mas Raikkonen voltou à F1 dois anos depois na estranha equipe Lotus/Renault. Parecia que não daria muito certo, principalmente pelo o que Michael Schumacher vinha mostrando em sua volta à F1 e pelo equipamento que Kimi tinha nas mãos, mas o nórdico conseguiu resultados surpreendentes, com muitos pódios e uma vitória, ganhando uma vaga de volta à Ferrari. Porém, ao chegar na Ferrari na sombra de Alonso e depois de Vettel, Kimi se tornou um piloto burocrático, daqueles funcionários que batem o ponto na hora certa de entrar e sair, fazendo o arroz-com-feijão. Raikkonen não brigou pelo título, mas arrebatou pontos importantes para a Ferrari. Pelo menos Raikkonen conseguiu sua vitória de número 21, se tornando o piloto finlandês com mais vitórias na F1, juntando ao recorde absoluto de corridas na categoria.
Mesmo sendo um piloto burocrático nos últimos anos, Raikkonen conseguiu arrebatar mais a mais fãs. Como isso foi possível? Quando chegou na F1, Raikkonen era ranzinza e de poucas palavras, fazendo com que muitos o achassem antipático. No entanto, com a chegada das redes sociais e a chegada de pilotos mais e mais 'certinhos', um cara tão descolado como Raikkonen o fez ganhar a simpatia da torcida. Kimi era um sujeito imperfeito como todos nós, fazendo nenhuma força para agradar ninguém. Se para outros pilotos seria sinônimo de arrogância, as patadas de Raikkonen via rádio se tornaram mitológicas, entrando para o folclore da F1 e fazendo a alegria dos torcedores. Talvez nem tanto para quem ouvia os desaforos...
Aos 42 anos de idade Raikkonen deixa a cena da F1 e pode iniciar a queda de dominós do mercado de pilotos. Com um lugar na Alfa Romeo vago, o piloto que estaria indo correr com os italianos fala até mesmo a língua de Kimi: Valtteri Bottas. Fazendo uma temporada horrorosa com a Mercedes, Toto Wolff não teria mais desculpas para manter Bottas na equipe, trocando-o pelo ascendente George Russell. Como Bottas é empresariado por Wolff, o dirigente fez de tudo para manter Valtteri no grid em 2022.
Em Abu Dhabi, Raikkonen verá a bandeirada pela última vez dentro de um carro de F1. Se antes o finlandês era adorado por sua pilotagem explosiva, hoje ele é ainda mais adorado pelas explosões via rádio. Perguntado o que falaria com Kimi Raikkonen com 21 anos, o finlandês soltou essa:
- Nada. Eu não vou falar com ele mesmo...
É o seu Lunga nórdico mesmo!