quinta-feira, 2 de setembro de 2021

História: 20 anos do Grande Prêmio da Bélgica de 2001

 


Michael Schumacher havia garantido o seu quarto título na F1 na quinzena anterior na Hungria, mesmo palco onde a Ferrari conquistara o Mundial de Cosntrutores, isso tudo acontecendo ainda no verão europeu. Se no ano 2000 o duo Ferrari/Schumacher demorou a confirmar o favoritismo, em 2001 essa dobradinha tinha conseguido seus objetivos com uma antecedência poucas vezes vistas na história da F1! Faltando ainda quatro corridas para o fim da temporada, os maiores objetivos da Ferrari era dar o vice-campeonato para Rubens Barrichello e que Schumacher se tornasse, de forma isolada, o piloto com mais vitórias na história da F1. Olhando de fora, pensava-se que a Ferrari nadou de braçada em 2001, mas não foi assim. A McLaren mantinha a sua força e David Coulthard fora o principal rival de Michael no ano, mas era a Williams que retornava aos bons tempos com a ajuda da potência do motor BMW, o melhor da F1 na ocasião. Como Spa era uma pista de alta velocidade, era esperado que a Williams dominasse, como fizeram em Hockenheim.

Juan Pablo Montoya conquistou sua segunda pole position na F1 em uma sessão de qualificação emocionante, que foi disputada sob condições mistas graças ao clima sempre instável na floresta das Ardenas. Seu companheiro de equipe Ralf Schumacher foi o segundo na frente de Michael Schumacher (que ainda não conseguira a pole em Spa até aquele momento) e um surpreendente Heinz Harald Frentzen em quarto com o Prost. Rubens Barrichello era apenas quinto na frente de outra surpresa, Jacques Villeneuve na BAR. A McLaren fracassou de forma retumbante na classificação embaralhada, enquanto alguns pilotos conseguiram suas melhores classificações no ano, como foi o caso de Fisichella na claudicante Benetton.

Grid:

1) Montoya (Williams) - 1:52.072

2) R.Schumacher (Williams) - 1:52.959

3) M.Schumacher (Ferrari) - 1:54.685

4) Frentzen (Prost) - 1:55.233

5) Barrichello (Ferrari) - 1:56.116

6) Villeneuve (BAR) - 1:57.038

7) Hakkinen (McLaren) - 1:57.043

8) Fisichella (Benetton) - 1:57.668

9) Coulthard (McLaren) - 1:58.008

10) De la Rosa (Jaguar) - 1:58.519


O dia 2 de setembro de 2001 amanheceu com céu nublado e o risco sempre forte de chover no belo circuito de Spa, mas na largada a pista estava seca. Mesmo se aproveitando de uma classificação caótica, a dupla da Williams era a favorita para a corrida. Quando os carros se preparavam para sair da volta de apresentação, uma daquelas cenas de partir o coração aconteceu quando Frentzen ficou parado na saída e o alemão largaria em último. Isso, até ser a vez de Montoya ficar parado na segunda tentativa e seria o colombiano a largar de último, elevando Ralf para a pole, que a confirmou na largada até ser ultrapassado pelo irmão na Les Combes. Na quinta volta Luciano Burti atacava Eddie Irvine na entrada da velocíssima curva Blanchimont, mas o irlandês não viu o Prost de Burti, que teve a asa dianteira arrancada e foi reto em direção a barreira de pneus feito um míssil! Com o carro de Burti enterrado na barreira de pneus, a bandeira vermelha foi mostrada. Irvine também saiu da pista e foi um dos mais ativos em tirar Burti daquela situação. O capacete de Burti rachou e ele foi levado para o hospital. Tinha sido a última corrida de F1 da breve carreira do brasileiro na categoria.


A segunda largada aconteceu trinta minutos mais tarde e a ordem de largada era a mesma da quarta volta e tinha Michael Schumacher, Ralf Schumacher, Rubens Barrichello, Mika Hakkinen, David Coulthard e Giancarlo Fisichella nas seis primeiras posições. Na saída da terceira volta de apresentação, a equipe Williams se atrapalhou toda e como resultado, enquanto os carros saíam normalmente, Ralf Schumacher ainda estava em cima dos cavaletes. De grande favorita à vitória, a Williams veria seus dois carros saindo das últimas posições e as coisas ainda piorariam! Michael Schumacher largou muito bem e se manteve na ponta, enquanto Fisichella conseguia uma largada inacreditável e pulava para segundo, com Button em quarto. Era a melhor corrida da Benetton no ano! Button não segurou Barrichello e a dupla da McLaren por muito tempo, mas Fisichella fazia um ótimo trabalho e se mantinha em segundo. Mais atrás o dia da Williams piorava com a quebra do motor de Montoya.  Pedro de la Rosa e Nick Heidfeld se tocaram na La Source e ambos tiveram que abandonar a prova. O ritmo de Schumacher era infernal e em oito voltas já tinha 17s de frente para Fisichella, que segurava heroicamente Barrichello e Coulthard. A primeira rodada de paradas começava cedo, indicando uma tática de duas paradas para a maioria dos pilotos. Hakkinen tinha sido o primeiro a parar e de forma impressionante emergia na frente de Barrichello, mas Coulthard tinha sido ainda melhor e estava na frente dos dois. Fisichella fazia uma corrida estupenda e além de ter sido a último a parar, ainda manteve confortavelmente sua segunda posição com a parada mais rápida do dia.


Na volta 18 Barrichello perdeu sua asa dianteira passando por cima da zebra da Bus Stop e teve que completar uma volta completa sem o bico. Ele perdeu muito tempo antes de entrar nos boxes. Uma volta depois, Jenson Button fez o mesmo, rodou e abandonou no local. Na volta 23 Fisichella faz sua segunda parada e surpreendentemente não trocou seus pneus dianteiros. Coulthard parou na volta seguinte e retornou à pista colado em Fisichella, efetuando a ultrapassagem na volta 28. Michael e Hakkinen fazem suas paradas e ambos permanecem nas suas posições, mas os quatro primeiros estavam bem espaçados, com Trulli num distante quinto lugar com a Jordan e Jean Alesi, que estreava na Jordan, era sexto, mas teria que suportar a pressão de Rubens Barrichello e Ralf Schumacher nas últimas voltas. Rubens deixou Alesi para trás facilmente, mas o dia da Jordan pioraria ainda mais quando Trulli abandonou com o motor quebrado na volta 32, deixando Alesi novamente nos pontos com o sexto lugar. Era esperado que Ralf Schumacher passasse por cima de Alesi, mas o veterano francês fez uma corrida aguerrida, não dando chances ao melhor equipamento do alemão. Enquanto o mais jovem sofria, o mais velho recebia a bandeirada em primeiro pela 52º vez na F1 e com isso Michael Schumacher se tornava o maior vencedor da história da F1 de forma isolada. Coulthard ficou em segundo na frente de um alegre Fisichella, que sofreu bastante com a Benetton nas primeiras corridas, chegando a largar na penúltima fila, mas o romano usufruía o desenvolvimento da equipe italiana na segunda metade da temporada e naquele momento subia ao pódio. De forma emocionante, Jean Alesi assegurou a sexta posição, o que foi bastante comemorado pelo fãs e pelo piloto francês. Esse ponto seria o último de Alesi na F1.

Chegada:

1) M.Schumacher

2) Coulthard

3) Fisichella

4) Hakkinen

5) Barrichello

6) Alesi

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