terça-feira, 7 de setembro de 2021

Anúncios nada secretos

 


Desde muito tempo a F1 tem como característica prorrogar seus anúncios, mesmo que todo mundo já saiba o que vai acontecer. A rádio paddock é tão forte, que raramente algum anúncio espanta alguém. Ontem pela manhã a Alfa Romeo fez o primeiro movimento, com a chegada de Valtteri Bottas para o lugar do aposentado Kimi Raikkonen. Obviamente a Mercedes não demorou mais do que vinte e quatro horas para anunciar o substituto de Bottas, o talento emergente de George Russell. Algo que o fã mais atento da F1 já sabia faziam alguns dias, sendo que no caso da entrada de Russell na Mercedes, pode-se colocar na casa das semanas.

Piloto fiel à Toto Wolff desde que entrou na Williams quase dez anos atrás, Bottas foi ficando na Mercedes por se mostrar um excelente segundo piloto, mas o tempo do nórdico já tinha passado faz algum tempo, mas Wolff recompensou a fidelidade de Bottas ao só anunciar a sua saída da Mercedes quando achou um lugar para ele na F1 a partir de 2022. A escolha da Alfa Romeo não é da mais óbvias pela relação que a Alfa tem com a Ferrari, mas Wollf tem ótima relação com Frederic Vasseur, chefe da equipe da Alfa, e convenceu o amigo a abrigar Bottas. Numa das coisas do destino, quando Mika Hakkinen se aposentou, ele foi substituído por Raikkonen na McLaren e vinte anos depois é a vez de Kimi sair de cena e no seu lugar entrar um compatriota seu.

A chegada de George Russell na Mercedes poderia ter acontecido um ano antes, pois mesmo com o lobby da imprensa inglesa para colocar o jovem piloto na equipe mais poderosa da F1, Russell vinha fazendo por onde entrar numa equipe de ponta. Wolff poderá ter a sensação que Mattia Binotto teve em 2019 na Ferrari, quando trocou um confiável segundo piloto (Raikkonen) para colocar um piloto ascendente (Leclerc) ao lado de um Prima Donna (Vettel). O resultado não foi dos mais tranquilos, com Leclerc e Vettel se metendo em encrencas nos dois anos em que tiveram juntos e a Ferrari não tendo tato para segurar seus pupilos. A expectativa que fica é saber como será o aproche de Russell numa Mercedes reinada por Lewis Hamilton desde 2016, quando Nico Rosberg abandonou a equipe de forma repentina.

Se para Vettel a chegada de Leclerc na equipe foi danoso a ponto do alemão sair pelas portas do fundo da Ferrari, Hamilton terá o desafio de não ter destino semelhante e enfrentar um piloto jovem e faminto, que terá como primeiro e óbvio alvo, o principal piloto da equipe, no caso Hamilton. Tratado como o futuro da Mercedes, até pela grande diferença de idade, George Russell será um piloto a ser observado no momento em que a F1 verá sua aguardada revolução do regulamento. Assim como todos ficarão de olho como Hamilton se comportará frente a um companheiro de equipe diferente dos que teve na carreira.

Além dessas trocas, a Alpha Tauri anunciou que manterá Gasly e Tsunoda ano que vem, sobrando poucas vagas para 2022. Assim como na movimentação da Mercedes, algo que todos esperavam, porém, Gasly já começa a se impacientar em não ter seu valor reconhecido por Helmut Marko, cego (sem trocadilhos) em sua corujice para com Max Verstappen. Da mesma forma que chegou à F1 pelas mãos da Red Bull, Gasly está empacado por causa da empresa dos energéticos. Até quando ele aguentará? 

3 comentários:

  1. A unica coisa que fico triste de ver é que o pessoal da F2 vai ficar sem correr ano que vem, tipo acho que é um crime alguém tão incrível como o Oscar Piastri ficar sem vaga ano que vem sendo que ele mostrou pra caramba com os títulos da F-Renault, F3 e ele sendo lider da F2 como estreante

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  2. Tenho uma teoria para tentar consertar essas injustiças: as equipes terem direito a inscrever um terceiro carro em algumas corridas por escolha delas. O piloto marcaria pontos no Mundial de Pilotos, mas não no Mundial de Construtores. Se não me engano, Piastri é ligado à Alpine e hoje a Renault não tem nenhuma cliente, ou seja, é bem complicado encaixa-lo.

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    1. Eu tinha sugerido essa ideia para um amigo meu, mas acho que o problema seria os custos, tipo a Williams e Haas talvez não teria condições ter poder ter um terceiro carro

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