sábado, 25 de setembro de 2021

Aleatoriedade

 


Uma marca que ficará da temporada 2021 de F1 será a aleatoriedade. A diferença de Mercedes e Red Bull para as demais equipes permanece abismal com dois terços de campeonato completados, com a disputa entre Lewis Hamilton e Max Verstappen dominando o noticiário da F1 e o imaginário dos fãs com dois pilotos com nível tão alto brigando entre si. Porém, vários fatores estão fazendo com que outras equipes e pilotos apareçam de supetão para surpreender. Era esperado chuva em todo o final de semana russo e no sábado pela manhã havia dúvidas de que a classificação ocorreria. A chuva passou, a pista foi secando e no final de um Q3 que se provava corriqueiro se transformou numa balbúrdia quando George Russell foi aos boxes colocar pneus slicks. O resto é história, com Lando Norris dando a primeira pole da McLaren em nove anos e um top3 completamente inesperado, com direito a Lewis Hamilton batendo na entrada dos boxes, numa cena que seria assinada por qualquer piloto lado B da história da F1.

Com direito a raios e tempestade, parecia que hoje seria outro dia com reclamações de fãs mais exaltados de que a F1 não corre em pista molhada. A corrida da F2 foi adiada e parecia que a F1 treinaria somente no domingo, quando há previsão de tempo bom. No entanto a chuva foi embora e a classificação da F1 aconteceu sem maiores dramas em sua maior parte. Na polêmica regra de trocas demais de motores fazendo que pilotos percam posições, Max Verstappen sequer se deu o trabalho de treinar. Deu um shakedown, recolheu o carro e torcerá para que complete uma corrida de recuperação no domingo. O mesmo acontecendo com Leclerc e Latifi. Tenho uma ideia de que seria muito mais inteligente pensando na parte esportiva em que tirar pontos do Mundial de Construtores a cada troca a mais de motor, mas como a Liberty ou a FIA dificilmente lerá isso, temos que nos conformar com essas bizarrices do líder do campeonato largando de último. Um dos motivos da quarta e proibida troca do motor de Max foi o desempenho da Mercedes. Mesmo com piso molhado era esperado uma dobradinha dos carros negros, provavelmente com Sergio Pérez beliscando um terceiro lugar para perturbar a turma da Mercedes. Isso, na teoria.

Todos os pilotos usaram os pneus intermediários até a metade do Q3, quando George Russell, onipresente no Q3, pediu para a Williams preparar os pneus slicks. O começo do inglês foi lento, mas a pista tinha um claro trilho seco, significando uma romaria para os pits. Até então líder com folga, Hamilton também foi aos boxes colocar pneus slicks e acabou batendo bisonhamente na entrada dos pits, trazendo o caos para a Mercedes. Ninguém esperava trocar o bico de Lewis, que ficou muito tempo esperando o bico novo e nisso, chegou Bottas, em segundo. Isso atrasou definitivamente os dois pilotos da Mercedes, que não tiveram tempo de aquecer seus pneus de forma correta e não melhoraram seus tempos.

Enquanto isso, Sainz aparecia com parciais roxas e o espanhol, até então discreto nesse final de semana, marcou a pole provisória, mas logo atrás Lando Norris cravou a pole definitiva, fazendo a alegria da McLaren pelo segundo final de semana de corrida seguido. Com tempo para aquecer os pneus, Russell ainda teve tempo para tirar Hamilton, que rodou em sua tentativa, das entrevistas dos top3.

Com tamanha surpresa, houve cenas de júbilo com Norris e Russell, com Sainz mais pragmático. Bottas e Pérez também não melhoraram seus tempos com pneus slicks, caindo várias posições, aumentando a derrota da Mercedes, que esperava uma primeira fila e teve que se contentar com P4 e P7. Mesmo sem treinar, Max ainda teve motivos para sorrir. Norris vibrou como nunca, assim como os fãs da F1, que viram outro resultado maluco nessa temporada inesquecível de 2021.

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