O ano de 1982 foi tão terrível como 1994. Ou talvez pior. O efeito-solo pode ter trazido mais aderência aos carros, mas os tornou incrivelmente perigosos, principalmente quando o fundo dos carros perdiam ar e a tendência era que os veículos saíssem voando. Gilles Villeneuve tinha morrido por acidente assim e Didier Pironi ainda fazendo fisioterapia por causa de um acidente similar. Para evitar isso, a FISA resolveu acabar com os carros-asa, instituindo que os carros deviam ter o fundo plano. Outra mudança importante era a chegada cada vez maior dos motores turbo entre as equipes. Se em 1982 apenas Ferrari, Renault e Brabham-BMW usavam os motores sobrealimentados, 1983 teria a chegada dos motores Alfa Romeo e Hart turbos de imediato e posteriormente o motor Honda e o TAG-Porsche. Porém, a chegada cada vez maior da eletrônica compensaria a restrição aerodinâmica. A Renault construiu um computador que controlava, dos boxes, as informações do carro na pista. A Brabham e a Ferrari davam os primeiros passos na mesma direção.
Entre os pilotos, René Arnoux saía da Renault após um ano turbulento ao lado de Alain Prost e se debandava para a Ferrari, formando um dupla toda gaulesa na equipe italiana. A Renault quebrava sua tradição e pela primeira vez teria um piloto não-francês em sua equipe: o americano Eddie Cheever. O mundo da F1 ficou chocada com a morte de Colin Chapman e a Lotus sofreria bastante sem o seu criador. A Brabham era a equipe que menos mudou e Gordon Murray construíra um carro totalmente diferente dos demais: o BT52. Nelson Piquet ficou muito entusiasmado com o carro e disse que o prazer que sentiu ao dirigir o novo carro o convenceu a renovar o contrato, mesmo após um ano tão ruim. Quando à F1 chegou ao Rio de Janeiro, pouco se falava do campeão Keke Rosberg, mas comprovando a boa fase, o piloto da Williams carimbou a pole position. O companheiro de Rosberg era Jacques Laffite, mas o francês, ainda tentando pegar a mão do carro, ficou com um modesto 18o lugar. A Brabham, com Nelson Piquet, conseguiu a quarta posição e um surpreendente Derek Warwick, com um não menos surpreendente Toleman, conquistou o quinto lugar no grid.
Entre os pilotos, René Arnoux saía da Renault após um ano turbulento ao lado de Alain Prost e se debandava para a Ferrari, formando um dupla toda gaulesa na equipe italiana. A Renault quebrava sua tradição e pela primeira vez teria um piloto não-francês em sua equipe: o americano Eddie Cheever. O mundo da F1 ficou chocada com a morte de Colin Chapman e a Lotus sofreria bastante sem o seu criador. A Brabham era a equipe que menos mudou e Gordon Murray construíra um carro totalmente diferente dos demais: o BT52. Nelson Piquet ficou muito entusiasmado com o carro e disse que o prazer que sentiu ao dirigir o novo carro o convenceu a renovar o contrato, mesmo após um ano tão ruim. Quando à F1 chegou ao Rio de Janeiro, pouco se falava do campeão Keke Rosberg, mas comprovando a boa fase, o piloto da Williams carimbou a pole position. O companheiro de Rosberg era Jacques Laffite, mas o francês, ainda tentando pegar a mão do carro, ficou com um modesto 18o lugar. A Brabham, com Nelson Piquet, conseguiu a quarta posição e um surpreendente Derek Warwick, com um não menos surpreendente Toleman, conquistou o quinto lugar no grid.
Grid:
1) Rosberg(Williams) - 1:34.526
2) Prost(Renault) - 1:34.672
3) Tambay(Ferrari) - 1:34.758
4) Piquet(Brabham) - 1:35.114
5) Warwick(Toleman) - 1:35.206
6) Arnoux(Ferrari) - 1:35.547
7) Patrese(Brabham) - 1:35.958
8) Cheever(Renault) - 1:36.051
9) Lauda(McLaren) - 1:36.054
10) Baldi(Alfa Romeo) - 1:36.126
O forte calor carioca se fez presente no dia 13 de março de 1983 e mais de 80.000 pessoas compareceram ao finado autódromo de Jacarepaguá. Rosberg faz uma boa largada e manteve a primeira posição na primeira curva, seguido por Prost e Tambay, mas durante a primeira volta Piquet ultrapassou a Ferrari e assumia a terceira posição. O reabastecimento tinha sido ressuscitado pela Brabham em 1982 e era esperado que a equipe usasse o truque novamente. Porém, para espanto de todos, a Williams também se aprontava na porta do seu box, indicando que também faria uma parada. Piquet dá uma mostra que estava leve e ultrapassa Prost na segunda volta e Patrese repetiu a manobra na volta seguinte.
Piquet estava inspirado nesse dia e fazia uma corrida impecável, fazendo a melhor volta da corrida a cada passagem e se aproximava do Williams de Rosberg a todo momento. Na sexta volta, usando a potência do seu motor BMW turbo, Piquet completou a ultrapassagem sobre o finlandês na reta oposta, bem na frente das arquibancadas. Demonstrando que não estava para bricandeira, Piquet disparou na frente, enquanto Rosberg começava a ser pressionado por Patrese, mas o italiano teria problemas na volta 12 e abandonaria mais tarde. John Watson, que largara em décimo sexto, fazia uma excelente corrida de recuperação, repetindo suas atuações de 1982, quando sempre largava no meio do pelotão e vinha recuperando terreno durante a corrida. Na décima volta o irlandês já aparecia na quinta posição e se aproximava rapidamente de Prost. O piloto da McLaren deixou a Renault para trás na volta 17, enquanto Prost começava a ter problemas em seu carro.
Nos primórdios dos pit-stops modernos, mesmo sem o limite de velocidade nos boxes, o tempo perdido numa parada chegava a quase 50s (!) e por isso Piquet e Rosberg tinham que voar, se quisessem permanecer na ponta da prova. Pela primeira vez em sua história, a Williams iria realizar um pit-stop e Rosberg entrou nos boxes na volta 29. Enquanto o reabastecimento era realizado, Rosberg começou a sinalizar de algo que estava lhe incomodando e então... fogo! Rosberg saiu correndo do carro, mas os bombeiro foram rápido no gatilho (do extintor) e o pequeno incêndio foi extinto. Como o carro não fora danificado, a Williams mandou Rosberg entrar no carro e continuar na corrida. Isso era claramente irregular.
Por outro lado, já mais acostumado com os pit-stops, Nelson Piquet voava pela pista de Jacarepaguá e a diferença sobre os demais só crescia. Quando Piquet ia fechar a volta 39, entrou nos boxes com 1 minutos e 10 segundos de vantagem sobre o segundo colocado John Watson. A parada foi sem problemas e Piquet retornava à pista ainda em primeiro e com vantagem para o piloto da McLaren. Porém, Watson abandonaria na volta 34 com problemas de motor. Prost assumia a segunda posição, mas era pressionado por Lauda. Claramente com seu carro perdendo rendimento, Prost faz sinais para o austríaco realizar a ultrapassagem na reta dos boxes. Mais atrás, Rosberg fazia uma grande corrida de recuperação e ultrapassava quem vinha pela frente. Primeiro o finlandês ultrapassou Warwick na volta 35, Tambay na 43, Prost na 46 e finalmente Lauda na 52. Tudo isso para ser desclassificado após a corrida, por ter sido empurrado pelos mecânicos durante sua desastrada parada nos boxes. Mais à frente, Piquet liderava tranqüilamente e se deu ao luxo de colocar uma volta no problemático Prost na última volta. Após 63 voltas, Piquet recebeu a bandeirada e conquistou seu primeiro Grande Prêmio do Brasil, já que haviam tomada sua vitória em 1982. Também ao contrário do ano anterior, Piquet não desmaiou e recebeu seu trófeu com mais tranqüilidade. Era um começo excelente para uma temporada que seria inesquecível!
Chegada
1) Piquet
3) Lauda
4) Laffite
5) Tambay
6) Surer
Olá JC!
ResponderExcluirPor que a corrida ficou sem segundo colocado? Não era pro Lauda ser o segundo com Laffite em terceiro?
Pois é Arthur, não foi esquecimento não...
ResponderExcluirOs regulamentos daquele início de anos 80 eram bem voláteis e quando Rosberg foi desclassificado, a FISA simplesmente disse que não haveria segundo colocado no GP Brasil. Simples assim!
Abraço!
Não,eu sei que não foi!
ResponderExcluirJá tinha visto em outros sites que a corrida ficou sem segundo colocado!
Era uma duvida antiga.
Valeu pela resposta!!!
Grande corrida de Nelson Piquet em Jacarepaguá. Começava tudo certo para o piloto da Brabham. O desenvolvimento do motor BMW Turbo foi o correto e óbvio em 1982.
ResponderExcluirA cada ultrapassagem de Piquet, o público presente no autódromo vibrava.
Lembrando que a Globo colocou pela primeira vez o "Tema da Vitória"; E ela foi para Nelson Piquet. As outras duas vitórias não foi usada naquele ano.
Grande corrida do finlandês Keke Rosberg. O problema é que quando Rosberg foi fazer seu pit, o carro começou a pegar fogo. Imediatamente, o piloto saiu rapidamente do cockpit, e esperou que os seus mecânicos apagasse o incêndio. Sanado o problema, o piloto voltou para a cabine. O motivo da desclassificação, é que o carro do piloto foi empurrado pelos seus próprios mecânicos para voltar ao circuito. A pontuação não foi repassada para os pilotos que terminaram atrás dele.
Fábio Kawagoe