O começo de todo ano sempre reserva o 'fake' Rali Dakar, que mesmo levando o nome da capital do Senegal, é realizado na América do Sul. Mais incoerente que isso, impossível. Apesar de tudo, a grandiosidade do rali permanece e a edição de 2017 nos premiou com uma disputa sensacional e que entrou para a história.
A Peugeot não economizou nas estrelas para levar seu carro de Assunção à Buenos Aires. Stephane Peterhansel, Sebastien Loeb, Cyril Depres e Carlos Sainz, todos grandes campeões, formavam o Dream Team da montadora francesa. Sainz capotou seu carro ainda no início do rali, enquanto Depres, grande lenda das motos no Off-Road, ainda tateia nos carros. Sobrou então para Peterhansel e Loeb brigarem de forma frenética pela vitória na Argentina. E os dois franceses não decepcionaram. Imprimindo um ritmo forte, Peterhansel e Loeb mostraram porquê são dois monstros sagrados do Off-Road e protagonizaram uma disputa de altíssimo nível durante os quinze dias de um rali difícil, com algumas etapas canceladas pelo mau tempo.
No fim, Peterhansel usou sua experiência e conquistou seu 13º título, sendo o sétimo com carros. O 'Mr Dakar' teve que suar para derrotar por uma pequena vantagem Loeb, que está apenas em seu segundo rali e já dá mostras que um título para ele é apenas questão de tempo. Na sub-categoria UTV, o Brasil venceu de forma quase incógnita com Leandro Torres e Lourival Roldan. Nas motos, um rali acidentado abriu caminho para Sam Sunderland ser o primeiro britânico a vencer, enquanto a KTM enfileirava sua 16º vitória consecutiva. Ou seja, desde os tempos do Saara.
Peterhansel e KTM dominam desde os tempos da África, quando o Rally Dakar merecia esse nome. O atual, correndo na Argentina principalmente, é o hoje o maior rali do mundo, mas não tem o charme do antigo no Saara e suas dunas gigantes. Se serve de consolo, pelo menos nos presenteou com uma disputa de dois monstros sagrados: Peterhansel e Loeb.
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