sábado, 14 de janeiro de 2017

Narain

Ele foi o primeiro piloto hindu da história da F1, após conseguir algum sucesso nas categorias de base inglesa em meados da década de 1990. Narain Karthikeyan sempre mostrou velocidade, mas foi graças aos seus patrocinadores que ele entrou na F1, de onde saiu sem deixar muita saudade, se tornando um andarilho das pistas. Completando 40 anos hoje, vamos conhecer um pouco mais da carreira dele.

Kumar Ram Narain Karthikeyan nasceu no dia 14 de janeiro de 1977 em Chennai, na Índia e o automobilismo sempre esteve presente na vida desse hindu. Seu avô era considerado (antes da aparição do próprio Narain...) o melhor piloto da história da Índia e seu pai foi heptacampeão nacional de rali. Com tanto apoio e paixão por corridas, Karthikeyan colocou na cabeça que seria o primeiro piloto da Índia à chegar na F1 e por isso começou a sua preparação desde muito novo e aos 15 anos, foi à Europa pela primeira vez para participar da famosa escola de pilotagem Elf, na França. Karthikeyan mostra muita velocidade em seus primeiros anos no automobilismo, participando de campeonatos na Ásia e na Europa, desbravando caminhos que o fizeram ser pioneiro em vários quesitos nas corridas europeias na Índia.

Após vencer o campeonato da F-Asia em 1996, Karthikeyan se muda definitivamente para a Europa em 1997, participando de todo o campeonato inglês de F-Vauxhall, disputando as vitórias com pilotos como Justin Wilson e Luciano Burti. O indiano mostra muito potencial numa equipe média e em 1998 ele se gradua para o conceituado Campeonato Inglês de F3, andando pela então pequena equipe Carlin. Karthikeyan se torna um nome forte nos anos seguintes na F3, mas o título lhe escapou em todas as vezes, mas Narain deu à Carlin suas primeiras vitórias e hoje a equipe inglesa é uma das mais fortes nas categorias de base no mundo. Após três bons anos na F3, Karthikeyan volta à Ásia para participar do fortíssimo Campeonato Japonês de F3000 ou F-Nippon, onde o hindu tem problemas de adaptação e não consegue os resultados esperados. Porém, em 2001 Karthikeyan começa a realizar o seu sonho quando tem o primeiro contato com a F1, num teste com a Jaguar em junho e depois com a Jordan, iniciando entendimentos com a equipe de Eddie Jordan.

Para 2002 Narain retorna à Europa para ficar mais próximo da F1 e participa do recém-inaugurado certame World Series, com carros mais potentes que a F3000 e com alguns pilotos buscando afirmação ou reafirmação, como era o caso de Ricardo Zonta, Enrique Bernoldi e Marc Gené, todos com passagens na F1. Já contando com 25 anos, Karthikeyan também buscava resultados que lhe garantissem uma situação melhor no cenário da F1 e o hindu mostra sua habitual velocidade, mas logo fica claro que, se quisesse entrar na F1 de vez, teria que levantar fundos. Narain Karthikeyan era um dos maiores ídolos da Índia no começo da década passada e não foi difícil para que o piloto conseguisse convencer a gigante nacional Tata e investir nele. No final de 2004, Narain quase conseguiu um lugar na Minardi, mas com a Jordan em pleno declínio e longe dos bons tempos que Karthikeyan fez seu primeiro teste em 2001, Eddie Jordan não reclamou muito em receber Narain e finalmente Karthikeyan realizaria seu sonho de correr pela F1.

O companheiro de equipe de Narain seria o português Tiago Monteiro, piloto com currículo similar ao de Karthikeyan e por isso, seria um embate interessante entre dois pilotos que não impressionaram nas categorias de base, mas sempre mostraram velocidade. Como esperado, a Jordan habitou os últimos lugares em 2005 e na comparação com Monteiro, português estava levando claramente a melhor. Em Indianápolis, uma crise sem precedentes com os pneus Michelin fez com que os franceses solicitassem aos seus clientes que abandonassem a prova nos Estados Unidos e com isso, apenas as equipes com pneus Bridgestone correram em Indianápolis e entre essas equipes, estava a Jordan de Karthikeyan. Com apenas três equipes no grid, o melhor piloto da Jordan subiria ao pódio e Tiago Monteiro conseguiu o feito até com certa facilidade. Os cinco pontos do quarto lugar de Indianápolis seriam os únicos de Narain na F1. Com a Jordan voltando ao normal nas corridas seguintes, Karthikeyan nada mostrou e quando a Midland comprou a Jordan, o piloto indiano ficou de fora do grid, mas não da F1. Karthikeyan, graças ao patrocínio da Tata, conseguiu um teste com a Williams em 2006 e o hindu foi bem, garantindo um lugar como piloto de testes da equipe, mas numa época em que os testes iam ficando cada vez mais restritos, Karthikeyan teve pouco contato com a F1, lhe dando espaço para correr em outras categorias, como a Indy, Endurance, Auto GP, A1 GP e até mesmo a Nascar!

Quando Vijay Mallya comprou a Spyker em 2008 com o intuito de forma uma equipe indiana, todos pensaram que Karthikeyan seria o piloto do time, mas a verdade é que Narain sequer foi cogitado por Mallya, mas com o anúncio do Grande Prêmio da Índia em 2011, um piloto hindu seria um grande chamariz para o novo evento e mesmo já tendo Karun Chandhok correndo, Karthikeyan era um piloto mais conhecido do público e a Tata financiou que Narain retornasse à F1 em 2011 pela equipe Hispania. O time espanhol surgiu de uma das ideias pouco inteligentes de Max Mosley e foi um fiasco total. Karthikeyan nada pôde fazer com um carro ruim e no final de 2012 a equipe faliu com suspeitas de que seus pilotos recebiam peças velhas e o carro era mal preparado por mecânicos insatisfeitos pelos salários atrasados e pela falta de condições. Karthikeyan normalmente fechava o grid, passou o mico de não conseguir tempo em algumas corridas e se envolveu numa polêmica com Sebastian Vettel, quando ia levar uma volta do alemão e acabou tocando na Red Bull. Foram 46 corridas e cinco pontos.

Narain Karthikeyan ainda participa de corridas ocasionais, mostrando uma boa velocidade que lhe garantiram o posto de ídolo máximo do automobilismo indiano.

Parabéns!
Narain Karthikeyan

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