sábado, 28 de janeiro de 2017

Tiro no pé

Dificilmente Felipe Nasr poderia imaginar que sua melhor corrida de 2016 significaria sua certeza que não estaria no grid da F1 em 2017. Nessa sexta-feira a Manor anunciou que está encerrando suas atividades na F1, ironicamente, no único ano em que o time teve uma temporada minimamente decente em sete temporadas na F1.

A Manor nasceu de uma das ideias pouco inteligentes de Max Mosley. Quando a Brawn realizou o conto de fadas do século até agora e venceu o campeonato de pilotos (Button) e construtores no seu único ano na F1 em 2009, Mosley pensou que essa exceção seria regra e por isso abriu três vagas no grid para 2010. Se uma equipe pouco financiada e sem muito apoio poderia vencer um campeonato, outras poderiam fazer algo parecido, deve ter pensado o então presidente da FIA. Foi daí que surgiram a Campos, a Manor e a Lotus. Antes de começar o campeonato, a Campos virou Hispania e a Manor se tornou Virgin, demonstrando bem o grau de 'mambembismo' das equipes. Foi um fracasso colossal desde o começo!

As equipes sempre fechavam o grid, com um ritmo até 3s mais lento que a pior equipe do pelotão intermediário. Não houve tempo de preparação para os times estrearem num campeonato tão competitivo que é a F1. A Hispania foi a primeira a sair de cena, em 2012. Depois a Lotus, que virou Caterham, também fechou as portas. A Virgin mudaria de nome para Marussia e quando a montadora russa do qual nunca vi um carro em minha vida faliu, o time quase se acabou junto com a Caterham. Sobrevivendo às custas de muita ajuda, a Marussia voltou a ser Manor, tradicional equipe das categorias de base inglesa. Após um 2015 péssimo, a Manor conseguiu uma ajuda da Mercedes e fez sua melhor temporada em 2016, andando próximo do pelotão intermediário, até mesmo superando a tradicional Sauber em determinadas corridas. O talentoso Pascal Werhlein, piloto oriundo das canteiras da Mercedes, marcou um ponto para a Manor na Áustria. Seria a salvação do time, que se manteria na F1 garças ao décimo lugar no Mundial de Construtores.

Então veio o temporal em Interlagos e Nasr marcou dois pontos com o nono lugar, deixando a Manor em décimo primeiro e sem a ajuda da FOM para a temporada 2017. Stephen Fitzpatrick, investido da equipe, saiu de cena e pela segunda vez em três anos, a Manor ficou à espera de um novo investidor, mas esse, desta vez, nunca apareceu, decretando o fim de linha a equipe. Das três equipes que estrearam de forma atabalhoada em 2010, a Manor conseguiu os melhores resultados, mas também ficou marcada pelo acidente que posteriormente matou Maria de Villota, além da acidente fatal de Jules Bianchi.

Nasr esperava conseguir se manter na F1 na Manor, mas foi seus pontos conquistados em Interlagos pela Sauber, onde o brasiliense esperava se manter na equipe suíça, foi que mataram as chances da Manor se manter na F1 em 2017. E acabou matando as chances de Nasr ficar na F1 em 2017. 

3 comentários:

  1. Mas mesmo que Manor permanecesse,as chances de Nasr lá eram remotíssimas,quase nulas.

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  2. Mas morreram de vez com a Manor fechando as portas

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    1. E pra falar a verdade,Nasr fez por merecer ficar de fora da F1 em 2017.

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