Piloto que se destacou nas categorias de base italiana, Emanuele Pirro nunca mostrou na F1, seu principal objetivo, o que dele se esperava e por isso, sua passagem pela categoria não deixou muitas saudades, mas o experimentado piloto italiano conseguiu um lugar no automobilismo pelo o que fez nas corridas de turismo e, principalmente, de Endurance, onde marcou história pela Audi. Completando 55 anos no dia de hoje, vamos conhecer um pouco a carreira de Pirro.
Emanuele Pirro nasceu no dia 12 de janeiro de 1962 em Roma e seu pai era um entusiasta por corridas, sempre levando o pequeno Emanuele a tiracolo ao belo circuito de Vallelunga para ver as provas locais. Imediatamente Pirro se viu apaixonado pelo automobilismo e com apenas 11 anos começou a correr de kart, conquistando vários títulos italianos na década de 1970, além de um vice-campeonato mundial em 1977. Esse sucesso todo levou Pirro aos monopostos ainda com 18 anos, estreando na F-Fiat Abarth em 1980. Correndo pela equipe University Motors, Emanuele conquistou o campeonato logo em sua estreia, garantindo um lugar no competitivo Campeonato Europeu de F3 em 1981. Correndo com um chassi Martini, Pirro consegue um honroso sexto lugar, mas rapidamente o jovem italiano mostraria o seu verdadeiro lugar. Mesmo muito jovem, mas muito promissor, Pirro foi convidado por Carlo Facetti e Martini Finotto a participar das 24 Horas de Daytona e o trio italiano vence na sua categoria.
No entanto, o objetivo de Pirro era a F1 e em 1982 o italiano permanece mais um ano na F3, indo para a equipe Euroracing, a melhor equipe do certame europeu. Numa disputa emocionante com o seu companheiro de equipe, o argentino Oscar Larrauri, Pirro acabaria com o vice-campeonato. Mesmo brigando pelo título, Pirro resolve permanecer mais um ano na F3 e o italiano acaba um passo atrás, ficando em terceiro no campeonato, perdendo o título para o seu compatriota Pierluigi Martini. Para 1984, Pirro finalmente se gradua de categoria e estreia na F2, outrora grande campeonato, mas que naquela temporada agonizava e morreria no final do ano. Correndo pela boa equipe Onyx, Pirro termina apenas em sexto, mas o italiano se preparava mesmo para a primeira temporada da F3000, que substituiu a F2 em 1985. Mesmo começando como um dos favoritos, Pirro tem uma temporada irregular e acaba o campeonato apenas em terceiro, perdendo o primeiro título da F3000 para Christian Danner. Uma terceira temporada na Onyx em 1986 não melhorou muito a situação de Pirro, que parecia marcar ponto em sua carreira, mas o italiano ainda conseguiu um teste na F1, com a Brabham. Mesmo com bons resultados nas categorias de base, Pirro não conseguiu um lugar na F1 em 1987 e o italiano partiu para o Japão, onde competiu na F3000 Japonesa. Para permanecer na Europa, Pirro correu o Mundial de Turismo pela equipe oficial da BMW e ao lado do compatriota Roberto Ravaglia, Pirro se tornou campeão. Graças aos contatos com a Marlboro e por estar morando no Japão, Pirro consegue o importante cargo de piloto de testes da McLaren-Honda em 1988, ajudando a desenvolver o grande carro que aniquilou a concorrência na F1 naquele ano.
Isso abriu uma nova vitrine para Pirro, que passou a ser visado na F1. Porém, o italiano teria que esperar para finalmente estrear na F1. Somente na metade da temporada de 1989 Pirro debutou na categoria, substituindo o convalescente Johnny Herbert na Benetton durante o Grande Prêmio da França. O carro anglo-italiano era bom, mas parecia que apenas Alessandro Nannini conseguia fazer a Benetton funcionar a contento, mesmo com o quarto lugar de Herbert em Jacarepaguá. Com a experiência de vários quilômetros testando a McLaren, era esperado um bom papel de Pirro, mas o que se viu foi o italiano continuando a sofrer com os mesmos problemas de Herbert. Apenas em Monza, onde conseguia muito a pista, Emanuele largou entre os dez primeiros, porém, nas demais corridas o italiano normalmente largava depois do top-20. Nem mesmo em Suzuka, outra pista que conhecia bem, Pirro conseguiu se destacar, mas na chuvosa corrida em Adelaide, no fechamento da temporada, Pirro fez uma corrida de espera e foi recompensado com um quinto lugar e seus primeiros pontos na F1. Mesmo tendo contrato com a BMW, Pirro resolve focar na F1 e assina com a Scuderia Italia em 1990, onde usaria chassi Dallara. Porém, a preparação de Pirro não foi ideal, pois ele teve hepatite durante a pré-temporada, fazendo-o perder as duas primeiras corridas de 1990. Quando finalmente sentou em seu carro, Emanuele se viu numa verdadeira cadeira elétrica, com um carro lento e sem confiabilidade. Resultado, zero ponto. Pirro ficaria outro ano na BMS, marcando um miraculoso ponto em Mônaco, pista em que sempre andou muito bem. No final de 1991, Emanuele Pirro deixa a F1 após 37 largadas e 3 pontos conquistados.
Ao sair da F1, Pirro se virou totalmente para o turismo, se tornando um dos maiores destaques dessa modalidade na Europa nos anos seguintes. Em 1992 ele voltaria à BMW, onde competiria no Campeonato alemão, vencendo a famosa corrida de turismo de Macau. Na metade da década de 1990, uma categoria viraria coqueluche na Europa e Pirro seria uma das estrelas: os campeonatos de Superturismo. Com carros sedãs de quatro portas, motores dois litros e suporte oficial de várias montadoras, esse tipo de campeonato foi um dos mais legais dos anos 1990, movimentando as principais praças da Europa, com certames nacionais na Inglaterra, Alemanha, Itália e França. Mais importante, Pirro se muda para a Audi em 1994, iniciando uma ligação muito forte com a montadora alemã. Logo de cara, Pirro vence o Campeonato Italiano de Superturismo, correndo com o belo Audi A4 prata. O italiano repetiria a dose em 1995, antes de se mudar para o Campeonato Alemão, onde a Audi não obteve bons resultados, pois a tração integral, o segredo do grande sucesso da Audi naquele momento, foi proibido. Contudo, a Audi estava pensando mais na frente. Os alemães sonhavam com Le Mans e aproveitando a experiência de Pirro, começou a desenvolver um carro que marcaria o começo de uma dinastia nas pistas.
O Audi R8R ficou pronto no final de 1998 e foi às pistas no ano seguinte, tendo Emanuele Pirro como um dos principais pilotos, ao lado de Rinaldo Capello, companheiro de equipe de Pirro nos Campeonato de Superturismo. Após um ano de aprendizado, a Audi vence sua primeira prova em Le Mans no ano 2000, com Pirro capitaneando o trio formado por ele, Tom Kristensen e Frank Biela. O trio Pirro/Kristensen/Biela completaria o tricampeonato em 2002. Quando a concorrência já se aproximava da Audi, os alemães pensaram fora da 'caixinha' e trouxeram o revolucionário Audi R10 com motor turbodiesel em 2006, carro com o qual Pirro venceu mais duas vezes em Le Mans. Com cinco vitórias em Le Mans, mais dois títulos na American Le Mans Series, o principal campeonato de Endurance da década passada, Emanuele Pirro se tornou uma verdadeira lenda do automobilismo. Pirro anunciou sua aposentadoria das pistas em 2008, se tornando embaixador da Audi no ano seguinte, mas o vírus da velocidade foi mais forte e Pirro ainda faz corridas eventuais, além de participar como comissário convidado na F1. Piloto com passagem efêmera na F1, Pirro foi um dos grandes do Endurance.
Parabéns!
Emanuele Pirro
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