São quinze vitórias em dezesseis corridas, mais do dobro de pontos conquistados que o vice-líder e o Mundial de Construtores conquistado com mais uma vitória em ritmo de passeio, patrocinado pelo seu principal piloto e virtual campeão Max Verstappen. Mesmo em tempos de domínios contínuos da F1, o que a Red Bull vem fazendo em 2023 é algo assombroso. O Mundial de Construtores foi confirmado com seis corridas de antecipação. Foi 'mais um dia no escritório' para a Red Bull em Suzuka, mas o time austríaco comandado por Christian Horner, que gere talentos como Verstappen e Adryan Newey, merece estar nessa parte da coluna. Pode não ser muito legal de se assistir, mas não há como negar que a história está sendo escrita na nossa frente, só nos restando apreciar o incrível trabalho da Red Bull.
segunda-feira, 25 de setembro de 2023
Figurão(JAP): Sergio Pérez
A disputa foi grande para estar nessa parte da coluna. De um lado, Logan Sargeant bateu no sábado, dando um baita prejuízo à Williams, que já verbalizou através do seu chefe de equipe James Vowles que está sofrendo para se manter dentro do teto orçamentário, além de um toque desnecessário com Bottas no domingo praticamente terminando a corrida de Sargeant, além de colocar enormes dúvidas sobre a continuidade do americano na F1 em 2024. No entanto, Sérgio Pérez conseguiu ser ainda pior e bem no dia em que sua equipe comemorou o sexto título do Mundial de Construtores, o mexicano teve um final de semana horroroso, coroado com uma corrida classificada de forma bem educada como medíocre. Com Verstappen querendo mostrar a todos que os seus resultados medianos em Singapura nada mais eram que um ponto fora da curva em Suzuka, Pérez ficou muito para trás do companheiro de equipe em todos os treinos, chegando a ficar 1s de Max. Na classificação a diferença chegou a impressionantes oito décimos, mas como Pérez é conhecido por ter um melhor ritmo de corrida, era esperado um melhor desempenho no domingo, mas a maionese começou a desandar para Checo ainda na largada, quando saiu mal no apagar das luzes vermelhas e se viu numa linha de quatro pilotos na aproximação da primeira curva. Pérez acabou sendo o maior prejudicado e precisou trocar a asa dianteira, mas isso propiciou o primeiro grande erro de Sergio, ao ultrapassar Alonso antes da linha do SC, lhe dando um pênalti de 5s, que foi pago mais cedo do que o imaginado. Caindo para as profundezas do pelotão, Pérez iniciou uma tentativa de corrida de recuperação, que terminou num acidente estúpido com Magnussen, onde Pérez foi o único culpado. Para não ter que pagar a punição na próxima etapa no Catar, a Red Bull resolveu devolver Pérez para a pista. A cena de Pérez parado por vários minutos dentro do carro, como se estivesse de castigo, foi bem emblemática. O mexicano parece estar com a confiança esmagada pelo tsunami Verstappen e por saber que a sua equipe apoiará o neerlandês por muito tempo. Pérez é um piloto acuado e sem confiança, só restando a ele manter a segunda colocação no campeonato, posição que está nesse momento, mas se Pérez perder essa posição no final do campeonato, sua continuidade na F1 poderá ficar em risco.
domingo, 24 de setembro de 2023
Um porre
sábado, 23 de setembro de 2023
Resposta
Antes da corrida surgiu a especulação de que Felipe Drugovich estaria negociando com a Williams, ultrapassando nessa corrida Mick Schumacher. Contudo, a Williams trouxe Logan Sargeant de suas canteras para desenvolve-lo e não faria sentido dispensa-lo após apenas um ano. Será? Antes de completar sua primeira volta no Q1, o americano estampou seu Williams na saída da curva 18, um lugar não muito habitual para se bater, dando mais prejuízo à sua equipe, além de aumentar as esperanças de Drugovich de estar no grid da F1 em 2024, principalmente se o paranaense conseguir juntar uma boa grana na mesa de James Vowles, chefe da Williams. Ainda na manhã nipônica, surgiu a notícia que a Alpha Tauri terá como dupla de pilotos em 2024 Yuki Tsunoda e o ainda lesionado Daniel Ricciardo. Usando seu conhecimento da pista de Suzuka, Liam Lawson andou próximo de Tsunoda e mostra que teria totais condições de estar na F1 em 2024, lembrando que no Q1, o neozelandês chegou a superar Pérez, que até o momento está num final de semana bastante esquecível.
Max Verstappen, ao contrário do seu companheiro de equipe, chegou à Suzuka com a clara disposição de responder a quem duvidada que o domínio dele e da Red Bull estivesse à perigo. Max liderou todo o treino com uma imposição impressionante, assim como chamou a atenção o ótimo desempenho da McLaren e particularmente de Oscar Piastri, superando Norris e ficando na primeira fila. Após duas ótimas classificações, Sainz voltou a tomar tempo de Leclerc, que ficou em quarto, na frente de um sorumbático Pérez. No outro lado do boxe, a Red Bull comemorou bastante mais uma pole de Max e a quase certeza de uma vitória dominante no domingo.
terça-feira, 19 de setembro de 2023
A consagração de Nigel
segunda-feira, 18 de setembro de 2023
Figura(CIN): Carlos Sainz
Não poderia ser outro! Vindo de um final de semana de destaque em Monza, Carlos Sainz continuou sua ótima fase numa pista completamente diferente, onde suas principais qualidades ficaram mais evidentes. Sainz não tem o mesmo talento de Leclerc, seu companheiro de equipe e queridinho da Ferrari, mas o espanhol tem algumas virtudes que lhe ajudaram bastante no final de semana cingapuriano. Com a Red Bull tendo um final de semana irreconhecível, Sainz aproveitou a chance e ficou com a pole, garantindo para si o privilégio da estratégia ferrarista. E isso seria primordial, lembrando que o carro da Ferrari tem sérios problemas de desgaste de pneus. Sainz sabe disso e por isso fez uma corrida cerebral e foi de uma frieza que normalmente lembram os nórdicos, não os sempre quentes espanhóis. Carlos soube usar sua imensa visão de corrida para se manter sempre na frente na difícil pista de Cingapura, mesmo tendo alguém lhe fustigando no retrovisor, na corrida mais longa e física do calendário da F1. No primeiro stint, sabendo que Leclerc estava sendo sacrificado para segurar o pelotão, Sainz aproveitou para preservar seus pneus. Após as duas entradas do Safety-Car e a corrida mudada, Sainz teve a frieza de ficar perto de Lando Norris de propósito para dar ao inglês o necessário DRS para se defender das Mercedes com pneus novos e num ritmo 2s mais rápido. Foi um verdadeiro show de pilotagem inteligente, mostrando que Carlos Sainz merece ser considerado mais do que um mero segundo piloto na Ferrari.
Figurão(CIN): Lance Stroll
Personagem recorrente nessa parte da coluna, o canadense parece sempre se superar em sua mediocridade. Não bastasse estar levando um verdadeiro vareio de Fernando Alonso dentro da equipe do pai, Lance Stroll vê a equipe que foi feita praticamente para ele ser prejudicada... por causa dele! No começo da temporada a Aston Martin era a segunda força da F1 e com a genialidade de Alonso, o time britânico conseguiu pódios consecutivos e ocupou por bastante tempo a segunda posição no Mundial de Construtores. Contando apenas com Alonso, pois Stroll nada faz para ajudar a causa da Aston Martin, o time foi perdendo fôlego e foi alcançada por Mercedes e Ferrari. Logicamente que, se Alonso começou a perder rendimento, em consequência Stroll cairia ainda mais e se Fernando agora marca pontos aqui e ali, Stroll nem isso. Os pontos que não foram marcados por Lance significa menos dinheiro ganho pela equipe e para piorar, em Cingapura Stroll deu um literal prejuízo ao seu pai. No final do Q1, ocupando a nada gloriosa última posição e sem chances de passar ao Q2, Stroll perdeu o controle do seu carro na última curva e destruiu seu Aston Martin. Detalhe foi que Alonso foi ao Q3 confortavelmente. Mesmo saindo ileso do seu carro, Stroll acusou dores no domingo e com o carro destruído, Lance ficou de fora da corrida, além de Lawrence amargar um senhor prejuízo. Os especialistas já identificaram que, se a Aston Martin quiser crescer e ser levada à sério, precisará brevemente de um novo segundo piloto, mas fica a questão: quem falará isso à Lawrence, que investiu centenas de milhões para deixar o filhão na F1? Uma saída de Lance Stroll poderia ocasionar uma desilusão à Lawrence com a F1? O que fica claro é que Lance Stroll, para tristeza do seu pai, que fez de tudo por ele, simplesmente não tem talento o suficiente para render o investimento feito e que seu futuro deverá ser bem longe das glórias na F1.
domingo, 17 de setembro de 2023
Usando a cabeça
Mais atrás, Ocon fazia uma ótima corrida bem no dia do seu aniversário, incluindo uma bela ultrapassagem em cima do seu desafeto Alonso. Porém, a corrida do francês terminou quando seu câmbio travou e Ocon deixou seu carro na saída dos boxes. Pela lógica, o Safety-Car entraria na pista, mas apenas o virtual deu as caras. Vai entender...
sábado, 16 de setembro de 2023
A grande chance
Por mais que tenha, disparado, o melhor carro de 2023, a missão da Red Bull amanhã será bastante complicada, sem contar o fato de ter seus dois carros saindo do sempre confuso pelotão intermediário sempre é um problema, ainda mais num circuito de rua com o histórica de Cingapura. Com a Red Bull em dificuldades (seria a nova diretiva da FIA sobre as asas menos flexíveis?), Ferrari, Mercedes e até mesmo Lando Norris tem uma chance enorme de acabar com a invencibilidade da Red Bull nessa temporada. Resta saber se ninguém fará uma besteira homérica e irão aproveitar a deixa.
terça-feira, 12 de setembro de 2023
História: 40 anos do Grande Prêmio da Itália de 1983
Seja pela turbina ou pelo combustível, a Brabham-BMW dominou a classificação, com Piquet dominando na sexta-feira, mas dois motores quebrados no sábado relegaram o brasileiro ao quarto lugar, mas Riccardo Patrese fez as honras da casa ao ficar com a pole, com as Ferraris de Tambay e Arnoux separando os dois Brabhams. A Renault estava claramente atrás de Brabham e Ferrari, com Prost conseguindo o quinto tempo, mas 2s atrás de Patrese, com Cheever em sétimo. A surpresa foi ver Jacques Laffite não conseguindo tempo para se classificar, após um infeliz teste de pneus do francês. Era a primeira vez que Laffite não largava numa corrida de F1 desde 1975. Riccardo Patrese era o primeiro italiano a obter a pole position em Monza desde Alberto Ascari em 1953, mas como visto em Ímola, isso pouco importava, pois Patrese não estava de Ferrari.
Grid:
1) Patrese (Brabham) - 1:29.122
2) Tambay (Ferrari) - 1:29.650
3) Arnoux (Ferrari) - 1:29.901
4) Piquet (Brabham) - 1:30.202
5) Prost (Renault) - 1:31.144
6) De Cesaris (Alfa Romeo) - 1:31.272
7) Cheever (Renault) - 1:31.564
8) De Angelis (Lotus) - 1:31.628
9) Winkelhock (ATS) - 1:31.959
10) Baldi (Alfa Romeo) - 1:32.407
Chegada:
1) Piquet
2) Arnoux
3) Cheever
4) Tambay
5) De Angelis
6) Warwick
domingo, 10 de setembro de 2023
Fim de festa
A prova em Laguna Seca teve oito bandeiras amarelas, com as confusões iniciando na largada, quando Christian Lungaard iniciando uma reação em cadeia que jogou dois carros da Penske para fora (McLaughlin e Newgarden) da pista e causou o abandono dos outros dois carros da Rahal (Graham e do novato Juri Vips). Dixon acabou tocando-se com Riinus Veekay e fez o neerlandês rodar, num incidente aparentemente de corrida, mas causou um Drive-Through à Dixon. Em condições normais, poderia ser o fim da corrida para o neozelandês da Ganassi, mas a corrida teve tantos incidentes que isso afetou a estratégia e quando os táticos entram em ação, o time da Ganassi sempre se sobressai e Dixon faz milagres, acabando por vencer a prova em Laguna Seca, vencendo três das últimas quatro provas do campeonato, fazendo Scott terminar o campeonato muito bem, mas o título já era de Palou.
O espanhol chegou a liderar a corrida desse domingo e se não fosse a penca de bandeiras amarelas, Palou teria vencido com a mesma tranquilidade do qual dominou a prova do ano passado. Isso apenas refletiu como Palou dominou esse campeonato, vencendo cinco corridas e tendo um oitavo lugar como pior resultado, se colocando constantemente entre os primeiros, corrida após corrida. O apoio da Ganassi foi fundamental para o sucesso de Palou e até segunda ordem, Alex estará na equipe em 2024. As constantes confusões com o que Palou vem se metendo nos últimos dois anos o colocam como um piloto não muito confiável fora das pistas, mas extremamente consciencioso dentro delas e com uma Indy tão competitiva, essa é uma arma forte de Palou para os próximos anos. Dixon começou o ano devagar e parecia que ele teria seu recorde de vitórias em temporadas consecutivas quebrado, mas nunca é bom subestimar Scott Dixon. O neozelandês pôde não ter vencido nos primeiros dois terços de campeonato, mas sempre se manteve entre os primeiros e quando a oportunidade veio, Dixon empilhou várias vitórias que o transformaram no único rival a derrotar Palou numa temporada próxima da perfeição do espanhol. Pena que a reação de Dixon, com três vitórias em quatro corridas, tenha vindo tarde demais e Palou já estava com a faca e o queijo na mão para conquistar o bicampeonato. Chip Ganassi tem o presente e o futuro garantido com Palou e Dixon. Isso, se Palou não mudar de ideia novamente...
Os outros pilotos da Ganassi não foram tão brilhantes. Marcus Ericsson começou vencendo a primeira corrida e até liderou o começo do campeonato, mas não foi páreo para Palou. O sueco trazia patrocínios para a equipe, mas com a vitória da Indy 500 do ano passado, Ericsson passou a exigir ser pago como os pilotos principais da Ganassi, algo que Chip não concordou, mesmo Ericsson ter ficado perto de conquistar o bicampeonato das 500 Milhas nesse ano. Isso resultou na saída de Ericsson para a Andretti, com Marcus Armstrong assumindo o lugar de Ericsson, para fazer a temporada completa em 2024, enquanto o quarto carro permanece ainda em aberto. Sato fez apenas os ovais e foi uma decepção, mais batendo do que correndo e já está fora da Ganassi.
O melhor momento da Penske foi a vitória de Josef Newgarden nas 500 Milhas de Indianápolis, tirando um peso do norte-americano, pois mesmo tendo já dois títulos e brigando pelo campeonato nos últimos anos, faltava o definitivo reconhecimento de Josef como vencedor em Indianápolis. Mesmo sendo reconhecido como um piloto completo da Indy, Newgarden venceu apenas em ovais, chegando a ameaçar Palou quando venceu a quarta corrida seguida em ovais, mas uma batida em Gateway, o último oval do ano, acabou com as chances de Newgarden, que baixou os braços e terminou apenas em quarto no campeonato. McLaghlin fez um campeonato mais constante, voltou a vencer uma corrida (Birmigham) e mais equilibrado, acabou por superar Newgarden no final, sendo o melhor piloto Penske do campeonato, em terceiro, garantido com o segundo lugar de hoje em Laguna Seca. Um bom aproveitamento do neozelandês, no qual a Penske aposta muito. O atual campeão Power teve problemas particulares que atrapalharam sua defesa do título a ponto de ver sua sequencia de pelo menos uma vitória desde 2007 terminar esse ano, numa temporada opaca de Power, onde o australiano se mostrou bastante nervoso várias vezes. Um ano abaixo da Penske, mas como dizem que Roger Penske se importa mais com a Indy 500 do que com o campeonato, não se pode dizer que foi uma temporada fracassada.
Na luta que trava para entrar na F1, a Andretti acabou se atrapalhando na Indy, com várias performances boas estragadas por táticas ruins, erros de pit-stops além dos seus pilotos normalmente se metendo em confusões. Se Colton Herta era cotado para estar na F1, hoje ninguém mais fala no jovem americano migrando de categoria. Da mesma forma como sua equipe, Colton pensou demais na F1 e se esqueceu de focar na Indy, onde fazia bons treinos, mostrando sua velocidade e talento, mas se perdendo nas corridas. O abandono de hoje, onde foi atingido por um destrambelhado Helio Castroneves só foi mais um exemplo do quão ruim foi a temporada de Hertinha. Grosjean começou o ano dando pinta que até poderia brigar pelo título, mas no fim o francês terminou a temporada com a mesma fama que colheu na F1: de trapalhão. E foram tantas trapalhadas que Grosjean não teve seu contrato renovado na Andretti e procura um lugar na Indy. Com os dois principais pilotos teóricos da Andretti tendo problemas, as duas únicas vitórias da equipe coube ao jovem Kyle Kirkwood. Prodígio da Road to Indy, Kyle venceu em Long Beach e Nashville, mas nem de longe Kirkwood exibiu uma constância para se manter entre os primeiros no campeonato. Se antes a Andretti se orgulhava de fazer parte do trio de ferro da Indy, hoje o time de Michael Andretti se vê cada vez mais distante de Ganassi e Penske, além de ser constantemente rejeitada por todas as equipes da F1.
A McLaren é quem começa a querer tomar esse posto de terceira força da Andretti, mesmo que tenha passado o ano em branco na Indy. Pato O'Ward foi o principal piloto da equipe, começou o ano muito bem, sempre foi um nome forte na luta pela vitória, mas o mexicano sempre era atrapalhado por alguma coisa, o deixando sem vitórias no campeonato, mas ainda garantindo uma boa posição. Alexander Rossi estreou na equipe de forma discreta, continuando a toada que vinha na Andretti, enquanto sua vitória na Indy 500 vai ficando mais e mais distante. Rosenqvist só ficou na equipe para esquentar o banco de Palou, só que o espanhol não irá mais para a McLaren e o sueco resolveu ir para a Meyer & Shank, com seu lugar ocupado por David Malukas em 2024. A Rahal viveu um ano literalmente de altos e baixos. Indianápolis foi uma incrível decepção para o time do tio Bobby, inclusive com seu filho Graham, bumpado da classificação, pensando em aposentadoria. No entanto, se sofria em ovais, em mistos a equipe Rahal revivia, liderado pelo jovem Christian Lundgaard, que conseguiu uma vitória em Toronto e Graham quase venceu no misto de Indianápolis.
O Brasil viu a aposentadoria de Tony Kanaan nas 500 Milhas de Indianápolis pela McLaren, na qual o baiano se tornou consultor. Teimosamente Helio Castroneves ainda segue na Indy, agora como sócio da equipe Meyer & Shank e só competindo nas 500 Milhas. Aos 48 anos de idade, era nítido que Helio se tornou um 'ex-piloto em atividade' e não tinha mais condições de permanecer como piloto full-time da Indy, porém, Castroneves se manterá na ativa como um dos sócios da Meyer & Shank e tentará reavivar sua magia em Indianápolis. Helio terá muito trabalho, pois a equipe entrou em parafuso após sua vitória em 2021 e Simon Pagenaud, que seria o líder natural da equipe, após seu acidente em Mid-Ohio nem retorna mais em 2024, por causa de uma forte concussão. Nas categorias de base, destaque para o título de Nicolas Giaffone na USF Junior, mas o filho de Felipe ainda está nos primeiros passos da Road to Indy e demorará bastante para vê-lo querer substituir os quase cinquentões Tony e Helio num futuro próximo, sem contar Kiko Porto e Victor Franzoni, que já estão na Indy NXT (antiga Indy Lights).
Foi uma temporada com boas corridas, como normalmente acontece na Indy, mas onde houve um raro domínio por parte de Alex Palou, que se não fosse os entreveros fora das pistas, poderia ser ainda mais impressionante. Para 2024, os motores híbridos estrearão na categoria, novas pistas serão adicionadas e alguns pilotos debutarão em equipes fortes. O que não faltará são emoções, mas que estarão reservadas para março de 2024.
Aproveitando as oportunidades
Com Bagnaia e Bezzecchi, os principais pilotos da casa, com problemas físicos, Jorge Martin tinha uma bela chance de conquistar a vitória em Misano e o espanhol não a desperdiçou. Martin partiu feito um foguete na largada, mantendo os dois italianos atrás de si, após uma largada agressiva de Bagnaia, onde chegou a tocar na moto de Bezzecchi para subir para segundo, enquanto Marco segurava o convidado Daniel Pedrosa com força. A partir de então a disputa ficou entre as três Ducatis, com as duas KTMs de Pedrosa e Brad Binder logo atrás, mas o sul-africano cedo caiu. Bagnaia parecia ter ritmo de disparar caso assumisse a liderança, mas Martin segurou o rojão com firmeza, não dando qualquer chance à Pecco, enquanto Bezzecchi chegou a ultrapassar o compatriota, para logo na curva seguinte errar e permitir o troco de Bagnaia. Martin certamente sabia dos problemas físicos dos dois adversários, particularmente de Bagnaia, que subiu na sua moto mancando claramente, ainda resquícios do seu impressionante acidente na Catalunha.
Martin fez uma prova de espera. Não para atacar, como é de seu feitio, mas para aguardar que as dores de Bagnaia viessem e o ritmo do italiano baixasse. E assim foi o que aconteceu. No último terço da prova o passo de corrida de Pecco caiu meio segundo e o líder do campeonato foi presa fácil para Bezzecchi, enquanto Martin abria uma diferença definitiva, porém, o piloto da VR46, com problemas na mão esquerda pela queda provocada por Bastianini na primeira largada de Barcelona, esboçou uma aproximação, mas que não incomodou Martin, que recebeu a bandeirada para iniciar uma tremenda comemoração, repetindo as posições da Sprint de ontem, ou seja, Martin levou 37 pontos para casa, debitando bons pontos para Bagnaia no campeonato. Pedrosa nunca foi um piloto dos mais combativos nas disputas corpo a corpo. Como convidado, o espanhol não quis arriscar interferir no campeonato e mesmo com mais ritmo, preferiu ficar esperando um erro de Bagnaia que não veio, conseguindo um quarto lugar para a KTM, sendo a melhor moto da marca austríaca e bem à frente dos titulares, que sofreram quedas na corrida, sendo que Miller brigava pela P15 quando caiu junto com Michele Pirro.
Marc Márquez fez uma boa corrida com uma Honda abaixo da crítica, terminando em sétimo numa briga contra as Aprilias. Dois anos depois de conquistar o campeonato em Misano, Quartararo foi apenas décimo terceiro. Os dois pilotos mais talentosos do pelotão já não escondem a tremenda frustração de não poderem lutar por vitórias e pressionam fortemente Honda e Yamaha. Amanhã haverá um teste em Misano com as motos de 2024. Tanto Márquez, quanto Quartararo cobrarão Honda e Yamaha pela sensação que tiverem amanhã, lembrando que a segunda moto de Pramac e Gresini, ambas satélites da Ducati, ainda estão em aberto. Isso são especulações do amanhã. Hoje Martin aproveitou a chance que lhe apareceu com um Bagnaia fragilizado e se aproximou bastante no campeonato, entrando numa briga que antes de Barcelona parecia que não existiria.
segunda-feira, 4 de setembro de 2023
Figura(ITA): Carlos Sainz
Muitas vezes Carlos Sainz é olhado como um mero segundo piloto da Ferrari e o próprio espanhol não se ajuda, com algumas atuações abaixo do esperado. A Ferrari sempre preferiu o piloto mais acrobata e olhando a atual dupla, esse piloto é Charles Leclerc, que desde muito novo é um piloto da cantera ferrarista. Já Sainz chegou com a sensação de que seria o apoio de Leclerc, mas o hispânico já mostrou algumas qualidades interessantes, principalmente na visão de corrida. Em Monza, Sainz fez muito mais do que isso. Na classificação, onde as maiores qualidades de Leclerc se sobressaem na comparação entre ambos, Sainz já foi mais rápido do que Charles e ainda conseguiu uma emocionante pole-position na frente dos tifosi. Era claro que em ritmo de corrida Sainz não teria chances contra o imbatível conjunto Verstappen/Red Bull, mas não seria por isso que Carlos entregaria a posição facilmente. Sainz segurou Verstappen por quinze voltas e só cedeu a posição por causa de um escorregão, muito pelo conhecido desgaste de pneus que a Ferrari impõe à borracha da Pirelli. Contudo, a corrida de Sainz não ficou mais sossegada após ser deixado para trás. Até a bandeirada Carlos sempre teve alguém lhe mordendo os calcanhares e Sainz mais olhou para o retrovisor do que para frente, segurando Leclerc (2x) e Pérez. Se não foi possível segurar o mexicano da Red Bull, Sainz segurou Leclerc na frente de toda a torcida da Ferrari e conseguiu seu primeiro pódio no ano em sua melhor pilotagem.
Figurão(ITA): Alpine
De como subir ao pódio e colocar um segundo carro na zona de pontos e uma semana depois ver esses mesmos dois carros e dois pilotos largarem na penúltima fila. Assim pode ser resumido os sete dias que separaram as corridas em Zandvoort e Monza para a Alpine. O time francês agarrou todas as oportunidades surgidas nos Países Baixos e mesmo que tenha sido uma corrida caótica, a Alpine esteve sempre bem colocada e Gasly foi ao pódio, superando na pista a Ferrari de Carlos Sainz, enquanto Ocon marcou pontos. Além do clima mais ameno em Monza em comparação à semana anterior, a grande diferença era que Zandvoort era um circuito estreito e travado, enquanto Monza os carros praticamente não usam uma aerodinâmica mais afinada. Além da potência fazer uma grande diferença e isso ficou claro que o motor Renault ainda sofre desse déficit, mesmo passados quase dez anos desde a chegada dos motores híbridos à F1. Os franceses em nenhum momento se colocaram em posição de destaque e já na classificação a situação ficou crítica com Gasly e Ocon em décimo sétimo e décimo oitavo, respectivamente. Na corrida a situação não mudou muito, com Gasly evoluindo apenas para uma pálida 15º posição, enquanto Ocon abandonou por problemas em sua direção. Por sinal, talvez seja a falta de direção que faça com que a Alpine não decole.
domingo, 3 de setembro de 2023
O segundo Alex
A prova decisiva em Portland foi um jogo de gato e rato entre Palou e Scott Dixon, único piloto com chances de tirar o bicampeonato do espanhol. Na classificação os dois ficaram em quinto e quarto respectivamente, mas logo na largada Palou deu mostras de suas credenciais ao se aproveitar de Dixon ter ficado encaixotado atrás de Colton Herta para ultrapassar não apenas o companheiro de equipe, como o próprio Colton. Graham Rahal tinha feito a pole com os pneus duros, dando a dica que essa era a borracha a ser mais usada por todos. Palou ficou bastante tempo em terceiro, atrás de Rahal e McLaughlin, com Dixon mais atrás. Houve uma bandeira amarela com a rodada do campeão do ano passado Will Power no começo da prova, mas a corrida foi limpa e talvez isso tenha embaralhado um pouco a cabeça dos estrategistas das outras equipes. Rahal e McLaughin perderam bastante terreno na medida em que as paradas foram se sucedendo, enquanto o time da Ganassi se manteve focado e deixou Palou e Dixon em primeiro e segundo, resultado esse que garantiria o título do espanhol com sobras.
A McLaren também aprontava com Rosenqvist sempre parando mais tarde que os demais e isso fez com que o sueco ganhasse muito tempo frente ao bolo de pilotos no meio do pelotão. Já faltando poucas voltas para o fim, a segunda bandeira amarela veio com a saída de pista de Agustin Canapino, ajudando sobremaneira Rosenqvist, que fez sua parada em bandeira amarela. Para quem pensou que Palou lamentaria o pano amarelo, se enganou redondamente. O espanhol não apenas se manteve em primeiro, como viu Rosenqvist subir para segundo e ainda ter três retardatários entre o sueco e Dixon. Para completar, Rosenqvist relargaria com pneus macios, que não duravam muito tempo. Bastava Palou segurar Felix na relargada para tudo se resolver e assim foi. Houveram alguns toques no meio do pelotão, mas quando a poeira assentou, Palou apenas levou seu Chip Ganassi de número 10 até a bandeirada para garantir a quinta vitória no ano e o bicampeonato, garantindo o primeiro título por antecipação da Indy em mais de quinze anos.
Palou pode não ter o carisma de Zanardi, mas o espanhol tem um talento grandioso e é mais frio que o quente Zanardi dentro das pistas. Já fora das pistas... os constantes problemas que Palou vem se metendo em cima de contratos feitos e quebrados pode lhe causar danos que afetem seu desempenho nos anos vindouros. Zak Brown está possesso com a quebra de contrato de Palou e ameaça um processo que passaria dos trinta milhões de dólares. Palou claramente não performou como pôde em sua defesa de título ano passado por causa das negociações que manteve com McLaren e Ganassi. Nesse ano, não teve confusão que tirasse o espanhol do prumo. Que esse equilíbrio que Palou mantém dentro da pista passe também para fora, pois um campeão como Alex merece ter o melhor a disposição para mostrar toda a sua capacidade.
Mais trabalho, mesmo resultado
Alta tensão
Ainda assim, pode-se dizer que Bagnaia teve um pouco de sorte pelo o que aconteceu antes. Na freada da primeira curva, seu companheiro de equipe Enea Bastianini teve uma pane mental e derrubou outras cinco Ducatis, num acidente que rendeu uma fratura no tornozelo de Enea. Por ter menos motos no pelotão, isso pôde ajuda Pecco quando ele ejetado da moto e caiu no meio da pista, ficando totalmente exposto às várias motos que vinham a seguir, já que Bagnaia largara na pole e liderava. Binder não teve muito o que fazer e atingiu as pernas de Pecco em cheio, lhe causando alguns ferimentos, mesmo que ainda nada confirmado e se Bagnaia terá que passar por um longo processo de recuperação. O caso lembra um pouco o que aconteceu com Márquez em Jerez em 2020, só nos restando torcer para que a recuperação de Pecco seja mais breve e responsável.
A bandeira vermelha resultante deixou o clima em Barcelona ainda mais tenso, fazendo com que a segunda largada fosse mais calma. As Aprilias vinham mostrando um rendimento espetacular em Barcelona e Espargaró já havia vencido a Sprint Race nesse sábado. Um ano depois da presepada protagonizada por Aleix, quando errou as contas da corrida, Espargaró foi com tudo para a sua corrida caseira, já que ele nasceu próximo ao circuito de Montmeló. O espanhol não largou tão bem e foi superado pelo companheiro de equipe Maverick Viñales, que passou boa parte da prova na ponta, mas na medida em que Espargaró se aproximava, era claro que a ultrapassagem era inevitável, como realmente foi. A Aprilia marcou uma dobradinha inédita, com Jorge Martin completando o pódio. Vice-líder do campeonato, Martin pode ser a grande aposta da Ducati para esse resto de 2023, mas nos resta torcer para que o grave acidente de Bagnaia seja apenas um grande susto e que o italiano volte tão forte como antes.