sábado, 16 de setembro de 2023

A grande chance

 


A sexta cingapuriana tinha sido difícil para a Red Bull. Os novos updates não tinham funcionado a ponto da equipe voltar ao pacote anterior. A lógica permitia supor que tudo seria recuperado no sábado, mas os problemas permaneceram no terceiro treino livre, mesmo com Max se aproximando bastante do primeiro pelotão. Puro engano. Numa classificação atípica e surpreendente, a Red Bull esteve irreconhecível e Max parecia que estava no mundo da lua, ficando parado na saída do pit-lane (que deve lhe render uma punição), bloqueou outros carros e foi bastante errático em sua pilotagem, que vinha sendo impecável até hoje. Verstappen não fez um bom tempo no Q2 e o neerlandês foi 'bumpado' pelo quase novato Liam Lawson. E a outra Red Bull? Com tantos problemas, Sergio Pérez sofreu tanto quanto Max e o mexicano ainda se fez o favor de rodar em sua última volta rápida, o deixando atrás de Verstappen, significando que a Red Bull simplesmente esteve ausente do Q3 em Cingapura, que viu Carlos Sainz confirmar a liderança nos TL2 e TL3, fazendo com que o espanhol comemorasse a segunda pole consecutiva.


A classificação teve um atraso considerável por causa da pancada protagonizada por Lance Stroll. O canadense estava em último e suas parciais indicavam que ele ficaria no Q1, que por si só já é um mico tremendo para Lance, mas não satisfeito por passar vergonha pela lentidão, Stroll fez questão de destruir seu carro num acidente fortíssimo na última curva. Com a evolução da Aston Martin, as deficiências de Lance Stroll ficaram ainda mais aparentes e ser o filho do dono é ÚNICA razão do canadense permanecer na equipe ad eternum , mesmo que Lance não faça por onde ter o bom carro que tem em mãos. Mesmo com a Aston Martin em queda após o começo de temporada estrondoso, Alonso foi ao Q3 confortavelmente, ou seja, a equipe tem potencial para marcar bons pontos, mas contando apenas com o espanhol, a Aston Martin perderá milhões no final do ano com o possível quarto lugar no Mundial de Construtores e hoje, Lawrence perdeu mais alguns milhões pelo carro destruído pelo filho.


Uma vítima de Stroll acabou sendo Piastri, que ficou de fora do Q2 quando tinha tudo para passar. A McLaren voltou a brigar por boas posições, enquanto Tsunoda perdia ainda mais moral ao ver Lawson ir ao Q3 e ele ficar no Q2. Talvez nem Ricciardo seja o mais ameaçado na Alpha Tauri em 2024, mas o próprio japonês. Com a incrível desclassificação da Red Bull no Q3, Haas e Alpine, duas equipes em crise técnica, colocaram seus dois pilotos no Q3. Sem a presença dos austríacos, a luta pela pole foi animada, mas Sainz se sobressaiu, confirmando o ótimo final de semana do espanhol e continuando a boa fase dele, que largará amanhã em primeiro pela segunda vez consecutiva. Leclerc chegou a ficar com a primeira fila, superando muito pouco Norris, mas numa ótima volta final, Russell tirou tudo do seu Mercedes e se meteu entre os dois carros vermelhos, além de colocar quase meio segundo num sorumbático Hamilton, apenas quinto.

Por mais que tenha, disparado, o melhor carro de 2023, a missão da Red Bull amanhã será bastante complicada, sem contar o fato de ter seus dois carros saindo do sempre confuso pelotão intermediário sempre é um problema, ainda mais num circuito de rua com o histórica de Cingapura. Com a Red Bull em dificuldades (seria a nova diretiva da FIA sobre as asas menos flexíveis?), Ferrari, Mercedes e até mesmo Lando Norris tem uma chance enorme de acabar com a invencibilidade da Red Bull nessa temporada. Resta saber se ninguém fará uma besteira homérica e irão aproveitar a deixa.

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