domingo, 9 de abril de 2017

Banquete dos mendigos

Numa categoria dominada fortemente há tantos anos por um trio de ferro (Penske, Ganassi e Andretti), a temporada 2017 começou com um desenho, no mínimo, exótico. Após duas etapas, o líder do campeonato é Sebastien Bourdais, da eterna nanica Dale Coyne. O talentoso francês tem uma vitória e um segundo lugar, conquistado hoje em Long Beach, ficando atrás do canadense James Hinchcliffe, da pequena Smith&Peterson. Só depois apareceram pilotos de Ganassi e Penske, incluindo o grande perdedor do dia, Scott Dixon.

Quando Helio Castroneves largou muito mal vindo da pole, Scott Dixon imediatamente tomou a ponta da corrida e era o grande favorito à vitória, podendo descontar a decepção em Saint Petersburg, quando era o piloto mais rápido da pista, mas acabou atrapalhado pela estratégia. E foi novamente pelas complicadas táticas das corridas da Indy que Dixon perdeu outra corrida. Ainda no começo da corrida Marco Andretti apareceu lento na pista e tudo levava a crer que a bandeira amarela apareceria. Mesmo com uma liderança tranquila, frente à Andretti de Ryan Hunter-Reay, Dixon foi chamado aos boxes, indicando que pararia três vezes (quando o normal seriam duas), aproveitando a bandeira amarela que viria. O problema foi que essa bandeira amarela não veio...

A corrida passou a ser dominada pelo trio Hunter-Reay, James Hinchcliffe e Alexander Rossi. Os três andavam sempre próximos, enquanto Dixon tentava recuperar o prejuízo andando o mais rápido possível. Porém, os esforços do neozelandês não pareciam frutíferos, enquanto o dia da Andretti pioraria no final da corrida. Na última rodada de paradas, Hinchcliffe conseguiu superar Hunter-Reay, enquanto Rossi abandonava por problemas mecânicos. No finalzinho da corrida, quando parecia que haveria uma briga entre Hinchcliffe e Hunter-Reay, o americano da Andretti encostou com problemas. Aparentemente os problemas de Marco, Rossi e Hunter-Reay foi de motor, indicando que a Honda forçou para conseguir potência, mas se esqueceu da confiabilidade.

Uma relargada nas últimas voltas deixou o final tenso, mas Hinchicliffe soube controlar bem Bourdais, que fez outra belíssima corrida, e venceu pela primeira vez desde o seu gravíssimo acidentes nos treinos das 500 Milhas de Indianápolis. O canadense é uma espécie de Ricciardo da Indy, sempre sorrindo e mostrando muito talento. Hinch saiu da Andretti e foi para uma equipe pequena, onde quase morreu, mas deu a volta por cima, vencendo pela primeira vez em dois anos. Os brasileiros tiveram uma corrida para esquecer, particularmente Tony Kanaan, que não se entendeu com o carro durante todo o final de semana e ainda teve um pneu furado quando lutava pela 11º posição. Não devemos esquecer que Dixon, seu companheiro de equipe, tinha o carro mais rápido do pelotão...

Newgarden, Dixon e Pagenaud, todos correndo pela Penske ou Ganassi, chegaram logo atrás de Hinchcliffe e Boudais, mostrando o equilíbrio dessa temporada na Indy. 

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