domingo, 12 de novembro de 2017

Era Márquez

O esporte a motor sempre viveu de ciclos, onde pilotos dominaram uma categoria em um determinado espaço de tempo. Particularmente no Mundial de Motovelocidade, tivemos grandes pilotos dominando a categoria principal de tempos em tempos. Duke, Surtees, Hailwood, Agostini, Doohan, Rossi... 

Todos foram grandes lendas do esporte, que está ganhando mais um membro. Quando um piloto ainda está em atividade, é difícil mensurar o quão grande ele é dentro da história. Lewis Hamilton é um exemplo claro disso. O inglês ainda está vencendo e aumentando os seus já superlativos números. Marc Márquez também está nesse estágio. O jovem espanhol de 24 anos ainda está conquistando muita coisa para podermos dizer com precisão aonde Márquez está dentro da história do Mundial de Motovelocidade, mas os números de Marc já impressionam. Em cinco temporadas na MotoGP, já são quatro títulos, deixando para trás pilotos do quilate de Valentino Rossi e Jorge Lorenzo. Em termos relativos, seus números de vitórias e poles já o colocam dentre os maiorais. Márquez vem reescrevendo a história do Mundial de MotoGP com seu talento e agressividade.

O título conquistado hoje teve muitas das características de Marc Márquez. Dono de uma tocada extremamente agressiva, Márquez quase pôs tudo a perder quando tomou a primeira posição de Johan Zarco na curva um e teve que se virar para não cair logo depois. Saindo da pista e caindo para quinto, Márquez ainda tinha uma confortável margem para ser tetracampeão em Valencia. As chances de Andrea Doviziozo eram mais formais do que realísticas e quando o italiano da Ducati caiu já nas últimas voltas da corrida, o título de Márquez estava consolidado.

Daniel Pedrosa ainda conseguiu aumentar a alegria da Honda ao ultrapassar Zarco na abertura da última volta e vencer pela segunda vez esse ano. Porém, o novato francês mereceu a honra de ser o melhor estreante e suas estratégias de pneus agressivas, além de combates corpo-a-corpo bem fortes já fazem de Zarco um piloto a ser observado no futuro, mesmo o francês não sendo tão jovem assim. A Yamaha teve que engolir uma moto 2016 brigando pela vitória, enquanto os modelos 2017 desapontaram, com Rossi em quinto e Viñales passando boa parte da corrida atrás da KTM de Bradley Smith. Maverick deu pinta de favorito ao título, mas o jovem espanhol foi se perdendo na medida em que a Yamaha 2017 se mostrava sensível demais quando as condições de pista e, principalmente, climáticas mudavam. Para o bem da MotoGP, 2018 espera uma Yamaha bem mais consistente.

Quando Doviziozo caiu, a Ducati começou a consolar uns aos outros, mostrando que a briga contra uma gigante como a Honda era tão desigual quanto a luta do próprio italiano contra alguém tão mais veloz quanto Márquez. A atitude de Lorenzo hoje e o 2018 da Ducati ficará para um post mais tarde, mas Andrea Doviziozo foi um dos grandes vitoriosos de 2017. Ninguém poderia esperar que o cerebral italiano levasse a disputa pelo título até a corrida final e pudesse fazer frente à Márquez. No placar das vitórias em 2017, ficou 6x6, sendo que duas vezes Doviziozo derrotou Márquez na última curva. Já contando com 31 anos de idade, será difícil para Andrea voltar a ter uma chance como a que teve em 2017, mas o italiano da Ducati fez muito mais do que dele se esperava.

Suzuki decepcionou após um ano excelente com Viñales ano passado e o instável Iannone, com quem a Suzuki apostou, ficou devendo muito, enquanto Rins chegou na frente do italiano na corrida final em Valencia. A KTM ainda tem muito a crescer, após um ano de aprendizado.

Com o campeonato de 2017 findo, a pergunta que fica é: quem poderá segurar Márquez?

Um comentário:

  1. Hoje,Jorge Lorenzo queimou definitivamente sua imagem no mundo da MotoGP.

    E nada poderá recuperar isso. O estrago feito é permanente.

    Atitude baixa,suja,vil,mesquinha e sórdida dele hoje se negando a ajudar Andrea Dovizioso e desobedecendo acintosamente as ordens da Ducati(que lhe paga gordo e vultoso salário) pra ceder sua posição a Dovi.

    E 2018 será um autêntico inferno vivo pra ele. A Ducati jamais se esquecerá de sua insubordinação.

    (Tudo bem que as chances de Dovi eram quase nulas,mas nada justifica atitude tão desprezível e baixa do Espanhol hoje).

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