segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Figura(EUA): Kimi Raikkonen

Não vou negar os adjetivos que já dirigi ao finlandês da Ferrari em 2018: sorumbático, burocrata e letárgico. Esses três foram os que vieram à mente agora, mas deve ter havido mais. Kimi Raikkonen mereceu muitas críticas esse ano e foi muitas vezes um submisso segundo piloto da Ferrari, dando a sensação que estava apenas batendo o ponto nas corridas, conquistando pontos no Mundial de Construtores que eram nada menos do que sua obrigação. A sua falta de combatividade na hora de ultrapassar chegava a dar nos nervos a ponto da Ferrari preferir sua troca em 2019, trazendo o sangue novo de Charles Leclerc até mesmo para colocar alguma pressão em Sebastian Vettel. Como se o alemão já não tivesse pressionado... Raikkonen já havia feito uma corrida notável em Monza, mas acabou ultrapassado por um inspirado Lewis Hamilton e parecia ter perdido sua última chance de vencer na F1, pois mesmo não se aposentando no final dessa temporada, Kimi terá chances escassas à bordo de uma Sauber em 2019. Porém, as besteiras cometidas por Vettel deixou Raikkonen como a única esperança da Ferrari e na maior parte da corrida na liderança da prova em Austin, Kimi não decepcionou. O piloto da Ferrari conseguiu uma bela largada e ultrapassou o pole Hamilton ainda antes da primeira volta. Depois não deixou o inglês passar quando estava com os pneus em frangalhos, enquanto Hamilton vinha com tudo com pneus novos. Raikkonen segurou Hamilton como nos bons tempos onde o nórdico ainda procurava seu primeiro título. O tempo em que ficou à frente de Hamilton pode ter contribuído para superaquecer os pneus da Mercedes do inglês, que teve que parar uma segunda vez, mas Raikkonen não teria que enfrentar apenas Hamilton. Verstappen vinha fazendo uma corrida estupenda após largar do meio do pelotão e estava com pneus em melhores condições, sem contar Hamilton, voando nas últimas voltas com pneus novos. Foi um final de corrida emocionante que poucas vezes se viu esse ano. Raikkonen apertou o ritmo e segurou o rojão de dois pilotos melhores 'calçados' do que ele e conseguiu sua primeira vitória em cinco anos, batendo o recorde de maior diferença entre vitórias, além de tomar a liderança isolada de piloto finlandês com mais vitórias na F1. Uma grande corrida de Kimi Raikkonen, mostrando que quando quer, o finlandês ainda tem a velha magia de outros tempos.

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