domingo, 28 de outubro de 2018

Fim do jejum

A Yamaha sofria de uma seca histórica na MotoGP. Foram anos de glória com Valentino Rossi e Jorge Lorenzo e mesmo ainda contando com o veterano italiano, a marca dos três diapasões sofria com um 2018 absolutamente fora do comum de tão ruim. Contudo, foi necessário a MotoGP aportar num circuito fora do comum para que a Yamaha voltasse a vencer, acabando com um jejum de mais de vinte corridas.

O belíssimo circuito de Philipp Island tem como características além da beleza e da pista de alta velocidade, a quantidade de corridas sensacionais e bastante próximas. Ano após ano, corridas de alta qualidade são travadas no Grande Prêmio da Austrália que fica até difícil separar as melhores de todos os tempos. Talvez inspirados pela paisagem espetacular, os pilotos não apenas da MotoGP, mas das três categorias do Mundial, promovem corridas tão espetaculares quanto a bela vista. A edição 2018 da prova da MotoGP não foi diferente e numa prova bastante próxima na primeira metade, Maverick Viñales soube se desvencilhar do compacto grupo da frente para dar à Yamaha o gosto da vitória após etapas de fracassos contínuos. O próprio espanhol foi o que mais reclamou dos problemas da Yamaha e parecia perdido na situação adversa em que se encontrava, mas Viñales mostrou sua velocidade e conseguiu uma vitória enfática frente a uma batalha titânica pela ponta.

Nada menos que nove motos brigavam pela ponta da corrida, com várias trocas de posição entre eles. A Suzuki de Iannone era uma moto a se observar, com o italiano andando bem em todas as sessões e só perdendo a pole por causa do chuvisco no final da classificação. Porém, as trocas incessantes de posição não deixava ninguém se destacar, mas o perigoso acidente entre Marc Máquez e Johann Zarco na rápida curva um mudou a cara da prova. Mesmo sem cair, o espanhol da Honda teve que abandonar e mostrou a dependência que a Honda tem com ele. Sem Máquez (Cruthlow quebrou o tornozelo nos treinos e talvez nem volte em 2018), a melhor Honda do dia foi Franco Morbidelli em oitavo. Viñales já vinha no pelotão da frente quando o acidente ocorreu e assumiu a ponta para não mais perde-la. Iannone realmente foi muito forte durante a corrida, mas demonstrou o porquê da Ducati ter preferido Doviziozo e não ele. Iannone errou várias vezes nas incessantes brigas por posições, muitas vezes perdendo terreno quando poderia brigar mais na frente. A falta de confiabilidade na pilotagem do italiano da Suzuki ajudou Viñales chegar a abrir 4s de vantagem. Grande destaque também para Alvaro Bautista, que substituindo Jorge Lorenzo na Ducati, brigou de igual para igual com Doviziozo e acabou num comemorado quarto lugar, logo atrás do italiano, que andou com a moto o ano inteiro.

Foi uma corrida fora do comum num circuito fora do comum de tão espetacular e bonito. Somente assim para a Yamaha conseguir uma vantagem sobre os rivais e vencer depois de um longo jejum.

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