quarta-feira, 16 de outubro de 2019

História: 25 anos do Grande Prêmio da Europa de 1994

Michael Schumacher retornava de sua questionável suspensão de duas corridas em Jerez. O alemão sabia (e na verdade todos sabiam) que sua dura punição foi mais política do que técnica e Schumacher deixava isso claro em suas fortes declarações na entrevista coletiva de quinta-feira, dizendo que a FIA tinha como objetivo tira-lo de algumas corridas para que o final da temporada de 1994 ficasse emocionante de forma artificial. Voltando suas baterias para o seu rival, Schumacher criticou acidamente Damon Hill, dizendo que o inglês não tinha estofo para ser primeiro piloto da Williams e que preferia ter disputado o título com Ayrton Senna. Fora das pistas a Lotus agonizava e desde o início de setembro a tradicional equipe estava sob administração judicial para liquidar suas dívidas. Outra equipe em sérias dificuldades financeiras era a Larrousse, que contratava à troca de muitos ienes o japonês Hideki Noda. Nigel Mansell se apoderava da Williams número dois pela segunda vez nesta temporada, depois de disputar o Grande Prêmio de França. Mas desta vez a volta do velho Leão não despertava tanto entusiasmo. Mansell acabara de completar uma temporada medíocre na Fórmula Indy, sem nenhuma vitória e a léguas do seu épico título de 1993. Enquanto isso o jovem David Coulthard se revelava um piloto de grande futuro, perfeitamente capaz de apoiar e, quando apropriado, pressionar Damon Hill. A Williams claramente indicava que ficaria com Coulthard para 1995, enquanto Mansell procurava outra equipe, seja na F1 ou na Indy.

Schumacher não estava satisfeito em sua primeira sessão de qualificação na sexta-feira, quando teve um suporte de motor quebrado, tendo que se contentar com a terceira posição. Já no sábado Michael encontrou seu Benetton-Ford sem problemas e bem acertado para ficar com a pole position pela quinta vez em 1994. Autor da pole provisória na sexta, Hill ficou com o segundo lugar no dia seguinte, mas apenas 130 milésimos mais lento que Schumacher. Mansell progredia gradualmente ao longo do fim de semana: quinta na sexta-feira, ele subiria no dia seguinte para um satisfatório terceiro lugar. Muito bom desempenho do jovem Frentzen, quarto ao volante de um Sauber-Mercedes finalmente equilibrado. Por outro lado, De Cesaris saiu da pista no sábado e conseguiu apenas um 18º lugar. Jordan-Hart estava muito bem e poderia ganhar bons pontos no domingo com seus dois pilotos no top-10. Como esperado, a Ferrari não se adaptou num circuito travado. Berger estava mais confortável do que Alesi, que no sábado ficou parado no cascalho e depois não pôde pegar o carro do seu companheiro de equipe, sob o pretexto de que suas configurações estavam muito diferentes. Alesi ficou muito irritado com isso. 

Grid:
1) Schumacher (Benetton) - 1:22.762
2) Hill (Williams) - 1:22.892
3) Mansell (Williams) - 1:23.392
4) Frentzen (Sauber) - 1:23.431
5) Barrichello (Jordan) - 1:23.455
6) Berger (Ferrari) - 1:23.677
7) Herbert (Ligier) - 1:24.040
8) Morbidelli (Footwork) - 1:24.079
9) Hakkinen (McLaren) - 1:24.122
10) Irvine (Jordan) - 1:24.157

O dia 16 de outubro de 1994 amanheceu com sol forte em Jerez de la Frontera, na Espanha. O pequeno circuito na Andaluzia substituía o Grande Prêmio da Argentina, adiado para o ano seguinte, mas mantinha sua característica que o fez sair do calendário em 1990: o pouco público. Apenas 10.000 pessoas foram à Jerez ver uma corrida decisiva de F1. No warm-up, Damon Hill foi o mais rápido com ampla vantagem para Schumacher, que testava opções aerodinâmicas. O forte calor prometia castigar carros e pilotos, que testavam opções táticas para uma corrida que tendia ser dura e sem muitas ultrapassagens. Na luz verde, Damon Hill largou melhor e assumiu a ponta da corrida ainda da primeira curva, enquanto Mansell fazia o contrário, perdendo três posições. Katayama e Noda rodaram, mas retornam à corrida, enquanto Christian Fittipaldi teve que ir aos boxes no final da primeira volta para trocar a asa dianteira.

Hill e Schumacher escapavam facilmente do terceiro colocado Frentzen, enquanto Mansell conseguia ultrapassar Berger ainda na segunda volta, subindo para quinto. Quatro voltas mais tarde o inglês ultrapassa Barrichello no hairpin para ser quarto, mas tamanho era o ritmo dos líderes, que na décima volta Frentzen já tomava incríveis 25s para os líderes, que não se desgrudavam. Enquanto atacava Frentzen, Mansell quase bateu no retardatário Noda e perdeu quarta posição para Barrichello. Na 15º volta Schumacher entrou nos pits para a sua primeira parada e ainda retornava confortavelmente na segunda posição. Mansell tenta um ataque em cima de Barrichello e acaba batendo sua asa dianteira na Jordan. O inglês tem que ir aos boxes trocar a peça quebrada e volta à pista em 20º. A má corrida de Mansell faria que o inglês fosse muito criticado depois da prova. Schumacher faz a volta mais rápida da corrida, enquanto seu companheiro de equipe Verstappen rodava ao desviar de De Cesaris na briga pela 13º posição. Jos ficou arrasado ao lado da pista, enquanto Flavio Briatore balançava a cabeça negativamente nos boxes. Na volta 18 Hill faz sua primeira parada, que é 2s mais lenta que a de Schumacher e o resultado era que o alemão tomava a primeira posição num ritmo avassalador, abrindo imediatamente 5s para Hill. Na volta 33 Schumacher completou sua segunda parada e retornou à pista apenas 4s atrás de Hill. A Williams identificou que um sensor havia falhado e nem todo o combustível planejado havia entrado no tanque do carro de Hill, o que fez o inglês antecipar sua segunda e última parada e ficou 17s atrás de Schumacher. A Williams teve que completar o tanque de Hill para que ele completasse a corrida e com o carro pesado, Damon perdia cada vez mais terreno para Schumacher.

Na volta 52 Schumacher faz sua terceira e última parada. À essa altura o piloto da Benetton tinha 33s de vantagem para o inglês, dando tempo ao alemão voltar a pista tranquilamente em primeiro. Com Schumacher aumentando sua vantagem sobre Hill, a corrida fica morna em seu final. Hakkinen parou duas vezes e assumia o terceiro lugar, mas era pressionado pela dupla da Jordan, mas logo apenas Irvine perseguia Mika, com Barrichello tendo que retornar aos pits para trocar um pneu furado. Em sua volta à F1, Schumacher enfiava 25s goela abaixo de Hill, enquanto Mika Hakkinen subia ao pódio pela quarta vez consecutiva. Irvine conquistou um excelente quarto lugar, com Berger em e a sexta posição ficando com Frentzen, que perdeu rendimento após seu primeiro stint promissor. Com a vitória em Jerez Schumacher abria cinco pontos de vantagem sobre Hill no campeonato, mas ainda haviam duas corridas para o fim. E as polêmicas ainda não haviam terminado...

Chegada:
1) Schumacher
2) Hill
3) Hakkinen
4) Irvine
5) Berger
6) Frentzen

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